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ESQUISTOSSOMOSE Doença parasitária; Agente causador: Schistosoma mansoni Platelminto da classe dos trematódeos; Família Schistosomatidae Gênero Schistosoma Forma delgada, coloração branca, sexos separados. Ciclo biológico com fases de reprodução sexuada e assexuada. Doença inicialmente assintomática, podendo evoluir para formas graves e óbito. Pela sua prevalência e grande potencial de gravidade, constitui um importante problema de saúde pública. SINONÍMIA: “xistose” / “barriga d’água” / “doença dos caramujos”. CICLO REPRODUTIVO: FASE SEXUADA As fêmeas permanecem acopladas aos machos dentro do canal ginecóforo; Dentro deste canal, permanecem constantemente banhadas em líquido espermático; Na época da postura dos ovos, desacoplam-se dos machos e nadam contra a corrente sanguínea até os capilares iniciais da circulação portal, onde então põem os ovos um a um; Os ovos usam sua pequena espícula para melhor aderência à parede dos vasos; Os ovos liberam uma substância histolítica, que destrói os vasos e tecidos adjacentes, permitindo então que estes caiam na luz intestinal e então sejam liberados no ambiente. CICLO REPRODUTIVO: FASE ASSEXUADA Envolve o hospedeiro intermediário: Caramujos aquáticos: Família planorbidae; Gênero biomphalaria; 03 espécies envolvidas. Distribuição geográfica dos caramujos em 24 estados, mais comuns na região nordeste, centro-oeste e sudeste. Ovos no ambiente eclodem estimulados pela luz e umidade, liberando miracídeos, formas larvárias microscópicas, multicelulares; Miracídeos penetram no caramujo ativamente; Migram até o sistema digestório do caramujo e transformam-se em esporocisto, quando há grande proliferação celular; Esporocistos dão origem às cercárias, que são eliminadas pelo caramijo na água; Carcáreas são larvas pluricelulares, achatadas e caudadas; Cercárias penetram ativamente na pele íntegra. ESQUISTOSSOMOSE Período de incubação: 02 a 06 semanas após a infecção (engloba a fase de penetração das cercárias e seu desenvolvimento até a instalação dos vermes adultos no hospedeiro definitivo. Período de transmissibilidade: Transmissão não ocorre por contato direto e nem por auto-infeccão; Potencial de liberação de ovos desde a 5ª semana após a infecção até 20 anos após a mesma. Suscetibilidade: Universal, com variações individuais; Regiões hiperendêmicas costumam apresentar quadros com menor carga parasitária, o que justifica a menor incidência de formas graves perante todos os casos. Doença comum de regiões tropicais, já descrita em 54 países. Destaques: áfrica / leste do mediterrâneo Nas Américas: do Sul, principalmente Brasil e Venezuela, e região do Caribe. EPIDEMIOLOGIA NO BRASIL: Regiões mais afetadas: nordeste e sudeste; Já diagnosticada em todas as regiões. Áreas endêmicas: ESTADOS: AL / BA / PE / RN (faixa litorânea) / PB / SE / ES / MG (norte e nordeste do estado); Áreas de transmissão focal: ESTADOS: PA / MA / PI / CE / RJ / SP / SC / PR / RS / GO / DF. Distribuição da Esquistossomose no Brasil 2010 a 2015. APECTOS CLÍNICOS DA ESQUISTOSSOMOSE Doença de evolução lenta, crônica; Gravidade variada; Manifestações clínicas dependem: Resposta imunológica do hospedeiro; Capacidade de amadurecimento dos ovos; Quantidade de ovos produzidos. Classificação clínica: inicial e tardia ASPECTOS CLÍNICOS DA ESQUISTOSSOMOSE – FASE INICIAL A fase inicial pode ser assintomática ou sintomática; Assintomática – em geral ocorre no primeiro contato (infância); O diagnóstico é motivado habitualmente após achados alterados em exames laboratoriais. Sintomática – em geral relacionada a penetração das cercárias na pele – dermatite cercariana; Micropápulas eritematosas e pruriginosas, semelhantes a picadas de insetos; Eczema de contato; - ambas de curta duração (aprox até 05 dias após infecção); Febre de katayama – 3 a 7 semanas após a exposição; Alterações gerais: linfadenomegalias / febre / cefaléia / anorexia / dor abdominal / diarréia / vômitos / tosse seca. Alterações de exame físico: hepatoesplenomegalia Alterações laboratoriais: eosinofilia. ASPECTOS CLÍNICOS DA ESQUISTOSSOMOSE – FASE TARDIA OU CRÔNICA Manifestações após o sexto mês de infecção e podem durar anos; Podem atingir diversos graus de gravidade; Manifestações clínicas variam de acordo com: Carga parasitária; Capacidade de resposta do indivíduo; Presença ou não de tratamento e o momento de sua instituição; ASPECTOS CLÍNICOS DA ESQUISTOSSOMOSE – FASE TARDIA OU CRÔNICA MANIFESTAÇÃO HEPATOINTESTINAL Apresenta-se pouco sintomática; Diagnóstico habitualmente acidental; Quando sintomática – sintomas variáveis e inespecíficos: Astenia / tonturas / cefaléia / distonias; Sensação de plenitude gástria precoce / flatulência / hiporexia / dor epigástrica Surtos recorrentes de diarréia. Achados de exames físico: fígado palpável com bordos rombos e endurecidos; Diagnóstico diferencial: outras parasitoses intestinais. ASPECTOS CLÍNICOS DA ESQUISTOSSOMOSE - FASE TARDIA OU CRÔNICA MANISFESTAÇÃO HEPÁTICA Também pode ser sintomático ou assintomático; Quando sintomas: semelhantes a forma hepatointestinal; Evolução para fibrose hepática e consequentemente cirrose; Ao exame físico: fígado palpável e endurecido; Achado de exame de imagem: ultrassonografia evidenciando fibrose hepática. ASPECTOS CLÍNICOS DA ESQUISTOSSOMOSE – FASE TARDIA OU CRÔNICA MANIFESTAÇÃO HEPATOESPLÊNICA Evolução grave da forma hepática; Predomina em adolescentes e adultos jovens; Fibrose hepática evolui com hipertensão portal: Esplenomegalia; Varizes de esôfago; Ascite. Sintomas comuns: astenia / dores abdominais inespecíficas / sensação de peso em hipocôndrio direito; Ao exame físico: hepatomegalia / esplenomegalia indolor. Pode evoluir com perda de função hepática: Distúrbios da coagulação e fenômenos hemorrágicos; Hemorragia digestiva alta Hipoalbuminemia; Ascite de grande monta com complicações: Desconforto respiratório; Peritonite bacteriana sistêmica; Encefalopatia hepática. Principal causa de óbito direta pela doença. ASPECTOS CLÍNICOS DA ESQUISTOSSOMOSE – FASE TARDIA OU CRÔNICA OUTRAS MANIFESTAÇÕES São menos comuns: Vasculopulmonar com hipertensão pulmonar; Manifestação renal – glomerulopatia; Sistema nervoso central – mielorradiculopatia esquistossomótica; Forma genital (masculino e feminino); Pele; Retina; Tireóide; Coração DIAGNÓSTICO Método mais utilizado: pesquisa de ovos nas fezes, através do método kato-katz; Biópsia de reto: para busca de estruturas adultos e ovos; Métodos sorológicos: complementar ao exame parasitológico e com maior utilidade em áreas não endêmicas e de baixa prevalência. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA É doença de notificação compulsória nacional; Detecção precoce e tratamento objetivam: Redução do número de casos graves; Redução da transmissão dentro da mesma região; Redução do risco de expansão geográfica da doença. Estratégias para eliminação da esquistossomose: Identificação precoce dos portadores; Realização de inquéritos coproscópicos e tratamento de acordo com índice de positividade: >25% - tratamento coletivo; >15% e <25% - tratamento do caso positivo e conviventes. <15% - tratamento apenas do caso positivo. Controle dos hospedeiros intermediários –mapeamento e pesquisa das condições hídricas Educação em saúde com mobilização comunitária; Promoção de saneamento domiciliar. TRATAMENTO Droga utilizada: praziquantel; Anti-parasitário de amplo espectro; Induz alteração no fluxo de íons de cálcio nas células do parasita, levando a incapacidade de contração e assi, de adesão ao hospedeira; Sem aderência, mais fácil exterminado pelos fagócitos.
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