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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL CAMPO GRANDE, MS CURSO DE LETRAS PORTUGUÊS / INGLÊS PROFESSOR: MARLON ACADÊMICO: DEMIS DE OLIVEIRA TEMA: TEXTO COM ANÁLISE DO POLITICAMENTE CORRETO Politicamente correto Já ouvimos os termos: dependente químico, garota de programa, portador de obesidade, portador de deficiência? Eles são termos que se popularizaram na onda do ‘Politicamente Correto’ que invadiu a América na década 80 e continuam desvelados na cultura ocidental. É possível pensar que, para fugir de conservadorismos religiosos que ditavam a conduta das pessoas de forma arbitrária, o ‘politicamente correto’ ganhou força, articulado, principalmente, pelas lideranças políticas em um país como o Brasil, por exemplo. Nesse cenário, a religião deixa de ser o padrão de conduta e o Estado torna-se o detentor dessa função perante a sociedade com seus termos ‘politicamente corretos’. Pois bem, embora esse texto se esforce para apresentar uma linguagem politicamente correta, a vontade, de fato, é dizer que essa expressão comentada é, no mínimo, baseada no eufemismo. As tratativas conduzidas pelos líderes nacionais tentam minimizar mazelas sociais com adaptações e adequações de termos na lei. Entre os anos de 2016 e 2017, por exemplo, se confirmou que o termo “portador de deficiência” foi alterado em lei para “pessoa com deficiência”. Ok, uma modificação adequada do texto, no entanto, o quanto essa alteração feita no papel influencia na vida real, no comportamento e na forma de pensar dos indivíduos dessa sociedade? Respeitar, entender e aceitar as diferenças de cada cultura e de cada indivíduo vai muito além de seguir as leis que regem uma nação para evitar ser cerceado por essa. A moralidade não pode estar simplesmente no que o papel liberta ou no que ele condena. Há de se reprovar as muitas falas de bastidores do dia a dia que reproduzem conceitos preconceituosos, egoístas e discriminatórios. Linguagem adequada e liberdade de expressão podem andar juntas, pois muito já se ouviu que a liberdade de uma pessoa termina onde começa a do outro. Assim, uma linguagem politicamente correta pode ser dita de uma forma ‘socialmente correta’ por aceitar a fala coloquial sem ser pejorativa, e ainda manter as raízes culturais e populares. Ser politicamente correto e aplicar a liberdade de expressão, na prática, pode significar admitir que um palestrante conservador possa falar em uma universidade um tema controverso, que confronte ideias e perspectivas da comunidade acadêmica, sem ser ‘desconvidado’ a dar a palestra por esse motivo. Em uma estrutura política como a brasileira, os poderes instituídos determinam a produção dos discursos. Perante as condições do dia a dia cada um pode desenvolver sua linguagem sem desrespeitar outra pessoa, desde que aceito por seu poder instituído, o moderador que controla os rumos da história da sua nação. Enfim, é possível afirmar que a proteção da honra, da imagem, e o combate à discriminação pode ser o aceitável ‘politicamente correto’ como parte do princípio da liberdade, que avalia os limites da expressão das ideias em uma sociedade com múltiplas demandas de igual necessidade de democracia.
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