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Senso Moral e Consciência Moral Nossos sentimentos e ações - exprimem nosso senso moral (piedade, compaixão, revolta, medo, vergonha, orgulho, vaidade, covardia, ambição, etc.). Dúvidas diante de situações de conflito - põem em prova nossa consciência moral. Daí - senso moral e consciência moral referem-se a valores, sentimentos provocados pelos valores e decisões que conduzem à ações com consequências para nós e para os outros. Em geral, variam em torno de: valores do bem e do mal; desejo de afastar a dor e o sofrimento e alcançar a felicidade; Com a finalidade de: contentamento conosco mesmos; aprovação dos outros. Síntese - senso e consciência moral referem-se a valores, sentimentos, decisões e ações baseadas ao bem e ao mal e na busca pela felicidade. Elementos: dizem respeito às relações com os outros e; nascem e existem como parte de nossa vida subjetiva. Juízo de Fato e de Valor Sentença - Está chovendo (enunciado de um acontecimento): juízo de fato. Sentença - A chuva é bela (interpretação): juízo de valor. Juízo de fato - dizem o que as coisas são e porque são (metafísica, ciência). Juízo de valor - avaliações sobre coisas, pessoas, situações, etc. (moral, artes, política, religião). Juízos éticos de valor - são também normativos (enunciam normas que determinam o dever ser de nossos sentimentos, atos, comportamentos, etc.). Senso Moral e Consciência Moral - inseparáveis da vida cultural (define para seus membros os valores positivos e negativos). Origem da diferença dos dois tipos de juízos - diferença entre natureza e cultura. Natureza - estruturas e processos necessários que existem em si, independente de nós. Cultura - nasce da maneira como os seres humanos interpretam a si mesmos e suas relações com a natureza, acrescentando-les sentidos novos, intervindo nela, alterando-a, dando-les valores. Sociedade - tendência à naturalização para garantir sua continuidade. Naturalização da existência moral - esconde o mais importante da ética: o fato de ser ciração histórico-cultural. ÉTICA E VIOLÊNCIA Problemas de violência - foco de atenção da história das idéias éticas desde a antiguidade clássica. Vária culturas e sociedades - diferentes maneiras de definição de violência. Violência - exercício da força física e da coação psíquica para obrigar alguém a fazer algo contrário a si, aos seus interesses e desejos, ao seu corpo e a sua consciência, causando-lhes danos profundos e irreparáveis. Cultura - ao definir violência, ao mesmo tempo, elege os valores positivos como barreiras éticas contra a violência. Condição de humanidade - homens dotados de racionalidade, vontade livre, de capacidade para a comunicação e para avida em sociedade e de capacidade para interagir com anatureza. Daí- nossa cultura e sociedade nos definem como sujeitos do conhecimento e da ação. Violência - tudo que reduz um sujeito à condição de objeto. Do ponto de vista ético - somos pessoa, não podemos ser tratados como coisas. Valores éticos - expressão e garantia de nossa condição de sujeito. Ética - normativa (normas visando impor limites). Constituintes do Campo Ético Conduta ética - depende da existência do agente consciente (difere bem e mal, certo e errado). Consciência moral - reconhece tais diferenças: capaz de julgar o valor dos atos e das condutas; agir de acordo com os valores morais. responsável pela ação. Cosnciência e responsabilidade - condições indispensáveis da vida ética. Campo ético - valores e obrigações (conteúdo das condutas morais: as virtudes). Sujeito moral - principal constituinte da existência ética: ser consciente de si e dos otros; ser dotado de vontade; ser responsável; ser livre. Campo ético - dois pólos: o sujeito moral; 2. os valores morais ou virtudes éticas. A Filosofia Moral Toda cultura e cada sociedade - instituem moral. Culturas de sociedades muito hierarquizadas - valores diferenciados para cada casta ou estrato social. Simples existência da moral - não implica a presença explícita de uma ética. Ocidente - ética se inicia com Sócrates. Perguntas de Sócrates - constrangiam os interrogados. Por que? : constatação da confusão de valores morais e fatos; inverso: fatos tomados como valores morais. Síntese - ignorância das causas ou razões dos valores. Explicação - nossos sentimentos, nossas condutas, nossos comportamentos são modelados pelas condições de nossa vida(família, classe, e grupo social, escola, religião, trabalho, cricunstâncias políticas. Daí - valores com aparência de naturais e intemporais. Costumes - anteriores ao nosso nascimento (tecido da sociedade). Ética e moral - referência aos costumes tradicionais (valores, obrigações para a conduta de seus membros). Questões de Sócrates - o que era, de onde vinham, o que valiam? Questões socráticas - inauguram a ética ou filosofia moral ao encontrar o ponto de partida: a consciência do agente moral. Sujeito ético - aquele que sabe o que faz, conhece as causas e os fins de sua ação, a essência dos valores. Aristóteles - distinção entre saber teorético e saber prático. Saber teorético - conhecimento de seres e fatos que existem e agem independente de nós, sem nossa intervenção (natureza). Saber prático - conhecimento daquilo que existe como consequência de nossa ação, depende nós. Ética - saber prático (distingue-se de acordo com a prática (práxis) ou técnica. Ética - refere-se a práxis. Práxis - agente, ação e finalidade de agir inseparáveis. Ex. dizer a verdade (virtude do agente inseparável de sua fala verdadeira e de sua finalidade (proferir uma verdade). Práxis - somos aquilo que fazemos e o que fazemos é a finalidade boa ou virtuosa. Técnica - agente, ação e finalidade separados (independente uns dos outros). Ex. carpiteiro que faz uma mesa (ação técnica), ele próprio não é essa mesa, nem é a mesa produzida por esta ação. Técnica - finalidade (fabricação de algo). Aristóteles - distingue ética e técnica como pra´ticas que diferem pela relação com o agente, com a ação e a finalidade da ação. Campo das ações éticas para Aristóteles - definidas pela virtude, pelo bem e pela obrigação e também pertence a esfera da realidade (deliberação, decisão, ou escolha). Deliberamos, decidimos o que depende da nossa vontade e de nossa ação. Para Aristóteles - vontade é erguida pela razão (outro elemento fundamental da vida ética). Dotado de prudência ou sabedoria prática - aquele que em todas as situações são capazes de julgar e avaliar as várias escolhas possíveis). Três princípios morais da filosofia dos antigos: por natureza (aspiração ao bem e a felicidade alcançados pela conduta virtuosa); a virtude como força interior de caráter, vontade guiada pela razão (controle sobre os instintos e impulsos irracionais da natureza do ser humano. 3- conduta ética (agente sabe o que pode e não pode realizar, afirmação de nossa independência e capacidade de auto-determinação). Sujeito ético - obedece a sua consciência. Vida ética - combate apetite e desejos, paixões. Tarefa primeira da ética - educação de nosso caráter ou nossa natureza. Três aspectos principais da ética dos antigos: o racionalismo - agir de acordo com a razão; o naturalismo - agir de acordo com a natureza e com a nossa natureza; 3- a inseparabilidade entre ética e política - a conduta do indivíduo e os valores da sociedade (somente na existência compartilhada com outros encontramos liberdade, justiça e felicidade). Papel do Cristianismo - introdução da idéia do dever (poder externo de uma vontade externa: a vontade de Deus). Regras vindas de fora de nossa consciência. Rousseau (século XVIII) - consciência moral e senso de dever inatos. Dever- imposto por Deus porque a sociedade nos corrompeu. Noção de dever em Kant - uma forma que deve valer para toda e qualquer ação moral (imperativo categórico, lei moral interior). Kant-três máximas morais: age como se tua ação devesse ser erigida por tua vontade em lei universal da natureza; Age de tal maneira que trates a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de outrem, sempre como um fim e nunca como um meio; 3- age como se a máxima da tua ação devesse servir de lei universal para todos os seres racionais. 1- universalidade da conduta ética; 2-dignidade dos seres como pessoas; 3-vontade que age por dever institui um reino humano de seres morais (dotados de racionalidade e vontade legisladora livre e autônoma). Motivo moral da vontade - agir por dever Móvel moral da vontade - respeito pelo dever, produzido em nós pela razão. Hegel - crítica a Rousseau e Kant: atenção à relação sujeito-natureza esquecendo a relação cultura e história. admissão da relação entre a ética e a sociabilidade dos seres humanos. Para Hegel - somos seres históricos e culturais. vontade individual e vontade objetiva - inscrita nas instituições ou na cultura. Vontade objetiva - impessoal, coletiva, social, pública, cria as instituições e a moralidade como sistema regulador da vida coletiva por meio dos costumes e dos valores de uma sociedade, numa época determinada. \moralidade - totalidade formada pelas instituições(família, religião, artes, técnicas, ciências, relações de trabalho, organização política, etc.) obedecendo todas aos mesmos valores e aos mesmos costumes, educando os indivíduos para interiorizarem a vontade objetiva de sua sociedade e de sua cultura. Vida ética - acordo e harmonia entre a vontade subjetiva e a vontade objetiva. dever - imposição categórico (não mais uma fomra universal como em Kant). Cada época, em cada sociedade e para cada cultura - conteúdos determinados, vaçlidos apenas para aquela formação histórica e cultural Assim - cada sociedade, cada época define seus valores positivos e negativos. Indício de declínio de uma cultura - membros contestam os valores vigentes (oprimidos, esmagados) e agem de modo a transgredi-los. Momento em que vontades subjetivas e objetivas rompem-se, anunciando um novo período histórico.
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