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Solo: resíduo do intemperismo Solo (agronomia) meio necessário para o desenvolvimento das plantas Solo (engenharia) material que serve para a base de fundação de obras civis. Solo (arqueologia) material que pode registrar evidências de material que pode registrar evidências de civilizações pretéritas Solo (hidrologia) meio poroso que abriga reservatórios de rios de água subterrânea Solo (geociências) produto do intemperismo, do remanejamento e da organização das camadas superiores da crosta terrestre (REGOLITO). Os diferentes conceitos de solos . . . Comportamento dos solos = Coulomb, 1773, Rankine, 1856 e Darcy, 1856. Insucessos em obras de engenharia civil: rupturas do Canal do Panamá rompimentos de grandes taludes em estradas e canais em construção na Europa e nos Estados Unidos Necessidade de revisão os procedimentos de cálculo. Terzaghi (1936) - não se podiam aplicar aos solos leis teóricas em projetos. Não era suficiente determinar em laboratório parâmetros de resistência e deformidade em amostras de solos e aplicá-los a modelos teóricos adequados àqueles materiais. Um pouco de história Cientista russo Dokuchaev (1877) = noções básicas e conceitos fundamentais Solo = material que evolui no tempo, sob a ação dos fatores naturais ativos na superfície terrestre. 1898 = propriedades do solo são resultado dos fatores de formação do solo que nele atuaram e ainda atuam, a saber: material de origem, clima, organismos, topografia(relevo) e tempo. Obras de Engenharia Civil = se assentam sobre o terreno. Mecânica dos Solos = estuda o comportamento dos solos quando tensões são aplicadas, Ex. fundações, escavações, o escoamento de água. Engenharia Geotécnica ou engenharia de Solos SOLOS NA ENGENHARIA Nem todos os produtos do intemperismo são erodidos e carregados; Material heterogêneo e desagregado sobre o substrato rochoso; Solo: resíduo do intemperismo Solos = constituídos por um conjunto de partículas com água (ou outro líquido) e ar nos espaços intermediários. O comportamento dos solos depende do movimento das partículas sólidas entre si. Dos materiais tradicionalmente considerados nas estruturas, o comportamento dos solos diverge daquele de um sólido deformável. Solo: resíduo do intemperismo Clima e organismos, controlados pelo relevo, atuando sobre um material de origem, ao longo do tempo, geram uma situação de desequilíbrio que resulta em intemperismo e formação de solos (pedogênese). Material de origem e o tempo fatores passivos, Clima e organismos são fatores ativos, Relevo é fator controlador. .1 A ORIGEM DOS SOLOS Todos os solos se originam da decomposição das rochas que constituíam inicialmente a crosta terrestre. Intemperismo = mais atuante em climas quentes do que em climas frios. A ORIGEM DOS SOLOS Rocha Sedimento inconsolidado, Aluvial (depósito de rio), Coluvial (depósito de material no sopé das elevações). 1.1 Material de Origem As rochas são normalmente consideradas como matéria bruta que origina a fração mineral do solo: quanto menos desenvolvido for o solo, mais ele se parecerá com a rocha. 1.1 Material de Origem Materiais derivados diretamente de rochas = consolidação de material vulcânico (magma), pelo metamorfismo deste ou de rochas sedimentares. Materiais derivados de rochas sedimentares = como arenitos, ardósias, siltitos, argilitos e rochas calcária. Sedimentos inconsolidados mais recentes = os aluviões recentes, os eólicos (dunas de areias, depois de estabilizadas), cinzas vulcânicas, sedimentos glaciais (incluindo o loess), colúvios e depósitos orgânicos (ou turfeiras). Sedimentos inconsolidados mais antigos (quaternário e terciário) pseudoautóctones (pedissedimentos). 1.1 Material de Origem Formação de um solo ocorre quando uma rocha sã começa a ser alterada, ou um evento de sedimentação se encerra, e a partir daí começam a ocorrer os processos de formação do solo. Início exato da formação do solo = Difícil Erosão = atua em sentido contrário à pedogênese Sucessão de eventos modeladores da superfície do planeta Idade de um Latossolo ou de um Cambissolo esses solos já passaram por várias fases de pedogênese, considerando a dinâmica da superfície do planeta 1.2 Tempo Tempo/idade = relacionado à maturidade, ao grau de desenvolvimento de um solo, e não ao tempo cronológico. Solo jovem = pedogênese foi pouco intensa (condições de relevo plano, clima frio ou seco), ou que a taxa de erosão foi maior que a taxa de pedogênese (relevo acidentado), formando um solo pouco espesso, podendo apresentar minerais ainda passíveis de intemperização. Solo velho = um solo espesso, quimicamente pobre, com minerais profundamente intemperizados e acúmulo de óxidos. 1.2 Tempo Clima = fator que isoladamente, mais contribui para o intemperismo. Determina o tipo e a velocidade do intemperismo em uma dada região. Os dois parâmetros climáticos mais importantes são a precipitação e a temperatura, regulando a natureza e a velocidade das reações químicas. 1.3 Clima (precipitação e temperatura) Reações químicas de intemperismo = água no sistema. ÁGUA solvente favorece a instalação de seres vivos que irão acelerar o intemperismo remoção de partículas sólidas (erosão) Remoção de produtos solúveis (lixiviação). Quanto mais água e maior a drenagem, mais completas serão as reações químicas do intemperismo. Interação água e clima Temperatura tem um papel duplo: acelerando a as reações químicas, aumenta a evaporação, diminuindo a quantidade de água disponível para a lixiviação dos produtos solúveis. O elevação da temperatura em 10°C, aumenta de duas a três vezes a velocidade das reações químicas. Clima/temperatura As condições climáticas condicionam a ocorrência do tipo de vegetação adaptada. O solo pode alterar o clima atmosférico localmente. Em um local com pluviosidade média de 1300 mm/ano = o solo raso não é capaz de armazenar água durante o período seco. Clima e vegetação Vegetais, animais, bactérias, fungos, liquens = influencias dinâmicas nos processos de formação do solo. Estes organismos exercem ações físicas e químicas sobre o material de origem e continuam a atuar no perfil do solo. 1.4 Organismos Ações = conservadoras e transformadoras. Ações conservadoras: interceptação da chuva pela parte aérea dos vegetais, sombreamento da superfície (diminuindo a amplitude térmica), retenção de solo pelas raízes das plantas. Ações transformadoras: a ação dos organismos no intemperismo físico e químico das rochas, a mobilização de sólidos (minerais e orgânicos) por animais, reciclagem de nutrientes incorporação de matéria orgânica pelos vegetais. 1.4 Organismos A topografia regula a velocidade do escoamento superficial das águas pluviais (o que também depende da cobertura vegetal), Controla a quantidade de água que se infiltra nos perfis, Infiltração = afeta o fluxo vertical de solutos e coloides, assim como o fluxo lateral de partículas sólidas pela erosão. 1.5 Topografia (relevo) São processos que produzem as modificações que ocorrem no solo devido à atuação dos fatores de formação do solo. adição, remoção ou perda, transformação translocação. 2 PROCESSOS GERAIS DE FORMAÇÃO DO SOLO Compreende qualquer contribuição externa ao perfil do solo. adição de matéria orgânica (restos orgânicos de animais e vegetais), poeiras e cinzas trazidas pelo vento, materiais depositados tanto por enchentes como por movimentos de massa nas encostas, gases que entram por difusão nos poros do solo (CO2, O2, N2), adubos, corretivos, agrotóxicos, adição de solutos pela chuva, etc. 2.1 Adição Compreende as perdas de gases, líquidos ou sólidos sofridas por uma determinada porção de solo, podendo ser em superfície ou em profundidade. exportação de nutrientes pelas colheitas, perdas de compostos voláteis por queimadas, perdas por erosão hídrica ou eólica, etc. Perdas em profundidade compreendem lixiviação de solutos pelo lençol freático, perdas laterais de soluções com íons reduzidos (Fe, Mn), etc. 2.2 Remoção ou perda Movimento de materiais de um ponto para o outro dentro do perfil do solo. Movimento de argilas e/ou solutos de um horizonte para o outro no perfil, o preenchimento de espaços deixados por raízes decompostas, cupins, minhocas, formigas, etc., movimento de materiais promovido pela atividade agrícola preenchimento de vazios provocados pela contração de solos ricos em argilas expansivas, como a montmorilonita). 2.3 Translocação Transformação física, química ou biológica dos constituintes do solo, envolvendo síntese e decomposição quebras de minerais e rochas, umedecimento e secagem do solo com quebra de agregados, compressão provocada pelo crescimento de raízes, etc. Transformações químicas consistem dos processos de intemperismo químico já conhecidos, assim como a neoformação de minerais da fração argila do solo. 2.4 Transformação Os principais processos específicos de formação do solo são: latossolização, podzolização, hidromorfismo, salinização. 3. PROCESSOS ESPECÍFICOS DE FORMAÇÃO DO SOLO Latossolização = antes denominada laterização. Latossolos = remoção e transformação. Fatores ativos de formação do solo (clima e organismos): ação intensa por um longo tempo, relevo que propicia a remoção de sais solúveis, transformação acentuada de minerais - acúmulo de minerais mais estáveis como argilominerais 1:1 (caulinita) e óxidos de Fe e Al. 3.1 Latossolização Extensos chapadões = água em abundância se infiltrou profundamente, causando intensa lixiviação e acentuado intemperismo. Material intemperizado = revolvido pelos organismos vivos (formigas, cupins, raízes mortas etc) e transportados a grandes distancias na paisagem por ação dos agentes erosivos (vento, chuvas, cursos d´água etc.). 3.1 Latossolização Latossolização: processo de formação do solo que se caracteriza a intensa remoção de sílica no processo de intemperismo. 3.1 Latossolização Translocação de argila e de compostos organo- minerais dentro do perfil. Translocação + adição + perda e transformação Dois grandes grupos de solos apresentam a podzolização: os Argissolos (antigos podzólicos), Espodossolos (antigos Podzóis). Há tambem os Luvissolos (antigos Bruno não cálcicos) e Planossolos. 3.2 Podzolização Espodossolos translocação de complexos de matéria orgânica e óxidos de ferro e/ou alumínio de um horizonte eluvial (E) para um horizonte espódico (Bhs) onde estes complexos se precipitam. Formados a partir de material arenoso Facilitam o acúmulo superficial de matéria orgânica e a acidólise (baixas temperaturas ou hidromorfismo acentuado). 3.2 Podzolização Argissolos translocação de argila dos horizontes mais superficiais para um horizonte mais profundo Formados em condições de alternância de ciclos de umedecimento e de secagem clima com estações seca e úmida definidas, posição na paisagem que permita tal alternância - sopé de encostas. O movimento descendente da argila no perfil, leva ao entupimento de macroporos no horizonte Bt, facilitando a erosão no horizonte superficial. 3.2 Podzolização Acumulação de sais no perfil. adição de sais pelo lençol freático ou pela erosão das elevações circundantes. Solos associados à planícies ou depressões Drenagem deficiente Precipitação pluviométrica menor do que a evapotranspiração. 3.3 Salinização (ou halomorfismo) Exemplo de classes de solos: Gleissolos Sálicos (antigos Solonchaks) Planossolos Nátricos (antigos Solonetz solodizado). São solos encontrados no Nordeste brasileiro e no Pantanal Mato-grossense. 3.3 Salinização (ou halomorfismo) Gleissolo Tiomófico Húmico Solódico Reconhecidos pelos atributos: caráter sódico: saturação das cargas por Na > 15%. caráter solódico: saturação das cargas por Na > 6% e < 15%. caráter salino: condutividade elétrica > 4 ds/m2 e < 7 ds/m2. caráter sálico: condutividade elétrica > 7 ds/m2. 3.3 Salinização (ou halomorfismo) Alguns horizontes do solo sujeitos à submersão contínua ou durante a maior parte do tempo. transformação de minerais passíveis de redução, adição de matéria orgânica (m.o.), m.o. se acumula devido à menor taxa de decomposição. 3.4 Hidromorfismo Menos oxigênio do solo, causado pelo excesso de água proliferação de organismos anaeróbicos , ambiente de baixo potencial de oxi-redução, reduzem o Fe3+ dissolvido na solução do solo. Argilas oxídicas ferruginosas vão sendo consumidas e o solo vai perdendo as cores vivas (vermelha e amarela) dessas argilas. Solos hidromórficos = cor esbranquiçada e acinzentada Pigmentação da matéria orgânica 3.4 Hidromorfismo Hidromorfismo marcante: Organossolos, Gleissolos, Planossolos. Neossolos Flúvicos = formados pela deposição de sedimentos ao longo das margens dos rios - frequentemente associados na paisagem a esses solos hidromórficos. não são considerados solos hidromórficos melhor drenagem ao longo do perfil (geralmente arenoso) apresentam horizonte A sobre uma sucessão de camadas de sedimentos que não têm relação pedogenética entre si. 3.4 Hidromorfismo ORGANOSSOLOS GLEISOLO PLANOSSOLO C - rocha alterada (saprólito); B – acumulação de argila, matéria orgânica e oxi-hidróxido de Fe (Mn) e Al. E – horizonte mais claro, marcado pela remoção de partículas de “B”. A – horizonte escuro, com matéria mineral e orgânica e alta atividade biológica. O – horizonte rico em restos orgânicos em vias de decomposição EMBRAPA 4 Classificação dos solos para a Engenharia Sistema Unificado de Classificação (S.U.C.) Os solos são classificados em três grandes grupos: a) Solos grossos: mais que 50% em peso, dos seus grãos, são retidos na peneira # 200. b) Solos finos: menos que 50% em peso, dos seus grãos, são retidos na peneira # 200. c) Turfas: solos altamente orgânicos, geralmente fibrilares e extremamente compressíveis. . . a) Solos grossos Pedregulhos: mais de 50% retidos #4 Areias: menos de 50% retidos #4 Cada grupo por sua vez é dividido em quatro subgrupos. São eles: a) Material praticamente limpo de finos, bem graduado b) Material praticamente limpo de finos, mal graduado c) Material com quantidades apreciáveis de finos não plásticos d) Material com quantidades apreciáveis de finos plásticos C Classificação dos solos Classificação dos solos grossos pelo SUCS. Classificação dos solos b) Solos finos A classificação dos solos finos é realizada tomando- se como base apenas os Limites de Plasticidade e Liquidez do solo, plotados na forma da carta de plasticidade de Casagrande. • Siltosos:baixa compressibilidade (LL < 50) • Argilosos: alta compressibilidade (LL > 50) Limite de Liquidez (wL): umidade abaixo da qual o solo se comporta como material plástico; umidade de transição entre os estados líquido e plástico do solo. Limite de Plasticidade (wP) teor de umidade em que o solo deixa de ser plástico, tornando-se quebradiço; umidade de transição entre os estados plástico e semisólido do solo. Classificação dos solos b) Solos finos • Siltosos: baixa compressibilidade (LL < 50) • Argilosos: alta compressibilidade (LL > 50) A carta de plasticidade possui três divisores principais: 1) A linha A: IP = 0,73(LL - 20) • acima - solos argilosos • abaixo - solos siltosos 2) A linha B: LL = 50% • direita - solos compressíveis e muito plásticos • esquerda - solos de baixa compressibilidade e de baixa a média plasticidade 3) A linha U: IP = 0,9(LL - 8) Carta de plasticidade de Casagrande O de organic (orgânico) L de low (baixa) H de high (alta) São solos altamente orgânicos, geralmente fibrilares e extremamente compressíveis. Florestas soterradas em estágio avançado de decomposição. Estes solos formam um grupo independente de símbolo Pt (“peat”). Classificação dos solos c) Turfa Classificação dos solos Sistema de Classificação do H.R.B (Highway Research Board) Sistema Rodoviário de Classificação Empregado na engenharia rodoviária em todo o mundo, Bureau of Public Roads e revisto pelo HRB(1945 Normatizado pela AASHTO M145 (1973). Classificação dos solos Sistema Rodoviário de Classificação Os solos são classificados em grupos e subgrupos, em função da sua granulometria e plasticidade. solos granulares (% passante #200 < 35%) → A-1, A-2 e A- 3; solos finos (% passante #200 > 35%) → A-4, A-5, A-6 e A- 7; solos altamente orgânicos → podem ser classificados como A-8. Sistema de classificação do H.R.B. Classificação da AASHTO. Solos grossos. Sistema de classificação do H.R.B. Classificação dos solos Classificação da AASHTO. Solos finos. Sistema de classificação do H.R.B. Classificação dos solos 1. Explique a diferença entre solo residual e solo transportado. 2. Os solos residuais são influenciados pela rocha de origem. Busque na pagina 86 pelo menos três exemplos de solos residuais, suas características e as rochas de origem. 3. Comente sobre os quatro tipos de solos residuais. 4. O comportamento do solo está comumente ligado ao tamanho das partículas, e podem ser classificados de acordo com este critério. Quais são os tipos de solo de acordo com a sua granulometria. 5. Explique o que são os limites de plasticidade e de liquidez. Questões para a aula Exploração do subsolo • Métodos diretos de investigação do subsolo; • Sondagem à percussão com circulação de água; • Sondagem rotativa; • Amostragem em solos e rocha.
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