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MALÁRIA Doença febril aguda; Causada por protozoários transmitidos por vetores; Incidência elevada na região amazônica; Magnitude relacionada a alta incidência na região amazônica e pelo seu potencial de gravidade; Causa grandes perdas sociais e econômicas. Sinonímias: Paludismo; Impaludismo; Febre palustre; Febre intermitente; Febre terçã; Maleita; Sezão; Tremedeira; Batedeira. AGENTE ETIOLÓGICO 5 espécies de protozoário do gênero Plasmodium; P. falciparum; P. vivax; P. malariae; P. ovale; P. knowlesi No Brasil está presente P. vivax, P. falciparum, P. malariae. P. ovale está restrito à África. São parasitas intracelulares. Ruptura das hemácias. Reservatório: homem Vetores: mosquito do gênero Anopheles; Exposição é maior em área de mata, não na região urbana; Este gênero tem mais de 400 espécies, sendo 60 presentes no Brasil e 11 vinculadas a transmissão da malária; Nomes populares do mosquito: carapanã, muriçoca, sovela, mosquito-prego, bicuda; Espécie mais comum: Anopheles darlingi. MODO DE TRANSMISSÃO Ocorre pela picada das fêmeas (são hematófagas) do Anopheles quando estão infectadas pelo Plasmodium spp. O mosquito ao picar uma pessoa infectada, suga os plasmócitos circulantes; Mosquito atua como hospedeiro principal; O plasmódio é inoculado pelo mosquito no ser humano através da picada, pois fica alojada na saliva. A pessoa contaminada deve evitar muita exposição porque pode passar o plasmódio para o mosquito. O risco de transmissão varia conforme o horário da atividade do vetor, sendo maior ao amanhecer e ao entardecer. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa. EPIDEMIOLOGIA É reconhecida como grave problema de saúde pública. Prevalente em regiões tropicais e subtropicais. 80% dos casos do mundo registrados em 17 países. 660.000 mortes por ano no mundo. No Brasil: Amazônia é uma região endêmica: 95 % dos casos autóctones. Acre, Amazonas, Rondônia, Pará, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso. Em região extra amazônica: 80% dos casos são importados de regiões endêmicas. Período de incubação: varia de acordo com a espécie. P. falciparum: 8 a 12 dias; P. vivax: 13 a 17 dias; P. malariae: 18 a 30 dias. Período de latência: P. vivax e P. ovale tem formas chamadas de hipnozoítos, que podem permanecer em latência no fígado. São os responsáveis pelas recaídas da doença. Período de transmissibilidade: varia de acordo com a espécie. P. vivax: poucas horas após a infecção até 3 anos. P. falciparum: após 7 a 12 dias da infecção até 1 ano. P. ovale: é o que tem maior período de transmissibilidade, podendo superar 3 anos. Causa uma forma mais branda. Todas as pessoas são susceptíveis. Não existe imunidade contra a malária, um episódio de contato não garante resposta protetora depois. Pessoas com diversas exposições prévias desenvolvem maior número de casos oligossintomáticos, subclínico e até assintomáticos. CICLO BIOLÓGICO Início: inoculação de esporozoítos (forma do plasmódio) na pele através da picada do mosquito. Eles migram pela corrente sanguínea até os hepatócitos onde vão se multiplicar e darão origem ao merozoítos (trofozoítos e esquizonte são formas intermediárias desta fase) nesta fase, nas espécies vivax e ovale, alguns merozoítos podem evoluir para forma latente no fígado, chamada de hipnozoíto. Ocorre a ruptura dos hepatócitos e liberação do merozoítos na corrente sanguínea. Merozoítos invadem as hemácias fase conhecida como esquizogônia sanguínea. Após invadir as hemácias, merozoítos multiplicam-se nelas e as rompem; as novas gerações então invadem novas hemácias. Após algumas gerações, ocorre a diferenciação em formas sexuadas: macrogametas (feminino) e microgamentas (masculino). Os gametas permancem sem dividir-se e são ingeridos pelos insetos vetores no momento da picada. No interior do mosquito ocorre a flagelação dos microgametas, sua migração até os macrogametas fecundando-os. Após a fecundação, há formação dos oocistos, cheios de esporozoítos. Quando ocorrem as dores e febre é o momento de ruptura das hemácias. Faz o diagnóstico no momento em que os esporozoítos estão nas hemácias. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Malária não complicada: Episódios de calafrios, febre, sudorese, com duração entre 6 e 12 horas – relacionadas a HEMÓLISE = ativa cascata inflamatória. Nos primeiros episódios, a febre ocorre no momento da hemólise apenas, mas depois pode ser intermitente, devido a parasitemia circulante estabelecida. Costuma apresentar febre alta de ta Sintomas de cefléia, mialgia, náuseas e vômitos. Mesmo a malária não complicada pode ter alto potencial de gravidade. Fatores de risco para malária grave: Espécie de plasmódio envolvida: P. falciparum é a espécie com maior risco de gravidade. Quantidade de parasitas circulantes; Tempo de doença: diagnóstico precoce pode fazer a diferença na evolução; Grau de imunidade adquirida pessoas que já tiveram malária várias vezes. Crianças, gestantes (causa anemia e prejudica o feto) e primo-infectados têm maior risco de gravidade. Quantidade de parasitas circulantes; Tempo da doença: diagnóstico precoce pode fazer a diferença na evolução; Grau de imunidade adquirida pessoas que já tiveram malária várias vezes; Crianças, gestantes (causa anemia e prejudica o feto) e primo-infectados têm maior risco de gravidade; Malária grave e complicada: Além os sintomas previamente mencionados, a presença de outros sinais e sintomas a seguir predizem complicações e devem ser manejados de forma cuidadosa e em ambiente hospitalar. DIAGNÓSTICO: Diagnóstico microscópico: Encontro de parasitas no sangue; Método: microscopia da gota espessa Punção digital com coleta de gota de sangue e análise com a coloração de walker; Permite avaliação da densidade de parasitas e portanto, calcular e estimar a parasitemia; Permite a diferenciação da espécie e identificação do estágio de desenvolvimento; Tempo de execução: 60 minutos; Executador-dependente. CONTROLE: Programa nacional de controle da malária criado em 2003; Objetivos: redução da incidência e gravidade da malária e manter a ausência de novos casos onde há transmissão já fora interrompida; Inclui em suas atribuições garantir a segurança contra a doença em assentamentos e projetos de reforma agrária em áreas de risco para malária. TRATAMENTO: Garantido gratuitamente pelo SUS em todo o território nacional; Diagnóstico oportuno e inicio imediato do tratamento são os meios mais adequados para a redução da gravidade e da letalidade pela malária; Tratamento tem como alvo atingir o plasmódio em diversas fases do seu ciclo evolutivo, através de diversas drogas: Interrupção da esquizogonia sanguínea - responsável pela patogenia e manifestações clínicas; Destruição das formas latentes (hipnozoítos); Interrupção da transmissão do parasita, inibindo desenvolvimento das formas sexuadas (gametócitos). Ao escolher o tratamento, considerar: Espécie de plasmódio envolvida; Idade do paciente - risco maior de toxicidade em crianças e idosos; História de exposição prévia ou não - primoinfectados tem maior potencial de gravidade; Gravidez ou comorbidades; Presença de sinais de malária grave. CONTROLE DE CURA: Realizado através da análise seriada de lâminas de sangue em dias subsequentes; Objetiva a observação da redução progressiva da parasitemia e da eficácia do tratamento e a identificação oportuna de recaídas.
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