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Segurança no trabalho na contrução civil

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Seminário de Engenharia Civil – Unip – Ribeirão Preto		
SEGURANÇA NO TRABALHO NA CONTRUÇÃO CIVIL 
Pedro Augusto Leal Magri*
Egiefferson Rezende de Oliveira*
Renan Alves Gomes Campos*
Reinilson Batista Santana*
Daniel Luiz de Souza*
Maicon Robson de Souza*
Felipe Cuachio*
Professora Orientadora: Milena G. Figueira
RESUMO
 A construção civil é um tipo de atividade que envolve diretamente a mão de obra do trabalhador, especificando o uso de máquinas e equipamentos devido à própria atividade. Os riscos que os trabalhadores da construção civil estão expostos são grandes e todos eles podem comprometer a integridade física e/ou a saúde dos operários. Contudo, na busca pela promoção da proteção de todos envolvidos neste setor, é aplicada a Engenharia de Segurança no Trabalho a qual dispõe de programas, equipamentos e especificações que devem ser adotadas para garantir a integridade física e mental destes trabalhadores. Dada à importância que a Engenharia de Segurança representa para a construção civil, a presente pesquisa tem por objetivo realizar uma revisão de literatura sobre a importância da segurança no trabalho aplicada ao setor da construção civil para a redução de acidentes. Para o desenvolvimento do trabalho, optou-se pela pesquisa bibliográfica e descritiva, pois se trata de métodos que permitem a busca científica do conhecimento com base em material já elaborado.
PALAVRAS-CHAVE: Segurança no Trabalho. Construção civil. Segurança.
(*)Universidade Paulista Unip – Campus Vargas, Ribeirao Preto
Curso: Engenharia civil, 6° Semestre.
1 INTRODUÇÃO
 
 Com o passar dos anos, nota-se uma crescente preocupação na busca de melhores índices de produtividade em diversos setores da sociedade. Porém, esse fato dependerá da existência de maior confiabilidade no processo de produção. Nesse ponto, o homem aparece como elemento principal no ambiente de trabalho, pois qualquer diminuição da sua capacidade laboral poderá causar a queda na produtividade nos diversos setores de serviços. Esta situação pode ser verificada por meio de acontecimentos como, por exemplo, o aumento do número de acidentes na construção civil, estresse, entre outros. Muitos acidentes na construção civil podem ser atribuídos ao erro humano ou ao fator humano. Entretanto, quando se fala em erro humano, geralmente se refere a uma desatenção ou negligência do trabalhador. Para que essa desatenção ou negligência resulte em acidente, deve haver uma série de decisões que criaram as condições para tal acontecimento. O erro humano resulta das interações homem-trabalho ou homem-ambiente, que não atendam a determinados padrões esperados. Contudo, com base nos programas propostos pela Segurança no Trabalho, tais acidentes poderão ser reduzidos ou até mesmo, eliminados. Porém, apesar de toda a segurança que se procura ter no setor da construção civil, qualquer atividade que seja executada pode oferecer riscos. A construção civil, segundo Farah (1993) tem sido responsável por muitos acidentes no trabalho pelo fato de exigir que os trabalhadores se exponham a fatores de risco, tais como, calor, altura, ruídos, esforços repetitivos e outros. É preciso ajudá-los, fornecendo-lhes conhecimentos acerca da Segurança no Trabalho para se aplicar à construção civil de modo que seja promovida a proteção e segurança dos operários. Contudo, é sempre viável dobrar a segurança dos trabalhadores deste setor oferecendo-lhes recursos de trabalho no qual os deixarão satisfeitos, mostrarão resultados no período predestinado e sem acidentes. Considerando essas questões de segurança e tendo em vista que na construção de prédios e edifícios, o perigo aumenta e consequentemente a segurança deverá ser mais eficaz, adequada e redobrada.
 Com base no exposto, o objetivo geral é demonstrar a importância da segurança no trabalho aplicado ao setor da construção civil para a redução de acidentes. Para tanto, foi necessário desenvolver os objetivos específicos que foram analisar os impactos causados pelos acidentes de trabalho na construção civil; verificar a pressão sofrida pelo operário quanto ao prazo de execução dos serviços versos segurança do trabalho; e demonstrar as formas possíveis para minimizar os acidentes de trabalho na construção civil. Assim sendo, a importância de se desenvolver este artigo versa no fato de que muitos acidentes de trabalho neste setor envolvem pequenas lesões perfuro cortantes e contusões. Os acidentes do trabalho também podem estar ligados à falta de formação técnica e profissional dos trabalhadores. Para que este quadro seja mudado é preciso que, além de treinamento, o uso adequado dos EPI’s seja exigido para garantir a integridade física dos trabalhadores. Diante do contexto apresentado, justifica-se a escolha do tema, pois é preciso analisar os aspectos legais a respeito da importância da segurança no trabalho aplicado ao setor da construção civil.
2 O SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
A indústria da construção civil representa, para o Brasil, um dos setores empresariais com maior absorção de mão de obra, além de ser, um dos maiores poderes econômicos, com alta geração de oportunidade de emprego. É um segmento caracterizado pela precariedade na qualificação da mão de obra e pela não continuidade do processo industrial, pois há mobilização e desmobilização das equipes a cada obra executada. Esta situação vivida pelo setor pode resultar no comprometimento da integridade física do trabalhador e acidentes, sendo estes grandes desafios encontrados na construção civil. Patrício (2013) afirma que construção civil é um termo usado para todo o tipo de construção que tenha interação com a população, comunidade ou com a cidade, e tem sido um nome adotado até os dias atuais. Inicialmente, a engenharia era subdividida nas áreas civil e militar, mas, com o passar dos anos, esta divisão perdeu seu efeito, passando-se a utilizar o termo construção civil para tudo o que envolve o trabalho de engenheiros e arquitetos civis com demais profissionais de diferentes áreas de conhecimento. A construção civil tem sido um dos feitos que tem maior representatividade no Brasil, uma vez que as grandes metrópoles estão absorvendo a cada dia que passa, mais moradores, exigindo com que sejam realizadas novas construções de estruturas urbanas. Para Simões (2010), diante desse contexto, entende-se que a construção civil tem como papel o elo com o bem-estar da população, compreendendo os princípios de cidadania, divisão de espaços públicos, inclusão social e a divisão de espaços particulares. Tortato (2006) destaca que o processo de crescimento e desenvolvimento econômico conta, inegavelmente, com a construção civil, sendo este, o maior fator estimulante da evolução da economia. Tal fato pode ser observado ao se verificar que, resultante da sua atividade, a indústria constrói equipamentos e máquinas que são usadas nas edificações, seja pelas atividades relacionadas à produção e à circulação, seja pelos serviços ligados à reprodução da força de trabalho. O setor da construção civil é uma atividade que apresenta diversos riscos aos trabalhadores e que existe desde a existência do próprio ser humano e da civilização humana. Isto porque, até mesmo os antepassados pré-históricos já faziam uso de fontes de energia e recursos naturais como fogo para o abate de árvores que eram utilizadas para a construção de pontes sobre rios, por exemplo, para facilitar a travessia. Silva (1993) salienta que este setor sempre apresentou grande importância desde os tempos mais remotos, desde a construção das pirâmides, esfinges e outros, levando ao desenvolvimento econômico e social da humanidade.
 As características desse setor se devem às grandiosas obras como edifícios arranha-céu, prédios, pontes, aquedutos, dentre outros, constituindo-se em infraestrutura básica para todos os outros setores produtivos do país. Farah (1993) enfatiza que a crise que atingiu o setor após o esgotamento do ciclo de expansão das atividades dosubsetor de edificações nos anos 80, trouxe um aumento na eficiência da utilização de recursos humanos e a qualidade das edificações ganhou maior importância. Assim, com a retração do mercado, o mesmo tornou-se mais exigente e com maior concorrência. Além disso, o setor sofreu recentemente alterações no seu mercado de trabalho: a redução na disponibilidade de mão de obra e alterações na legislação trabalhista passou a pressionar a melhoria das condições de absorção da força de trabalho e a redução de custos com o trabalho humano. É sabido que dentro do setor da construção civil, há uma grande necessidade de qualificação da mão de obra. A não qualificação dos operários acarreta em dificuldades na modernização do setor, pois gera desperdícios, proporciona baixa produtividade e contribui par a má qualidade da obra. Além disso, os acidentes do trabalho também estão intimamente ligados com a falta de formação técnica e profissional dos trabalhadores. A construção civil é um ramo em que se exige uma grande atenção quando o assunto envolve segurança, gestão com qualidade e respeito ao meio ambiente. Os trabalhadores desta área constituem um grupo de pessoas que realizam sua atividade laboral em ambiente insalubre e de modo arriscado. Geralmente, são atendidos inadequadamente em relação aos salários, alimentação e transporte, possui pequena capacidade reivindicatória e, possivelmente, reduzida conscientização sobre os riscos aos quais estão submetidos. E acabam ignorando, de forma inconsciente, seus direitos e deveres nessa área. De acordo com Farah (1993), cada condição de risco de acidente deve ser antecipadamente conhecida para que possam ser tomadas ações preventivas. Dessa forma, todos os envolvidos na concepção da obra devem prover soluções para a proteção dos operários através de detalhes e especificações, conscientizando, demonstrando e promovendo a saúde e a segurança, além da fiscalização constante.
2.1 Seguranças do trabalho e as definições de acidente do trabalho
Calleri (2007) descreve acidente de trabalho com base no artigo 19 da lei 8.213, de 24 de julho de 1991, afirmando ser “o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente" (p. 32). 
Acidente de trabalho pode ser conceituado como sendo toda a redução ou perda de capacidade laborativa de um trabalhador que tenha sido provocada por fatores associados ao trabalho. Além disso, para ser considerado acidente de trabalho é necessária a existência de dois critérios que são a lesividade e a etiologia laboral. Assim sendo, não se caracteriza acidente de trabalho um dano que não tenha causado qualquer consequência na capacidade laborativa do trabalhador ou que tenha ocorrido fora do trabalho. Para Costa (2009), pode-se definir como acidente de trabalho todo tipo de afronta sofrido pelo trabalhador durante o seu horário e local de trabalho, seja agressão física, doença ou outro, ainda que ele esteja em horário de almoço ou descanso. Também são incluídas as lesões que porventura, venha a sofrer no trajeto casa/trabalho/casa. Deve-se destacar que a doença ocupacional se iguala ao acidente de trabalho, contudo, para este caso, é preciso analisar se o motivo que levou o trabalhador a adoecer é de fato laboral para caracterizá-la como tal.
 A característica de acidente do trabalho é o resultado apresentado pela perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), onde constará a identificação do nexo com o trabalho e o agravo. O referido nexo entre o trabalho e agravo ocorre, geralmente, quando for constatado nexo técnico epidemiológico da atividade exercida pela empresa e o elemento mórbido que motivou a incapacidade do indivíduo, conforme fundamentado na Classificação Internacional de Doenças (CID). Quanto aos agravos para efeito de caracterização técnica para comprovar acidente de trabalho por parte da perícia médica do INSS são distúrbios, lesões, síndromes de evolução aguda, doenças, disfunção crônica, transtorno de saúde, disfunção de natureza clínica, disfunção de natureza subclínica e morte. Quando não houver uma relação de causa-efeito na ocorrência entre acidente e trabalho, então, não se poderá dizer que houve acidente de trabalho. Além disso, mesmo havendo lesão, mas sem incapacitar o trabalhador para as atividades laborais, este não terá qualquer direito a benefício acidentário. O trabalho deveria ser fonte de satisfação para o ser humano, no entanto não é, pois existem empresas que sujeitam os trabalhadores a condições inadequadas de trabalho perdendo em qualidade, competitividade, produtividade e até mesmo a imagem diante da sociedade. Por tal motivo, nota-se a necessidade de que seja aplicada segurança no trabalho para garantir a integridade física e mental do trabalhador.
2.2 Os riscos da atividade da construção civil
 Pessoa (2014) explica que em decorrência do aquecimento da economia brasileira, a indústria da construção civil tem apresentado um aumento econômico de grande representatividade. Tal fato é resultado de que todas as cidades do país estão se tornando grandes canteiros de obras para a construção ou reformas de estradas, obras de mobilidade urbana, para o sistema de transporte, para construção de moradias, edifícios e outros. O crescimento da quantidade de obras não tem sido acompanhado na mesma velocidade no que se refere á fiscalização e segurança na construção civil, levando, como consequência, ao aumento do número de acidentes do trabalho, riscos à saúde do trabalhador e o comprometimento da integridade física deste. O setor da indústria da construção civil envolve tradicionais estruturas culturais, sociais e políticas e causa um elevado índice de acidentes de trabalho sendo assim os acidentes de trabalho nesse setor têm sido frequentes e muitas vezes estão associadas a patrões negligentes que oferecem condições de trabalho inseguras e também a empregados que cometem atos inseguros, os riscos são muitos, considerando que alguns trabalhadores, por necessidade, sujeitam-se á exposição do perigo exigidas pela empresa a fim de manter o emprego.
O trabalhador é tratado como um corpo a ser “adestrado” para “executar” uma determinada tarefa no mais breve período de tempo. Ele passa a não mais conceber e planejar o seu trabalho, sendo-lhe atribuída apenas a sua execução (RODRIGUES, 1986, p.35).
Muitos acidentes de trabalho e riscos na construção civil surgem como resultado da falta de conhecimento por parte do trabalhador, pressa para entregar o produto final no prazo determinado pelo cliente, pela ausência de um devido planejamento e improvisos. Estes são fatores que fazem com que o canteiro de obras se transforme em um ambiente agressivo e vulnerável a ocorrência de acidentes do trabalho. No setor da construção civil, geralmente os acidentes não surgem por motivos de fácil solução, pois são originados de consequências de maior profundidade e sem haver consciência dos fatores reais das suas causas. Trata- se de uma situação comum em casos de acidentes que não geram lesões ou que sejam de natureza leve. Por isso, com um estudo da área para verificar os riscos que envolvem os trabalhadores precisa ser feito no canteiro de obra com base em uma elaboração e implantação de medidas de segurança que sejam de fato eficazes. Medeiros e Rodrigues (2009) explicam que os riscos do trabalho são também conhecidos como riscos ambientais e são classificados pela NR-9, regulamentada pela Portaria numero 3214/78, como sendo os agentes físicos e químicos existentes em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, capazes de causar danos à saúde do trabalhador. A Norma Regulamentadora (NR9) Programa de Prevenção de Riscos Ambientais estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), visandoa preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. 
Os riscos químicos estão relacionados a toxicologia, que estuda os efeitos nocivos decorrentes das interações de substâncias químicas no organismo. A identificação do produto, sua natureza e sua concentração no ambiente devem ser verificadas, uma vez que alguns dos produtos que não são considerados perigosos podem apresentar algum ou graves riscos com o uso indevido ou inadequado. Além disso, também são considerados riscos físicos as radiações não ionizantes, as pressões anormais, o ruído e as vibrações (SILVA, 1993). Há também os riscos ergonômicos. A construção civil por ser conhecida como um dos setores que mais problemas apresentam tem sido alvo de preocupação para a busca pela melhor maneira dos trabalhadores realizarem o trabalho, o qual se inicia com os aspectos ergonômicos.
Quanto aos esforços físicos que causam problemas ergonômicos, os movimentos de rotação e flexão são os mais comuns e com maior frequência nas atividades em canteiro, seja devido ao esforço para pegar o tijolo ou para levantar e depositar sacos de cimento e argamassas. Os reflexos causados pelos esforços no comportamento da coluna vertebral do trabalhador são verificados quando as forças resultantes interagem provocando patologias e problemas de natureza psicofisiológica, muitas vezes, irrecuperáveis. Os problemas ocasionados à coluna do trabalhador da construção civil se devem às inclinações laterais constantes, extensões, flexões, torções e principalmente em atividades de carga e descarga em obra. Conforme apontado pela NR-17, os riscos ergonômicos são aspectos relacionados à organização do trabalho, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho, e ao levantamento, transporte e descarga de materiais. Estendem-se desde uma inadequação antropométrica até uma análise de jornada, pela rotina de atividade, conforto das vestimentas e calçados, adaptação ao trabalho. O estudo científico das relações entre o homem e o seu ambiente de trabalho conhecido por ergonomia tem como objetivo aumentar a eficiência das atividades humanas, minimizar os custos impostos pelas atividades do trabalhador, através da remoção de características de projeto que são capazes de causar danos, queda de eficiência no trabalho e da habilitação física (FUNDACENTRO, 1979, p. 719).
2.3 Seguranças no trabalho no setor da construção civil 
Com o surgimento das máquinas, as exigências de aumento de produção foram crescendo cada vez mais, e, especialmente, com o advento do processo de globalização da economia que resultou em desemprego. Consecutivamente, o aumento do número de desempregados fez com que estes trabalhassem no mercado informal, sem o apoio devido e sem as normas protetivas trabalhistas e das normas de segurança e medicina do trabalho, o que os fizeram se tornar vítimas de acidentes no trabalho, porém, desamparados pelo seguro social. Contudo, todo um processo faz parte da segurança do trabalho e segundo Sherique (2004, p. 84) “as condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, organização do trabalho, mobiliário, postura corporal e layout do local de trabalho”. Isso fez com que, através da história, o homem criasse a tecnologia que possibilitou seu desenvolvimento e, também, promovesse acidentes. Entretanto, Diniz (2002) afirma que foram muitas foram as alterações introduzidas na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), especificamente no Capítulo V, Título II em dezembro de 1977 e 1978, conforme a Lei n. 6514, por ser a construção, um cenário de construção de grandes obras que dependiam de recursos internos.
 No Brasil, o Governo foi pressionado por organismos internacionais de financiamento e, devido a isso, teve que adotar algumas ações, dentre elas, aprovar a legislação referente à segurança e medicina do trabalho e a inadequada formação de profissionais da área. A referida legislação foi inicialmente copiada da legislação americana, mas, com o passar dos anos, foi sendo adaptada conforme as necessidades brasileiras. Nota-se, neste contexto, que a Segurança do Trabalho no setor da construção civil surgiu como uma reação ao grande número de acidentes ocorridos durante a atividade laborativa e, inclusive, devido à realidade econômica vigente na época, entre os anos 1964 e 1985, que não privilegiava o social. Foi um período em que a construção civil estava em alta expansão.
Neste contexto, diversas atividades desenvolvidas no processo de construção têm sido executadas juntamente com a segurança apoiada em várias medidas que garantem a adequada limpeza, organização, produtividade, atenção, condições adequadas de trabalho e segurança quanto aos aspectos físicos e mentais dos operários. A inserção da Engenharia de Segurança no Trabalho no setor da construção civil possibilitou, ainda, que os operários recebem instalações sanitárias adequadas, percebendo a preocupação com a higiene dos mesmos. Entretanto, não somente a parte da higiene deve ser levada em consideração para um ambiente de trabalho seguro, mas, inclusive, o arranjo físico do canteiro que deve ser devidamente planejado visando a garantia de que não ocorrerá acidentes. A partir disso, bons resultados de segurança justificam sua introdução no ramo da construção civil, tendo como beneficiários, empregado e empregador pois todos os envolvidos na área da construção civil precisam promover e aplicar programas de Engenharia de Segurança no Trabalho como ferramentas obrigatórias para reduzir os acidentes de trabalho, fazendo com que os operários se sintam mais seguros. Dentre tais ferramentas tem-se a CIPA, PPRA, uso de EPI, EPC, etc. 
Nota-se, com base no exposto, que a Segurança no Trabalho na construção civil é uma forma de reduzir os acidentes no setor e fazer com que os operários ganhassem maior importância por parte das empresas. No Brasil, a construção civil é uma das atividades que apresenta um dos maiores índices de acidentes a nível mundial. De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a “construção civil ocupa o terceiro lugar no número de acidentes de trabalho” (CBIC, 2013, s/d). 
Nos últimos anos, o crescimento das atividades relacionadas a essa indústria foi influenciada pelas condições econômicas do país e pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), observando-se um acréscimo das atividades e número de trabalhadores relacionados ao setor da construção, aumentando assim a quantidade de obras, de trabalhadores e da quantidade de acidentes. Entretanto, de acordo com a CBIC, atualmente nota-se uma redução no número absoluto de acidentes no trabalho. Outra informação que corrobora essa afirmação foi publicada pelo Ministério da Previdência Social (MPS), que divulgou AEPS 2012 - Anuário Estatístico da Previdência Social de 2012, com as estatísticas de acidentes de trabalho ocorridas no ano de 2012. A pesquisa revela a redução no número de acidentes em relação a 2010 e 2011. Ao todo, foram registrados 705.239 casos, contra 720.629 em 2011 e 709.474 em 2010. Os óbitos também apresentaram uma pequena redução, com 2.731 em 2012, sendo que em 2010 foram 2.753 e 2.938 em 2011 (REVISTA PROTEÇÃO, 2013). Observa-se que os acidentes típicos representam 78,6% dos acidentes registrados, inclusos nessa classe os acidentes ocorridos em altura, (total de 423.167acidentes típicos). Entretanto, dos acidentes típicos, os dados disponíveis não mostram distinção entre as causas de acidentes (FIG. 1).
A Figura 1 apresenta as classes de acidentes registrados em 2011 a nível Brasil, apresentando dados de 03 (três) classes de acidentes analisadas a nível nacional. O número de trabalhadores informado é formalizado de acordo com a RAIS (Relação Anual de InformaçõesSociais), critério utilizado desde 1985.
Fonte: MTE, 2011.
FIGURA 1 - Acidentes registrados em números absolutos
3 CONCLUSÃO
 A Segurança no Trabalho tem apresentado um grande avanço no que se refere ao número de acidentes no setor da construção civil. Conforme analisado nesta pesquisa, este ramo é uns dos segmentos que fazem parte da economia mundial e também apresenta elevado índice de acidentes por ser uma atividade que exige mão de obra quase que exclusiva do trabalhador.
Pode-se dizer que a evolução da Segurança no Trabalho na construção civil ocorreu uma diversidade de fatores, não somente por terem sido lançadas normas, legislações ou decretos a respeito. Estes apenas serviram para concretizar e documentar uma necessidade que há muito, já existia. Com base no estudo realizado, pode-se constatar que o desenvolvimento na área da segurança foi imenso, passando de um enfoque que antes era unicamente informativo para uma ação ativa, corretiva, preventiva e visa a integração de toda a estrutura de num esforço conjunto. Tal esforço refere-se a busca pelo setor da construção civil e da segurança em proteger o operário, preservando a saúde e a vida, oferecendo o progresso da organização como empresa e do funcionário
REFERÊNCIAS
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COLOMBO, Caroline Bitencourt. O acidente do trabalho e a responsabilidade civil do empregador. 2009. 84f. Monografia (Curso de Direito) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.
DINIZ, Jadir Ataíde Júnior .Segurança do Trabalho em obras de Construção Civil. dissertação (graduação) .Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2002.
FARAH, Maria Ferreira Santos. Estratégias empresariais e Mudanças no Processo de Trabalho na Construção Habitacional no Brasil. São Paulo: Pioneira, 1993.
FERREIRA, Mário dos Santos. Ergonomia na construção civil: análise do trabalho em alvenaria de blocos cerâmicos. Curitiba: Abergo, 2006.
Guedes,João. Estatistica de acidentes no Brasil. Revista proteção,São Paulo,p.13,16 , outubro/2013.
IlDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgard Blüncher, 2005.
MEDEIROS, José Alysson Dehon Moraes; RODRIGUES, Celso Luiz Pereira. A existência de riscos na indústria da construção civil e sua relação com o saber operário. Paraíba: PPGEP/UFPB, 2009.
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http://www.previdencia.gov.br/dados-abertos/aeps-2012-anuario-estatistico-da-previdencia-social-2012/aeps-2012-secao-iv-acidentes-do-trabalho/. Acesso em 31/10/2016
SHERIQUE, Jaques. Aprenda como fazer. São Paulo: LTs, 2004.
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