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Resumo Teorias do Texto - Unidade II

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TEORIAS DO TEXTO 
Unidade II 
Fala x escrita 
A língua falada: 
Desenvolve-se de forma espontânea, é caracterizada pela hesitação, repetição, pausas na voz. 
Difere da leitura em voz alta. Um repórter, por exemplo, não fala naturalmente quando lê uma reportagem, uma vez que o que ele diz não é dele. 
Ensino de língua 
Base teórica para trabalhar com o texto em sala de aula procedimentos de: 
leitura; 
interpretação; 
produção de textos. 
L. Percival L. Britto: “O papel da escola deve ser o de garantir ao aluno o acesso à escrita e aos discursos que se organizam a partir dela.”
Ensino e oralidade 
Preconceito e desconhecimento: Desprezo quase por completo dos gêneros textuais característicos das práticas orais, pelo preconceito de que a fala é considerada caótica e sem gramática. 
Ensino atual: Desenvolver as habilidades de produzir e ouvir textos orais de diferentes gêneros e com diferentes funções, conforme os interlocutores, os seus objetivos, a natureza do assunto sobre o qual falam ou escrevem, o contexto, enfim: as condições de produção do texto oral ou escrito. (Magda Soares) 
Discurso oral: aparece na escrita e deve ser explorado enquanto processo ativo na linguagem. 
Níveis de formalidade textual: o texto (oral ou escrito) assume uma posição numa escala de formalidade, podendo ser mais ou menos formal de acordo com sua natureza. 
continuum na relação fala/escrita 
Texto: tem elementos como autoria e sentido. 
Processo de escrita: deve ser ensinado como se dá esse processo, bem como as implicações da relação entre a passagem da oralidade para a escrita e o exercício da produção textual escrita. 
Ensino de língua e oralidade 
Variação sociolinguística. 
Variação dialetal. 
Variação de registros e níveis de fala. 
Variação de gêneros textuais realizados na fala. 
Variação de estratégias organizacionais da interação verbal. 
Variação de estratégias comunicativas. 
Variação de estratégias e processos de compreensão na interação. 
Variação de situações sociocomunicativas. 
Variação de construções sintáticas. 
Variação de seleção lexical. 
A fala e a escrita 
Modalidades de uso da língua.
Utilizam o mesmo sistema linguístico. 
Têm suas próprias peculiaridades. 
Fala x escrita (diferença) 
“As diferenças entre fala e escrita se dão dentro do continuum tipológico das práticas sociais de produção textual e não na relação dicotômica de dois polos opostos. [...] Tanto a fala como a escrita se dão num continuum de variações, surgindo daí semelhanças e diferenças ao longo de dois contínuos sobrepostos.” 
(Marcuschi) 
Fala x escrita 
A partir de 1960: 
Dicotomia entre as modalidades fala e escrita, cujas características refletiam preconceito: 
Dicotomia = preconceito 
Fala
Contextualizada 
Implícita 
Redundante 
Não planejada 
Predominância do modus pragmático 
Fragmentada 
Incompleta 
Pouco elaborada 
Pouca densidade informacional 
Predominância de frases curtas, simples e coordenadas 
Pequena frequência de passivas 
Poucas nominalizações 
Menor densidade lexical 
Escrita
Descontextualizada 
Explícita 
Condensada 
Planejada 
Predominância do modus sintático 
Não fragmentada 
Completa 
Elaborada 
Densidade informacional 
Predominância de frases complexas e subordinadas 
Emprego frequente de passivas 
Abundância de nominalizações 
Maior densidade lexical 
Sem preconceito! 
Fala 
Interação face a face 
Planejamento simultâneo ou quase simultâneo à produção 
Criação coletiva: administrada passo a passo 
Impossibilidade de apagamento 
Sem condições de consulta a outros textos 
Reformulação pode ser promovida tanto pelo falante como pelo interlocutor 
Acesso imediato às reações do interlocutor 
O falante pode processar o texto, redirecionando-o a partir das reações do interlocutor 
O texto mostra todo seu processo de criação. 
Escrita 
Interação a distância (espaçotemporal) 
Planejamento anterior à produção 
Criação individual 
Possibilidade de revisão 
Livre consulta 
A reformulação é promovida apenas pelo escritor 
Sem possibilidade de acesso imediato 
O escritor pode processar o texto a partir das possíveis reações do leitor 
O texto tende a esconder o seu processo de criação, mostrando apenas o resultado. 
Fala: é acompanhada por prosódia, gestualidade, movimentos do corpo, olhos, mímicas etc. 
Escrita: não consegue reproduzir estes fenômenos da fala. 
Escrita: apresenta elementos significativos próprios para sua representação: parágrafos, tipos de letras, pontuação, grafia alfabética. 
Fala e escrita: possuem um mesmo sistema linguístico que permite a construção de textos coesos e coerentes em diversas variedades linguísticas. 
Fala e suas características 
Interacionabilidade intrínseca, o que a torna a priori não planejável - ela precisa ser apenas “localmente planejável”. 
Verbalização e planejamento concomitantes, pois esses processos emergem no momento da interação - ela é o seu próprio rascunho. 
Descontinuidades frequentes no fluxo discursivo. 
Sintaxe característica ligada, de certa forma, à sintaxe geral da língua. 
Fala é processo; portanto, é dinâmica. 
Oralidade na escrita 
Questão de referência: 
Na oralidade, muitas vezes, os referentes são recuperados no próprio contexto (basta apontar, por exemplo). 
Na escrita, por ser não presencial, há a necessidade de explicitar sempre os referentes, através das marcas linguísticas. 
Repetições: 
No texto falado, a repetição é muito frequente, aliás ela é um dos seus mecanismos de organização, desempenhando funções didáticas, sintáticas, argumentativas, enfáticas etc. 
Uso de organizadores textuais: 
São continuadores tópicos da fala, por exemplo: “e”, “aí”, “daí”, “então”, “daí então” etc. 
Justaposição de enunciados sem marca de conexão explícita: 
Comum, nos textos, enunciados justapostos, sem elementos explícitos de conexão, ligação ou transição. 
Discurso citado: 
O discurso citado é manifestado prioritariamente no estilo direto, que é o mais frequente na oralidade, em geral, sem a presença de um verbo que introduza a fala do outro (fulana disse, fulana resmungou, fulana gritou). 
Segmentação gráfica: 
Em textos de sujeitos iniciantes na modalidade escrita, é feita em função do que ele ouve. A criança, por vezes, tentando acertar a segmentação gráfica adequada, acaba dividindo no meio algumas palavras ou juntando outras numa só. 
Grafia correspondente à palavra ou sequência de palavras tal como pronunciadas oralmente, isto é, reproduzindo o que a criança ouve. 
Correções feitas da forma como se fazem no texto oral: 
O sujeito não apaga ou risca a forma que considera inadequada, mas justapõe a esta forma. 
Fala x escrita: perspectiva das dicotomias 
Visão considerada restrita, pois polariza essas duas modalidades da língua. 
Deu origem ao prescritivismo gramatical e à norma linguística. 
Condições empíricas de uso da língua, visão imanentista que originou as gramáticas pedagógicas. 
Classifica a fala como pouco complexa. 
Postula que a escrita é fundada num conjunto de regras que regem a língua.
 
Oralidade x letramento ou fala x escrita? 
Oralidade: 
Prática social apresentada sob várias formas ou gêneros textuais em sua diversidade de uso formal e contextual. 
Letramento: 
Uso social da escrita que vai de uma apropriação mínima da escrita até uma utilização científica dela. 
Fala: 
Forma de produção discursivo-textual oral que dispensa um aparato técnico, necessitando, apenas, dos recursos próprios ao ser humano. 
Escrita: 
Tecnologia de representação abstrata da fala e produção discursivo-textual com especificidades próprias. 
Oralidade e escrita no contexto das práticas sociais 
O papel das práticas sociais da escrita e da oralidade na civilização contemporânea. 
A relação entre vida cotidiana e os fenômenos da fala e escrita. 
O texto é uma prática social e não um artefato linguístico. 
Em relação ao uso da língua (fala e escrita), as práticas sociais têm lugar, papele grau de relevância de ambas as modalidades na sociedade – eixo de um continuum sócio-histórico-tipológico. 
A escrita permeia hoje praticamente todas as práticas sociais das comunidades em que se insere sob a forma de letramento. 
Escrita
Letramento: “processo de aprendizagem sócio-histórica da leitura e da escrita em contextos informais e para usos utilitários.”
Alfabetização: “domínio ativo e sistemático das habilidades de ler e escrever.” 
Escolarização: “prática formal e institucional de ensino que visa a uma formação do indivíduo, sendo que a alfabetização é apenas uma das atribuições/atividades.” 
(Marcuschi) 
Oralidade x escrita: tendência fenomenológica 
Cultura oral 
Pensamento concreto 
Raciocínio indutivo 
Atividade artesanal 
Cultivo da tradição 
Ritualismo 
Cultura escrita 
Pensamento abstrato 
Raciocínio dedutivo 
Atividade tecnológica 
Inovação constante 
Analitismo 
Etnocentrismo, supervalorização da escrita e tratamento globalizante
Fala x escrita perspectiva variacionista 
Língua padrão 
Variedade não padrão 
Língua culta 
Língua coloquial 
Norma padrão 
Norma não padrão 
Fala e escrita não são dialetos, mas modalidades de uso de língua.
Oralidade x escrita: perspectiva interacional 
Relação dialógica no uso. 
Estratégias de linguagem. 
Funções interacionistas. 
Envolvimento e situacionalidade. 
Formulaicidade. 
Concepção e funcionamento da língua 
A língua (seja oral ou escrita) reflete a organização da sociedade, uma vez que se relaciona com as “representações e as formações sociais”. 
Fala e escrita refletem formas de organização da mente através das próprias representações mentais.
A fala não apresenta propriedades intrínsecas negativas a escrita não tem propriedades intrínsecas 
Fala e escrita são modos de representação cognitiva e social que se revelam em práticas específicas são práticas sociais e não propriedades de sociedades distintas 
Texto 
Avaliado sob três aspectos: 
O pragmático, que diz respeito ao funcionamento quanto à atuação informacional e comunicativa (intencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade, intertextualidade, informatividade). 
O semântico-conceitual, de que depende sua coerência. 
O formal, que diz respeito à sua coesão.
Oralidade e escrita 
Quanto mais formal a oralidade, mais próxima das normas da escrita ela estará e, da mesma forma, quanto mais informal for a escrita, mais ela se aproximará da oralidade. 
Ambas estão sujeitas às normas sociais de uso de uma mesma língua. 
Nesse sentido, é imprescindível considerar o continuum da relação fala/escrita, contextualizando as práticas sociais e institucionais da linguagem. 
Continuum tipológico 
Distingue e correlaciona os textos de cada modalidade. 
Distingue as variações das estruturas, seleções lexicais etc. 
Tanto a fala como a escrita se dão num continuum de variações. 
Semelhanças e diferenças ao longo de dois contínuos sobrepostos. 
Adequação tipológica 
Natureza da informação ou do conteúdo. 
Níveis de linguagem: (in)formal, dialetal, culta etc. 
Tipo de situação: privado, público, corriqueira, solene etc. 
Relação entre os participantes: (des)conhecidos, especialistas etc. 
Objetivo(s). 
Retextualização 
O processo de passagem do oral para o escrito denomina-se “retextualização”. 
“não é a passagem do caos para a ordem: é a passagem de uma ordem para outra ordem.” 
(Marcuschi). 
Envolve procedimentos de: 
substituição; 
reordenação; 
ampliação/redução; 
mudanças de estilo (desde que não atinjam as informações como tais). 
Ponto de partida: texto base para a produção final escrita. 
Texto transcodificado: simples transcrição, incluindo o aspecto da compreensão, o qual vai repercutir no texto final. 
Transcrição: sem pontuação, sem inserções e sem eliminações, mas com indicações como: sorriso, movimento do corpo etc. 
Adaptações: implicam perdas, como por exemplo, entonação, qualidade da voz.
Texto final: após as operações de retextualização, tem-se a versão final escrita. 
Exemplo 
“eh... eu vou falar sobre a minha família... sobre os meus pais... o que eu acho deles... como eles me tratam... bem... eu tenho uma família... pequena... ela é composta pelo meu pai... pela minha mãe... pelo meu irmão... eu tenho um irmão pequeno de ... dez anos... eh... o meu irmão não influencia em nada... minha mãe é uma pessoa superlegal... sabe?” 
1ª. operação: eliminação de marcas estritamente interacionais, hesitações e partes de palavras. 
2ª. operação: introdução da pontuação. 
3ª. operação: retirada de repetições, reduplicações e redundâncias. 
Retextualização: 
Vou falar de minha família e de como eles me tratam. Minha família é pequena – meu pai, minha mãe e um irmão pequeno de 10 anos que não influencia em nada. Minha mãe é legal.

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