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Resumo de Imunologia - Canha XLIX

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1 
Gabriel Esteves “Acanhado” – turma XLIX 
 
 
Capitulo 1: Propriedades Gerais das Respostas Imunológicas ..........................................1 
Capitulo 2: Células e Tecidos do Sistema Imunológico ....................................................4 
Capitulo 3: Anticorpos e Antígenos ..................................................................................9 
Capitulo 4: O Complexo Principal de Histocompatibilidade ..........................................12 
Capítulo 6: Receptores de Antígenos e Moléculas Acessórias dos Linfócitos T ............13 
Capítulo 7: Maturação dos Linfócitos e Expressão dos Genes do Receptor de Antígenos
 .........................................................................................................................................14 
Capítulo 10: Tolerância Imunológica ..............................................................................17 
Capítulo 11: Citocinas .....................................................................................................18 
Capitulo 12: Imunidade Inata ..........................................................................................21 
Capitulo 13: Mecanismos Efetores da Imunidade Mediada por Células ........................24 
Capitulo 14: Mecanismos Efetores da Imunidade Humoral ............................................26 
Parte 1: Imunidade Humoral Adquirida ..................................................................... 27 
Parte 2: O Sistema Complemento ............................................................................... 28 
Capítulo 18: Doenças Causadas por Respostas Imunes: Hipersensibilidade e Auto-
Imunidade ........................................................................................................................30 
 
Material do 1º Semestre: Capítulos 1, 2, 3, 4, 6, 7, 12 
Material do 2º Semestre: Capítulos 10, 11, 12, 13, 14, 18 
 
Capitulo 1: Propriedades Gerais das Respostas Imunológicas 
 
1. A função fisiológica do sistema imunológico é a defesa contra microorganismos 
infecciosos. 
a. Substâncias estranhas não-infecciosas também podem desencadear uma 
resp. imunológica. 
b. Os mecanismos de proteção podem causar dano tecidual e doença em 
algumas situações. 
c. Definição geral: imunidade é a reação a substâncias estranhas. 
2. Imunidade natural (inata ou ativa): mecanismos de defesa celulares e 
bioquímicos que já existiam antes do estabelecimento de uma infecção e que 
estão programados para responder rapidamente a infecções. 
a. Reage apenas a microorganismos (não apresenta respostas contra 
substâncias não infecciosas). 
b. Responde essencialmente da mesma maneira a sucessivas infecções. 
c. Componentes: 
i. Barreiras físicas e químicas, tais como o epitélio e as substâncias 
antibacterianas nas superfícies epiteliais. 
ii. Células fagocitárias (macrófagos e neutrófilos) e células NK 
iii. Proteínas do sangue (frações do sist. complemento e mediadores 
de inflamação). 
iv. Citocinas (regulam e coordenam atividades das células da 
imunidade natural). 
d. Os mecanismos da im. natural não conseguem distinguir diferenças 
discretas entre subst. estranhas. É a linha de defesa inicial contra os 
microorganismos 
 2 
3. Imunidade Adquirida ou Adaptativa: respostas imunológicas cuja magnitude 
e capacidade defensiva aumentam com exposições posteriores. 
a. Reage a um grande numero de substâncias, microbianas ou não. 
b. Capacidade de distinguir entre os diferentes microorganismos e 
moléculas, incluindo até mesmo aqueles que apresentam uma grande 
semelhança. 
c. Possui habilidade de “memória”. 
d. Componentes: linfócitos e seus produtos 
4. Antígenos: subst. estranhas que induzem resposta imunológica específica ou são 
alvo de tais respostas. São reconhecidos por anticorpos e receptores de célula T. 
a. Epítopo: Região do antígeno efetivamente reconhecida pelo anticorpo ou 
receptor de linfócitos. 
b. Hapteno: Molécula que quando isolada é um antígeno sem propriedade 
imunogênica, sendo necessária sua associação a outra molécula para que 
se torne imunogênica 
5. A resposta natural aos microorganismos estimula as respostas imunológicas 
adquiridas e influencia a natureza das respostas adquiridas. Por outro lado, as 
respostas adquiridas utilizam muitos dos mecanismos efetores da imunidade 
natural para eliminar os microorganismos, e geralmente aumentam a atividade 
antimicrobiana dos mecanismos de defesa da im. natural. 
6. Tipos de resposta imunológica adquirida 
a. Imunidade humoral: mediada pelas moléculas presentes no sangue e 
nas secreções mucosas, chamadas de anticorpos, que são produzidas 
pelos linfócitos B. 
i. Os anticorpos reconhecem antígenos, neutralizam a 
infecciosidade dos microorganismos e os preparam para serem 
eliminados por diversos mecanisos efetores 
ii. Principal mecanismo de defesa contra microorganismos 
extracelulares e suas toxinas. 
b. Imunidade celular: mediada pelos linfócitos T 
i. Promove a destruição dos microorganismos localizados em 
células fagocitárias ou a destruição das células infectadas para 
eliminar os reservatórios de infecção. 
7. A imunidade contra um microorganismo pode ser induzida pela resposta do 
hospedeiro (ativa), ou pela tranferência de anticorpos ou linfócitos específicos 
(passiva) 
8. Características da resp. im. adquirida: 
a. Especificidade: garante que antígenos distintos desencadeiem respostas 
especificas 
i. A parte do antígeno reconhecida especificamente pelos linfócitos 
é chamada determinante ou epitopo. 
ii. Os linfócitos expressam, em sua superfície, receptores capazes de 
distinguir diferenças discretas na estrutura de antígenos diversos. 
b. Diversidade: permite que o sistema imunológico responda a uma grande 
variedade de antígenos. 
i. O número total de especificidades antigênicas dos linfócitos é 
denominado repertório linfocitário. 
c. Memória: acentuação das respostas a exposições posteriores ao mesmo 
antígeno. 
 3 
i. A exposição a um antígeno aumenta a habilidade de resposta do 
sist. Imune àquele antígeno. 
ii. Respostas imunológicas secundárias (posteriores à primeira 
exposição) ocorrem mais rapidamente, são de maior intensidade e 
podem ser qualitativamente diferentes da resp. im. primária. 
iii. Cada exposição a um antígeno expande o clone de linfócitos 
específicos. 
iv. A estimulação de linfócitos inativos pelo antígeno gera células de 
memória de longa duração, com melhor atuação nas próximas 
exposições que células não previamente estimuladas. 
d. Especialização: gera respostas que são apropriadas para a defesa contra 
tipos diferentes de microorganismos. 
e. Autolimitação: as respostas imunológicas normais diminuem com o 
passar do tempo, retornando ao estado basal (homeostasia) 
i. A eliminação do antígeno termina a estimulação do linfócitos. 
ii. Os antígenos e as resp. imunológicas estimulam mecanismos 
reguladores. 
iii. Auto-limitação permite que o sistema imunológico volte a ficar 
preparado para responder a outros antígenos. 
f. Tolerância a antígenos próprios: previne o dano ao hospedeiro durante a 
resposta a antígenos estranhos. 
i. A auto-tolerância é mantida: pela capacidade de eliminar 
linfócitos que expressam receptores específicos para antígenos 
próprios e de permitir que linfócitos encontrem antígenos 
próprios em circunstancias que são capazes de estimulá-los ou 
que levem à desativação de linfócitos auto-reativos. 
ii. Anormalidades na indução ou manutenção da auto-tolerância 
resulta em desordens chamadas doenças auto-imunes. 
9. Os linfócitos são células que reconhecem e respondem especificamente a 
antígenos estranhos; são mediadores da imunidade humoral e celular. 
a. Linfócitos B: células capazes de produzir anticorpos. Eles reconhecem 
antígenos extracelulares e se diferenciamem células secretoras de 
anticorpos (plasmócitos), funcionando como mediadores da imunidade 
humoral 
b. Linfócitos T: reconhecem os antígenos de microorganismos 
intracelulares, destruindo-os ou destruindo as células infectadas. 
i. Não produzem anticorpos. 
ii. Apresentam especificidade restrita a antígenos: reconhecem 
apenas peptídeos antigênicos que estejam ligados a proteínas do 
hospedeiro, codificadas por genes do complexo principal de 
histocompatibilidade (MHC) e que se expressam na superfície de 
outras células. Portanto, não reconhecem antígenos solúveis. 
iii. Linfócitos T auxiliares: em resposta à estimulação antigênica, 
secretam proteínas chamadas citocinas, cuja função é estimular a 
proliferação e ativação dos linfócitos T e outras células 
(macrófagos e outros leucócitos) 
iv. Linfócitos T citotóxicos ou citolíticos: destroem células que 
produzem antígenos estranhos, como as células infectadas por 
vírus e outros microorganismos intracelulares. 
 4 
v. Linfócitos T reguladores: parecem ter a função de inibir as 
respostas imunológicas. Não são totalmente compreendidos. 
c. Células Natural Killers (NK): imunidade natural contra os vírus e 
outros organismos extracelulares. 
10. Células apresentadoras de antígenos (APCs): células que capturam antígenos 
e os apresentam a linfócitos específicos. 
a. Células dendríticas: APCs com maior grau de especialização. Capturam 
antígenos provenientes do meio externo, transportam-nos para os órgãos 
linfóides e os apresentam aos linfócitos T inativos para o início da 
resposta imune. 
11. Células efetoras: linfócitos T ativos, células fagocitárias e outros leucócitos 
desempenham esse papel na eliminação do antígeno. 
12. Fases da resposta imunológica adquirida 
a. Reconhecimento de antígenos: todo individuo possui números linfócitos 
derivados de clones, e cada clone se formou a partir de um único 
precursor e é capaz se responder a um determinado antígeno distinto. 
Quando o antígeno entra no organismo, ele sensibiliza um clone pré-
existente especifico e o ativa (hipótese da seleção clonal). 
i. Existem clones específicos para um antígeno antes mesmo da 
exposição ao antígeno. Os receptores específicos são expressos 
em um estágio e local de maturação onde os linfócitos ainda não 
encontraram nenhum antígeno. 
ii. Um clone individual de linfócitos pode reconhecer e responder a 
apenas um antígeno. 
iii. A administração de um antígeno estimula a proliferação de 
populações específicas de linfócitos. 
b. Ativação dos linfócitos: requer dois sinais distintos. O primeiro é o 
antígeno. O segundo é formado por produtos microbianos ou por 
componentes das respostas imunológicas naturais ao microorganismo 
(hipótese dos dois sinais) 
i. Antígeno: assegura que a resposta imunológica resultante seja 
específica 
ii. Segundo sinal: assegura que a resposta imunológica seja 
produzida quando ela é necessária. 
iii. A resposta à ativação consiste na síntese de novas proteínas, 
proliferação celular e em sua diferenciação em células efetoras e 
células de memória. 
c. Fase efetora: é a eliminação dos antígenos. Os anticorpos e os linfócitos 
T eliminam os microorganismos intracelulares e extracelulares, 
respectivamente. Essa atividade necessita da participação de outras 
células e de mecanismos de defesa da imunidade natural. 
d. Homeostasia: é o declínio da resposta imunológica, com apoptose de 
grande parte da prole de linfócitos estimulados pelo antígeno devido à 
diminuição de estímulos. 
 
 
Capitulo 2: Células e Tecidos do Sistema Imunológico 
 
1. Células do sist. imunológico adquirido: as células que estão envolvidas na 
resposta imunológica adquirida são linfócitos específicos para o antígeno, 
 5 
células apresentadoras de antígenos (APCs) e células efetoras que eliminam 
os antígenos. 
2. Os linfócitos são as únicas células do corpo capazes de reconhecer e 
distinguir de modo específico diversos determinantes antigênicos e são, 
consequentemente, responsáveis por duas características definidoras da 
resposta imunológica adquirida: especificidade e memória. 
3. Os linfócitos consistem em populações distintas que diferem quanto às suas 
funções e seus produtos protéicos, mas que são indistintos 
morfologicamente. (ver item 9 do resumo do capítulo 1) 
a. As proteínas da membrana podem ser usadas como marcadores 
fenotípicos para distinguir populações de linfócitos fucionalmente 
distintas. 
4. Desenvolvimento dos linfócitos: 
a. Como todas as células sanguineas, os linfócitos se originam de 
células-tronco da medula óssea. 
b. Os linfócitos B completam seu desenvolvimento na medula óssea, 
enquanto que os linfócitos T o completam no Timo (ver resumo do 
capítulo 7). 
c. O tamanho da população de linfócitos inativos se mantém constante 
mediante o equilíbrio entre a geração de novas células pelos 
progenitores na medula óssea e a morte das células que não entram 
em contato com nenhum antígeno 
5. Ativação dos linfócitos: na resposta imunológica adquirida, os linfócitos 
inativos são ativados por antígenos e outros estímulos para se diferenciarem 
em células efetoras e células de memória. 
a. Síntese de novas proteínas: logo após a estimulação, os linfócitos 
começam a transcrever genes que estavam dormentes e a sintetizar 
uma grande variedade de novas proteínas, como citocinas (nas 
células T), receptores de citocinas, etc. 
b. Proliferação celular: em resposta ao antígeno e aos fatores de 
crescimento produzidos pelos linfócitos estimulados por antígenos e 
por outras células, ocorre a divisão por mitose do linfócito especifico 
para o antígeno, resultando na expansão clonal. 
c. Diferenciação em células efetoras: uma parte da prole dos linfócitos 
estimulados se transforma em células efetoras, cuja função é eliminar 
o antígeno. 
i. Linfócitos T pode se diferenciarem em células T auxiliares e 
células T citotóxicas. Células T auxiliares expressam 
proteínas em sua superfície que interagem com ligantes de 
outras células (macrófagos, células B), além se secretarem 
citocinas que ativam outras células. Células T citotóxicas 
(CTLs) desenvolvem grânulos contendo proteínas que 
destroem células infectadas por vírus e células tumorais. 
ii. Linfócitos B se diferenciam em células produtoras de 
anticorpos (plasmócitos), com núcleo característico, 
citoplasma abundante e reticulo endoplasmático rugoso bem 
desenvolvido. 
d. Diferenciação em células de memória: uma parte da prole dos 
linfócitos B e T estimulados por antígenos se diferencia em células 
de memória, que agem como intermediarias das respostas rápidas e 
 6 
acentuadas (secundaria ou de memória) a exposições subseqüentes ao 
mesmo antígeno. 
i. As células de memória podem sobreviver em um estágio 
funcionalmente dormente ou de ciclo lento por muitos anos 
após eliminação do antígeno. 
6. Células Apresentadoras de Antígenos (APCs): são células especializadas 
em capturar microorganismos e outros antígenos, apresentá-los aos linfócitos 
e fornecer sinais que estimulam a proliferação e diferenciação dos linfócitos. 
a. Células dendríticas; desempenham papel importante na captura do 
antígenos e na indução de respostas dos linfócitos T às proteínas 
antigênicas. 
i. São encontradas sob o epitélio da maioria dos órgãos, onde 
sua função é a captura de antígenos estranhos e seu transporte 
para os órgãos linfóides periféricos 
b. Células Fagocitárias Mononucleares: consiste em células que 
apresentam uma linhagem comum e cuja função primária é a 
fagocitose. As células do sist. fagocitário mononuclear se originam 
na medula óssea, circulam pelo sangue e são ativadas nos diferentes 
tecidos. 
i. Monócito: forma circulante, sendo o primeiro tipo celular a 
entrar no sangue periférico depois de deixar a medula óssea. 
Uma vez estabelecidosnos tecidos, essas células amadurecem 
e se diferenciam em macrófagos. 
ii. Micróglia: macrófago localizado no sist. nervoso central. 
iii. Células de Kupffer: macrófagos situados na superfície do 
endotélio dos sinusóides hepáticos. 
iv. Macrófagos alveolares (células de poeira): macrófagos 
localizados nas vias aérias. 
v. Osteoclastos: células fagocitárias multinucleadas, resultantes 
da fusão de vários macrófagos, responsáveis pelo 
remodelamento ósseo. 
vi. As células fagocitárias mononucleares desempenham papel 
de APCs nas respostas imunológicas adquiridas mediadas 
pelas células T. Também exercem papel como células 
efetoras. 
c. Células dendríticas foliculares: são células com projeções 
membranosas presentes nos centro germinativos dos folículos 
linfóides nos linfonodos, no baço e no tecido linfóide associado à 
mucosa. Aprisionam antígenos associados a anticorpos ou produtos 
do complemento e os apresentam em sua superfície para serem 
reconhecidos pelos linfócitos B. 
7. Anatomia e função dos tecidos Linfóides: os tecidos linfóides são 
classificados em órgão geradores, também chamados de órgãos linfóides 
primários, onde os linfócitos expressam inicialmente os receptores de 
antígenos e atingem a maturidade fenotípica e funcional, e em órgão 
periféricos, também chamados de órgão linfóides secundários, onde as 
respostas dos linfócitos aos antígenos estranhos são iniciadas e 
desenvolvidas. 
a. Órgãos linfóides primários: timo e medula óssea. No período 
embrionário são o fígado e o baço. 
 7 
b. Órgãos linfóides secundários: linfonodos, o baço, o sist. 
imunológico cutâneo e o sistema imunológico associado a mucosas. 
8. Medula óssea: na medula óssea são geradas todas as células sanguíneas 
circulantes do adulto, incluindo os linfócitos imaturos, sendo o local em que 
as células B se desenvolvem. Os linfócitos T imaturos migram para o Timo e 
lá completam o seu desenvolvimento. 
a. Durante o período embrionário, a hematopoese ocorre inicialmente 
em ilhotas sanguíneas do saco vitelínico e do mesênquima para-
aórtico, e posteriormente no fígado e no baço. Essa função é 
assumida de forma gradual pela medula óssea, de forma que, ao se 
atingir a puberdade, a hematopoese ocorre principalmente no esterno, 
nas vértebras, nos ilíacos e nas costelas (ossos chatos). 
b. A medula óssea nesse ossos consiste em uma estrutura reticular 
esponjosa localizada entre longas trabéculas. Os espaços dessa 
estrutura são preenchidos por células adiposas, fibroblastos do 
estroma e precursores das células sanguíneas. 
c. Quando a medula óssea é lesada ou ocorre um aumento na demanda 
para a produção de novas células sanguíneas, o fígado e o baço são 
recrutados como locais de hematopoese extramedular. 
9. Timo: é o local de desenvolvimento das células T. 
a. É um órgão formado por dois lobos, situado no mediastino anterior. 
Cada lobo é subdividido em múltiplos lóbulos por septos fibrosos e 
cada lóbulo consiste em um córtex externo e uma medula interna. O 
córtex contém uma densa coleção de linfócitos T, enquanto que a 
medula possui uma população mais esparsa de linfócitos. 
b. Células epiteliais não-linfóides, macrófagos e células dendríticas 
(linfóides e mielóides) estão espalhadas pelo timo. 
c. O timo deriva de invaginações do ectoderma no pescoço e tórax do 
embrião que formam estruturas chamadas de arcos branquiais. 
d. Timócitos: são os linfócitos do timo, em vários estágios de 
desenvolvimento. O desenvolvimento começa no córtex, e 
posteriormente os timócitos migram para a medula. Só as células T 
desenvolvidas deixam o Timo e migram para o sangue e os tecidos 
linfóides periféricos. 
e. A funcionalidade do timo regride progressivamente. 
10. Linfonodos: são os órgão nos quais as respostas imunológicas adquiridas 
são iniciadas. São pequenos agregados de tecidos ricos em linfócitos 
localizados em toda a extensão dos canais linfáticos ao longo do corpo. 
a. Um linfonodo consiste em um córtex externo e uma medula interna. 
Cada linfonodo está cercado por uma cápsula fibrosa através da qual 
penetram inúmeros vasos linfáticos aferentes. A linfa é filtrada pelo 
córtex e entra nos seios medulares, e sai do linfonodo através do vaso 
linfático eferente no hilo. 
b. Sob o seio subcapsular, a camada mais externa do córtex contém 
agregados celulares chamados folículos. Alguns folículo possuem 
uma área central chamada de centro germinativo (folículos sem 
centro germinativo são chamados de folículos primários). 
c. Diferentes classes de linfócitos são seqüestrados em regiões distintas 
dos nódulos. 
 8 
i. Os folículos são as zonas de células B dos linfonodos. O 
folículos primários contém principalmente linfócitos B 
desenvolvidos, porém inativos. Os centros germinativos são 
locais de proliferação acentuada de células B, seleção de 
células B produtoras de anticorpos e geração de células B de 
memória. 
ii. Os linfócitos T estão localizados principalmente no córtex, 
entre os folículos. 
iii. A segregação anatômica das diferentes classes de linfócitos 
em áreas distintas dos linfonodos depende das citocinas, e 
assegura que cada população de linfócito esteja em contato 
intimo com as células APCs apropriadas (células T com 
células dendríticas – que possuem um mesmo receptor de 
citocinas que as cel. T; células B com células dendriticas 
foliculares). 
d. Os antígenos são transportados para os linfonodos principalmente 
pelos vasos linfáticos. As células dendríticas dos tecidos epiteliais 
capturam os antígenos e entram nos vasos linfáticos, migrando para 
os linfonodos. 
11. Baço: é o principal local de respostas imunológicas a antígenos provenientes 
do sangue. É suprido por uma única artéria esplênica que se ramifica. 
a. Polpa Branca: Tem arquitetura semelhante a um Linfonodo, com 
regiões distintas de Linfócitos B e T. É responsável por promover 
respostas imunes adquiridas aos antígenos transportados pelo sangue, 
sendo que as disposições de células B, T e APCs promovem as 
interações necessárias para o desenvolvimento eficiente de uma 
resposta imune. 
b. Polpa Vermelha: Constituída por ramos arteriolares da artéria 
esplênica dispersos entre grandes números de macrófagos, eritrócitos, 
células dendríticas, linfócitos e células plasmáticas. Os macrófagos 
retiram microorganismos e hemácias lesadas do sangue. Funciona 
como filtro do sangue, retirando da circulação aqueles 
microorganismos que não foram capturados por macrófagos e não 
foram levados aos linfonodos. 
c. É o principal local de fagocitose de microorganismos recobertos de 
anticorpos (opsonizados). As APCs capturam os antígenos 
transportados pelo sangue. 
12. Sistema imunológico cutâneo: a pele contém um sistema imunológico 
especializado, constituído de linfócitos e APCs. 
a. Células de Langerhans: são células dendríticas imaturas do sistema 
imunológico cutâneo, localizadas na porção suprabasal da epiderme. 
Formam uma rede que permite a captura de antígenos que entram 
pela pele. Estimulados pelas citocinas inflamatórias, as células de 
Langerhans perdem sua adesão das células epidérmicas, e então 
migram para a derme e para os linfonodos, estimuladas 
provavelmente por quimiocinas. 
b. Linfócitos intra-epidérmicos são linfócitos que podem expressar um 
conjunto mais restrito de receptores de antígenos, que fazem parte da 
resposta imune inata. 
c. Derme: contém linfócitos T perivasculares e macrófagos. 
 9 
13. Sistema imunológico associado a mucosas: as superfícies mucosas dos 
tratos gastrointestinal e respiratório são colonizadas por linfócitos e APCs, 
que iniciam as respostas imunológicas contra os antígenos ingeridos e 
inalados. 
a. Placas de Peyer (íleo) 
b. Amídalas e Adenóides (trato respiratório e digestório superior) 
c. Apêndice 
 
 
Capitulo 3: Anticorpos e Antígenos1. Anticorpos (imunoglobulinas), as moléculas do complexo de 
histocompatibilidade (MHC) e os receptores de antígenos das células T são as 
três classes de moléculas usadas no reconhecimento de antígenos na imunidade 
adquirida. 
2. Os anticorpos ligam especificamente antígenos tanto na fase de reconhecimento 
quanto na fase efetora da imunidade humoral. 
a. São produzidos como uma estrutura ligada à membrana pelos linfócitos 
B, agindo como receptores de antígenos. A interação dos anticorpos da 
membrana de cél. B inativas com antígenos inicia a resposta dessas 
células, constituindo a fase de reconhecimento. 
b. Também são secretados pelas células B estimuladas por antígenos, na 
fase efetora, e se ligam aos antígenos e desencadeiam vários mecanismos 
efetores que os eliminam. 
3. A eliminação do antígeno geralmente requer a interação do anticorpo com 
componentes do sist. im. natural (sistema Complemento, cél. fagocitárias e 
eosinófilos) 
a. Funções efetoras mediadas pelos anticorpos: 
i. Neutralização de microorganismos e toxinas microbianas 
ii. Ativação do sistema Complemento 
iii. Opsonização do antígeno para aumentar a fagocitose 
iv. Citotoxidade celular dependente de anticorpo (ADCC), pela 
qual os anticorpos marcam os microorganismos para serem 
destruídos pelas células do sist. im. natural. 
v. Hipersensibilidade imediata, com ativação dos mastócitos. 
4. Os anticorpos estão distribuídos pelos fluidos biológicos do corpo e são 
encontrados nas superfícies de um número limitado de tipos celulares 
a. A únicas células que sintetizam anticorpos são os linfócitos B 
b. Os anticorpos sintetizados pelas cel. B podem se ligar a outras cel. 
Imunológicas efetoras 
c. Quando o plasma ou o sangue forma um coágulo, os anticorpos 
permanecem no liquido residual (soro) 
5. Características gerais da estrutura molecular dos anticorpos. 
a. São glicoproteinas também chamadas de imunoglobulinas (Ig). 
b. As moléculas de anticorpos possuem as mesmas características 
estruturais básicas, mas apresentam uma grande variação nas regiões que 
se ligam aos antígenos. 
c. As funções efetoras e as propriedades físico-químicas comuns dos 
anticorpos estão associadas às regiões que não se ligam a antígenos e que 
demonstram pouca variação. 
 10 
d. Uma molécula de anticorpo possui uma estrutura básica simétrica 
composta por duas cadeias leves idênticas e duas cadeias pesadas 
idênticas. 
i. Uma cadeia leve está ligada a uma cadeia pesada por uma ponte 
de dissulfeto. 
ii. As duas cadeias pesadas estão ligadas entre si por pontes de 
dissulfeto. 
iii. Tanto as cadeias leves quanto as pesadas possuem uma série de 
unidades homólogas repetidas que se dobram em uma forma 
globular chamada de domínio da Ig. 
e. Tanto as cadeias pesadas quanto as leves possuem a região 
aminoterminal variável (V), que participa no reconhecimento dos 
antígenos, e a região carboxiterminal constante (C), que possui função 
efetora. 
i. Na cadeia pesada, a região V possui um domínio Ig e a região C é 
composta de três ou quatro domínio Ig. 
ii. Na cadeia leve, a região V possui um domínio Ig e a região C 
possui um domínio Ig. 
iii. A região V de uma cadeia pesada (VH) é justaposta com a região 
V de uma cadeia leve (VL) para formar o local de ligação de 
antígeno. Cada anticorpo possui dois locais de ligação de 
antígeno. 
iv. A região C da cadeia pesada participa das funções efetoras e 
ancora os anticorpos à membrana plasmática dos linfócitos B 
6. Características estruturais das regiões constantes 
a. As moléculas de anticorpos podem ser divididas em classes (isótipos) e 
subclasses (subtipos) distintas com base nas diferenças na estrutura das 
regiões CH. 
b. Os diferentes isótipos (IgA, IgD, IgE, IgG e IgM) e subtipos (IgA1 e 
IgA2; IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4) de anticorpos desempenham diferentes 
funções efetoras. 
c. Moléculas de anticorpos são flexíveis, permitindo que se ligam a grande 
variedade de antígenos. Essa flexibilidade é conferida, em parte, pela 
região de dobradiça localizada entre CH1 e CH2 em determinados 
isótipos. 
d. Existem duas classes diferentes de isótipos de cadeias leves, chamadas κ 
e λ. Não se conhece diferença funcional entre elas. 
e. Os anticorpos podem se apresentar em duas formas, secretados ou 
associados à membrana 
7. Associações entre cadeias leves e pesadas 
a. As cadeias leves e pesadas estão unidas por meio de ligações covalentes 
de tal maneira que os domínios VH e VL estão justapostos para formar o 
sítio de ligação de antigenos; e os domínios CH formam os sítios que 
interagem com os receptores da superfície celular ou com moléculas 
efetoras. 
b. Se uma molécula de IgG for tratada com a enzima papaína, a enzima 
age na região da dobradiça, produzindo três fragmentos distintos. 
i. Dois dos fragmentos são idênticos (Cadeia leve + VH e CH1 da 
cadeia pesada) e apresentam capacidade de se ligar a antígenos, 
sendo chamados de Fab (fragmento de ligação de antígeno) 
 11 
ii. O terceiro pedaço é composto por dois peptídeos idênticos unidos 
por pontes de dissulfetos que contém CH2 e CH3 da cadeia 
pesada. É chamado de Fc (fragmento cristalizável) 
c. Se uma molécula de IgG for tratada com a enzima pepsina, a proteólise 
é restrita à porção carboxiterminal da região da dobradiça, gerando um 
fragmento que liga antígeno que contém a região da dobradiça e as 
pontes de dissulfeto. 
i. Fab que contém a região da dobradiça é chamado de Fab’ 
ii. Quando as pontes de dissulfeto entre as duas cadeias são 
preservadas, as duas porções Fab’ permanecem ligadas, em uma 
forma chamada F(ab’)2. 
8. As cadeias leves e pesadas das Ig são sintetizadas em ribossomos associados à 
membrana localizados no retículo endoplasmático rugoso. 
9. Variações nas classes de imunoglobulinas: 
a. Variações isotípicas: Determinantes antigênicos que permitem 
diferenciar classes de imunoglobulinas (IgA, IgD...) 
b. Variações alotípicas: Determinantes antigênicos definidos por formas 
alélicas dos genes. 
i. Monitoramento de transplante de medula óssea: produção de um 
alótipo diferente do receptor, usado para monitorar o sucesso do 
transplante. 
ii. Medicina forense: diferenças alotípicas podem ser detectadas no 
soro e sêmem. 
iii. Teste de paternidade: identificação paterna baseada em alótipos 
de imunoglobulinas 
c. Variações idiotípicas: Determinantes antigênicos únicos presentes na 
molécula do indivíduo. 
i. Regulação da resposta imune: evidências sugerem produção de 
anticorpos anti-idíotípicos para regular a resposta. 
ii. Vacinas: anticorpos anti-idiotípicos podem estimular células B a 
produzirem anticorpos. 
10. Classes de Imunoglobulinas: 
a. IgA 
i. Subtipos IgA1 e IgA2 
ii. Cadeias H α1 e α2 
iii. Forma secretada monomérica, dimérica ou trimérica 
iv. Responsável por imunidade das mucosas 
b. IgD 
i. Não tem subtipos 
ii. Cadeia H δ 
iii. Baixos níveis no soro 
iv. Receptora de antígenos das células B inativas (BCR) 
c. IgE 
i. Não tem subtipos 
ii. Cadeia H ε 
iii. Forma secretada monomérica 
iv. Responsável pela hipersensibilidade imediata, envolvida em 
reações alérgicas e em infecções por helmintos. 
d. IgG 
i. Subtipos IgG1-4 
 12 
ii. Cadeias H γ (1, 2, 3 e 4) 
iii. Forma secretada monomérica 
iv. Responsável pela opsonização, ativação do sist. complemento, 
citotoxidade celular dependente de anticorpo, imunidade 
neonatal, inibição por feedback das células B 
e. IgM 
i. Não tem subtipos 
ii. Cadeia H μ 
iii. Forma secretada pentamérica 
iv. Receptor de antígenos das células B inativas (BCR), responsável 
por ativação do sist. complemento. É a primeira imunoglobulina a 
ser secretada. 
11. Distribuição seletiva de isótipos de imunoglobulinas: 
a. IgG, IgA monomérica e IgM: sangue e fluidos extracelularesi. IgG: atravessa a barreira placentária 
ii. IgG é a mais encontrada nos espaços extra-vasculares 
b. IgA dimérica: secreções 
c. IgE: ligada a mastócitos (áreas submucosas, subcutâneas e 
subendoteliais) 
 
 
Capitulo 4: O Complexo Principal de Histocompatibilidade 
 
1. Receptores de antígenos de linfócitos T só podem reconhecer antígenos que são 
apresentados por outras células. A função de apresentar antígenos associados a 
células para serem reconhecidos por células T é desempenhada por proteínas 
codificadas por genes em um locus chamado de complexo principal de 
histocompatibilidade (MHC) 
a. O MHC foi descoberto como o locus genético cujos produtos eram 
responsáveis pela rejeição imediata de transplantes (entre linhagens de 
camundongos endogâmicos) 
b. Os genes MHC controlam a resposta imunológica aos antígenos 
protéicos 
c. As moléculas do MHC humano são chamadas de antígeno leucocitário 
humano (HLA) 
d. Genes MHC classe I e classe II codificam grupos de proteínas diferentes, 
porém homologas. 
i. Moléculas MHC classe I apresentam peptídeos e são 
reconhecidos pelas células T CD8+. 
ii. Moléculas MHC classe II apresentam peptídeos e são 
reconhecidas pelas células T CD4+. 
e. Os genes MHC são genes altamente polimórficos (muitos alelos na 
população). 
f. Os genes MHC são expressos de forma co-dominante. 
2. Propriedades das moléculas do MHC 
a. Cada molécula do MHC consiste em uma fenda extracelular que liga os 
peptídeos, seguida de um par de domínios semelhantes a 
imunoglobulinas (Igs), e está ancorada na membrana celular por meio de 
domínios transmembrana e citoplasmáticos. 
 13 
b. Os aminoácidos polimórficos das moléculas do MHC estão localizados 
na fenda de ligação de peptídeos e próximos a elas. 
c. Os domínios não-polimorficos semelhantes a Igs das moléculas doMHC 
contém sítios de ligação para as moléculas CD4 e CD8 das células T 
3. Estrutura das moléculas do MHC 
a. A molécula do MHC classe I é um heterodímero que consiste em uma 
cadeia α, uma β2-microglobulina e um peptídeo antigênico ligado a ela; e 
a expressão estável das moléculas da classe I na superfície celular requer 
a presença dos três componentes. 
i. Todo individuo normal (heterozigoto) expressa seis diferentes 
classes de moléculas em cada célula, que contêm cadeias α 
derivadas de dois alelos dos genes HLA-A, HLA-B e HLA-C. 
b. A molécula do MHC classe II é um heterodímero que consiste em uma 
cadeia α, uma cadeia β e um peptídeo antigênico ligado a ela; e a 
expressão estável das moléculas da classe II na superfície celular requer 
a presença dos três componentes. 
i. Todo individuo normal (heterozigoto) expressa seis diferentes 
classes de moléculas em cada célula, que contêm cadeias α 
derivadas de dois alelos dos genes HLA-DP, HLA-DQ e HLA-
DR. Pode haver pareamento heterozigoto. 
4. As moléculas do MHC apresentam uma especificidade muito ampla no que diz 
respeito à ligação de antígenos (a especificidade fina no reconhecimento dos 
antígenos reside nos receptores de antígenos dos linfócitos T) 
a. As moléculas de MHC não discriminam entre peptídeos estranhos 
(derivados de antígenos microbianos) e peptídeos próprios (derivados de 
antígenos próprios) 
5. As moléculas do MHC classe I são expressas em quase todas as células 
nucleadas, enquanto que as moléculas do MHC classe II são expressas apenas 
em APCs (células dendriticas, linfócitos B, macrófagos, etc) 
6. A expressão das moléculas do MHC é aumentada pelas citocinas produzidas 
durante as respostas imunológicas natural e adquirida. 
 
 
Capítulo 6: Receptores de Antígenos e Moléculas Acessórias dos Linfócitos T 
 
1. Os Linfócitos T respondem aos antígenos peptídicos que são expostos pelas 
células apresentadoras de antígenos (APCs) 
a. Linfócitos T possuem dupla especificidade: reconhecem as moléculas 
do MHC próprio, e também resíduos de antígenos peptídicos expostos 
pelo MHC. 
b. O receptor que reconhece o complexo peptídeo-MHC é chamado de 
receptor de células T (TCR). 
c. O TCR é um receptor distribuído clonalmente (Cada clone de linfócitos 
possui receptores com apenas uma especificidade) 
d. Participam do Complexo TCR outras moléculas, CD3 e ζ, responsáveis 
pela transdução do sinal 
2. Estrutura: o receptor para antígeno dos linfócitos T é um heterodímero que 
consiste em duas cadeias polipeptídicas transmembrânicas, α e β, ligadas um à 
outra por pontes de bissulfeto. 
 14 
a. Cada cadeia α e β consiste em um domínio aminoterminal variável (V) e 
um domínio carboxiterminal constante (C) (ambos semelhantes à Ig), 
uma região transmembrânica hidrofóbica e uma região citoplasmática 
curta 
b. A porção extracelular do TCRαβ é semelhante ao fragmento Fab de 
imunoglobulinas. 
c. A região V das cadeias α e β contém curtas sequencias de AA onde se 
encontra a variabilidade entre os diferentes TCRs, formando as regiões 
de hipervariabilidade ou regiões determinantes de complementaridade 
(CDRs). O reconhecimento do complexo peptídeo-MHC é mediado 
pelos CDRs formados por ambas as cadeias α e β do TCR. 
3. As células T expressam várias proteínas de membrana além das componentes do 
complexo TCR, as quais exercem papel crucial na resposta dessa célula no 
reconhecimento do antígeno 
a. As moléculas acessórias presentes na membrana de linfócitos ligam-se 
especificamente a outras moléculas da membrana de outras células, como 
as APCs, células endoteliais e da matriz extracelular. 
b. As moléculas acessórias não apresentam regiões variáveis e não são 
polimórficas 
c. A maioria das moléculas acessórias está envolvida na transdução de 
sinais bioquímicos para o interior das células T. Exemplo: CD4 e CD8 
d. A ligação de algumas moléculas acessórias a seus ligantes expostos na 
superfície das APCs aumenta a força de adesão entre as cel. T e as APCs. 
Exemplo: integrinas 
e. A ligação das moléculas acessórias às proteínas das células endoteliais e 
da matriz extracelular é responsável pela migração e retenção das células 
T nos tecidos. Exemplo: inegrinas e selectinas 
4. CD4 e CD8: são co-receptores envolvidos na ativação de células T restritas ao 
MHC 
i. São proteínas das células T que se ligam às regiões não-
polimórficas das moléculas do MHC e transduzem sinais que, 
junto com os sinais produzidos pelo complexo TCR, iniciam a 
ativação das células T. 
ii. São glicoproteinas transmembrânicas, pertencentes à superfamília 
das imunoglobulinas. 
iii. CD4: monômero com quatro domínios extracelulares 
semelhantes à Ig, que se liga à molécula MHC classe II. 
iv. CD8: heterodímeros ligados por ponte bissulfeto, compostos por 
cadeias CD8α E CD8β, cada uma com um domínio extracelular 
semelhante a Ig. Liga-se à molécula MHC classe I. 
v. A ligação seletiva do CD4 à mol. MHC classe II e do CD8 à mol. 
MHC classe I garante que as células T CD4+ respondam aos 
antígenos peptídicos associados à classe II e que as células T 
CD8+ respondam aos antígenos peptídicos associados à classe I. 
vi. Na ausência de CD4 ou CD8, o TCR não interage com MHC. 
 
 
Capítulo 7: Maturação dos Linfócitos e Expressão dos Genes do Receptor de Antígenos 
 
 15 
1. Maturação dos linfócitos: é o processo pelo qual progenitores de linfócitos 
derivados da medula óssea são convertidos em linfócitos maduros, os quais vão 
povoar os tecidos linfóides periféricos. 
2. Repertório imunológico: é a coleção individual de elementos do sistema imune 
adaptativo que permite reconhecimento e resposta específica contra os mais 
diversos tipos de antígenos presentes na natureza. 
a. A Imunocompetência do indivíduo depende de um repertório 
imunológico amplo e plenamente funcional. 
3. O processo de maturação dos linfócitos T e B consiste numa sequência de 
eventos nos órgãos linfóides primários: 
a. Opção das células progenitoraspela linhagem de células B ou T 
b. Rearranjos dos genes do receptor de antígenos e expressão das 
proteínas do receptor 
c. Eventos de seleção que preservam produtoras de proteínas corretas do 
receptor de antígenos e eliminam células potencialmente perigosas que 
reconhecem auto-antígenos 
d. Proliferação dos progenitores e células imaturas 
e. Diferenciação de células B e T em subpopulações funcional e 
fenotipicamente distintas 
4. Opção pelas linhagens de células B e T: células tronco pluripotenciais da 
medula óssea (e fígado fetal), chamadas de células tronco hematopoiéticas, dão 
origem a todas as linhagens de células sanguíneas. Elas dão origem a células de 
linhagem linfóide, que por sua vez são origem a células T, células B, células NK 
e células dendríticas linfóides. 
a. O desenvolvimento inicial das células B e T é caracterizado pela 
proliferação dos progenitores, estimulado pela interleucina-7 (IL-7), 
produzida pelo estroma da medula óssea e timo. 
5. Rearranjo e expressão dos genes do receptor de antígenos: é o principal 
evento no desenvolvimento dos linfócitos, responsável pela geração de um 
repertório diverso. 
a. Os genes que codificam diversos receptores de antígenos das células B e 
T ((Ig e TCR) são gerados pelo rearranjo em linfócitos individuais de 
vários genes da região variável (V). 
b. Cada clone de linfócitos B ou T produz um receptor de antígeno com um 
estrutura de ligação de antígenos única. 
c. O processo de rearranjo das regiões codificadoras de TCR-V leva, 
potencialmente, à formação de até 1015 diferentes especificidades de 
reconhecimento antigênico 
d. Os eventos de rearranjo do DNA que levam à produção dos receptores de 
antígenos não são dependentes nem são influenciados pela presença de 
antígenos (os receptores e antígenos são expressos antes do encontro 
com o antígeno). 
6. Processo de seleção do repertório de linfócitos B e T: 
a. A expressão de complexos pré-BCR e pré-TCR fornecem sinais para a 
sobrevivência, proliferação e continuidade do desenvolvimento das 
linhagens de células T e B. 
b. Seleção positiva: células que expressam receptores úteis são 
preservadas. 
i. No caso da seleção de células T, a seleção positiva permite o 
desenvolvimento de células T cujos receptores apresentam uma 
 16 
ligação de baixa afinidade com moléculas do MHC do 
hospedeiro. 
c. Seleção negativa: elimina ou altera os linfócitos cujos receptores de 
antígenos se ligam fortemente aos auto-antígenos presentes nos órgão 
linfóides primários. 
i. As células T em desenvolvimento com alta afinidade para auto-
antígenos são eliminadas por apoptose (deleção clonal). 
ii. Células B em desenvolvimento com alta afinidade para auto-
antígenos podem ser induzidas a fazer mais rearranjos nos genes 
das Igs. 
7. Geração dos subtipos de linfócitos: 
a. Linfócitos T podem se diferenciar em células T CD4+ (auxiliares), 
restritas pelo MHC classe II, ou em células CD8+ (citotóxicas), restritas 
pelo MHC classe I. 
b. Linfócitos B podem se diferenciar em células B foliculares ou em células 
B da zona marginal do baço. 
8. Desenvolvimento de linfócitos B: os principais eventos que ocorrem durante o 
amadurecimento dos linfócitos B são o rearranjo e a expressão dos genes das Ig, 
seleção e proliferação das células B em desenvolvimento e a seleção do 
repertorio da célula B madura. Esses eventos ocorrem na medula óssea. 
9. Desenvolvimento de linfócitos T: O desenvolvimento das células T, a partir de 
progenitores comprometidos com essa linhagem, envolve o rearranjo seqüencial 
e expressão dos genes do TCR, a proliferação celular, a seleção induzida por 
antígenos e a aquisição de capacidade funcional. 
a. O linfócitos T se originam de precursores provenientes do fígado fetal e 
da medula óssea do adulto que migram para o timo 
b. O timo é o principal local onde ocorre o desenvolvimento das células T. 
i. Ausência congênita do timo (síndrome de DiGeorge): pequeno 
número de células T maduras na circulação e nos tecidos 
linfóides periféricos e deficiência severa na imunidade mediada 
pela célula T. 
ii. O timo regride com a idade, mas algum desenvolvimento de 
células T continua a ocorrer durante a vida adulta. 
iii. As células em desenvolvimento no timo são chamadas de 
timócitos. O timócitos mais imaturos não expressam TCR nem 
CD4 ou CD8 (Linfócito DN - duplo negativo), estando 
localizados na região cortical. Por ação de citocinas produzidas 
por células epiteliais, os timócitos entram em mitose, 
recombinação gênica, e começam a expressar receptores TCR e 
receptores CD4 ou CD8, tornando-se linfócitos DP (duplo 
positivo). 
iv. Conforme esses timócitos passam pelos estágios do 
desenvolvimento eles migram do córtex para a medula e depois 
deixam o timo através da circulação sanguínea. 
c. Seleção positiva dos timócitos: promove a sobrevivência e a expansão 
seletivas dos timócitos com TCRs restritos pelo MHC do hospedeiro. No 
córtex do timo, os linfócitos T imaturos encontram células epiteliais que 
apresentam uma variedade de peptídeos ligados a moléculas do MHC 
classe I e II. 
 17 
i. Quando a célula apresenta um antígeno via MHC I, o linfócito 
usa seu receptor CD8; estará destinado a se diferenciar em 
citotóxico, caso selecionado. Ao contrário, quando a célula 
epitelial utiliza o MHC II, o Linfócito DP utiliza os receptores 
CD4, e, portanto, se tornará um linfócito T-auxiliar. 
ii. Qualquer célula T que expresse um TCR que não reconhece um 
peptídeo ligado a uma molécula do MHC no timo entra em 
apoptose. 
d. Seleção negativa dos timócitos: induz a morte celular por apoptose das 
células cujos receptoes têm alta afinidade pelos complexos peptídeo-
MHC (reconhecem auto-antígenos), apresentados por células dendríticas 
na medula do timo (tolerância central). 
10. Após passarem pelas duas seleções, os linfócitos são jogados na corrente 
sangüínea (linfócitos naive) e se dirigem para os Linfonodos e Baço para a 
ativação de suas funções efetoras. Essa ativação se da basicamente pelas APCs, 
além de exposição a moléculas co-estimuladoras e citocinas. 
11. Perda do Repertório Imunolágico: se dá por processos fisiológicos 
(envelhecimento) ou patológicos (quimioterapia, transplante de medula óssea, 
infecção por HIV) 
a. O HIV afeta, em ordem, as células T efetoras, T de memória, T 
regulatórias, naives periférica e naives do Timo 
 
 
Capítulo 10: Tolerância Imunológica 
 
1. Tolerância imunológica: é a não-resposta a um determinado antígeno, induzida 
pela exposição prévia a este antígeno (quando linfócitos específicos encontram 
os antígenos, o linfócito pode ser ativado iniciando uma resposta imunológica ou 
pode ser inativado ou eliminado por um processo de tolerância imunológica). 
a. Indivíduos normais são tolerantes aos seus antígenos próprios (auto-
tolerância). 
b. A falha da tolerância contra o próprio resulta em auto-imunidade. 
2. Os principais mecanismos da tolerância de linfócitos são: a indução de morte 
celular por apoptose (eliminação clonal – deleção), inativação funcional 
(anergia), e supressão da ativação e função efetora por linfócitos regulatórios. 
3. Tolerância central: ocorre durante a maturação dos linfócitos nos órgãos 
linfóides primários. 
4. Tolerância periférica: ocorre quando linfócitos maduros reconhecem o 
antígeno sem o nível adequado de estimulação para a ativação ou é o resultado 
de persistente e repetida estimulação pelos antígenos. 
5. Tolerância dos linfócitos T: 
a. Tolerância central das células T: 
i. Durante a maturação no timo, células T imaturas que reconhecem 
antígenos com alta avidez são eliminadas (seleção negativa). 
ii. O mecanismo de eliminação durante a seleção negativa é a 
apoptose. 
iii. Algumas células T auto-reativas não são eliminadas, mas deixam 
o timo se diferenciandoem células T regulatórias. 
b. Tolerância periférica das células T: 
 18 
i. Anergia induzida pelo reconhecimento do antígeno sem co-
estimulação adequada: se células T CD4+ reconhecerem 
antígenos apresentados por um APC deficiente em co-
estimuladores, as células T sobrevivem, mas tornam-se incapazes 
de responder ao antígeno, mesmo se mais tarde ele forem 
apresentados por APCs competentes. 
ii. Anergia induzida pela ação de receptores inibidores (CTLA-4): 
reconhecem B7 (em APCs) e ativam sinais inibitórios. 
iii. Eliminação de células T por morte celular induzida por ativação: 
a estimulação repetida dos linfócitos T por antígenos resulta na 
morte das células ativadas por apoptose, devido à expressão de 
receptores e ligantes indutores de apoptose (Fas e FasL). 
iv. Tolerância induzida por linfócitos T reguladores: bloqueiam a 
ativação e a função dos linfócitos T efetores. 
v. Ignorância imunológica: separação física entre antígenos e 
células T (exemplo: barreira hematoencefálica). 
6. Tolerância dos linfóitos B: 
a. Tolerância central das células B: 
i. O principal mecanismo de tolerância central das células B auto-
reativas é a morte por apoptose (seleção negativa). 
ii. Células B na medula óssea também que reconhecem antígenos 
próprios podem também responder a esse antígeno pela ativação 
de genes que promovem a expressão de um novo tipo de cadeia 
leve de Ig, dessa forma adquirindo uma nova especificidade 
(edição de receptor) 
b. Tolerância periférica das células B: 
i. Linfócitos B maduros que reconhecem antígenos próprios nos 
tecidos periféricos, na ausência de células T auxiliares 
específicas, podem se tornar funcionalmente sem resposta 
(anergia) ou são excluídos dos folículos linfóides (deleção) 
ii. A maioria das células B necessita de ajuda de células TH para se 
desenvolver em plasmócitos, que proporcionam sinais co-
estimulatórios, como moléculas de co-estimulação (CD40-
CD40L) e citocinas. Na ausência desses sinais, ocorre indução de 
anergia. 
 
 
Capítulo 11: Citocinas 
 
1. Citocinas são poli-peptídeos solúveis secretados pelas células da imunidade 
natural e adquirida, produzidos em resposta a microorganismos e outros 
antígenos que medeiam funções dessas células. 
a. A secreção de citocinas é um evento breve e auto-limitado (não são 
armazenadas como moléculas pré-formadas). 
b. Possuem ação pleiotrópica (uma citocina age em diferentes células) e 
redundante (multiplas citocinas possuem os mesmos efeitos funcionais 
– proteção contra mutações). 
c. Frequentemente influenciam a síntese e as ações de outras citocinas 
(efeito em cascata - rede de sinalização extracelular). 
 19 
d. As ações das citocinas podem ser locais (autócrina e/ou parácrina), ou, 
quando produzidas em grandes quantidades, sistêmicas (endócrina). 
e. As citocinas iniciam suas ações pela ligação a receptores de membrana 
específicos nas células-alvo. 
f. Sinais externos regulam a expressão de receptores de citocinas e, 
portanto, o potencial de resposta das células às citocinas. 
g. As respostas celulares para a maioria das citocinas consistem em 
alterações na expressão gênica em células-alvo, resultando na expressão 
de novas funções, proliferação, etc. Essas respostas são reguladas, e 
existem mecanismos inibidores por feedback para diminuir essas 
respostas. 
2. Categorias funcionais das citocinas 
a. Citocinas mediadoras e reguladoras da imunidade natural: são 
produzidas principalmente por fagócitos mononucleares em resposta a 
agentes infecciosos. Age em células endoteliais e leucócitos para 
estimular e regular as reações inflamatórias. 
b. Citocinas mediadoras e reguladoras da imunidade adquirida: são 
produzidas principalmente por linfócitos T, em resposta ao 
reconhecimento de antígenos. Agem sobre populações linfocitárias 
(crescimento, diferenciação) ou recrutam, ativam e regulam células 
efetoras. 
c. Citocinas estimuladoras da hematopoese: são produzidas pelas células do 
estroma da medula óssea, leucócitos e outras células, e estimulam o 
crescimento e a diferenciação de leucócitos imaturos. 
3. Receptores de citocinas: consistem em uma ou mais proteínas transmembrana 
cujas porções citoplasmáticas são responsáveis por dar início às vias de 
sinalização intracelular. 
a. Receptores de citocina tipo I (receptores de hemopoetina): atraem vias de 
sinalização de Jak-STAT, que induzem transcrição de novos genes. São 
os receptores para IL-2 a IL-7, IL-9, IL-11, 1L-12, IL-13, IL-15, fatores 
estimulantes de macrófagos e granulócitos. 
b. Receptores de citocina tipo II: atraem vias de sinalização de Jak-STAT. 
São os receptores de IFNs, IL-10, IL-20, IL-24, IL-26. 
c. Receptores da família IL-1: atraem vias de sinalização similares que 
induzem transcrição de novos genes. São os receptores para IL-1, IL-18. 
d. Receptores de TNF: família de receptores com mecanismos de 
sinalização que induzem apoptose ou estimulam a expressão gênica. 
e. Receptores acoplados à proteína G: medeiam respostas às quimiocinas e 
outros mediadores inflamatórios. 
4. Principais citocinas que medeiam e regulam a imunidade natural: 
a. Fator de Necrose Tumoral: é o principal mediador da resposta 
inflamatória aguda a bactérias gram-negativas e outros microorganismos, 
e é responsável por muitas das complicações sistêmicas de infecções 
graves. 
i. A principal fonte celular de TNF são fagócitos mononucleares 
ativados. Células T, NK e mastócitos também podem secretar 
essa proteína. 
ii. A principal função fisiológica do TNF é estimular o 
recrutamento de neutrófilos e monócitos para locais de infecção 
e ativar essas células para erradicar microorganismos. Ele ativa 
 20 
células endoteliais (inflamação, coagulação), neutrófilos, o 
hipotálamo (febre), fígado (síntese de proteínas de fase aguda), 
músculo e gordura (catabolismo), e também estimula a apoptose 
de vários tipos de célula. 
iii. Em infecções graves, o TNF é produzido em grandes 
quantidades e causa anomalias sistêmicas clínicas e patológicas 
(caquexia, hipovolemia, choque, trombose intravascular) 
b. Interleucina-1: mediadora da resposta inflamatória do hospedeiro a 
infecções e outros estímulos. 
c. Quimiocinas: grande família de citocinas que estimulam o movimento 
de leucócitos e regulam a migração dos leucócitos do sangue para os 
tecidos. Também promovem angiogênese e cura de feridas. 
d. Interleucina-12: principal mediador da resposta imune natural inicial a 
microorganismos intracelulares e é um indutor essencial da imunidade 
mediada por células (imunidade adquirida). 
i. Principal fonte: células dendríticas e macrófagos ativados. 
ii. Ação: estumula produção de IFN-γ pelas células NK e linfócitos 
T, estimula diferenciação de linfócitos T auxiliares em células 
TH1 e acentua funções citotóxicas de células NK e linfócitos T 
citotóxicos. 
e. Interferons tipo I (α, β, ε, κ, ω): medeiam resposta imune natural inicial 
a infecções virais, estimulando mecanismos que inibem a replicação 
viral, aumentam a expressão do MHC classe I, estimula desenvolvimento 
de células TH1, etc, 
f. Interleucina-10: inibidor de macrófagos e células dendríticas ativados 
(controle das reações da imunidade natural e da imunidade adquirida 
mediada por células). 
5. Principais citocinas que medeiam e regulam a adquirida: 
a. Interleucina-2: fator de crescimento, sobrevivência e diferenciação para 
linfócitos T, e tem papel principalmente na regulação da resposta das 
células T por sua ação na célula T reguladora. Atua também em células 
NK (proliferação e diferenciação) e B (crescimento e síntese de 
anticorpos). 
b. Interleucina-4: estimula a produção de anticorpos IgE e desenvolvimento 
de células TH2. 
c. Interleucina-5: ativa eosinófilos maduros e estimula crescimento e 
diferenciação de eosinófilos. 
d.Interleucina-13: atua na defesa contra helmintos e nas alergias 
e. Interferon-γ: principal citocina ativadora de macrófagos, exerce função 
na imunidade contra microorganismos intracelulares (ativa macrófagos 
para destruir microorganismos, desenvolvimento de células TH1, 
expressão de MHC classe I e II e co-estimuladores em APCs) 
f. Fator de Crescimento Transformador-β: inibe a proliferação e a ativação 
de linfócitos e outros leucócitos. 
6. Principais citocinas que estimulam a hematopoese: 
a. Fator de célula-tronco 
b. Interleucina-7: sobrevivência e expansão de precursores imaturos de 
linfócitos T e B 
c. Interleucina-3: fator estimulador de colônias multilinhagens 
d. Fatores estimuladores de colônias 
 21 
e. Eritropoetina (Epo) 
7. Diferença entre subpopulações de linfócitos T auxiliares: 
a. Células TH1: produzidas em resposta a microorganismos intracelulares, 
produzem IFN-γ, que ativa fagócitos para destruir microorganismos e 
estimula produção de anticorpos opsonizantes, entre outras citocinas. 
b. Células TH2: produzidas em resposta a helmitos, produzem IL-4 
(produção de anticorpos IgE) e IL-5 (ativa eosinófilos), entre outras 
citocinas. 
 
 
Capitulo 12: Imunidade Inata 
 
1. A imunidade inata é a resposta inicial aos microorganismos que impede a 
infecção do hospedeiro. 
2. Os componentes da imunidade inata reconhecem estruturas que são 
características de patógenos microbiano e não estão presentes nas células dos 
mamíferos. 
a. O sist. im. inato possui especificidade para estruturas compartilhadas por 
classes de microorganismos (padrões moleculares) 
b. O sist. im. inato se desenvolveu para reconhecer produtos microbianos 
que são frequentemente essenciais para a sobrevivência do 
microorganismo (exemplo: RNAs de dupla-hélice) 
c. Os receptores do sist. im. inato são codificados na linhagem germinativa 
(pouca especificidade: distribuição de receptores não-clonal) 
(diversidade limitada). 
3. Barreiras epiteliais: 
a. Barreiras físicas: Superfícies epiteliais intactas foram barreiras físicas 
entre os microorganismos no ambiente externo e os tecidos do 
hospedeiro. 
b. Barreiras químicas: Os epitélios produzem peptídeos que possuem 
função de antibiótico natural (defensinas, criptocidinas, etc) 
i. As α e β-defensinas estão presentes na pele cuja produção é 
aumentada em resposta a citocinas TNF e IL-1. São antibióticos 
de amplo espectro. 
ii. As criptocidinas são produzidas pelo epitélio intestinal e podem 
esterilizar o epitélio localmente (p. ex., dentro das criptas 
intestinais) 
iii. Outras barreiras químicas: ácidos graxos, lisozima, fosfolipase A 
(saliva, lagrimas), pH ácido (estômago), colectinas (surfactantes 
A e D: opsoninas). 
c. Barreitas biológicas: 
i. Os epitélios das barreiras e as cavidades serosas contêm, 
respectivamente, linfócitos T intra-epiteliais e subpopulações B-1 
de linfócitos B, além de mastócitos (secretam substancias que 
estimulam a inflamação). 
ii. Flora normal: competição, ocupação de espaço e produção de 
peptídeos antimicrobianos. 
4. Fagócitos: são células cuja função primária é identificar, ingerir e destruir 
microorganismos. Incluem neutrófilos e macrófagos. 
 22 
a. Neutrófilos e monócitos são recrutados do sangue para os locais de 
infecção por ligações a moléculas de adesão em células endoteliais e por 
quimioatraentes produzidos em resposta à infecção. 
i. Macrófagos teciduais residentes reconhecem microorganismos e 
secretam citocinas (TNF, IL-1), que atuam nas células endoteliais 
adjacente e induzem expressão de moléculas de adesão 
ii. As células endoteliais secretam selectinas, que medeiam a adesão 
fraca e rolagem dos leucócitos (que possuem ligantes de 
selectina) 
iii. As células endoteliais secretam ligantes de integrinas, que 
medeiam a adesão firme dos leucócitos, e quimiocinas, que 
aumentam a afinidade das integrinas dos leucócitos e estimulam a 
migração das células pelo endotélio para o local de infecção. 
b. Os macrófagos e os neutrófilos expressam receptores de superfície 
(Receptores de reconhecimento padrão – PRRs) que reconhecem 
estruturas peculiares de microrganismos (padrões moleculares 
associados a patógenose – PAMPs) e estimulam a fagocitose e morte 
dos microorganismos. 
i. Receptores de manose: atuam na ligação e ingestão de 
microorganismos 
ii. Receptores scavenger: atuam na ligação e ingestão de 
microorganismos e LDL modificado (oxidado ou acetilado) 
iii. Receptores de opsinas: promovem a fagocitose de 
microorganismos recobertos com várias proteínas (anticorpos, 
proteínas do complemento e lectinas) 
iv. Receptores semelhantes ao Toll (TLRs): atuam na ativação de 
fagócitos em resposta a diferentes tipos e componentes de 
microorganismos. 
v. Receptores acoplados à proteína G: reconhecem 
microorganismos e alguns mediadores produzidos em resposta a 
infecções. Estimulam a migração de leucócitos para os locais de 
infecção. 
vi. Receptores para citocinas: por exemplo, o receptor para IFN-γ. 
c. Fagocitose: os neutrófilos e os macrófagos ingerem microorganismos 
ligados e estes vão para dentro de vesículas, onde são destruídos. 
i. Os fagócitos ativados destroem microorganismos fagocitados 
mediante a produção de moléculas microbicidas no 
fagolisossomos. 
ii. Os fagócitos ativados convertem o oxigênio em intermediários 
reativos de oxigênio (RÓIS), produzidos pelo sistema da 
fagócito-oxidase (e outras enzimas), que oxidam outras 
substancias (íons halídeos) em formas tóxicas para 
microorganismos. 
iii. Doença Granulomatosa Crônica: deficiência herdada de um 
dos componentes da fagócito-oxidase, levando ao 
comprometimento da capacidade dos neutrófilos de eliminarem 
bactérias Gram-positivas. 
iv. Os fagócitos ativados também produzem intermediários reativos 
do nitrogênio, como o oxido nítrico (NO), produzido pela enzima 
 23 
iNOS Se combina aos RÓIs para produzir radicais altamente 
reativos. Essas células ainda produzem enzimas proteolíticas 
5. Células NK (natural killer): são uma sub-população de linfócitos que destroem 
as células infectadas e células que perderam a expressão de moléculas MHC 
classe I; também secretam citocinas, principalmente IFN-γ. 
a. Fenótipo: linfócitos grandes com númerosos grânulos citoplasmáticos. 
b. A ativação das células NK é regulada por um balanço entre os sinais que 
são gerados a partir de receptores de ativação e de receptores de inibição. 
i. Receptores de ativação: não estão bem definidos. 
ii. Receptores de inibição: se ligam a moléculas MHC classe I 
próprias. 
iii. Quando ambos os receptores estão ocupados, a influência dos 
receptores de inibição é dominante e a célula NK não é ativada. 
c. A expansão e a atividade das células NK também é estimulada por 
citocinas 
i. IL-12: induz produção de IFN-γ e atividade citolítica. 
ii. IL-15 e IL-18: potencializam ação da IL-12. 
iii. INF-α e β: ativam potencial citolítico. 
iv. IL-2 (produzida por linfócitos T): também estimula atividade das 
cel. NK (participação da célula NK na imunidade adaptativa 
mediada por células T) 
d. As funções das células NK são destruir células infectadas e ativar 
macrófagos para destruírem microorganismos fagocitados. 
i. As células NK possuem grânulos com porfirinas, que criam poros 
nas membranas das células-alvos, e granzimas, que entram 
através dos poros e induzem a apoptose. 
ii. O INF-γ produzido pelas cel. NK ativa os macrófagos 
6. Sistema Complemento (mais detalhado no capítulo 14 – parte 2): 
a. O sistema complemento consiste em várias proteínas plasmáticas que são 
ativadas pelos microorganismos e promovem a destruição destes 
microorganismos e a inflamação 
b. Via clássica de reconhecimento: Proteínas plasmática C1 (componentes: 
C1q, C1r(x2) e C1s(x2)) detecta anticorpos IgM ou IgG (pelomenos 2) 
ligados à superfície de um microorganismo ou outra estrutura. 
c. Via alternativa de reconhecimento: reconhecimento direto de certas 
estruturas da superfície bacteriana 
d. Via da lectina: desencadeada por uma proteína plasmática chamada 
lectina de ligação à manose (MBL), que se liga a resíduos de manose em 
estruturas microbianas. A MBL ativa uma das proteínas da via clássica 
na ausência de anticorpo. 
e. O reconhecimento do microorganismo leva ao recrutamento e reunião de 
proteínas adicionais do sist. complemento. 
f. Funções do Sit. Complemento: 
i. Anafilotoxinas: C5a, C4a e C3a(?) estimulam a degranulação de 
mastócitos e basófilos, com liberação de mediadores solúveis, 
que promovem a contração da musculatura lisa e o aumento da 
permeabilidade celular 
ii. Quimiotaxia: C5a e C3a(?) atrai leucócitos e macrófagos ao local 
de infecção 
 24 
iii. Opsonização: C3b ativa receptores de macrófagos, promovendo a 
fagocitose 
iv. Remoção de imunocomplexos: atividade exercida pela C3b, 
evitando ataque auto-imune. 
v. Lise celular: C5b, C6, C7, C8 e C9 (MAC) se ligam à membrana 
da célula e criam um poro, levando à lise da célula do 
microorganismo (bactéria). 
 
 
Capitulo 13: Mecanismos Efetores da Imunidade Mediada por Células 
 
1. A imunidade mediada por células é a função efetora dos linfócitos T 
a. A resposta imunológica adquirida a microorganismos que residem dentro 
de fagossomos dos fagócitos é mediada por linfócitos T CD4+ efetores, 
denominadas células TH1, que reconhecem antígenos microbianos e 
ativam os fagócitos a destruir os microorganismos ingeridos 
i. Muitos microorganismos possuem mecanismos que lhes permites 
sobreviver e reproduzir dentro dos fagossomos. Os linfócitos TH1 
atuam acentuando ações microbicidas dos fagócitos, eliminando 
os microorganismos. 
b. A resposta imunológica adquirida a microorganimos que infectam e se 
replicam no citoplasma de vários tipos celulares, incluindo células na-
fagocíticas, é mediada por linfócitos T citotóxicos (CD8+), que 
eliminam células infectadas e os reservatórios da infecção. 
i. A ativação dos macrófagos e a inflamação dependentes de células 
T podem causar lesão tecidual (hipersensibilidade do tipo 
tardio). 
c. A resposta imunológica adquirida a parasitas helmínticos é mediada por 
células TH2, que estimulam a produção de anticorpos IgE e ativam 
eosinófilos e mastócitos, que destroem helmintos. 
i. As reações imunológicas mediadas por TH2 são caracterizadas 
por eosinofilia. 
d. O sistema imune natural ainda possui um ramo celular, as células NK, 
que protegem contra vírus e outros micróbios intracelulares, destruindo 
as células infectadas. 
2. As respostas imunes mediadas por células consistem no desenvolvimento de 
células efetoras a partir de naïves em órgãos linfócitos periféricos, migração 
destas células T e outros leucócitos para locais de infecção, e ativação de 
leucócitos mediada por citocinas para eliminar os microorganismos ou células 
infectadas. 
3. Subconjuntos de células T CD4+ efetoras: células T CD4+ podem se 
diferenciar em subconjuntos de células efetoras que produzem conjuntos 
diferentes de citocinas e, portanto, desempenham funções efetoras distintas. 
a. Os subconjuntos mais bem definidos de células efetoras da linhagem 
auxiliar CD4+ são as células TH1 e TH2, distinguidas pelas citocinas que 
produzem. 
i. O IFN-γ é a citocina que define as células TH1, 
ii. IL-4 IL-5 são as citocinas que define as células TH2 
 25 
b. Os subconjuntos TH1 e TH2 se desenvolvem de lifócitos T CD4+ naïves, 
e o padrão de diferenciação é determinado por estímulos presentes logo 
no início da resposta imunológicas 
i. IFN-γ e IL-12 são os principais indutores de células TH1 
ii. IL-4 é o principal indutor de células TH2 
c. A diferenciação de TH1 ocorre em resposta aos microorganismos que 
infectam ou ativam macrófagos e àqueles que ativam células NK (que 
secretam IFN-γ). Exemplos: Listeria e micobactérias (bactérias), 
Leishmania (protozoário), vírus. 
i. A diferenciação de TH1 envolve a interação de sinais a partir do 
receptor de células T (TCR), dos sinais das citocinas (IFN-γ e IL-
12) e fatores de transcrição (T-bet, STAT1, STAT4). 
d. A diferenciação de TH2 ocorre em resposta a helmintos e alérgenos 
i. Envolve a interação de sinais a partir do TCR, de citocinas (IL-4), 
fatores de transcrição (GATA-3 e STAT6) 
4. Respostas imunes mediadas por TH1 
a. Migração: as células TH1 efetoras expressam moléculas de adesão e 
receptores de quimiocinas que promovem sua migração e retenção nos 
locais de infecção. 
i. Depois que as células TH1 entram no local e são ativadas por 
antígeno, elas produzem mais citocinas e quimiocinas e 
estimulam muito mais a migração de leucócitos (inflamação 
imune). 
b. Ativação de macrófagos e outros leucócitos: As células TH1 ativam os 
macrófagos para eliminar microorganismos fagocitados, por sinais 
mediados pelo contato, liberados pelas interações CD40L-CD40 
(proteínas de membrana) e pela citocina IFN-γ 
i. Quando células TH1 efetoras são estimuladas pelo antígeno, elas 
secretam citocinas e expressam CD40L. O CD40L se acopla ao 
CD40 nos macrófagos que estão apresentando o antígeno. 
ii. As células TH1 também ativam células B pela interação CD40L-
CD40 e por citocinas. 
iii. Os macrófagos ativados destroemmicroorganismos fagocitados, 
principalmente pela produção de espécies reativas do oxigênio, 
óxido nítrico e enzimas lisossômicas. 
iv. Os macrófagos ativados estimulam a inflamação aguda por meio 
da secreção de citocinas (TNF, IL-1), quimiocinas e mediadores 
lipídicos (protaglandinas, leucotrienos, fator de ativação de 
plaquetas) 
v. Ainda, os macrófagos ativados removem tecidos mortos para 
facilitar o reparo depois que a infecção está controlada. 
c. Reação de hipersensibilidade do tipo tardio (DTH): marcada por lesão 
tecidual e inflamação, causadas pelas células TH1 e macrófagos ativados. 
i. Reações de DTH crônicas podem ser desenvolvidas se a resposta 
das células TH1 a uma infecção ativar os macrófagos, porém 
fracassar na erradicação dos microorganismos fagocitados (os 
macrófagos continuam a produzir citocinas e fatores de 
crescimento, que progressivamente mudam o tecido local, 
levando a fibrose) 
5. Respostas imunes mediadas por TH2 
 26 
a. As células TH2 secretam IL-4, IL-5 e IL-13. IL-4 e IL-13 estimulam a 
produção de anticorpos IgE específicos para helmintos, que opsonizam 
os helmintos. 
i. Mastócitos são ativados pelos helmintos revestidos por IgE (por 
receptores Fcε) e liberam o conteúdo de seus grânulos, que 
contém substâncias vasoativas, citocinas (TNF) e mediadores 
lipídicos, produzindo inflamação local. 
ii. Anticorpos produzidos pela estimulação das citocinas das células 
TH2 também são capazes de neutralizar micróbios e toxinas 
b. IL-5 ativa os eosinófilos na vizinhança dos helmintos, que liberam o 
conteúdo de seus grânulos (capazes de destruir tegumentos resistentes de 
helmintos) 
c. IL-4 e IL-13 ativam macrófagos para síntese de colágeno e fibrose 
(ativação alternativa dos macrófagos), contribuindo para remodelação 
tecidual no contexto de infecções parasitárias crônicas ou doença 
alérgicas 
d. Citocinas liberadas pelas células TH2 também estimulam a produção de 
muco (IL-13) e peristalse (Il-4), promovendo a expulsão de parasitas 
nos tecidos mucosos. 
6. O IFN-γ, produzido pelas células TH1, promove a diferenciação adicional de 
TH1 e inibe a proliferação de células TH2. Por outro lado, IL-10, também 
produzida por células TH2, inibe a proliferação de células TH1. Portanto, uma 
vez que uma resposta imunológica se desenvolve ao longo de uma via, ela se 
torna cada vez mais polarizada naquela direção, e a polarização extrema é vista 
nas infecções crônicas ou na exposição crônicaa antígenos ambientais. 
7. Células TH17: subconjunto distinto identificado recentemente. Seu papel 
principal parece ser a indução de reações inflamatórias, principalmente aquelas 
ricas em neutrófilos. 
8. Células TCD8+ efetoras: linfócitos T citotóxicos (CTLs) 
a. Citotoxidade mediada por CTLs: é específica para o antígeno e 
dependente de contato. 
i. As CTLs destroem alvos que expressam o mesmo antígeno 
associado ao MHC classe 1 que deflagrou a proliferação e a 
diferenciação das células CD8+ naïves. 
b. Reconhecimento do antígeno: CTL se liga e reage à célula-alvo usando 
seu receptor antigênico (TCR), o co-receptor (CD8) e moléculas de 
adesão (integrinas). 
c. Destruição das células-alvo: ocorre pela liberação de proteínas 
citotóxicas (granzimas, perforina, serglicina) armazenadas em grânulos 
citoplasmáticos na célula-alvo, acionando sua apoptose. 
9. Células T de memória: as respostas imune mediadas pelas células T 
usualmente resultam na geração de células T de memória específicas para esse 
antígeno. 
a. A manutenção das células T de memória é dependente de citocinas que 
estão presentes nos tecidos e suportam a atividade proliferativa em baixo 
nível. 
 
Capitulo 14: Mecanismos Efetores da Imunidade Humoral 
 
 27 
Parte 1: Imunidade Humoral Adquirida 
 
1. A imunidade humoral é mediada por anticorpos secretados, e sua função 
fisiológica é a defesa contra microorganismos extracelulares e toxinas 
microbiana. Também faz parte da imunidade humoral o sistema complemento 
da imunidade natural. 
2. As principais funções dos anticorpos são a neutralização e a eliminação de 
microorganismos infecciosos e toxinas microbianas. 
a. Os anticorpos são produzidos por linfócitos B e plasmócitos nos órgãos 
linfóides e na medula óssea, mas os anticorpos desempenham suas 
funções efetoras em locais distantes nos quais foram produzidos 
i. Ação sistêmica disseminada pela circulação 
ii. Ação na luz de órgãos (anticorpos produzidos pelo sist. imune 
associado a mucosas) 
iii. Transporte através da placenta. 
b. Os anticorpos que medeiam a imunidade protetora podem ser derivados 
de plasmócitos (de vida curta ou longa) gerados pela ativação de células 
B de memória ou naïves. 
c. Muitas das funções efetoras dos anticorpos são mediadas pelas regiões 
constantes da cadeia pesada das moléculas de Ig, e diferentes isótipos de 
cadeia pesada desempenham diferentes funções efetoras. Exemplo: 
i. Algumas subclasses de IgG se ligam a receptores Fc do fagócito e 
promovem a fagocitose de partículas recobertas por anticorpos 
ii. IgM e algumas subclasses de IgG ativam o sistema complemento 
iii. IgE se liga a receptores Fc dos mastócitos e desencadeia sua ativ 
d. As funções efetoras são desencadeadas pela ligação dos antígenos às 
regiões variáveis. 
3. Neutralização de microorganismos e toxinas microbianas: os anticorpos 
específicos bloqueiam a ligação de microorganismos e toxinas a receptores 
celulares 
a. Anticorpos que se ligam a estruturas microbianas interferem com a 
capacidade de microorganismos intracelulares (vírus, bactérias gram-
negativas) de interagir com receptores celulares e infectar a célula. 
b. Anticorpos podem ter efeito alostéricos, alterando a conformação de 
proteínas de superfície desses microorgaismos. 
c. Anticorpos antitoxina retardam estericamente as interações das toxinas 
com as células do hospedeiro e evitam que estas toxinas causem efeitos 
patológicos. 
d. A neutralização mediada por anticorpos requer somente as regiões de 
ligação ao antígeno dos anticorpos 
4. Opsonização e fagocitose mediadas por anticorpo: Os anticorpos do isótipo IgG 
recobrem (opsonizam) microorganismos e promovem a sua fagocitose pela 
ligação aos receptores Fc dos fagócitos 
a. Os receptores Fc dos leucócitos promovem a fagocitose de partículas 
opsonizadas e liberam sinais que estimulam as atividades microbicidas 
dos leucócitos 
b. O microrganismo pode ser morto por enzimas lisossomais ou pelo 
mecanismo de “burst respiratporio” (produção de O2- pela NADPH 
oxidase, de H2O2 pela superoxido dismutase, e de íons hipoclorito e 
radicais hidroxila) 
 28 
5. Citotoxicidade celular mediada por anticorpos (ADCC): As células NK e 
outros leucócitos se ligam a células recobertas por anticorpos por meio dos 
receptores Fc e destroem essas células 
a. Anticorpos também atuam na remição de helmintos, ativando mastócitos 
e eosinófilos para a expulsão e destruição desses parasitas. 
6. Ativação do sistema complemento. 
7. Mamíferos neonatos são protegidos de infecções por anticorpos produzidos 
maternalmente, transportados através da placenta para a circulação fetal e por 
anticorpos no leite ingerido transportados através do epitélio intestinal por 
transcitose. 
 
Parte 2: O Sistema Complemento 
 
1. O Sistema Complemento consiste em protínas séricas e de superfície celular 
que interagem umas com as outras e com outras moléculas do sistema 
imunológico de uma maneira altamente regulada para gerar produtos que 
eliminem os microorganismos. 
a. A ativação do complemento envolve a proteólise seqüencial de proteínas 
para gerarem complexos enzimáticos recém agrupados com atividade 
proteolítica 
2. Vias de ativação: existem três vias principais de ativação do complemento: 
b. O evento central na ativação do complemento é a proteólise da proteína 
C3 com a subseqüente ligação covalente de um produto de C3, C3b, às 
superfícies das células microbianas ou aos anticorpos ligados aos 
antígenos. 
c. A via clássica é iniciada pela ligação da proteína do complemento C1 a 
domínios da IgG (pelo menos dois anticorpos) ou da IgM que se ligaram 
ao antígeno. 
i. A C1é um complexo protéico composto pelas subunidades C1q, 
C1r e C1s. A região C1q desempenha a função de 
reconhecimento e se liga às regiões Fc das cadeias pesadas de 
IgM e algumas IgG. Cada C1q deve se ligar a duas cadeias 
pesadas de Ig (um pentâmero de IgM já basta). 
ii. A ligação ativa a atividade protease das outras subunidades. A 
C1s ativada cliva a C4, gerando C4a e C4b. 
iii. A C2 se une à C4b e é clivada pela C1, gerando C2a (solúvel) e 
C2b (permanece ligada à C4b). O complexo resultante C4b2b é a 
convertase C3 da via clássica, que se liga e cliva a C3, em C3a e 
C3b. A C3b pode se ligar à superfícies celulares do 
microorganismo ou permanecer ligada à C3 convertase, 
formando a C5 convertase (C4b2b3b). 
d. A via alternativa se inicia pela ligação direta da C3 à superfície à 
superfície da célula microbiana e sua clivagem em C3b (permanece 
ligado à célula) e C3a. 
i. O C3b se liga a um fragmento Bb da proteína plasmática fator B, 
produzindo a C3 convertase da via alternativa, que cliva mais 
proteínas C3. 
ii. Alguns novos fragmentos de C3b se ligam à C3 convertase da via 
alternativa, formando a C5 convertase da via alternativa. 
 29 
e. A via da lectina é ativada pela ligação de polissacarídeos microbianos a 
lectinas circulantes (membros da família das colectinas que se 
assemelham a C1q) (lectina de ligação à manose - MBL). Essas lectinas 
se ligam à proteases plasmáticas, formando um complexo semelhante à 
C1, qu e cliva C4 e C2., seguindo-se as mesmas etapas da via clássica. 
f. Etapas tardias da ativação do complemento: as convertases C5 iniciam 
a ativação dos últimos componentes do sistema complemento, 
culminando na formação do complexo de ataque citocida à membrana 
(MAC), que leva à lise celular 
8. Regulação da ativação do complemento: 
a. É necessária para evitar a ativação do complemento em células normais 
do hospedeiro e para limitar a duração da ativação mesmo em células 
microbianas e complecos antígeno-anticorpo. 
b. A atividade protease da C1 (C1r e C1s) é inibida por uma proteína 
citoplasmática chamada inibidor de C1 (C1 INH) 
c. A reunião dos componentes das convertases

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