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Direito Eleitoral

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ELEITORAL 
28º CPR 
2 
 
Sumário 
1.a. Alistamento eleitoral e voto. .................................................................................................................................................... 3 
1.b. Domicílio eleitoral. Conceito, transferência e prazos. .............................................................................................................. 5 
1.c. Perda ou suspensão dos direitos políticos. ............................................................................................................................. 6 
2.a: Voto universal, direto e secreto. .............................................................................................................................................. 7 
2.b. Nacionalidade e Cidadania. Direitos políticos. Cargos privativos de brasileiro nato. ............................................................... 8 
2.c. Plebiscito e referendo. Iniciativa popular. .............................................................................................................................. 10 
3.a. Seções, zonas e circunscrições eleitorais. ............................................................................................................................ 11 
3.b. Fraude no alistamento eleitoral e revisão do eleitorado. ....................................................................................................... 12 
3.c. Votação. Voto eletrônico. Mesas receptoras. Fiscalização. ................................................................................................... 13 
4.a. Jurisdição e competência. Peculiaridades da Justiça Eleitoral. Consultas, instruções, administração e contencioso. .......... 16 
4.b. Juntas, Juizes e Tribunais Regionais Eleitorais. Tribunal Superior Eleitoral. ........................................................................ 18 
4.c. Recursos eleitorais. ............................................................................................................................................................... 20 
 5.a. Inelegibilidades constitucionais e infraconstitucionais. LC 135/2010. ................................................................................... 22 
5.b. Propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão. Direito de resposta. Pesquisas e testes pré-eleitorais. ...................... 25 
5.c. Registro de candidaturas. Impugnação. Legitimidade. .......................................................................................................... 27 
6.a. Propaganda eleitoral em geral. Início. Bens públicos e bens particulares. Símbolos e imagens semelhantes às de órgãos 
do governo. .................................................................................................................................................................................. 29 
6.b. Condições de elegibilidade. .................................................................................................................................................. 31 
6.c. Abuso do Poder Econômico, Político e dos Meios de Comunicação Social. Ação de investigação judicial eleitoral. ........ 31 
7.a. Propaganda eleitoral na imprensa, na internet e mediante outdoors. Comícios. Alto-falantes e distribuição de material de 
propaganda política. Distribuição proporcional de horários gratuitos pelos meios de comunicação audiovisuais. ....................... 34 
7.b. Recurso contra a Diplomação. Ação de Impugnação de Mandato Eletivo. ........................................................................... 37 
7.c. Condutas vedadas aos agentes públicos nas campanhas eleitorais. Captação ilícita de sufrágio. ....................................... 42 
8.a. Partidos Políticos. Princípios constitucionais a serem observados na sua criação. Vedações. Fusão e incorporação. ........ 48 
8.b Personalidade jurídica dos Partidos Políticos. Registro e funcionamento. Estatutos. Fundo Partidário. Propaganda partidária.
 .................................................................................................................................................................................................... 50 
8.c Autonomia dos Partidos Políticos. Normas de fidelidade e disciplina partidárias. .................................................................. 52 
9.a. Crimes eleitorais. Jurisdição e competência. ........................................................................................................................ 54 
9.b. Natureza e tipicidade dos crimes eleitorais. Bem jurídico protegido. Código Eleitoral e legislação esparsa. Natureza e 
tipicidade dos crimes eleitorais. ................................................................................................................................................... 55 
9.c. Ação penal. Propositura. Titularidade. Processo e julgamento. Recursos. ............................................................................ 56 
10.a. A função eleitoral do Ministério Público Federal. Procuradoria Regional Eleitoral. Ministério Público Estadual. ................. 58 
10.b. A atuação do Ministério Público Eleitoral junto à Justiça Eleitoral. Fiscalização, processos, ações e recursos. Legitimidade.
 .................................................................................................................................................................................................... 60 
10.c. Financiamento de campanhas. Fiscalização. Ações. .......................................................................................................... 62 
 
 
3 
 
1.a. Alistamento eleitoral e voto. 
 
Alistamento eleitoral: é a primeira fase do processo eleitoral e decorre de um procedimento cartorário que se 
perfaz pelo preenchimento do requerimento eleitoral (RAE), na forma da Resolução TRE 21.538/2003. Consiste no 
reconhecimento da condição de eleitor (que é cidadão), que corresponde à aquisiçãoPda cidadania, determinando a 
inclusão do nome do alistando no corpo eleitoral. Formaliza, portanto, a inscrição eleitoral, para que possa ser exercida a 
obrigação ou a faculdade do voto. A qualificação resume-se à comprovação de que o indivíduo atende a todos os requisitos 
legais para se alistar e votar. De outra banda, a inscrição resume-se no registro do nome e dados do eleitor perante a 
Justiça Eleitoral. O processo de alistamento é iniciado por requerimento do interessado. O rígido controle sobre o processo 
de alistamento justifica-se por ser esse ato o primeiro componente do sistema eleitoral, e eventuais fraudes verificadas 
nessa fase podem comprometer a lisura do futuro pleito. Naqueles casos em o voto é obrigatório (alfabetizados, entre 18 e 
70 anos), o requerimento de inscrição constitui-se em dever. O pedido deve ser feito dentro de um ano, a contar do 
atingimento da idade mínima, ou da nacionalização, sob pena de multa. O artigo 8 do CE, que disciplina essa multa, diz 
que ela será́ imposta pelo juiz e cobrada no ato da inscrição eleitoral. OBS: o alistamento eleitoral não possibilita o exercício 
de todos os direitos políticos, uma vez que a obtenção da capacidade eleitoral passiva depende do preenchimento de outros 
requisitos constitucionalmente previstos. NATUREZA JURÍDICA: segundo Marlon Reis, o alistamento tem natureza jurídica 
de ato jurídico complexo, integrado por duas fases: a) verificação do preenchimento das condições constitucionais e legais 
para votar (qualificação) e b) também a inscrição no cadastro eleitoral. Na verdade quando se ressalta o caráter declaratório 
do alistamento está se fazendo referência ao fato de que a justiça eleitoral somente verifica a existência ou não destes 
requisitos (ato vinculativo) gerando assim um caráter meramente declaratório (item a), quando, na verdade, também éato 
constitutivo da inscrição do eleitor no cadastro da justiça eleitoral, gerando por consequência também a aquisição de sua 
capacidade eleitoral ativa. ALISTAMENTO FACULTATIVO: (a) analfabetos; (b) maiores de 70 anos; (c) maiores de 16 e 
menores de 18 anos. OBS: o analfabeto que venha a ser alfabetizado não está sujeito à multa prevista no artigo 15 da 
Resolução TSE n° 21.538/2003, caso não efetue o alistamento eleitoral no prazo legalmente fixado. OBS: Pontos do CE 
não recepcionados: os inválidos (CE) e para aqueles que se encontrem fora do país. Estas disposições, contudo, não foram 
recepcionadas pela Constituição Federal de 1988. Como consignado no item acima, alistamento eleitoral e o voto são 
obrigatórios para os relativamente incapazes em decorrência de deficiência mental e excepcionais, ressalvada a 
possibilidade de a pessoa portadora de deficiência que torne impossível ou demasiadamente oneroso o cumprimento das 
obrigações eleitorais requerer ao juiz eleitoral a expedição de certidão de quitação eleitoral, com prazo de validade 
indeterminado. Quanto àqueles que se encontrem fora do país, a obrigação de alistamento eleitoral e do voto pode ser 
cumprida por meio das representações diplomáticas ou consulares. OBS: É permitido o alistamento de pessoa com 15 
anos? Os menores entre 16 e 18 anos incompletos (CF), o artigo 14 Resolução TSE n° 21.538/2003 faculta o alistamento, 
no ano em que se realizarem as eleições, do menor que completar 16 anos até a data do pleito, inclusive. Ressalte-se que 
o título de eleitor emitido nesta condição somente produzirá efeitos com o implemento da idade de 16 anos. INALISTÁVEIS: 
o alistamento é vedado para: (a) estrangeiros; (b) conscritos; (c) os que tenham perdido os direitos políticos em razão de 
cancelamento de naturalização por sentença transitada em julgado, por prática de atividade nociva ao interesse nacional; 
(d) os que tenham perdido os direitos políticos em razão de aquisição de outra nacionalidade voluntária, salvo nos casos 
de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira ou de imposição de naturalização, pela norma 
estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o 
exercício de direitos civis; (e) os que tenham seus direitos políticos suspensos nos casos de: incapacidade civil absoluta; 
condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem os seus efeitos; recusa de cumprir obrigação a todos imposta 
ou prestação alternativa; improbidade administrativa. OBS: Pontos do CE não recepcionados: os que não saibam exprimir-
se na língua nacional (previsão do artigo 5, II, do Código Eleitoral - Pela jurisprudência do TSE, esta exigência não foi 
recepcionada, sob o argumento de que “Vedado impor qualquer empecilho ao alistamento eleitoral que não esteja previsto 
na Lei Maior, por caracterizar restrição indevida a direito político, há que afirmar a inexigibilidade de fluência da língua pátria 
para que o indígena ainda sob tutela e o brasileiro possam alistar-se eleitores”); OBS: Conforme ensina José Jairo Gomes, 
embora a Constituição Federal seja silente, os apátridas também não podem ser inscritos como eleitores. OBS: Ante a 
possibilidade de o conscrito ter realizado seu alistamento eleitoral antes de ser incorporado ao serviço militar (já que é 
facultado o alistamento eleitoral do maior de 16 e menor de 18 anos), o TSE entendeu que o conscrito deve ser impedido 
de votar, por estar com seus direitos políticos suspensos durante o período de serviço militar obrigatório, embora esta causa 
de suspensão não esteja elencada no artigo 15 da Constituição Federal (Resolução TSE n° 20.165, de 7 de abril de 1998). 
PROCESSO: incumbe aos partidos políticos, na pessoa de seus delegados, e ao MPE, na pessoa do Promotor de Justiça 
Eleitoral, a fiscalização do procedimento. O eleitor deve comparecer ao cartório ou outro local previamente definido, para 
subscrever o formulário. O requerimento de alistamento eleitoral é preenchido apenas por servidor da Justiça Eleitoral 
(Res.21538/03) que digitará as informações pessoais do eleitor, que deverá estar presente no momento desse 
preenchimento. Faculta-se ao eleitor escolher o local de votação com a disponibilização de relação de todas as seções que 
pertencem a sua zona eleitoral. O pedido será submetido à apreciação do juiz eleitoral, nas 48h subsequentes. Poderá o 
juiz, se tiver dúvida quanto à identidade do requerente ou sobre qualquer outro requisito para o alistamento, converter o 
julgamento em diligência para que o alistando esclareça ou complete a prova ou, se for necessário, compareça 
pessoalmente à sua presença. Depois de sanadas quaisquer dúvidas, o juiz deferirá o pedido, datando e assinando o título 
e a folha individual. Se o pedido for indeferido: caberá recurso ao TRE (Resolução TSE n° 21.538/2003). Do despacho que 
indeferir o requerimento de inscrição, caberá recurso interposto pelo alistando no prazo de cinco dias. O parquet também 
tem legitimidade para recorrer na qualidade de custus legis se o indeferimento for ilegal. Se o pedido for deferido: também 
é cabível recurso para o TER do deferimento do alistamento, do qual poderá recorrer qualquer delegado de partido político 
no prazo de dez dias, contados da colocação da respectiva listagem à disposição dos partidos, o que deverá ocorrer nos 
dias 1º e 15 de cada mês, ou no primeiro dia útil seguinte, ainda que tenham sido exibidas ao alistando antes dessas datas 
e mesmo que os partidos não as consultem (Lei n° 6.996/82, art. 7°). A possibilidade de interposição de recurso pelo 
delegado de partido contra decisão que deferir o requerimento de alistamento eleitoral tem como objetivo retirar do corpo 
eleitoral os eleitores que não possuam verdadeiro interesse na circunscrição eleitoral em que forem inscritos, para garantir 
4 
 
que o resultado das eleições corresponda à vontade legítima dos eleitores da localidade. Cabe observar, ainda, que o 
membro do Ministério Público que oficiar perante o juízo eleitoral terá legitimidade para recorrer e o prazo será igual àquele 
deferido ao delegado de partido. A interposição de recurso transforma a natureza do procedimento de alistamento eleitoral 
de administrativa para judicial, porquanto surge conflito de interesses que deve ser resolvido pelo Estado-juiz. PRAZO: o 
artigo 91 da Lei 9504/97 determina que “Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido 
dentro dos cento e cinquenta dias anteriores à data da eleição”. CANCELAMENTO E EXCLUSÃO: de início, importa 
esclarecer a diferença entre cancelamento e exclusão. Em face de irregularidades expressamente previstas no Código 
Eleitoral, o título de eleitor será cancelado e, consequentemente, o eleitor terá seu nome excluído do banco de dados da 
JE. As inscrições eleitorais são permanentes, habilitando o eleitor ao direito de sufrágio nos pleitos que se realizarem dentro 
da área política a que pertence. Essa condição persiste até que sobrevenha decisão judicial impondo o cancelamento da 
inscrição e a exclusão do eleitor. As causas de cancelamento de inscrição estão no artigo 71 do CE. 
 
VOTO: sufrágio corresponde ao direito de votar e ser votado. O voto é o ato material que concretiza o direito de 
sufrágio. Escrutínio é a forma pela qual o voto se exterioriza, podendo ser público ou secreto. O sufrágio pode ser universal 
ou restrito. O primeiro possibilita, de forma ampla, o exercício do voto aos nacionais. A segunda forma possui restrições, 
tais como, em face da fortuna (censitário, como estabelecia a Constituição do Império), sexo, capacidade intelectual, etc. A 
CF/88 estabelece como cláusula pétrea o voto direto, secreto, universal e periódico (art. 60, § 4, II). 
 
 
5 
 
1.b. Domicílio eleitoral. Conceito, transferência e prazos. 
 
DOMICÍLIO ELEITORAL: no Direito Eleitoral, o conceito de domicílioeleitoral é mais amplo do que aquele do 
Direito Civil. “Agravo de instrumento. Recurso especial. Revisão eleitoral. Domicílio eleitoral. Cancelamento de inscrição. 
Existência de vínculo político, afetivo, patrimonial, e comunitário. Restabelecimento da inscrição. 1. Demonstrado o 
interesse eleitoral, o vínculo afetivo, patrimonial e comunitário da eleitora com o município e não tendo ocorrido qualquer 
irregularidade no ato do seu alistamento, mantém-se o seu domicílio eleitoral. 2. Precedentes. 3. Recurso conhecido e 
provido.” (Ac. no 2.306, de 17.8.2000 e, no mesmo sentido, o Ac. no 16.305, de 17.8.2000, rel. Min. Waldemar Zveiter.)”. 
CONCEITO LEGAL: conceito legal de domicílio eleitoral (art. 42, § ún. do CE): “Para o efeito da inscrição, é domicílio 
eleitoral o lugar de residência ou moradia do requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio 
qualquer delas”. DOMICÍLIO DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO: há casos em que a lei não dá margem à escolha do domicílio 
civil (hipóteses de domicílio legal ou necessário: entre outros, o do incapaz, do servidor público, do militar, do marítimo e do 
preso (art. 76 do CC). É o caso do funcionário público, cujo domicílio será obrigatoriamente o local de seu ofício. Todavia, 
admite-se que o funcionário público transferido deixe de requerer sua transferência de inscrição eleitoral, mantendo 
inalterada sua inscrição de origem, pois não lhe é imposta, obrigatoriamente, a transferência. Por outro lado, se o funcionário 
público requerer transferência eleitoral para um lugar diferente daquele onde exerce suas funções, esse pedido não pode 
ser deferido, pois seu domicílio deverá ser o da sede da repartição. Nesse caso, faltar-lhe-ia condição para requerer a 
transferência, pois não poderia fazer prova de que reside em local diferente da repartição. CRIME DO ART. 289 do CE: 
inscrever-se fraudulentamente como eleitor. PROVA DO DOMICÍLIO: dá-se por certidão de alistamento, para fins de 
transferência. Já para fins de alistamento (qualificação + inscrição), a prova pode dar-se por qualquer outro meio idôneo. 
“Domicílio eleitoral. Prova robusta de residência. Esparsas contas de luz e posse de imóvel insuficiente. Simples inscrição 
no cartório eleitoral insuficiente. O domicílio eleitoral deve ser provado de forma robusta, não bastando contas de luz 
esparsas e simples aquisição de imóvel no local pretendido. TRANSFERÊNCIA E PRAZOS: conceito de Transferência: ato 
de natureza administrativa pelo qual, a requerimento do eleitor, o juiz eleitoral autoriza seja o eleitor inscrito em outra seção, 
zona ou circunscrição eleitoral, com a perda do domicílio eleitoral anterior. São quatro os requisitos cumulativos para a 
transferência: no mínimo 1 ano da inscrição no antigo domicílio. Não se aplica quando se tratar de transferência de título 
eleitoral de servidor público civil, militar, autárquico, ou de membro de sua família, por motivo de remoção ou transferência); 
residência mínima de 3 meses no novo domicílio (não se aplica quando se tratar de transferência de título eleitoral de 
servidor público civil, militar, autárquico, ou de membro de sua família, por motivo de remoção ou transferência); até 150 
dias da eleição (91 da Lei 9504/97) e estar quite com a Justiça Eleitoral. OBS: a transferência deverá ser requerida pelo 
eleitor ao juiz eleitoral do novo domicílio. 
 
 
6 
 
1.c. Perda ou suspensão dos direitos políticos. 
 
Perda ou suspensão dos direitos políticos: o direito de votar (capacidade eleitoral ativa) e o direito de ser votado 
(capacidade eleitoral passiva) estão incluídos nos direitos políticos atribuídos ao cidadão. A perda e a suspensão dos 
direitos políticos são hipóteses que atingem, respectivamente, a titularidade para negá-los e o exercício para restringi-los 
temporariamente. Têm como fundamento constitucional o art. 15 e, no CE, art. 71. NATUREZA JURÍDICA: Antônio Carlos 
Mendes acentua que a perda ou suspensão dos direitos políticos não constituem sanção penal, mas sanção constitucional 
de natureza não-penal. SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS: Trata-se de privação temporária dos direitos políticos. 
Atinge não a titularidade, mas o exercício dos direitos políticos de forma temporária. (a) Condenação criminal transitada em 
julgado, enquanto durarem seus efeitos (art. 15, III): a hipótese atinge a condenação criminal por crime, doloso ou culposo, 
ou contravenção penal. Quanto ao sursis, somente suspende a execução da pena privativa de liberdade, permanecendo 
os demais efeitos da condenação criminal. Assim, ocorre a suspensão dos direitos políticos durante o período de 
cumprimento das condições. Súm.-TSE 9/92: “A suspensão de direitos políticos decorrente de condenação criminal 
transitada em julgado cessa com o cumprimento ou a extinção da pena, independendo de reabilitação ou de prova de 
reparação dos danos”. Ac.-TSE nos 13.027/96, 302/98, 15.338/99 e 252/2003: para incidência deste dispositivo, é 
irrelevante a espécie de crime, a natureza da pena, bem como a suspensão condicional desta. (b) Recusa de cumprir 
obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5, VIII (art. 15, IV): O serviço militar é obrigatório nos 
termos da lei (art. 143, CF/88). Compete às Forças Armadas, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo 
de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de 
convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar (art. 143, §1°). A 
regulamentação da regra constitucional foi feita pela Lei 8.239/91, a qual dispõe sobre serviço militar obrigatório e prevê a 
possibilidade de serviço alternativo (art. 3°, §§1° e 2°). (c) improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4 (art. 15, 
V): Na Lei 8.429/92, o art. 12 prevê, entre outras sanções, a suspensão de direitos políticos. PERDA DOS DIREITOS 
POLÍTICOS: (a) o cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado, em virtude de atividade nociva ao 
interesse social (art. 12, §4°, I, CF/88). (b) As hipóteses de incapacidade civil absoluta, previstas no art. 3°, I e III, CC, 
podem envolver situações que só têm relevância para os efeitos dos direitos políticos se ocorrerem após os 16 anos. As 
demais situações dos incisos II e III do Código Civil podem envolver ou situação de suspensão (quando for provisória a 
causa de incapacidade civil) ou de perda (quando dor definitiva a causa da incapacidade). (c) Antônio Carlos Mendes chama 
a atenção para outra hipótese de perda que não está expressamente prevista no rol do art. 15, CF/88. Trata-se da perda 
da nacionalidade do brasileiro que adquirir outra nacionalidade (art. 12, §4°, CF/88), ressalvados os casos das alíneas “a” 
e “b” do inciso II. 
 
7 
 
2.a: Voto universal, direto e secreto. 
 
 
Sufrágio e voto: sufrágio é o direito público subjetivo de participar da formação da vontade política do Estado. 
Possui duas dimensões, ativa (direito de votar) e passiva (direito de ser votado, de ser eleito). O voto é o ato pelo qual 
o direito de sufrágio é concretamente exercido. O sufrágio pode ser universal ou restrito, igual ou desigual. Sufrágio 
universal é aquele em que o direito de votar é atribuído ao maior número possível de nacionais, excluídos apenas 
aqueles que, por motivos razoáveis (vg, idade), não podem participar do processo político eleitoral. Sufrágio restrito 
é aquele concedido somente a alguns nacionais, com base em critérios discriminatórios e irrazoáveis. O sufrágio 
restrito pode ser censitário (baseado na capacidade econômica do indivíduo), capacitário/cultural (fundado na aptidão 
intelectual do indivíduo) ou masculino (fundado no sexo, com exclusão das mulheres). Sufrágio igual é aquele fundado 
no princípio da isonomia, de modo que o voto de todos os cidadãos possui idêntico peso político (one man,one vote). 
Sufrágio desigual é aquele caracterizado pela superioridade de certos votantes. Exemplo é o voto familiar, em que o 
pai de família detém número de votos correspondente ao de filhos. No Brasil, foi adotado o sufrágio universal e igual, 
nos termos do art. 14 da CRFB. Há, porém, quem entenda que a inelegibilidade dos analfabetos configura resquício 
do sufrágio capacitário/cultural. 
 
Voto: o voto concretiza o direito de sufrágio. Natureza jurídica: direito ou dever? A doutrina da soberania popular 
entende que o voto é um direito. A doutrina da soberania nacional entende que o voto é um dever, uma função política em 
benefício da coletividade e do Estado. J. Jairo, assim como a maioria da doutrina brasileira, adota posição sincrética, 
entendendo que o voto é um direito público subjetivo dotado de função social e política, função esta que legitima sua 
obrigatoriedade. O voto no Brasil é pessoal (vedado o exercício mediante representante), obrigatório (não exercício deve 
ser justificado), livre (liberdade de escolha), secreto (conteúdo não pode ser revelado pela Justiça Eleitoral), direto (em 
regra, representantes são escolhidos sem intermediários), periódico (princípio republicano) e igual (igual valor numérico 
e político). O voto direto, secreto, periódico e universal é cláusula pétrea (art. 60, §4°, II, CRFB). Atenção: a obrigatoriedade 
não é protegida por cláusula pétrea. 
 
Voto universal: ver acima o que foi dito sobre o sufrágio universal. É cláusula pétrea. 
 
Voto múltiplo: é aquele em que o eleitor pode votar mais de uma vez em circunscrições diferentes. 
 
Voto Plural: é uma variação do voto múltiplo, que permite ao eleitor votar mais de uma vez na mesma 
circunscrição. 
Voto direto: é aquele mediante o qual o eleitor escolhe seus representantes de modo imediato, sem 
qualquer mediação por instância intermediária ou colégio eleitoral. É regido pelo princípio da imediatidade do 
voto. É cláusula pétrea (art. 60, §4°, II, CRFB), e visa a garantir o princípio democrático. Não retira o caráter direto do voto 
a adoção do sistema proporcional, pois, neste sistema, o voto do eleitor é que é decisivo para a atribuição do mandato, 
não qualquer decisão a ser tomada por intermediário ou órgão colegiado. O voto indireto constitui exceção e é previsto 
para o caso de vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente nos últimos dois anos do período presidencial (art. 
81, §1°, da CRFB). Neste caso, a eleição será feita pelo Congresso Nacional, em 30 dias da última vacância, devendo ser 
observadas as condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade. A votação deve ser aberta, para que o eleitor 
conheça o voto de seu representante (STF, ADI 4.298/TO). Esta hipótese de voto indireto não configura norma de 
reprodução obrigatória, mas pode ser aplicada no âmbito dos Estados, desde que exista previsão na Constituição 
Estadual, e dos Municípios, desde que exista previsão na Lei orgânica e não exista vedação na respectiva Constituição 
Estadual (STF, ADI 3.549/GO). 
 
Voto secreto: o conteúdo do voto não pode ser revelado pela Justiça Eleitoral. O segredo é direito do 
eleitor, sendo que só ele, querendo, pode revelar seu voto. O sigilo do voto é cláusula pétrea (art. 60, §4°, II, CRFB), e 
visa a garantir a liberdade do eleitor e a lisura do pleito. É nula a votação quando preterida formalidade essencial do 
sigilo do voto (art. 220, IV do CE.). Sobre sigilo e o voto eletrônico, ver arts. 59, §4° e 61,LE. Na ADI 4543/DF o STF, por 
entender vulnerado o sigilo do voto e a segurança do sistema, julgou procedente pedido formulado em ação direta para 
declarar a inconstitucionalidade do art. 5º da Lei 12.034/2009, que dispõe sobre o voto impresso. 
 
Voto e escrutínio: “enquanto o voto é o exercício do sufrágio, dos direitos políticos, o escrutínio designa a 
maneira como esse processo se perfaz, isto é, como o voto se concretiza” Gomes.p.51. O escrutínio no Brasil é secreto e 
informatizado, pois com isso se procura resguardar a autenticidade da manifestação do eleitor, garantindo o sigilo da 
votação. 
 
8 
 
2.b. Nacionalidade e Cidadania. Direitos políticos. Cargos privativos de brasileiro nato. 
 
A nacionalidade é o vínculo jurídico-político que une uma pessoa física a um Estado, do qual decorre 
uma série de direitos e obrigações. 
Aquisição de nacionalidade pode ser: 
Originária ou primária: esse tipo, em geral, não está relacionado a um ato de vontade, pois decorre de 
um fato natural, o nascimento. Dois critérios predominam para definição da nacionalidade primária: o jus solis e o jus 
sanguinis. O jus solis, ou critério territorial, determina a nacionalidade pelo lugar do nascimento, sem influência da 
nacionalidade dos ascendentes. É adotada em países que formaram seu povo com grande influência de imigrantes. 
Nos países onde predomina a emigração, o critério predominante é do jus sanguinis, que atribui a nacionalidade 
pelos ascendentes, é o critério mais antigo. 
Secundária ou adquirida: é adquirida por fato posterior ao nascimento, em geral por um ato de vontade, 
esse elemento é muito importante, uma vez que o Direito Internacional repugna a atribuição forçada de nacionalidade 
secundária, que é por excelência a naturalização, onde o indivíduo manifesta sua vontade em adquirir uma determinada 
nacionalidade e o Estado, por ato discricionário, pode concedê-la ou não (expectativa de direito). Existem outros critérios 
como casamento (não adotado no Brasil); do vínculo funcional (Ex. Vaticano pode conceder nacionalidade a seus 
servidores, também não adotado no Brasil1); desaparecimento de um Estado, seja por anexação, cessão ou 
unificação; nacionalização unilateral (atribuída por mero ato do Estado ou vontade da lei, como ocorreu na CF brasileira de 
1981). 
Apatridia é um conflito negativo de atribuição de nacionalidade, ocorrendo pela sua perda arbitrária, 
em geral por motivos políticos, ou não incidência de qualquer critério de atribuição de nacionalidade a uma pessoa. 
Essa situação fere o direito humano à nacionalidade. 
A Polipatria ou plurinacionalidade é um conflito positivo na atribuição da nacionalidade devido à coincidência 
de critérios para uma mesma pessoa. 
Muito embora a nacionalidade seja, primariamente, assunto de Direito interno (Convenção de Haia Concernente 
a Certas Questões Relativas aos Conflitos de Leis sobre Nacionalidade, de 1930), o direito internacional regula alguns 
dos seus aspectos, importa aqui mencionar essa regulamentação no âmbito das normas referentes à perda da 
nacionalidade. A Declaração Universal dos Direitos Humanos (art. XV, § 2°) afirma que “ninguém será arbitrariamente 
privado de sua nacionalidade”, ou seja, é possível a perda da nacionalidade, contanto que seja em decorrência de 
regras previamente estabelecidas e compatíveis com as normas internacionais de direitos humanos. O Direito 
Internacional repugna a retirada da nacionalidade por motivos políticos, raciais ou religiosos, ou a partir de considerações 
de caráter meramente discricionário (PORTELA, 2011:261). 
O Estatuto da Igualdade Brasil-Portugal(Dec. 3.927/2000) fundamentalmente determina que os brasileiros 
em Portugal e os portugueses no Brasil gozarão dos mesmos direitos e estarão sujeitos aos mesmos deveres dos 
nacionais desses Estados, exceto os direitos expressamente reservados pela Constituição de cada uma das partes aos 
seus nacionais (PORTELA,2011:317). Tais benefícios não são automáticos e exigem que os brasileiros e portugueses 
que o requisitarem sejam civilmente capazes, tenham residência habitual no país que pleiteiam (para direitos políticos a 
residência deve ser de pelo menos 3 anos), e serão atribuídos mediante decisão dos órgãos internos com competência 
para tanto2. Rezek entende, ao contrário da maior parte da doutrina, que brasileiro naturalizado e português beneficiário 
do Estatuto não se identificam,visto que o cidadão de Portugal pode ser extraditado (só para Portugal) e expulso, e conta 
apenas com a proteção diplomática do Estado de origem. 
Não há prerrogativas de nacionais entre as diferentes nacionalidades ligadas ao Mercosul. Algumas medidas 
de caráter social podem ser citadas, como o Acordo sobre Residência para Nacionais dos Estados Partes do 
Mercosul(Dec.6.964/09) que visa facilitar a circulação de pessoas dentro do bloco, amenizando regras para a concessão 
da residência aos nacionais dos Estados mercosulinos; regras trabalhistas mais uniformes como as constantes da 
Declaração Sócio-laboral do Mercosul(1998). 
A nacionalidade é um verdadeiro direito fundamental que une o indivíduo a um Estado. Segundo Gilmar 
Ferreira Mendes a “nacionalidade configura vínculo político e pessoal que se estabelece entre o Estado e o indivíduo, 
fazendo com que este integre uma dada comunidade política, o que faz com que o estado distinga o nacional do 
estrangeiro para diversos fins” (MENDES, 2007, p. 679). 
Cidadania, ao seu turno, é a condição jurídica por meio da qual se permite que o nacional exerça seus direitos 
políticos de votar e ser votado. A cidadania pressupõe a nacionalidade, ou seja, para que se possa ser cidadão de um 
determinado Estado é imprescindível que a pessoa também seja um dos nacionais deste Estado. 
Verifica-se, deste modo, que é justamente a possibilidade de exercer direitos políticos que diferencia o 
nacional cidadão do nacional destituído de cidadania. Existem duas modalidades de direitos políticos: os direitos políticos 
ativos e direitos políticos passivos. Enquanto os primeiros asseguram a pessoa o direito subjetivo de participação no 
processo político e nos órgãos governamentais, os direitos políticos passivos facultam que ela possa ser votada. 
 “Chama-se de cidadão o [nacional] detentor de direitos políticos. Trata-se do nacional admitido a participar da 
vida politica do País, seja escolhendo os governantes, seja sendo acolhido para ocupar cargos politico-eletivos. Conforme 
averba Silva (2006,p.347) “a cidadania se adquire com a obtenção da qualidade de eleitor que documentalmente se 
manifesta na posse de titulo de eleitor valido” Jose Jairo Gomes. Op. Cit. p.45. 
Cidadania X Nacionalidade3: “É comum a confusão entre os conceitos de cidadania e nacionalidade.(...) A 
 
1 O casamento e vínculo funcional, para o Estatuto do Estrangeiro, pode ensejar a diminuição do prazo mínimo de 
residência no Brasil para obter a naturalização. 
2 Para aprofundar ler artigos 12 e 22 da Dec. 3.927/00. 
3 O tema da nacionalidade será abordado diretamente nos tópicos 10-B de Direito Constitucional e 6-A de Direito 
9 
 
cidadania é um status ligado ao regime político; identifica os detentores de direitos políticos. Já a nacionalidade é um status 
do indivíduo perante o Estado. Indica que uma pessoa encontra-se ligada a determinado Estado. (...) A cidadania constitui 
atributo jurídico que nasce no momento que o cidadão se torna eleitor” Gomes. p.45/46. ATENCAO: o indivíduo adquire a 
cidadania por intermédio do alistamento eleitoral (que possui natureza jurídica de ato administrativo declaratório). 
Direitos Políticos: “É o ramo do Direito Público cujo objeto são os princípios e as normas que regulam a 
organização e o funcionamento do Estado e do Governo, disciplinando o exercício e o acesso ao poder estatal. Encontra-
se, pois, compreendido no Direito Constitucional(...)”. 
“Denominam-se direitos políticos ou cívicos [aqueles] inerentes à cidadania. Englobam o direito de participar 
direta ou indiretamente, da organização e do funcionamento do Estado.” “(...) os direitos políticos disciplinam as diversas 
manifestações da soberania popular, a qual se concretiza pelo sufrágio universal, pelo voto direito e secreto (com valor 
igual para todos os votantes), pelo plebiscito referendo e iniciativa popular” Gomes. p.3/ 4. Existem duas modalidades de 
direitos políticos: os direitos políticos ativos e direitos políticos passivos. 
Enquanto os primeiros asseguram a pessoa o direito subjetivo de participação no processo politico e nos órgãos 
governamentais, os direitos políticos passivos facultam que ela possa ser votada. “Extrai-se do Capítulo IV, do Título II, da 
Constituição Federal, que os direitos políticos disciplinam as diversas manifestações da soberania popular, a qual se 
concretiza pelo sufrágio universal, pelo voto direito e secreto (com valor igual para todos os votantes), pelo plebiscito, 
referendo e iniciativa popular.” Gomes. p.4. 
 
Cargos Privativos de Brasileiros Natos: Destaque-se que apenas a Constituição pode estabelecer distinção 
entre os brasileiros natos e naturalizados, sendo que ela o fez somente em quatro aspectos: ocupação privativa de certos 
cargos, exercício privativo de funções, propriedade de empresa jornalística e tratamento diferenciado para a extradição. 
Interessam-nos, no presente ponto, apenas os dois primeiros. O rol de cargos privativos de brasileiros natos está previsto 
no art. 12, § 3° da CR: 
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - de Presidente do Senado Federal; 
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; 
VI - de oficial das Forças Armadas; 
VII - de Ministro de Estado da Defesa. 
Lembre-se que essa exigência não é feita para o cargo de Ministro das Relações Exteriores. 
A Constituição também estabelece em seu art. 89, inciso VII, que os seis cidadãos que integram o Conselho da 
Republica devem ser brasileiros natos, maiores de 35 anos, sendo que dois deles serão nomeados pelo Presidente da 
Republica, dois serão eleitos pelo Senado Federal e outros dois eleitos pela Câmara dos Deputados. 
 
Casuística: O Estatuto da Igualdade Brasil-Portugal (Dec. 3.927/2000) fundamentalmente determina que os 
brasileiros em Portugal e os portugueses no Brasil gozam dos mesmos direitos e estarão sujeitos aos mesmos deveres dos 
nacionais desses Estados, exceto os direitos expressamente reservados pela Constituição de cada uma das partes aos 
seus nacionais. Isso abrange o direito de não se extraditado, salvo quando requerida a extradição pelo estado da 
nacionalidade. 
 
 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: NACIONALIDADE COMO VINCULO POLÍTICO. CIDADANIA COMO CONDIÇÃO 
JURÍDICA. QUASE-NACIONALIDADE. 
 
 
 
 
 
 
Internacional Público. 
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0 
2.c. Plebiscito e referendo. Iniciativa popular. 
 
A CRFB, no intuito de atenuar o formalismo da democracia representativa, inovou na adoção de instrumentos 
da democracia direta ou semidireta. Aproximou-se, assim, do ideal da democracia participativa. 
“No sistema brasileiro a democracia representativa é temperada com mecanismos próprios de democracia direta, 
entre os quais citem-se: o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular (CF, art 14, I, II, III e art. 61§ 2º)” Gomes. p. 40. 
 
 
Plebiscito e referendo: a realização de plebiscito e referendo depende de autorização do Congresso 
Nacional (art. 49, XV da CRFB), excetuados os casos expressamente previstos na Constituição (art. 18, §§3º e 4º da 
CRFB), para alteração territorial de Estados e Municípios, e no art. 2º do ADCT, sobre a forma e sistema de governo. A 
diferença entre plebiscito e referendo concentra-se no momento de sua realização. 
O plebiscito configura consulta prévia, já o referendo é uma consulta posterior sobre determinado ato 
ou decisão governamental, seja para atribuir-lhe eficácia que ainda não foi reconhecida (condição suspensiva), seja 
para retirar a eficácia que lhe foi provisoriamente conferida (condição resolutiva). 
O plebiscito e o referendo estão submetidos à reserva legal expressa (art. 14,caput da CRFB). A matéria está 
hoje regulada na Lei nº 9.709/98. O art. 3º do aludido diploma consagra que o plebiscito e o referendo serão convocados 
por meio de decreto legislativo proposto por no mínimo 1/3 dos votos dos membros que compõem uma das Casas do 
Congresso Nacional. Não se admite a convocação de plebiscito ou referendo mediante iniciativa popular. De acordo com 
a Lei 9.709/98, plebiscito e referendo devem ser convocados para questões de relevância nacional, bem como para 
formação e alteração territoriais de Estados e Municípios (art. 18, §§ 3º e 4º da CRFB). A primeira experiência ordinária 
com o referendo deu-se com a Lei nº 10.826/2003 (art. 35 do Estatuto do Desarmamento). 
O Brasil já realizou um referendo sobre o sistema de governo, em 6 de janeiro de 1963, durante a gestão de Joao 
Goulart. Em 21 de abril de 1993 foi realizado plebiscito sobre a forma e o sistema de governo no Brasil (monarquia 
parlamentar ou republica; parlamentarismo ou presidencialismo). Em 23 de outubro de 2005 foi realizado referendo sobre 
a proibição da comercialização de armas de fogo e munições, com vistas a aprovação ou não do disposto no art. 35 da Lei 
no 10.826, de 23 de dezembro de 2003, conhecida como Estatuto do desarmamento. Nesta consulta, maioria do eleitorado 
optou pela não proibição. ATENCAO: ha quem sustente, como Ivo Dantas, que o sistema presidencialista e a forma 
republicana de governo adquiriram o status de cláusulas pétreas apos o plebiscito de 1993. 
No caso de plebiscito para fins de desmembramento ou alteração de limites de estado ou município, deve haver 
consulta a toda a população do Estado-membro ou do Município, e não apenas da população da área a ser desmembrada 
(STF ADI 2.650). 
 
Iniciativa popular: A iniciativa popular está prevista no art. 61, §2º da CRFB e poderá ser exercida pela 
apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído 
em pelo menos cinco Estados, com não menos 3/10 por cento de cada um deles. A iniciativa popular também é regulada 
pela Lei nº 9.709/98. Esta lei estabeleceu que o projeto de iniciativa popular deve restringir-se a um único assunto e que 
não se pode rejeitar proposição decorrente de iniciativa popular por vício de forma (art. 13, §2º). A doutrina majoritária 
não admite iniciativa popular em sede de emendas constitucionais, por entender que o rol do art. 60 da CRFB é taxativo, 
mas existem vozes em sentido contrario entendendo que por um critério de razoabilidade e admissível iniciativa popular de 
PEC com base na ideia de que o titular do Poder Constituinte e o povo, concepção inexoravelmente ligada a noção de 
soberania popular. 
A LC 135/2010, apelidada de lei do ficha-limpa, que alterou a LC 64/90, é um célebre exemplo de iniciativa popular, 
com o intuito de combater a corrupção eleitoral. Antes disso, outro projeto de iniciativa popular resultou na aprovação da 
Lei nº 9.840/99, denominada Lei Contra a Compra de Votos, que prevê a cassação de mandatos por compra de votos e 
uso eleitoral da máquina administrativa. 
 
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3.a. Seções, zonas e circunscrições eleitorais. 
 
O CE dividiu o eleitorado brasileiro em circunscrição eleitoral, zona eleitoral e seções eleitorais. 
CIRCUNSCRIÇÃO ELEITORAL: O conceito de circunscrição eleitoral é encontrado no art. 86 do Código 
Eleitoral. É uma divisão territorial que tem em vista a realização do pleito. Nas eleições municipais, cada município constitui 
uma circunscrição. Nas eleições gerais (Governador, Senador e Deputado), a circunscrição é o Estado da Federação. Já 
nas eleições presidenciais, a circunscrição é o território nacional. 
Questões que envolvam eleições: Circunscrição municipal – juiz eleitoral; Circunscrição estadual – TRE; 
Circunscrição nacional – TSE 
OBS: A circunscrição tem importância na fixação do domicílio e inelegibilidade parental. 
ZONA ELEITORAL: A zona eleitoral é unidade de jurisdição eleitoral – equivale, mutatis mutandis, às varas da 
justiça comum. A cada zona corresponde um juiz eleitoral. São organizadas dentro de cada circunscrição, conforme 
organização, de modo que o território dos Estados é dividido em diversas zonas. 
OBS: a Zona eleitoral não se confunde com os limites do município. Há zonas eleitorais que abrangem mais de 
um município e há municípios com mais de uma zona eleitoral. 
Compete privativamente aos Tribunais Regionais Eleitorais dividir a respectiva circunscrição em zonas, 
submetendo, assim como a criação de novas zonas, à aprovação do TSE (CE, art. 30, IX). 
Compete ao TSE aprovar a divisão da circunscrição dos Estados em Zonas Eleitorais ou a criação de novas 
Zonas (CE, art. 23, VIII). 
Segundo o art. 88 do CE, não é permitido registro de candidato, embora para cargos diferentes, por mais de uma 
circunscrição ou para mais de um cargo na mesma circunscrição. 
SEÇÃO ELEITORAL é uma subdivisão da zona e constitui a menor unidade de organização eleitoral, 
permitindo facilitar os trabalhos eleitorais. Cada seção eleitoral corresponde a uma unidade de votação, sendo que os 
eleitores são organizados a votar considerando a zona e a seção na qual estão inscritos. Nela funcionará a mesa receptora, 
composta de seis mesários nomeados pelo juiz eleitoral. Cada seção eleitoral terá no mínimo duas cabinas de votação. 
Cabe ao juiz eleitoral da zona a tarefa de dividi-la em seções, sendo que as seções eleitorais da capital devem 
ter entre 50 e 400 eleitores, e as demais localidades, entre 50 a 300, podendo ter mais conforme juízo de conveniência e 
oportunidade da justiça eleitoral. Devem ser providenciadas seções específicas para cegos, as quais, não atingido o número 
mínimo exigido, poderão ser completadas com outros eleitores (CE, art. 117, §2º). 
A força armada encarregada da segurança das eleições deverá conservar-se a cem metros da seção eleitoral e 
não poderá aproximar-se do lugar de votação ou nele penetrar sem ordem do presidente da mesa (CE, art. 141). 
Questões de prova: [Atenção: observe como as questões se repetem. A segunda pergunta é da prova oral do 
26º concurso e a última é da prova oral do 27º concurso]. 
Conceitos de seção, zona e circunscrição. Quem define as zonas eleitorais. 
A zona coincide sempre com o município? 
A zona coincide sempre com o Município? E com comarca? 
Hipóteses para a revisão eleitoral. Diferenciar as duas: a originária, de fraude, e a complementar, hipóteses mais 
objetivas (o TSE tem entendido que são requisitos cumulativos). Quem determina a revisão? 
Palavras-chave: Organização do eleitorado – unidade de aglutinação de eleitor (Seção) – área de delimitação 
espacial da justiça eleitoral (Zona) – divisão territorial (Circunscrição) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3.b. Fraude no alistamento eleitoral e revisão do eleitorado. 
 
Conceito: Segundo Rodrigo Zílio, o alistamento eleitoral consiste em ato voluntário de manifestação de vontade 
do indivíduo nacional (nato ou naturalizado) que objetiva habilitá-lo ao exercício dos direitos políticos. 
A ocorrência de fraude no alistamento eleitoral pode desencadear a revisão do eleitorado, que consiste em 
procedimento administrativo, de competência da Justiça Eleitoral, que tem como finalidade reexaminar o cadastro dos 
eleitores de uma Zona ou Município, seja para determinar que o cidadão comprove que mantém o domicílio eleitoral na 
respectiva zona, seja para cancelar as inscrições irregulares. Assim, todos são convocados a comparecer perante a Justiça 
Eleitoral para confirmar seus domicílios e a regularidade de suas inscrições, sob pena de terem suas inscrições canceladas, 
sem prejuízo das sanções cabíveis, se constatada irregularidade. 
A revisão eleitoral encontra fundamento no artigo 71, § 4º, do Código Eleitoral, no artigo 92 da Lei nº 9.504/97 e 
nos artigos58 a 76 da Resolução TSE nº 21.538/2003. 
Há dois tipos de revisão: 
a) artigo 71, § 4º, do CE “Quando houver denúncia fundamentada de fraude no alistamento de uma zona ou 
município, o Tribunal Regional poderá determinar a realização de correição e, provada a fraude em proporção 
comprometedora, ordenará a revisão do eleitorado obedecidas as Instruções do Tribunal Superior e as recomendações 
que, subsidiariamente, baixar, com o cancelamento de ofício das inscrições correspondentes aos títulos que não forem 
apresentados à revisão”. 
A correição referida em tal dispositivo não é obrigatória, não sendo condição prévia à revisão. O TRE, ao 
examinar a denúncia, pode entender desnecessária a realização de correição, se, desde logo, considerar comprovada a 
fraude em proporção comprometedora. 
b) artigo 92 da Lei nº 9.504/97: O Tribunal Superior Eleitoral, ao conduzir o processamento dos títulos eleitorais, 
determinará de ofício a revisão ou correição das Zonas Eleitorais sempre que: I - o total de transferências de eleitores 
ocorridas no ano em curso seja dez por cento superior ao do ano anterior; II – o eleitorado for superior ao dobro da população 
entre dez e quinze anos, somada à de idade superior a setenta anos do território daquele Município; III - o eleitorado for 
superior a sessenta e cinco por cento da população projetada para aquele ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística - IBGE. 
Entende-se que os requisitos para a revisão previstos no artigo 92 da Lei nº 9.504/97 devem ser preenchidos 
cumulativamente. Nesse sentido se manifestou o TSE (Res. ns. 22.162, 22.125 e 22.126). 
Não será realizada revisão de eleitorado em ano eleitoral, salvo em situações excepcionais, quando autorizada 
pelo TSE (Res. TSE 21.538/2003). 
Vale ressaltar que, apesar de ser determinada pelo TRE ou TSE, a revisão eleitoral é sempre presidida pelo juiz 
eleitoral da zona em que esta será ultimada e sua realização conta com a fiscalização do Ministério Público e dos partidos 
políticos. 
O Tribunal Regional Eleitoral, por intermédio da Corregedoria-Regional Eleitoral, inspecionará os serviços de 
revisão. 
O Juiz Eleitoral deverá dar conhecimento da revisão aos partidos políticos, já que eles também têm a prerrogativa 
de acompanhar e fiscalizar os trabalhos. 
Prazo para início dos trabalhos de revisão: Depois de aprovada a revisão de eleitorado pelo Tribunal competente, 
o Juiz da Zona Eleitoral terá o prazo de 30 (trinta) dias para dar início aos serviços. 
Atividades da revisão: A revisão deve ser precedida de intensa divulgação, indicando datas e locais onde 
ocorrerá. A critério do Juiz, poderá haver postos de revisão fora dos cartórios eleitorais. O período de revisão de eleitorado 
não pode ser inferior a 30 (trinta) dias. Caso seja necessário prorrogá-lo, o magistrado deve requerer fundamentadamente 
ao Presidente do Tribunal, com pelo menos 5 (cinco) dias de antecedência do término do período inicialmente estabelecido. 
O eleitor deve comparecer nos locais divulgados munido de comprovante de domicílio eleitoral e de identidade, para assinar 
o caderno de revisão após os servidores da Justiça Eleitoral compararem os dados dos documentos apresentados com os 
constantes do caderno. Mesmo que os dados constantes do caderno de revisão não coincidam completamente com os 
documentos apresentados, o eleitor será considerado revisado e assinará o caderno de revisão se conseguir comprovar a 
sua identidade e o domicílio eleitoral. Apenas não assinará o caderno de votação o eleitor que não comparecer ou que, 
comparecendo, não conseguir comprovar a identidade ou o domicílio eleitoral. 
Término da revisão de eleitorado: Terminados os trabalhos revisionais, o Juiz Eleitoral deverá ouvir o Ministério 
Público e, após, no prazo de 10 (dias), proferir sentença determinando o cancelamento das inscrições irregulares e aquelas 
cujos eleitores não compareceram à revisão. Se houver indícios de infrações penais, o Ministério Público, que será ouvido 
antes da sentença, promoverá a apuração. Contra essa sentença cabe recurso do interessado para o TRE no prazo 
de 03 dias. Se a sentença em vez de cancelar inscrição aparentemente incorreta, ratificar a inscrição como legitima, 
tem se entendido que não há recurso dessa decisão (José Jairo Gomes) 
Com efeito, o TSE já decidiu que “[...] para a configuração do delito do art. 350 do Código Eleitoral é necessário 
que a declaração falsa, prestada para fins eleitorais, seja firmada pelo próprio eleitor interessado. 2. Assim, não há 
configuração do referido crime em face de declaração subscrita por terceiro de modo a corroborar a comprovação de 
domicílio por eleitor, porquanto suficiente tão-somente a própria declaração por este firmada, nos termos da Lei nº 6.996/82. 
[...]”(Ac. de 21.8.2008 no RHC nº 116, rel. Min. Arnaldo Versiani; no mesmo sentido o Ac. de 2.5.2006 no RESPE nº 25.417, 
rel. Min. José Delgado.) 
Palavras-chave: Fraude no alistamento eleitoral – Revisão do eleitorado 
 
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3 
3.c. Votação. Voto eletrônico. Mesas receptoras. Fiscalização. 
 
Voto: O voto é um dos mais importantes instrumentos democráticos, pois enseja o exercício da soberania popular 
e do sufrágio. Cuida-se de ato pelo qual os cidadãos escolhem os ocupantes dos cargos politico-eletivos. O voto é 
personalíssimo, obrigatório, livre, secreto, direto, periódico e igual. 
Votação: Votação, por sua vez, é a série de atos para o exercício do direito de voto. (Sufrágio é o direito de 
participar das decisões políticas, expressando sua vontade na escolha dos ocupantes de cargos público-eletivos ou em 
deliberações em referedum ou plebiscito. O voto é o meio jurídico de expressão da vontade, materializando o sufrágio). A 
votação compreende os seguintes atos: apresentação e identificação do eleitor perante o órgão da Justiça Eleitoral, no 
caso, a mesa receptora de votos; emissão de voto pelo eleitor; entrega do comprovante de votação ao eleitor. 
Voto de presos provisórios e adolescentes internados: O TSE expediu instruções para a instalação de seções 
eleitorais em estabelecimentos prisionais e em unidades de internação a fim de garantir o direito de voto de presos 
provisórios e adolescentes internados (Res. 22712 e 23219). 
Voto eletrônico: O voto eletrônico foi criado pela Justiça Eleitoral do Brasil com a finalidade de prevenir as fraudes, 
antes existentes na votação e na totalização dos votos, através de preenchimento manual. O Brasil adota prioritariamente 
o sistema eletrônico de votação, então, em todo território nacional, a votação é feita por meio do voto em urnas eletrônicas, 
salvo situação excepcional, ou seja, motivo de força maior que impeça a votação eletrônica e seja conveniente a utilização 
do voto através de cédulas (votação manual), cabendo ao TSE a avaliação das circunstâncias para fins de autorização da 
votação manual, nos termos do art. 59 da Lei 9.504/97 (a cuja leitura se remete) que regula o procedimento nestas 
hipóteses. A votação e a totalização dos votos serão feitas pelo sistema eletrônico de votação, como regra geral. ATENÇÃO: 
No sistema eletrônico de votação, computam-se para a legenda partidária: a) os votos em que não seja possível a 
identificação do candidato, desde que o número identificador do partido seja digitado de forma correta; b) quando o eleitor 
assinalar o número do partido no momento de votar para determinado cargo e somente para este será computado (arts 59, 
§ 2º e 60 da Lei 9.504/97). 
Local de votação: o local de votação será preferivelmente em prédios públicos, mas nada impede o uso de 
propriedade particulares se faltarem locais públicos. É vedado o uso de propriedade pertencente a candidato, membro 
de diretório de partido político, delegado ou coligação, bem como de seus cônjuges ou parentes, consanguíneos 
ou afins até o 2º grau, inclusive. 
Impressão do voto eletrônico: A Lei 12.034/09 introduziumudanças na votação, a saber: “Art. 5º: Fica criado, a 
partir das eleições de 2014, inclusive, o voto impresso conferido pelo eleitor, garantido o total sigilo do voto ( ...) ”.O STF 
deferiu medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade (ADI 4543), ajuizada pelo Procurador Geral da República, 
para suspender os efeitos do art. 5º da Lei 12.034/2009, que dispõe sobre a criação, a partir das eleições de 2014, do voto 
impresso. Em 06/11/2013 o Pleno do STF julgou como inconstitucional a impressão do voto eletrônico sob o 
argumento de que haveria maiores possibilidades de violação ao sigilo dos votos, além de potencializar falhas e impedir o 
transcurso regular dos trabalhos nas diversas seções eleitorais. 
Voto em trânsito nas eleições presidenciais: segundo o disposto no art. 233-A do CE, introduzido pela referida 
Lei, aos eleitores em trânsito no território nacional é igualmente assegurado o direito de voto nas eleições para Presidente 
e Vice-Presidente da República, em urnas especialmente instaladas nas capitais dos estados e na forma regulamentada 
pelo TSE (Na Resolução nº 23.215 do TSE estabelecida para as eleições de 2010, o eleitor deveria se habilitar em qualquer 
cartório eleitoral do país, entre 15 de julho e 15 de agosto de 2010, informando a capital do estado brasileiro em que estaria 
presente no dia da eleição, não sendo admitida a habilitação por procurador). Desta forma, o eleitor faria uma “transferência 
provisória” do seu título para as citadas seções especiais, mantendo, no entanto, o domicílio eleitoral. 
O que é zerésima? Antes de permitir que o primeiro eleitor vote, o presidente da mesa receptora deve 
providenciar a emissão da zerésima, isto é, um documento emitido pela urna eletrônica que é comprobatório de que não 
consta nenhum voto nela inserido até aquele momento. 
Mesas receptoras: As mesas receptoras são órgãos eventuais da Justiça Eleitoral, com a função administrativa 
de colher os votos e proceder a apuração eletrônica nas eleições. A votação se realiza perante a mesa receptora que vai 
receber os votos dos eleitores. A cada seção eleitoral corresponde uma mesa receptora de votos. Compete aos juízes 
eleitorais designar os lugares de votação onde funcionarão as mesas receptoras, 60 dias antes das eleições, devendo ser 
publicada a designação (art. 135 do CE). Essas mesas são constituídas de um presidente, dois mesários, dois secretários 
e um suplente, chamados indistintamente de ‘mesários’. O Presidente da Mesa tem atribuições para decidir imediatamente 
todas as dúvidas e dificuldades que ocorrerem (art. 127, II, do CE), tem o poder de polícia dos trabalhos da seção (arts. 
127, III, e 139 do CE) e a autoridade para expedir salvo-conduto em favor do eleitor que sofrer violência, moral ou física, na 
sua liberdade de votar, ou pelo fato de haver votado (art. 235 do CE), cuja desobediência acarreta prisão em flagrante do 
agente. Na lei 9.504/97, estão previstos algumas peculiaridades das mesas receptoras: “Art. 63. Qualquer partido pode 
reclamar ao Juiz Eleitoral, no prazo de cinco dias, da nomeação da Mesa Receptora, devendo a decisão ser proferida em 
48 horas. § 1º Da decisão do Juiz Eleitoral caberá recurso para o Tribunal Regional, interposto dentro de três dias, devendo 
ser resolvido em igual prazo. § 2º Não podem ser nomeados presidentes e mesários os menores de dezoito anos. Art. 64. 
É vedada a participação de parentes em qualquer grau ou de servidores da mesma repartição pública ou empresa privada 
na mesma Mesa, Turma ou Junta Eleitoral. 
OBS: se o nome do eleitor não consta da lista de votação de sua seção por exclusão indevida de seu nome do 
cadastro geral não é permitido o voto em separado. Ele ficará sem votar. [vários precedentes do TSE nesse sentido] 
Fiscalização: com o objetivo de garantir a lisura na votação, os partidos ou coligações têm o direito subjetivo 
eleitoral de fiscalizar os trabalhos das mesas receptoras, designando pessoas para atuarem como fiscal ou delegado. 
Enquanto o fiscal atua em uma seção ou mais de uma (Lei 9.504/97, art. 65, § 1º), o delegado representa o partido 
tendo acesso a todas as seções. Os fiscais e delegados atuam em todo o processo de votação e apuração participando 
do preenchimento dos boletins de urna e observando o processamento eletrônico da totalização dos resultados (art. 66 – 
Lei 9504/97), podendo formular protestos e denunciar formalmente qualquer ato irregular por parte dos membros da Mesa 
receptora (art. 132 CE). Algumas regras importantes sobre a fiscalização das eleições: Art. 65. A escolha de fiscais e 
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delegados, pelos partidos ou coligações, não poderá recair em menor de dezoito anos ou em quem, por nomeação do Juiz 
Eleitoral, já faça parte de Mesa Receptora. § 1º O fiscal poderá ser nomeado para fiscalizar mais de uma Seção Eleitoral, 
no mesmo local de votação. § 2º As credenciais de fiscais e delegados serão expedidas, exclusivamente, pelos partidos ou 
coligações. § 3º Para efeito do disposto no parágrafo anterior, o presidente do partido ou o representante da coligação 
deverá registrar na Justiça Eleitoral o nome das pessoas autorizadas a expedir as credenciais dos fiscais e delegados. § 4o 
Para o acompanhamento dos trabalhos de votação, só será permitido o credenciamento de, no máximo, 2 (dois) fiscais de 
cada partido ou coligação por seção eleitoral. Art. 66. Os partidos e coligações poderão fiscalizar todas as fases do processo 
de votação e apuração das eleições e o processamento eletrônico da totalização dos resultados. § 1o Todos os programas 
de computador de propriedade do Tribunal Superior Eleitoral, desenvolvidos por ele ou sob sua encomenda, utilizados nas 
urnas eletrônicas para os processos de votação, apuração e totalização, poderão ter suas fases de especificação e de 
desenvolvimento acompanhadas por técnicos indicados pelos partidos políticos, Ordem dos Advogados do Brasil e 
Ministério Público, até seis meses antes das eleições. (...) § 7o Os partidos concorrentes ao pleito poderão constituir sistema 
próprio de fiscalização, apuração e totalização dos resultados contratando, inclusive, empresas de auditoria de sistemas, 
que, credenciadas junto à Justiça Eleitoral, receberão, previamente, os programas de computador e os mesmos dados 
alimentadores do sistema oficial de apuração e totalização. 
OBS: O que é “teoria da própria conta e risco” e “teoria dos votos engavetados”? O candidato que não tem seu 
registro deferido pode prosseguir na campanha eleitoral, sendo apto para fazer propaganda eleitoral, participar de 
comícios, debates, mas por sua conta e risco (teoria da conta e risco), ou seja, se no dia da votação ele não tiver 
registro, seus votos serão considerados nulos. Assim, o candidato que tiver seu registro indeferido poderá recorrer da 
decisão e prosseguir por sua conta e risco, enquanto estiver sub judice, em sua campanha e ter seu nome mantido na urna 
eletrônica, ficando a validade de seus votos condicionada ao deferimento de seu registro por instância superior. Isso porque, 
“transitada em julgado a decisão que declarar a inelegibilidade do candidato, ser-lhe-á negado o registro, ou 
cancelado, se já tiver sido feito, ou declarado nulo o diploma, se já expedido” (art. 15 da LC 64/90). Em fase de 
recurso, este não será substituído; todavia, se a decisão recorrida se confirmar pela instância superior (leia-se TSE, 
e não STF, ou seja, não precisa de trânsito em julgado) e o candidato vencer as eleições, os votos atribuídos a ele 
serão nulos (teoria dos votos engavetados), regras válidas para as eleições majoritárias e proporcionais. 
A Lei n. 9.504/1997, em seu art. 16-A, cria a possibilidade de um candidato concorrer mesmo que seu registro 
esteja sub judice, ou seja, sem decisão final favorável do TSE. Ele poderá fazer a campanha normalmente enquanto estiver 
nessa condição, inclusive no rádio e na TV. Trata-se da adoção da teoriada conta e risco, aplicada pelo TSE em várias 
eleições, ou seja, efeito suspensivo do indeferimento de registro (art. 15 da LC 64/90). 
Assim, caso a decisão não tenha sido apreciada pelo TSE, em sede de Embargos de Declaração em 
REspe, até a eleição, seu nome também deverá figurar na urna eletrônica. Todavia, os votos recebidos por ele só 
serão válidos se o pedido de registro for aceito definitivamente pelo TSE, o que se denominou de “teoria dos votos 
engavetados” (após a eleição, o efeito do recurso não será mais suspensivo, e os votos são nulos, para todos os efeitos, 
enquanto o TSE não decidir o tema — art. 257 do CE). Uma vez indeferido o registro, o candidato não mais poderá 
assumir seu cargo, caso vença as eleições, devendo, nesse caso, assumir o 2º colocado (no caso de eleição 
majoritária), e não o Vice, uma vez que, indeferido o registro do candidato a titular, não pode ser deferido o do Vice, 
já que a chapa é “única e indivisível”. Caso a nulidade resultante da teoria dos votos engavetados, leia-se dos votos 
atribuídos aos candidatos (e não os chamados votos apolíticos, isto é, aquele em que o eleitor digita número inexistente na 
urna eletrônica e confirma), ultrapasse 50% + 1 dos votos, o TSE entendeu que devem ser realizadas novas eleições, nos 
termos do art. 224 do CE que se aplica para AIRC (cf. Consulta n. 1.657/2008), sendo eleições diretas, se estiverem nos 2 
primeiros anos do mandato, e eleições indiretas (no Legislativo), se estiverem nos 2 últimos anos do mandato. Se o TSE 
não acolher a decisão que impugnar o registro de candidatura, deferindo-o, os votos que estavam “engavetados” são 
tornados válidos, e, como tal, o candidato assume o cargo, caso tenha vencido a eleição, independentemente de 
outros recursos no próprio TSE ou no STF. 
No caso de eleição proporcional, assume o próximo que conseguir atingir o quociente eleitoral e partidário, ou 
seja, os votos não vão para a legenda, como determina o art. 175, § 4º, do CE, pois, do contrário, bastaria colocar “candidato 
inelegível” que este teria o seu registro impugnado, mas “daria votos à legenda dele”. Por isso, foi criada a teoria dos votos 
engavetados. Assim, o partido ou coligação, quando percebe uma decisão judicial que INDEFERE o registro de 
candidatura, pode manter seu candidato, pela teoria da conta e risco, e aguardar até a decisão do TSE, o que poderá 
ocorrer ou, não querendo assumir o risco do que possa ocorrer, poderá substituir o candidato, na forma e nas regras do art. 
13 da Lei Eleitoral. 
OBS: Explicação de porque não há efeito suspensivo para a teoria dos votos engavetados: Não há efeito 
suspensivo do recurso contra decisão que indeferir o registro de candidatura, pois, após as eleições, aplica-se a teoria dos 
votos engavetados, ou seja, os votos são considerados nulos para todos os efeitos até decisão final do TSE. Assim, somente 
se aplica a teoria dos votos engavetados se houver alguma decisão judicial que indefira o registro, pois, enquanto estiver 
deferido, ainda que sub judice, não se aplica tal teoria, e sim assume o vencedor até decisão final do TSE, inclusive podendo 
diplomar e tomar posse até tal decisão. 
Os processos que cuidam dos candidatos a cargo majoritário (por exemplo: Prefeito/Vice-Prefeito) deverão ser 
julgados conjuntamente, e o registro da chapa majoritária somente será deferido se ambos os candidatos forem 
considerados aptos, não podendo este ser deferido sob condição. Se o juiz (eleição municipal), TRE (eleição geral) ou TSE 
(eleição presidencial) indeferir o registro da chapa, deverá especificar qual dos candidatos, ou ambos, não preenchem as 
exigências legais e deverá apontar o óbice existente, podendo o partido político ou a coligação, por sua conta e risco, 
recorrer da decisão ou, desde logo, indicar substituto ao candidato que não for considerado apto, na forma do art. 13 da Lei 
n. 9.504/97. 
[Importante inclusão legislativa na lei no final de 2013: Coloco os artigos aqui apenas para leitura, pois eles não 
alteram o dito acima. Art. 16-A. O candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar todos os atos relativos à campanha 
eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica 
enquanto estiver sob essa condição, ficando a validade dos votos a ele atribuídos condicionada ao deferimento de seu 
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registro por instância superior. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009). Parágrafo único. O cômputo, para o respectivo partido 
ou coligação, dos votos atribuídos ao candidato cujo registro esteja sub judice no dia da eleição fica condicionado ao 
deferimento do registro do candidato. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009). Art. 16-B. O disposto no art. 16-A quanto ao 
direito de participar da campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito, aplica-se igualmente ao candidato 
cujo pedido de registro tenha sido protocolado no prazo legal e ainda não tenha sido apreciado pela Justiça Eleitoral. 
(Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)] 
Justificativa: no dia da eleição, o eleitor que estiver fora de seu domicílio poderá comparecer em qualquer seção 
eleitoral para justificar sua ausência no pleito. Se não o fizer, poderá realizar a justificativa em até 60 dias após o pleito, por 
requerimento dirigido ao juiz eleitoral. Se o eleitor estiver fora do país na data da eleição, terá 30 dias após o seu retorno 
para justificar sua ausência. 
Palavras-chave: votação – voto eletrônico – mesas receptoras – fiscalização 
 
1
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. 4.a. Jurisdição e competência. Peculiaridades da Justiça Eleitoral. Consultas, instruções, 
administração e contencioso. 
A Justiça Eleitoral foi criada pelo Decreto n.º: 21.076, de 21/02/1932 (Código Eleitoral de 1932) e constou na Constituição 
Federal de 1934, pela primeira vez. Compõe a justiça especializada da União e, diferentemente das demais, além de exercer 
atividade jurisdicional, no contencioso eleitoral, exerce atividade tipicamente administrativa a preparar as eleições, seja na 
fase pré-eleitoral até a diplomação dos eleitos. 
Sua competência é compreendida pelas funções: 
1) administrativa/executiva: prepara, organiza e administra todo o processo eleitoral. O Juiz age independentemente de 
provocação do interessado, possui poder de polícia administrativa necessário para condução das atividades no processo 
eleitoral. Há função administrativa na expedição de título eleitoral, na inscrição de eleitores, na transferência de domicílio 
eleitoral, etc. (o juiz não pode, de ofício, impor multa no caso de propaganda irregular - sempre perguntado no MPF). 
2) jurisdicional: decide as contendas que lhe são submetidas – princípio da demanda – ou as lides originadas das 
impugnações admitidas de procedimentos administrativos, caso em que a atividade administrativa convola-se em atividade 
jurisdicional (ex: transferência de domicílio eleitoral impugnado por delegado de partido). 
3) normativa: a atividade legislativa da Justiça Eleitoral resta consubstanciada no poder normativo inerente a todo e 
qualquer órgão judicial, ao proceder o disciplinamento interno de seus serviços, além disso, cabe ao colegiado do TSE 
expedir resoluções, conforme art. 1º, parágrafo único, do Código Eleitoral e art. 23, IX, CE. O artigo 61 da LPP tem norma 
em idêntico sentido. As resoluções se limitam a regulamentar a legislação eleitoral, não podendo inovar a ordem jurídica, 
como se leis fossem, não sendo admitido restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas na legislação 
eleitoral (GOMES, 2010, p. 63). Artigo 105, Lei 9.504: “Até o dia 5 de março do ano da eleição, o TSE, atendendo ao caráter 
regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas nesta Lei, poderá expedir todas as 
instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em audiência pública, os delegados ourepresentantes dos partidos políticos. § 1º O TSE publicará o código orçamentário para o recolhimento das multas eleitorais 
ao Fundo Partidário, mediante documento de arrecadação correspondente. § 2º Havendo substituição da UFIR por outro 
índice oficial, o TSE procederá à alteração dos valores estabelecidos nesta Lei pelo novo índice. § 3º Serão aplicáveis ao 
pleito eleitoral imediatamente seguinte apenas as resoluções publicadas até a data referida no caput.” 
As resoluções podem ser: a) Temporárias: se referem a apenas regulam uma eleição específica. Ex. resolução que 
define o calendário eleitoral, ou b) Permanentes: regulam o cotidiano da Justiça Eleitoral durando mais do que uma única 
eleição específica. Exemplos: Resolução 21.538/03, que disciplina o alistamento eleitoral. Resolução 22.610/07, que regula 
a perda do mandato eletivo por infidelidade partidária. 
Podem também ser classificadas quanto a autonomia como tendo: a) caráter secundário: se destinam-se a 
regulamentar, complementar e interpretar a legislação eleitoral. Não inovando na ordem jurídica; ou B) caráter primário: são 
as resoluções autônomas por Conterem normas gerais e abstratas que inovam na ordem jurídica. Têm força de lei ordinária, 
embora não possam contrariá-la. Essas resoluções buscam seu fundamento de validade não em uma lei, mas na própria 
Constituição. exemplo disso é a Resolução 22.610/07 (fidelidade partidária), que foi submetida a controle pelo STF, que 
declarou a sua constitucionalidade. 
4) consultiva: O Código Eleitoral atribui competência para responder consulta sobre matéria eleitoral, a serem 
formuladas por autoridade pública ou partido político, ao Tribunal Superior Eleitoral (art. 23, inciso XIII) e aos Tribunais 
Regionais Eleitorais (art. 30, inciso VIII). A legitimidade para formular consultas junto ao TSE é de autoridade pública, 
com jurisdição federal, ou partido político, através de seu órgão de direção nacional, ao passo que, perante o TRE 
a legitimidade é do órgão de direção estadual do partido político, além de autoridade pública. As consultas devem 
sempre ser feitas em tese sem conexão com situações concretas. As respostas dadas pela JE decorrentes das consultas 
formuladas não possuem caráter vinculante, mas podem servir de fundamente para decisões administrativas e 
judiciais da JE. Como somente é possível conhecer de consulta formulada em tese, o entendimento é que a JE 
somente responde consultas até o período anterior à realização das convenções partidárias. Ex, Consulta 
112.026/10, Os partidos tinham dúvida sobre a incidência imediata ou não dessa lei, visto que ela entrou em vigor a menos 
de um ano das eleições de 2010 e formularam uma consulta ao TSE que entendeu que a lei tinha aplicação imediata, pois 
(i) não alterava o processo eleitoral por essa lei não ser de direito processual, mas de direito material, portanto não observa 
o art. 16 da CF; (ii) essa lei não é casuística. A jurisprudência do STF já entendia que para observar o princípio da anualidade 
a lei deveria ser casuística (uma lei que altera aspectos pontuais e/ou que tem destinatários certos). O TSE entendeu que 
a Lei da Ficha Limpa não é casuística, pois contém um comando geral, abstrato, que alcança todos os pretendentes a cargo 
eletivo. Entretanto, o STF se pronunciou sobre isso no controle difuso e entendeu que além de ter que observar o art. 16 
da Constituição, a aplicação imediata violaria o princípio da proteção da confiança, que nada mais é do que uma dimensão 
subjetiva do princípio da segurança jurídica 
Peculiaridades: 
a) Ausência de quadro próprio de juízes. Justificativa, pelo baixo número de processos, não justifica estrutura própria. Para 
evitar prejuízo à dinâmica eleitoral, que exige rápido cumprimento, o art. 26-B da LI e art. 94 da LE, coloca como atuação 
prioritária dos juízes que exercem cumulativamente a judicatura de outro setor, exceto HC e MS, sob pena de 
responsabilidade. 
b)Temporariedade. Biênio. No máximo 2 consecutivos. A justiça eleitoral em si é perene, só o exercício é temporário. No 
exercício, os juízes gozam de pleno exercício. 
c) Ausência de quadro próprio de MP – também acumulam funções regulares com as eleitorais e devem dar prioridade aos 
feitos eleitorais, sob pena de crime de responsabilidade. EX. TSE – PGE (PGR) / TRE – PRE (PRR) /Juiz – promotor 
estadual (MPE) 
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D) Poder de polícia – juízes eleitorais podem determinar medidas necessárias a inibir a realização de propaganda eleitoral. 
E)Dinâmica bastante acelerada – prazos curtos, fluindo durante sábados, domingos feriados, etc. 
 
 
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4.b. Juntas, Juizes e Tribunais Regionais Eleitorais. Tribunal Superior Eleitoral. 
 
 Nos termos do art. 118 da Constituição Federal, são órgãos da Justiça Eleitoral: I – o Tribunal Superior Eleitoral; II – 
os Tribunais Regionais Eleitorais; III – Os Juízes Eleitorais; e IV – as Juntas Eleitorais. 
 
Do TSE – Compõe-se, no mínimo, por 07 (sete) membros, sendo: - 03 (três) juízes dentre os Ministros do STF (escolhidos 
mediante eleição, pelo voto secreto); - 02 (dois) juízes dentre os Ministros do STJ (também escolhidos mediante eleição, 
pelo voto secreto); - 02 (dois) juízes dentre 06 (seis) advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral (indicados 
pelo STF e nomeados pelo Presidente da República). 
 O presidente e o vice serão eleitos pelo próprio TSE dentre os Ministros do STF; o Corregedor será eleito dentre os 
Ministros do STJ; O TSE delibera por maioria de votos, em sessão pública, com a presença da maioria de seus membros 
(art. 19 do Código Eleitoral); Suas decisões são irrecorríveis, salvo as que contrariarem a CF (caberá RE no prazo de 03 
dias – súmula 728 do STF) e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança (caberá ordinário para o STF, 
nos termos do art. 102, inc. II da CF); 
 O rol de competências do TSE está previsto no Código Eleitoral, dentre as quais se destacam o processamento e o 
julgamento do Registro e da Cassação de Registro de partidos políticos, seus diretórios nacionais e de candidatos à 
Presidência e Vice-Presidência da República e do conflito de jurisdição entre Tribunais Regionais e juízes eleitorais de 
Estados diferentes. Também compete ao TSE responder, sobre matéria eleitoral, à consultas que lhe forem feitas em tese 
por autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político. 
 Compete a TSE julgar recurso contra decisão do TRE quando: I - forem proferidas contra disposição expressa desta 
Constituição ou de lei; II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais; III - versarem 
sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais; IV - anularem diplomas ou decretarem 
a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais; V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data 
ou mandado de injunção. 
 Não é demais lembrar que o TSE possui competência para regulamentar as leis eleitorais, o fazendo, em regra, por 
meio de Resoluções. Assim, foi atribuída ao TSE a competência privativa para expedição de instruções, visando a 
regulamentação e execução do Código Eleitoral (inc. IX do art. 23 do Código Eleitoral). 
 
Dos TRE’s: O art. 120 da CF prevê que haverá um TRE na capital de cada Estado e no DF. São compostos por 02 (dois) 
juízes dentre desembargadores do TJ (escolhidos mediante eleição e por voto secreto); 02 (dois) juízes dentre juízes de 
direito, escolhidos pelo TJ (eleição com voto secreto); 01 (um) juiz do TRF com sede na capital do Estado/DF, ou, não 
havendo, um juiz federal escolhido pelo TRF respectivo; 2 (dois) juízes dentre seis advogados com notável saber jurídico e 
idoneidade moral, indicados pelo TJ e nomeados pelo Presidente da República. Seu presidente e vice serão eleitos dentre 
os desembargadores. 
 As competências do TRE estão previstas no Código Eleitoral, dentre as

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