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Apostila com dicas para prova de Direito Processual do Trabalho

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APOSTILA PARA ESTUDOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
PROF. THIAGO DE MELO 
TEMAS DIRECIONADOS PARA PROVAS 
1º Tema: Prescrição 
 
• Legislação: CLT, art. 11, 149; CRFB/88, art. 7º, XXIX; Lei nº 12.815/2013, art. 37, § 4º; Lei Complementar nº 150/2015, art. 43. • Jurisprudência: Súm. 6 (item IX), 62, 114, 156, 199 (item II), 206, 268, 275, 294, 308, 326, 327, 350, 362, 373, 382, 452, TST; OJ SDI-1 38, 83, 129, 175, 242, 243, 271, 344, 375, 392, 401, 417, TST. 
Quando se diz que alguém tem um determinado direito, estamos dizendo, na verdade, que este indivíduo tem direito a alguma coisa, bem como direito de exigir esta determinada coisa, caso o devedor não satisfaça espontaneamente a sua obrigação. 
Assim, sempre que o devedor não paga ou não entrega ao credor a coisa devida, este tem a faculdade de acionar o Estado-Juiz para que imponha ao devedor a satisfação forçada da obrigação. 
Estes dois primeiros parágrafos me parecem esclarecer adequadamente a noção jurídica de pretensão. Com efeito, a esta possibilidade de exigir a satisfação do direito, de acionar o aparato coercitivo do Estado para este fim, se dá o nome de pretensão. 
Ocorre que, embora o credor seja titular desta pretensão, não é razoável que ele demore anos para, a seu bel prazer, vir a exercer a sua pretensão em relação àquele direito quando bem entender. E é exatamente neste ponto que surge a ideia de prescrição. 
Já no início da Era Cristã, a sociedade repugnava a inércia do credor, presumindo que, se ele demorasse muito tempo para reivindicar seu direito, era sinal de que o direito efetivamente não existia, e o credor tentava vencer o devedor pelo cansaço. 
Uma vez mais em linguagem simples, prescrição é a corrosão da pretensão antiga pelo tempo, ante a inércia do titular. 
Assim, o fundamento da prescrição é a noção de pacificação social, de segurança jurídica, de estabilização da relação entre os particulares. Nas palavras de Evaristo de Moraes Filho, “no cômputo geral das coisas, prefere-se a ordem e a segurança em detrimento de pequenas injustiças isoladas”. 
Imagine-se que, ao abrir a primeira conta bancária, aos 20 anos, Fernando tenha deixado de pagar a fatura do cartão de crédito. Neste caso, a instituição financeira tem uma pretensão em face de Fernando, ou seja, esgotados os meios extrajudiciais de cobrança, 
resta-lhe a possibilidade de acionar a Justiça para que esta, utilizando-se de coerção (penhora de bens, por exemplo), obrigue Fernando a pagar sua dívida. Não obstante, embora exista o direito e a pretensão, não é razoável que a instituição financeira espere 40 anos para acionar o devedor. A se admitir tamanho disparate, Fernando teria passado toda a vida incomodado com a possibilidade de vir a ser executado em razão daquele deslize da juventude. Por isso, a lei fixa prazos para que o titular da pretensão possa exercê-la, sem o que esta se perderá. 
Feita esta pequena introdução, vejamos então o regramento do instituto e sua aplicação ao estudo para concursos públicos. 
CONCEITO 
Conforme ensinam Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona Filho, “a prescrição é a perda da pretensão de reparação do direito violado, em virtude da inércia do seu titular, no prazo previsto pela lei”. No mesmo sentido, o art. 189 do Código Civil de 2002, segundo o qual “violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que se referem os arts. 205 e 206”. 
Neste mesmo diapasão, Homero Batista Mateus da Silva define a prescrição como “a perda de uma pretensão, decorrente da inércia prolongada do credor, e tendo por fundamento a estabilidade das relações jurídicas, também considerada como pacificação das relações sociais, e como consequência a perda da exigibilidade”. 
Observe-se que o direito permanece intocado diante da prescrição, que fulmina a pretensão, a exigibilidade, e não o direito em si. Desse modo, se o devedor satisfaz espontaneamente a obrigação depois de decorrido o prazo prescricional, não lhe caberá restituição, pois o direito permaneceu incólume. 
A IMPRESCRITIBILIDADE DOS FATOS 
Outra noção muito importante acerca do instituto em análise é que somente pretensões condenatórias se sujeitam à prescrição, isto é, “a prescrição não incide sobre os fatos em si mesmos, mas sobre as pretensões que deles decorrem”. 
Neste sentido, o § 1º do art. 11 da CLT, segundo o qual a prescrição trabalhista não se aplica às ações que tenham por objeto anotações para fins de prova junto à Previdência Social. 
Imaginemos um exemplo: o empregado trabalhou em determinada empresa há 20 anos, sem que o contrato de trabalho tenha sido anotado em sua CTPS. Agora, ao requerer sua aposentadoria, este trabalhador teve ciência de que o seu tempo de serviço não é o suficiente, sendo necessário o reconhecimento daquele vínculo de 20 anos atrás. Este trabalhador não poderia reclamar parcelas não pagas relativas a este vínculo pretérito, pois esta pretensão já foi fulminada pela prescrição há muito tempo (veremos os prazos adiante). Não obstante, os fatos não prescrevem, razão pela qual o trabalhador poderá ajuizar uma ação declaratória visando simplesmente o reconhecimento do tempo de serviço de 20 anos atrás, para fins de prova junto ao INSS. 
E nem se argumente que, reconhecido judicialmente o tempo de serviço, no caso, haveria uma condenação do empregador em obrigação de fazer consistente na anotação da CTPS (o que atrairia a prescrição), tendo em vista que tal anotação pode ser suprida pela Secretaria da Vara do Trabalho. 
Outro exemplo é extraído da lição de Ari Pedro Lorenzetti: 
“Se o empregador anota apenas parte do contrato na CTPS do empregado, não pode alegar prescrição do direito deste de invocar todo o período laborado a fim de obter, por exemplo, prêmio permanência ou diferenças a esse título, caso tal verba esteja prevista no contrato, regulamento empresarial ou em norma coletiva. O tempo de serviço, no caso, é mero fato e, como tal, não se sujeita à prescrição. Assim, ainda que o tempo de labor sem registro tenha ocorrido há mais de cinco anos, é da data em que a verba deveria ter sido paga, e não o foi, que nasce a pretensão, fixando-se aí, portanto, o marco inicial da prescrição”. 
Assim, é importante observar que ações meramente declaratórias não se sujeitam à prescrição, sendo que o principal exemplo na seara trabalhista é a ação que visa o reconhecimento de vínculo empregatício, porém sem pleitear as parcelas eventualmente devidas em decorrência de tal relação. Estas verbas, sim, sujeitam-se à prescrição. 
Neste sentido, o Cespe (Analista – TRT da 9ª Região – 2007) considerou incorreta a seguinte assertiva: 
“As ações declaratórias, como a de reconhecimento do vínculo de emprego, são imprescritíveis, resultando igual efeito para os pedidos de verbas restritas ao período eventualmente reconhecido.” 
O mesmo Cespe (Procurador – PGE/AL – 2009), em questão interessante, considerou correta a seguinte assertiva: 
“Determinado trabalhador manteve relação de emprego com certa empresa por mais de dez anos, sem o devido registro em sua CTPS. Com referência a essa situação, é correto afirmar que na aplicação dos efeitos da prescrição, nos termos consolidados, somente quanto ao reconhecimento de vínculo, não haverá distinção entre trabalhador menor ou maior de 18 anos de idade, para ambos os sexos.” 
Isso porque, em relação ao reconhecimento de vínculo, não há se falar em prescrição, assim como no tocante ao menor de 18 anos. 
Esclareça-se, por fim, que, se houver cumulação de pedido declaratório e condenatório, a prescrição deve ser apurada isoladamente, de forma que o fato de o empregado ter aduzido pedido condenatório não tem o condão de prejudicar a imprescritibilidade dos fatos. Nesse sentido, os seguintes julgados do TST: 
DISTINÇÃO ENTRE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA 
Tanto a prescrição quanto a decadência atuam em razão da inércia do titular do direito e do decurso do tempo, mas diferem os institutos em vários aspectos. 
A decadência, tambémdenominada caducidade, pode ser conceituada como a perda de um direito potestativo pelo decurso de prazo fixado em lei ou em contrato. 
Enquanto a prescrição está ligada aos direitos prestacionais (em que se tem, de um lado, uma pretensão do credor, e, de outro, uma obrigação do devedor), a decadência envolve o exercício de um direito potestativo. 
Por direito potestativo se deve entender aquele que é exercido unilateralmente pelo sujeito, independentemente da vontade do outro. É a prerrogativa jurídica de impor a outrem, unilateralmente, a sujeição ao seu exercício. Ressalte-se que a outra parte não tem nenhum dever a cumprir. É um direito de mão única. São exemplos de direitos potestativos o desfazimento do casamento, bem como a ruptura do contrato de trabalho, em que a parte, ao comunicar sua decisão à outra, não se sujeita à sua concordância ou oposição. 
A decadência extingue o próprio direito, ao contrário da prescrição, que extingue apenas a pretensão (exigibilidade), mantendo intacto o direito. 
As hipóteses e prazos decadenciais são fixados não só pela lei, mas também pela vontade das partes. Entretanto, os prazos decadenciais previstos em lei não podem ser alterados pela vontade das partes. As hipóteses de prescrição e os respectivos prazos, por sua vez, só podem ser criados por lei, sendo vedado aos particulares criá-los ou modificá-los, nos termos do art. 192 do Código Civil. Neste sentido, não se aplica à fixação dos prazos prescricionais o princípio da condição mais benéfica, isto é, os prazos legais não podem ser alterados sequer em benefício do trabalhador. 
Os prazos decadenciais, ao contrário dos prescricionais, não são suscetíveis, em regra, a impedimento, suspensão ou interrupção. 
A decadência tem pouquíssima aplicação no âmbito trabalhista. Não obstante, como pode ser estipulada por acordo entre as partes ou até mesmo por ato unilateral (como no regulamento de empresa), pode perfeitamente surgir em convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo de trabalho ou regulamento empresarial. A decadência regula prazos fatais para o exercício de faculdades de aquisição de vantagens novas no âmbito concreto da relação de emprego. 
Exemplo clássico de prazo decadencial no Direito do Trabalho é a prerrogativa de propositura de inquérito judicial para apuração de falta grave de empregado estável, nos termos do art. 853 da CLT. Neste sentido, a ESAF (Analista Jurídico – SEFAZ/CE – 2007) considerou correta a seguinte assertiva: 
“Expressa prazo de natureza decadencial no Direito do Trabalho o prazo de 30 (trinta) dias conferido ao empregador para instauração de inquérito judicial para apuração de falta grave de empregado estável, contados da suspensão deste último”. 
O inquérito judicial previsto no art. 853 da CLT tem a finalidade de permitir ao empregador extinguir o contrato de trabalho de empregado portador de estabilidade especial (decenal, dirigente sindical), o qual só pode ser demitido em decorrência de cometimento de falta grave, apurada em inquérito judicial. Neste caso, cometida a falta grave, o empregador tem duas possibilidades: a) deixa o empregado continuar trabalhando normalmente e ingressa com ação judicial; b) suspende preventivamente o empregado. Neste último caso, terá o empregador 30 dias, contados a partir da suspensão, para ajuizar o inquérito. Caso não exerça tal direito, não mais será possível extinguir o contrato por justa causa em decorrência da falta cometida. 
Conforme a Súmula 403 do STF, “é de decadência o prazo de trinta dias para a instauração de inquérito judicial, a contar da suspensão, por falta grave, de empregado estável”. 
No mesmo sentido, a Súmula 62 do TST: 
Súm. 62. Abandono de emprego (mantida). Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. 
O prazo de decadência do direito do empregador de ajuizar inquérito em face do empregado que incorre em abandono de emprego é contado a partir do momento em que o empregado pretendeu seu retorno ao serviço. 
Por sua vez, constitui exemplo de prazo decadencial não previsto em lei aquele estipulado no âmbito do Programa de Desligamento Voluntário – PDV. Com efeito, normalmente os prazos para adesão ao PDV são previstos em regulamento empresarial. Em consonância com tal entendimento, a ESAF (AFT – MTE – 2010) considerou correta a seguinte assertiva: 
“Considera-se de decadência o prazo de 180 dias estabelecido por determinada empresa para a adesão ao seu Plano de Demissão Incentivada, que prevê acréscimos financeiros específicos e vantajosos para o desligamento dos empregados.” 
Por fim, a prescrição já consumada pode ser objeto de renúncia (não durante a fluência do prazo, por se tratar de norma de ordem pública), conforme art. 191 do CCB, ao contrário da decadência que, se prevista em lei, é irrenunciável, nos termos do art. 209 do CCB. 
De forma resumida e esquemática, podem ser mencionadas as seguintes distinções entre prescrição e decadência: 
 
CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL 
Na lição de Ari Pedro Lorenzetti, 
“O termo inicial do prazo prescricional coincide com a data em que possa ser exigido o cumprimento da obrigação insatisfeita oportunamente. Na contagem do prazo, no entanto, adota-se a regra comum (CC, art. 132), segundo a qual o termo inicial não é computado no prazo, incluindo-se no cálculo tão somente o termo final”. A Lei nº 810/1949, por sua vez, define o ano civil como o período de doze meses contado do dia do início ao dia e mês correspondentes do ano seguinte (art. 1º). No mesmo sentido, o art. 132, § 3º, do CCB, dispõe que os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência. 
Assim, conta-se um ano, por exemplo, de 05.04.2009 a 05.04.2010, ou seja, contando-se duas vezes o dia cinco. 
28.4.1. Data de início da contagem da prescrição 
A data de início da contagem da prescrição é também chamada de termo inicial da contagem ou, ainda, dies a quo. 
Tal data coincide com a lesão (ou com o conhecimento desta), e não com o direito em si. 
É o que normalmente a doutrina denomina princípio da actio nata, que nada mais seria que o nascimento da ação em sentido material, o nascimento da pretensão (exigibilidade). Mencione-se, a título de exemplo, julgado da SDI-I, publicado no Informativo nº 73 do TST: 
(...) Prescrição quinquenal. Alcance. Art. 459, parágrafo único, da CLT. Considerando que a prescrição é a perda da exigibilidade do direito pela inércia do seu titular, é certo afirmar que o prazo para o exercício desse direito somente flui a partir de quando ele é 
exigível. Assim, as verbas salariais somente podem ser exigidas após o 5º dia útil do mês subsequente ao vencido. Desse modo, sendo incontroverso que a reclamação trabalhista foi ajuizada no dia 7 de dezembro de 2006, a prescrição quinquenal não alcança aos salários de dezembro de 2001, porquanto, somente seriam exigíveis após o 5º dia útil do mês de janeiro de 2002. (...) (TST, SDI-I, E-ED-RR-118400-96.2006.5.10.0021, Rel. Min. João Batista Brito Pereira, DEJT 14.03.2014). 
Sempre que o empregado tomar conhecimento da lesão somente depois que ela ocorrer, a actio nata se firmará no momento da ciência do trabalhador. Um exemplo é o caso da doença ocupacional, que atua de forma silenciosa e apenas após bastante tempo, muitas vezes após a extinção do contrato de trabalho, o empregado toma conhecimento de sua existência. 
Vejamos algumas hipóteses de fixação do termo inicial da contagem da prescrição: 
a) Prescrição dos salários 
Deve-se observar a data da exigibilidade do pagamento de salários, que não é propriamente o mês de aquisição, mas, regra geral, o quinto dia útil do mês subsequente (art. 459, § 1º, CLT). 
Assim, por exemplo, a pretensão aos salários de janeiro/2011, que não foram pagos pelo empregador, terá o termo inicial da fluência da prescrição fixado levando-se em conta o dia 05.02.2011, que é a data da exigibilidade do direito. Isso porque os salários, embora adquiridos ao longo de todo o mês, somente são devidos noquinto dia útil do mês subsequente ao vencido (art. 459, § 1º, CLT). Portanto, esta pretensão prescreverá em 05.02.2016 (se o contrato estiver em vigor até lá, como se verá adiante). 
b) Períodos descontínuos de trabalho 
Como a Súmula 156 do TST ainda não foi cancelada, é cabível conhecê-la: 
Súm. 156. Prescrição. Prazo (mantida). Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. Da extinção do último contrato começa a fluir o prazo prescricional do direito de ação em que se objetiva a soma de períodos descontínuos de trabalho. 
Não obstante, atualmente sua importância é apenas acadêmica. Nesta linha de entendimento, Ari Pedro Lorenzetti ensina que 
“Para a exata compreensão do enunciado acima, necessário se faz lembrar que a soma dos períodos descontínuos, a que se refere a Súmula, destinava-se ao cálculo da indenização prevista no art. 477, caput, da CLT. (...) Todavia, com a substituição da indenização mencionada pelo sistema do FGTS, a Súmula em questão praticamente deixou de ter aplicação, uma vez que a indenização a que se refere o art. 18 da Lei nº 8.036/1990 deverá observar o valor devido a título de FGTS14.” 
c) Aviso prévio indenizado 
Dispõe o art. 487, § 1º, da CLT, que o aviso prévio, mesmo indenizado, é sempre integrado no tempo de serviço. Logo, no caso do aviso prévio indenizado, o termo inicial da prescrição coincide com o final da projeção do aviso prévio. Neste sentido, a OJ 83 da SDI-1 do TST: 
OJ-SDI1-83. Aviso prévio. Indenizado. Prescrição (inserida em 28.04.1997). A prescrição começa a fluir no final da data do término do aviso prévio. Art. 
487, § 1º, CLT. 
Logicamente, o mesmo raciocínio se aplica à projeção do aviso prévio proporcional (Lei 12.506/2011). 
d) Expurgos inflacionários do FGTS 
A Lei Complementar nº 110/2001 reconheceu aos trabalhadores o direito a um complemento sobre os depósitos fundiários (expurgos inflacionários) realizados entre 01.12.1988 e 28.02.1989 e durante o mês de abril de 1990. Ora, neste caso, a pretensão em relação a tais acréscimos surgiu apenas com a publicação da referida lei (30.06.2001), que então é a actio nata ou o marco temporal para início da contagem do prazo prescricional. Neste sentido, a OJ 344 da SDI-1 do TST: 
OJ-SDI1-344. FGTS. Multa de 40%. Diferenças decorrentes dos expurgos inflacionários. Prescrição. Termo inicial (mantida). Res. 171/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011. 
O termo inicial do prazo prescricional para o empregado pleitear em juízo diferenças da multa do FGTS, decorrentes dos expurgos inflacionários, deu-se com a vigência da Lei Complementar nº 110, em 30.06.01, salvo comprovado trânsito em julgado de decisão proferida em ação proposta anteriormente na Justiça Federal, que reconheça o direito à atualização do saldo da conta vinculada. 
e) Reparação por danos morais e materiais decorrentes de acidente de trabalho 
Não obstante toda a celeuma criada em torno do prazo prescricional da pretensão à reparação por danos morais e materiais decorrentes de acidente de trabalho, notadamente após a ampliação da competência da Justiça do Trabalho (EC 45/2004), sobressai a questão da data do início da contagem do prazo. Tal dúvida é dirimida pela aplicação do princípio da actio nata, ou seja, a fluência do prazo prescricional tem início no momento em que o trabalhador teve ciência da lesão. Neste sentido, a Súmula 278 do STJ, segundo a qual “o termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral”. 
Quanto ao prazo prescricional propriamente dito, mencione-se de passagem que a questão ainda não está pacificada, havendo uma tendência de aplicação, aos processos oriundos da Justiça Comum deslocados para o TST por força da EC 45/2004, o prazo prescricional do direito comum, até então aplicado, que é de 20 anos no CCB/1916 e de 10 anos no CCB/2002, cada um aplicável conforme o caso. 
No tocante aos processos novos, por sua vez, a doutrina majoritária defende a aplicação da prescrição trabalhista também às hipóteses em análise. 
PRESCRIÇÃO TRABALHISTA – PREVISÃO LEGAL E PRAZOS 
A prescrição é instituto originado do direito comum, pelo que se aplicam subsidiariamente à seara trabalhista os dispositivos do Código Civil (arts. 189-206), salvo nos casos em que a matéria tem regulação específica em lei trabalhista (art. 8º, parágrafo único, CLT). Assim, aplicar-se-á ao âmbito laboral, em primeiro lugar, o art. 7º, XXIX, da CRFB/88, in verbis: 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: 
(...) 
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato; 
(...) 
Nos mesmos termos a CLT, em seu art. 11: 
Art. 11. O direito de ação quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve: 
I – em cinco anos para o trabalhador urbano, até o limite de dois anos após a extinção do contrato; 
(...) 
A particularidade da prescrição trabalhista é a existência de dois prazos: “prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato”. A Súmula 308 do TST esclarece a interpretação, no sentido de que os cinco anos são contados a partir do ajuizamento da ação: 
Súm. 308. Prescrição quinquenal. Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005. 
I. Respeitado o biênio subsequente à cessação contratual, a prescrição da ação trabalhista concerne às pretensões imediatamente anteriores a cinco anos, contados da data do ajuizamento da reclamação e, não, às anteriores ao quinquênio da data da extinção do contrato. 
II. A norma constitucional que ampliou o prazo de prescrição da ação trabalhista para 5 (cinco) anos é de aplicação imediata e não atinge pretensões já alcançadas pela prescrição bienal quando da promulgação da CF/1988. 
Em consonância com este entendimento, a FCC (Técnico – MPU – 2007) considerou correta a seguinte assertiva: “Um empregado trabalhou de 15 de janeiro de 1996 a 28 de outubro de 2005. Considerando a prescrição, poderá ajuizar reclamação trabalhista até 28 de outubro de 2007, reclamando verbas do quinquênio anterior à data da propositura da ação.” 
Para facilitar o entendimento, pode-se dizer o seguinte: 
Conta-se dois anos PARA A FRENTE, a partir da extinção do contrato de trabalho, e então cinco anos PARA TRÁS, a partir da data do ajuizamento da ação. 
Citando uma metáfora utilizada em aula pelo magnífico professor Márcio Túlio Viana, imagine-se uma composição de trem de ferro composta pela locomotiva e cinco vagões. O empregado guia a locomotiva e cada um dos vagões representa um ano. Observe que os vagões estão sempre presos à locomotiva, razão pela qual se movimentam com o deslocamento dela. Desse modo, a partir da cessação do contrato de trabalho, o empregado terá dois anos para “se locomover para frente”, mas os vagões virão juntos, sempre colados à locomotiva, delimitando o período não prescrito. 
Por fim, faz-se importante esclarecer o sentido do item II da Súmula 308: 
Súm. 308. (...) 
II. A norma constitucional que ampliou o prazo de prescrição da ação trabalhista para 5 (cinco) anos é de aplicação imediata e não atinge pretensões já alcançadas pela prescrição bienal quando da promulgação da CF/1988. 
Trata-se de regra de transição para aplicação do inciso XXIX do art. 7º da CRFB. Com efeito, sob a égide da Constituição anterior, a prescrição trabalhista era apenas a bienal, razão pela qual o constituinte incluiu o inciso XXIX dentre os direitos dos trabalhadores, pois houve significativo avanço nesta matéria, qual seja ampliação do prazo prescricional do crédito trabalhista em três anos. 
Desse modo, o TST reitera, através do item II do verbete supramencionado, a regra geral para aplicação da lei, que é a aplicação imediata e não retroativa. Trocando em miúdos, as pretensões surgidas há mais de doisanos quando da promulgação da CRFB/88 estavam irremediavelmente prescritas. Ao contrário, aquelas que ainda não tinham completado os dois anos passaram a ser imediatamente regidas pelo novo prazo quinquenal. 
Exemplos: a pretensão à reparação de lesão ocorrida em 04.10.1986 prescreveu em 04.10.1988, seguindo a regra da prescrição bienal então vigente. Como a prescrição já estava consumada ao tempo da promulgação da CRFB/88, o inciso XXIX do art. 7º não se lhe aplica. Por sua vez, a pretensão à reparação de lesão ocorrida em 01.02.1987, que prescreveria em 01.02.1989, passou a prescrever somente em 01.02.1992, ante a aplicação imediata da nova Constituição. 
PRESCRIÇÃO PARCIAL E TOTAL 
A subdivisão da prescrição em parcial e total não decorre de lei, e sim da construção jurisprudencial acerca do tema, e notadamente do entendimento predominante no TST, consubstanciado na Súmula 294. 
Em primeiro lugar, é fundamental esclarecer que a prescrição bienal será sempre total, razão pela qual o conceito de prescrição parcial se aplica tão somente à prescrição quinquenal, que pode, pois, ser total ou parcial. 
A construção da ideia de prescrição parcial parte de algumas premissas, as quais devem ser conhecidas ante a complexidade do tema: 
a) Em um primeiro momento, a jurisprudência trabalhista acolheu a distinção civilista, no sentido de que seria parcial a prescrição de parcelas de trato sucessivo e total a prescrição de parcelas decorrentes de ato único. 
Ato único seria aquele que não se desdobra no tempo, cujos efeitos não se renovam mês a mês. Exemplos seriam a compra e venda e o dano moral. Homero Batista Mateus da Silva ensina que 
“Essas situações devem ter como característica comum o fato de não serem lesivas aos empregados em sua própria essência – pois, do contrário, sempre seriam passíveis de contestação judicial e deveriam ser estudadas no campo da fraude – e de serem de efeito instantâneo, deliberadas num só movimento pelo empregador”. 
Aparentemente no sentido desta primeira forma de diferenciação, a FCC (Técnico – TRT da 2ª Região – 2008) considerou correta a seguinte assertiva: 
“Nas prestações de pagamento sucessivo, a prescrição será parcial e contada do vencimento de cada uma delas.” 
b) Diante da dificuldade muitas vezes encontrada para definir o que seria um ato único, o TST procurou tornar mais objetivo o critério distintivo entre a prescrição total e a parcial, estabelecendo como fundamento para a diferenciação o título jurídico instituidor da parcela, se preceito de lei ou não. Neste sentido, a Súmula 294 do TST: 
Súm. 294. Prescrição. Alteração contratual. Trabalhador urbano (mantida). Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. 
Tratando-se de ação que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei. 
A prescrição é total, fulminando a pretensão em relação a determinada parcela, inclusive em relação a efeitos futuros, sempre que esta parcela fundar-se em cláusula contratual (contrato de trabalho) ou regulamentar (regulamento de empresa), ou seja, não estiver também assegurada por preceito de lei. 
A prescrição corre desde a lesão (e, consequentemente, desde o surgimento da pretensão) e se consuma no prazo quinquenal subsequente, obviamente, se o contrato ainda estiver em vigor. 
Exemplos: gratificações ajustadas, salário-prêmio etc. Imagine-se que o regulamento de determinada empresa previa o pagamento de 14º salário aos empregados, sempre no mês de janeiro de cada ano. Observe-se que não há qualquer previsão legal para o pagamento de tal parcela. Então, a partir do ano 2000, a empresa parou de pagar tal parcela aos empregados. Se o empregado reclama judicialmente o pagamento do 14º salário em janeiro de 2007, sua pretensão estará prescrita, atingida pela prescrição total. Dessa forma, não só as parcelas referentes a 2000 e 2001 estariam prescritas, como também as dos últimos cinco anos. 
A prescrição parcial, por sua vez, não atinge o próprio fundo de direito que deu origem à pretensão, mas apenas a exigibilidade das parcelas devidas há mais de cinco anos, decorrentes de determinado direito fundado em preceito de lei. 
 Dica amiga do professor: Prescrição cairá pouco na prova, embora 
tenha sido minuciosamente explicada! 
 
2º Tema: Procedimentos no Processo do Trabalho 
 
Ação trabalhista: 
Ação é o Direito de provocar o exercício da tutela jurisdicional pelo Estado, para 
solucionar dado conflito existente entre certas pessoas. No processo do trabalho, é 
comum serem atualizadas como sinônimas as expressões dissídio trabalhista, 
reclamação trabalhista, ação trabalhista, que expressam a ação individual intentada 
pelo trabalhador contra o empregador. 
 
Processo e procedimento: 
Processo é o complexo de atos e termos coordenados por meio dos quais a ação é 
exercitada, sendo concretizada a prestação jurisdicional. 
O Processo nasce com a propositura da ação. 
Procedimento é a forma do andamento do processo. 
Pode existir procedimento sem processo, mas não existe processo sem procedimento. 
 
Natureza jurídica da ação 
O direito de ação é decorrente do direito de petição, autônomo do direito material, 
sendo um direito público da parte de invocar a tutela jurisdicional que é prestada pelo 
Estado e não pelo particular, como ocorreria na arbitragem ou na mediação. A própria 
Constituição assegura o direito de livre acesso ao Judiciário, não excluindo da apreciação 
deste a lesão ou ameaça de qualquer direito. É direito subjetivo, pois trata-se de 
faculdade de agir, de ajuizar a ação e não de obrigação legal. 
 
Elementos da ação: 
Os elementos da ação são: os sujeitos, o objeto e a causa de pedir. 
- O Sujeito da ação é a pessoa que pode ingressar com um processo perante o Judiciário. 
- O objeto da ação é o pedido de obtenção de um pronunciamento judicial, que pode 
ser favorável ou não ao autor. 
- A causa de pedir pressupõe a existência de um direito material assegurado ao autor, o 
qual gerou a pretensão resistida. A causa de pedir vai ser a base para o pedido, que é 
consequência da pretensão resistida. 
 
Classificação das ações individuais: 
As ações na Justiça do Trabalho podem ser classificadas quanto ao número de autores 
em: (a) individuais, em que há um único autor no polo ativo, e plúrimas, em que existem 
vários autores no polo ativo da ação; e (b) coletivas, como nos dissídios coletivos, que 
beneficiam um número determinado de pessoas. 
Quanto à providência jurisdicional, as ações individuais podem ser classificadas em de 
conhecimento, de execução, cautelares e mandamentais. 
- Ações de conhecimento: são aquelas em que se busca a solução de dado conflito de 
interesse ou de uma pretensão resistida. Nessa face processual, apenas vai ser 
assegurado se o direito é devido ou não, sem se compelir a parte contrária a cumprir o 
resultado que for proclamado. 
- Ações executórias: Visam a execução daquilo que já foi determinado na fase de 
conhecimento ou de cognição, quando se assegurou o direito material pretendido. Na 
execução, pretende-se apenas que o devedor cumpra, com o auxílio do juízo, a 
obrigação que lhe foi imposta na fase de conhecimento, mediante execução forçada, se 
for o caso. 
- As tutelas cautelares: Visam a concessão a certa pessoa de uma providência 
jurisdicional acautelatória, de cunho processual, visando ser possível a propositura de 
futura ação principal, na qual será discutido o mérito da questão. 
- As ações mandamentais: Visam que a autoridade cumpra uma ordem, fazendo ou 
deixando de fazer algo. 
Quanto ao procedimento, as ações podem ser processadas sob o rito ordinário, 
sumaríssimo, sumário e especial, conforme veremos: 
 
 
 
 
 
 
 Dica amiga do professor: Leia com atenção o artigo 852 (todas as 
letras) e seus desdobramentos, conforme segue: 
Seção II-A 
Do procedimentosumaríssimo 
(Seção II-A acrescida pela Lei 9.957/2000). 
Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo. (Artigo acrescido pela Lei 9.957/2000) 
Súmula 356 do TST. 
OJ 260 da SDI-I do TST. 
Súmula 
TST 356. Alçada recursal. Vinculação ao salário mínimo. O art. 2º, § 4º, da Lei 5.584, de 26.06.1970, foi recepcionado pela CF/1988, sendo lícita a fixação do valor da alçada com base no salário mínimo. 
Orientação Jurisprudencial 
SDI-I 260. Agravo de instrumento. Recurso de revista. Procedimento sumaríssimo. Lei 9.957/00. Processos em curso. I – É inaplicável o rito sumaríssimo aos processos iniciados antes da vigência da Lei 9.957/00. II – No caso de o despacho denegatório de recurso de revista invocar, em processo iniciado antes da Lei 9.957/00, o § 6º do art. 896 da CLT (rito sumaríssimo), como óbice ao trânsito do apelo calcado em divergência 
jurisprudencial ou violação de dispositivo infraconstitucional, o Tribunal superará o obstáculo, apreciando o recurso sob esses fundamentos. 
Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional. 
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo: (Artigo acrescido pela Lei 9.957/2000) 
I – o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente; 
II – não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado; 
Súmula 429 do STJ. 
Súmula 
STJ 429. A citação postal, quando autorizada por lei, exige o aviso de recebimento. 
III – a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu aJuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento. 
A EC 24/1999 extinguiu a figura do Juiz Classista e as Juntas de Conciliação e Julgamento, substituindo pelas Varas do Trabalho, onde a jurisdição será exercida por um Juiz Singular. 
§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa. 
Súmula TST 268. Prescrição. Interrupção. Ação trabalhista arquivada. A ação trabalhista, ainda que arquivada, interrompe a prescrição somente em relação aos pedidos idênticos. 
§ 2º As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência de comunicação. 
Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência única, sob a direção de Juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para atuar simultaneamente com o titular. (Artigo acrescido pela Lei 9.957/2000) 
Art. 852-D. O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-
las e dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica. (Artigo acrescido pela Lei 9.957/2000) 
Art. 852-E. Aberta a sessão, o Juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência. (Artigo acrescido pela Lei 9.957/2000)7 
Art. 764 desta Consolidação. 
Art. 852-F. Na ata de audiência serão registrados resumidamente os atos essenciais, as afirmações fundamentais das partes e as informações úteis à solução da causa trazidas pela prova testemunhal. (Artigo acrescido pela Lei 9.957/2000) 
Art. 852-G. Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam interferir no prosseguimento da audiência e do processo. As demais questões serão decididas na sentença. (Artigo acrescido pela Lei 9.957/2000) 
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente. (Caput acrescido pela Lei 9.957/2000) 
§ 1º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta impossibilidade, a critério do Juiz. (§ 1º acrescido pela Lei 9.957/2000) 
§ 2º As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à audiência de instrução e julgamento independentemente de intimação. (§ 2º acrescido pela Lei 9.957/2000) 
§ 3º Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva. (§ 3º acrescido pela Lei 9.957/2000) 
§ 4º Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida prova técnica, incumbindo ao Juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito. (§ 4º acrescido pela Lei 9.957/2000) 
Art. 465, § 1º, do CPC/2015. 
Art. 3º da Lei 5.584/1970. 
Súmulas 341 e 457 do TST. 
OJs 198 e 278 da SDI-I do TST. 
 
Condições da ação: 
Para a existência do direito de ação é mister que haja: 
- Possibilidade jurídica do pedido: O pedido do autor tem que estar amparado por uma 
norma de direito material que o assegure. 
- Interesse de agir: É o interesse da parte de recorrer ao Judiciário para obtenção do 
reconhecimento de um direito ameaçado ou violado. 
- Legitimidade da parte: Deve haver identidade da pessoa que faz o pedido (autor) com 
a pessoa que a lei assegura o direito material. 
 
Pressupostos da existência do processo 
Os pressupostos da existência do processo são a existência de jurisdição, de pedido e 
partes. 
a) Jurisdição: O órgão ao qual é dirigida a ação deve estar investido do poder de 
dizer o direito no caso concreto que lhe é submetido, para que possa solucionar 
o conflito. 
b) Pedido: O processo se inicia com a petição inicial encaminhada ao órgão 
judiciário competente. Nela será descrita a pretensão resistida pela parte 
contrária, onde será feito o pedido, exposto o mérito da questão, que se 
pretenda ver solucionada pelo órgão investido de jurisdição. 
c) Partes: As partes são pessoas que têm as pretensões resistidas, que entraram 
em conflito e que pretendem vê-lo solucionado pelo Poder Judiciário. 
 
Petição Inicial 
- Está descrita no Artigo 840 da CLT. 
- A petição inicial pode ser feita de forma escrita ou verbal. 
Deve a petição escrita conter a designação do juiz do trabalho da Vara do Trabalho, ou 
do juiz de direito, se for o caso, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve 
exposição dos fatos de que resulta o dissídio, o pedido, o valor da causa, a data e 
assinatura do reclamante ou de seu representante legal. 
 
• Dica amiga do professor: Tema de grande incidência na prova, principalmente os 
ritos/procedimentos. Segue uma tabela para auxiliar nos estudos: 
 
 
 
 
3º Tema: Resposta do Réu 
 
A defesa do réu pode ser assim dividida: 
a) Defesa indireta do processo: onde serão discutidos pressupostos para o válido 
conhecimento do processo, com efeito dilatório (exceções) ou peremptório 
(preliminares do artigo 337 do CPC) 
 
b) Defesa indireta de mérito: que se poderia chamar de preliminares do próprio 
mérito da ação, como se observa na prescrição e na decadência, em que o 
processo é resolvido com julgamento de mérito (art. 487, II, do CPC); 
 
c) Defesa direta de mérito, em que o réu pretende ver a ação julgada em sua 
substância, com a rejeição da pretensão do autor (art. 487, I, do CPC). 
 
 
- A defesa está prevista no artigo 847 CLT. 
- A defesa é um direito da parte e não uma obrigação. O réu não tem a obrigação de se 
defender, mas deve lhe ser proporcionado o direito de defesa, que pode ou não ser 
exercido.- Na contestação, o réu deverá alegar toda a matéria com o qual pretende se defender 
na ação que lhe foi proposta, salvo a incompetência, suspeição e impedimento, que são 
matérias de exceção (que deverá ser feita em peça apartada). 
- O momento adequado para protocolar a defesa é até a audiência. 
- Citação (238 e 239 do CPC) Após a citação do reclamado e a apresentação da defesa 
forma-se a chamada bilateralidade da ação – inicial/reclamante e defesa/reclamado. 
- Uma vez citado sobre a existência de um processo, o reclamado tem a faculdade de 
responder a pretensão proposta pelo reclamante, utilizando-se do princípio do 
contraditório e da ampla defesa, prescrito no artigo 5º, LV da CF/88. 
Citado o reclamado pode adotar 03 atitudes: 1ª) Ficar inerte; 2ª) Apresentar 
resposta/defesa/contestação; 3º) Reconhecer a procedência do pedido. 
Contestação: é a impugnação da pretensão do autor no processo. É um direito da parte 
e não uma obrigação, o réu não tem a obrigação de se defender, mas deve lhe ser 
proporcionado o direito de defesa, que pode ou não ser exercido. 
Artigos relacionados – Art. 847 contestação oral (20 min), Art. 841 (prazo mínimo entre 
inicial e defesa – 5 dias após a notificação da reclamada). 
Art. 336 CPC. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo 
as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as 
provas que pretende produzir. (Aplica-se a JT) 
ESTRUTURA DA CONTESTAÇÃO: 1 - PRELIMINARES (Defesa Processual); 2 – OBJEÇÃO 
(Prejudicial) DE MÉRITO – prescrição e decadência 3 - MÉRITO – direito material – 
controvérsia existente entre as partes; ataca-se o próprio fato arguido pelo autos ou 
suas consequências jurídicas, invocando fatos impeditivos, modificativos ou extintivos 
do direito do autor 4 - COMPENSAÇÃO – artigo 767 da CLT 5 – PEDIDO (Seja acolhida as 
preliminares e no mérito julgado improcedentes os pedidos) 
2 tipos de PRELIMINARES: a) Peremptórias – são defesas que se acolhidas levam a 
extinção do processo. Ex.: Legitimidade, coisa julgada e etc. Inutilização do processo 
como instrumento válido a obter a prestação jurisdicional. b) Dilatórias – são defesas 
preliminares que não extinguem o processo, apenas causam ampliação ou dilação do 
curso do procedimento. Ex.: Incompetência do Juízo, etc. Superado o impasse, a relação 
processual retoma sua marcha regular rumo à solução de mérito, que é o objetivo final 
do processo. 
- As preliminares que podem ser apresentadas em sede de defesa no processo do 
trabalho, seguem, subsidiariamente, as previstas no art. 337 do CPC. Inaplicáveis ao 
processo do trabalho – X (convenção de arbitragem) e XII (falta de caução). 
- Preliminar é aquilo que antecede alguma coisa. As preliminares são matérias 
prejudiciais de conhecimento de mérito da ação. Consistem em se discutir o que vem 
antes do objeto da ação. 
- Preliminares: São objeções arguidas antes do exame de mérito da questão posta em 
debate no juízo. Representam matérias de ordem processual, que impedem o exame 
de mérito da questão, desde que haja possibilidade de conhecimento de ofício pelo juiz. 
- Preliminares que podem ser ofertadas em juízo (337 CPC): 
a) inexistência ou nulidade de citação √ (art. 239 CPC e art. 841 da CLT) 
- A citação inicial é denominada de notificação no processo do trabalho, feita sempre 
pelo correio. A notificação pode ser depositada na caixa do correio ou simplesmente 
entregue na portaria do prédio do demandado, não havendo necessidade de ser 
pessoal. 
- Na inexistência de citação, o réu efetivamente não foi citado, trata-se de um requisito 
fundamental segundo o artigo 239 do CPC para a validade do processo. Ex: É o que 
ocorre se é declarada a revelia do empregador e posteriormente é devolvida pelo 
Correio a notificação. 
- No processo do trabalho deve haver um prazo de cinco dias entre a data do 
recebimento da notificação e a audiência (art. 841 da CLT), para os entes públicos este 
prazo é de 20 dias (decreto-lei n. 779/69). 
- A súmula 16 do TST declara que o não recebimento da notificação ou a entrega após 
o decurso do prazo constituem ônus da prova do destinatário. Provada a falha na citação 
o processo haverá a nulidade do processo. 
- Se o réu comparece espontaneamente à audiência e apresenta defesa, não há nulidade 
de citação. 
b) incompetência relativa ou absoluta e relativa X: 
- Incompetência absoluta (em razão da matéria ou às pessoas) – deve ser declarada ex 
oficio pelo juiz em qualquer tempo e grau de jurisdição, podendo, no entanto, ser 
arguida pela parte como preliminar de defesa. 
- Há incompetência em razão da matéria, caso se ingressasse com uma ação postulando 
separação dos cônjuges. 
- A incompetência em razão das pessoas ocorreria no caso da JT ter que examinar 
questões relativas a funcionários públicos estatutários da União, Estados e municípios. 
- incompetência relativa (em razão do lugar) – não mais arguida em exceção de 
incompetência, mas como preliminar de defesa – CLT, 651 c/c Súm. 214, TST. Ocorre se 
Vara não for competente quanto ao lugar para apreciar a demanda. 
- O juiz não poderá de ofício se pronunciar sobre matéria de incompetência relativa. 
* Entendimento majoritário: Há necessidade da exceção de incompetência ser oferecida 
por petição apartada, ou seja, por meio da resposta chamada de exceção, pois ela 
suspende o andamento do processo, segundo o art. 799 da CLT. Por isso, em regra não 
deverá ser apresentada como preliminar na JT e sim como exceção. No entanto, caso 
seja apresentada a incompetência como preliminar, poderá o juiz examinar a alegação 
em face do princípio da instrumentalidade das formas. Então a incompetência absoluta 
do CPC se aplica ao processo do trabalho, mas a incompetência relativa não, por aqui 
temos norma própria (799 DA CLT). 
c) Incorreção no valor da causa √ 
- A incorreção do valor da causa no processo do trabalho sempre foi alegada como 
preliminar de contestação (Rito). 
d) Inépcia da Petição inicial √ 
- A inicial é inepta quando for ininteligível, quando houver causa de pedir e não houver 
pedido, ou vice-versa. 
- A correção da inicial pode ser feita na audiência, devolvendo prazo para defesa do 
reclamado. 
- O parágrafo do art. 330 do CPC indica as hipóteses de inépcia da inicial: a) faltar pedido 
ou causa de pedir; b) o pedido for indeterminado; c) da narração dos fatos não decorrer 
logicamente a conclusão; d) contiver pedidos incompatíveis entre si. 
- Alguns autores costumam alegar que se pode tolerar a questão da inépcia, pois o 
processo do trabalho não é tão formal como o processo civil. Entende-se que se a 
empresa contestou o feito no mérito é pq entendeu a pretensão do autor e pôde 
defender-se. 
- O juiz poderá decretar a inépcia, mesmo após o processo já ter sido instruído, como a 
hipótese de nada se entender da petição inicial. 
e) Perempção √ 
- Existem duas hipóteses de perempção na Justiça do Trabalho: a) Quando der motivo a 
arquivamentos sem justificativa, depois ficará 6 meses sem poder ingressar com nova 
ação. 
b) Quando o reclamante não comparece ao setor de atermação para assinar o termo, 
penalidade: 6 meses sem propor ação trabalhista. 
f) Litispendência √ 
- Há litispendência quando se repete a ação que está em curso, tendo as mesmas partes, 
mesma causa de pedir e mesmo objeto. 
- O objetivo da arguição de litispendência é impedir que duas ações idênticas sejam 
processadas perante Varas diversas, impondo que umas delas seja extinta (sem 
julgamento do mérito), normalmente a que foi proposta depois. 
Ex: Ocorre geralmente quando o reclamante procura um advogado, este advogado 
propõe uma primeira ação, depois de um tempo, o reclamante entende que esse 
advogado não está fazendo nada e procura novo advogado, que também propõe um 
segunda ação, falando dos mesmos assuntos. 
g) Coisa Julgada √ 
- Dá-se coisa julgada quandoé repetida ação que já foi decidida sentença, da qual não 
cabia mais qualquer recurso. Nesse caso, o processo deve ser resolvido sem julgamento 
de mérito (art. 836 da CLT e 485 , V do CPC) 
* diferença entre a litispendência e coisa julgada – a primeira ocorre com relação a uma 
causa anterior ainda em curso, e a segunda relaciona-se com um feito já definitivamente 
julgado por sentença, de que não mais cabe nenhum recurso. 
h) Conexão √ 
- Conexão significa união, junção, ligação. Indica a relação existente entre duas coisas, 
de modo que o conhecimento de uma depende do da outra. São consideradas conexas 
duas ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou causa de pedir, a simples 
identidade de partes não caracteriza conexão. 
- Os processos de ações conexas devem ser reunidos para decisão conjunta, salvo se um 
deles já houver sido sentenciado. (Art. 55 e 56 do CPC) e Súmula 235 do STJ. 
i) Ausência de legitimidade ou interesse processual, falta de representação ou falta de 
autorização 
- Ilegitimidade da parte pode ocorrer quando o sindicato se intitula substituto 
processual e na verdade não detém essa condição. 
- Há falta de interesse processual quando o reclamante pede a concessão de férias, mas 
ainda não se findou o período concessivo daquelas. 
- Costuma-se alegar que o reclamante é carecedor da ação quando não detém a 
condição de empregado 
- capacidade processual no processo do trabalho – 18 anos, 
- Incapacidade de parte - maiores de 16 e menores de 18 anos – reclamações deverão 
ser feitas através do pai, da mãe ou de seu representante legal, ou, na falta destes, pela 
Procuradoria da Justiça do Trabalho; 
- Defeito de representação ou falta de autorização • ausência de procuração nos autos 
em relação ao empregado ou de procuração e/ou contrato social em relação à empresa 
• juiz deverá conceder prazo para que seja sanada a irregularidade – não cumprida a 
determinação (CPC, 76): * pelo autor = extinção do processo sem julgamento de mérito 
* pelo réu = revelia. 
j) Convenção de arbitragem X 
- Inaplicável na Justiça do trabalho, pois a arbitragem não se aceita nos dissídios 
individuais, embora haja entendimento que nos dissídios coletivos é possível. 
k) falta de caução 
- Não se aplica a justiça do trabalho, por ser com ele incompatível. 
l) indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça 
- A impugnação à Justiça Gratuita sempre foi feita no processo do trabalho como 
preliminar, no sentido de que o empregado ganha mais de dois salários e não atende os 
requisitos do parágrafo 3 do art. 790 da CLT. 
m) Rito Sumaríssimo – Artigo 852-B – Se o pedido não for certo, determinado e líquido. 
 
DAS OBJEÇÕES/ PREJUDICIAIS DE MÉRITO 
Após as preliminares indiretas acima elencadas, deve a reclamada se manifestar sobre 
o mérito da ação. Há, porém, uma sequência que deve ser seguida na defesa de mérito 
antes de se discutir propriamente o mérito do feito, e após as preliminares, podem ser 
discutidas objeções ao próprio mérito. 
- uma vez acolhidas, produzem a extinção do pedido ou do processo com julgamento de 
mérito – sentença terminativa (art. 487, II, CPC) 
- alegação de prescrição ou de decadência: uma vez acolhidas, dispensam o exame da 
questão de fundo do processo, prejudicando a análise do mérito da ação. 
- no processo do trabalho – não podem ser acolhidas de ofício pelo juiz devem ser 
provocadas, sob pena de preclusão. 
DA DEFESA DE MÉRITO 
- argumentos de defesa analisados em sua substância, com base nos quais o réu 
pretende ver a ação julgada improcedente, com julgamento do mérito (CPC, 487, I). 
- impugnação específica ao pedido do autor, atacando tanto a exposição dos fatos (causa 
de pedir), quanto o pedido especificamente formulado, além dos valores pretendidos. 
- negativa dos fatos alegados na petição inicial; 
- reconhecimento dos fatos alegados na petição inicial, tornando-os incontrovertidos 
- admissão dos fatos na inicial, mas com oposição de suas consequências. Fato 
modificativo Fato extintivo Fato impeditivo. 
- não sendo impugnados os fatos alegados na petição inicial, presumem-se verdadeiros 
(CPC, 341) 
- Ataque ao fato jurídico que constitui o mérito da causa 
- Ataca-se o próprio fato arguido pelo autor ou suas consequências jurídicas (defesa de 
mérito direta) 
- Embora se reconheça a existência e eficácia do fato jurídico arrolado pelo autor, 
invoca-se fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor (defesa de 
mérito indireta) 
 
Princípio da eventualidade: Mesmo que o réu esteja seguro quanto a certa preliminar, 
deve alegar toda a matéria de defesa na contestação, sob pena de preclusão, não 
podendo mais mencioná-la, assim, posteriormente. 
Princípio da concentração da defesa ou da eventualidade CPC, 336 – o réu deverá alegar 
na contestação toda a matéria possível, expondo as razões de fato e de direito com que 
impugna o pedido do autor. Toda a matéria deve ser apresentada de uma só vez, de 
modo que não sendo acolhida uma delas possa ser examinada a seguinte Não alegação 
em contestação – preclusão. 
- Ônus da impugnação específica CPC, 341 – “cabe também ao réu manifestar-se 
precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial, sob pena de presumirem-se 
verdadeiros os fatos não impugnados” Conclusão = é ineficaz a contestação por negação 
geral, bem como aquela que se limita a dizer que os fatos aduzidos pelo autor não 
traduzem a verdade OBS: exceções do art. 341 – somente se aplica o inciso III ao 
processo do trabalho. 
- A defesa deverá manifestar-se precisamente sobre todos os fatos narrados na exordial, 
além de expor, desde logo, todas as razões de fato e de direito, com que impugna o 
pedido do autor Deverá impugnar fato por fato articulado na petição inicial, sob pena 
de serem presumidos verdadeiros e, portanto, não se tornarem objeto de prova. 
 
COMPENSAÇÃO: Trata-se de uma forma de extinção das obrigações. Ocorre quando há 
reciprocidade de dívidas líquidas e certas. É de suma importância a realização de tal 
requerimento na defesa, sob pena de a reclamada ter que pagar novamente a verba 
pleiteada pelo reclamante (e que já foi paga). 
- Na esfera trabalhista, a compensação somente poderá ser arguida como matéria de 
defesa. Tal é a inteligência do artigo 767 da CLT e do Súmula nº 48 do TST. Somente é 
permitida a compensação de verbas de natureza trabalhista (Súmula nº 18 do TST) e de 
caráter homogêneo. 
 
RECONVENÇÃO: É uma das respostas do réu. É a ação proposta pelo réu contra o autor, 
no mesmo processo em que está sendo demandado. 
- Reconvinte é o autor da reconvenção, que anteriormente era o réu da ação. 
Reconvindo é o réu da reconvenção, quando era o autor na ação. 
- Distingue-se a reconvenção da compensação. A primeira é uma ação, trata-se de regra 
de direito processual. Compensação é a forma de extinção de obrigações, é uma regra 
de direito material. 
- Deve ser observada as condições da ação como em qualquer ação. 
- A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. 
 
 PEREMPÇÃO – PERDA DO DIREITO DE AÇÃO 
 PRESCRIÇÃO – PERDA DA PRETENSÃO DE AÇÃO 
 DECADÊNCIA – PERDA DO DIREITO MATERIAL 
 PRECLUSÃO – PERDA DO DIREITO DE PRATICAR UM ATO PROCESSUAL 
 
Dicas de utilização do NOVO CPC na JT do Trabalho: 
 
Art. 769 – CPC será fonte subsidiária, naquilo quer for omisso e compatível. 
Art. 15 do NCPC – Na ausência de normas... serão aplicadas supletiva e 
subsidiariamente. 
- Supletivamente: significa aplicar o CPC quando, apesar da lei processual trabalhista 
disciplinar o instituto processual, não for completa. Nesta situação, o Código de 
Processo Civil será aplicado de forma complementar, aperfeiçoando e propiciando 
maior efetividade e justiça ao processo do trabalho. 
Depois dessa novidade: foi preciso esclarecer através da Instrução Normativa 39/2016 
do TST: 
Art. 2º Sem prejuízo de outros, não se aplicam ao Processodo Trabalho em razão de 
inexistência de omissão ou por incompatibilidade, os seguintes preceitos do Código de 
Processo Civil: 
- Art. 219 “Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-
se-ão somente os dias úteis”; 
- Art. 335 “ O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 dias” (prazo 
para contestação); 
- Art. 362, III “ A audiência poderá ser adiada: III- por atraso injustificado de seu início 
em tempo superior a 30 min do horário marcado. A CLT fala em atraso do Juiz (art. 815 
par único: “se, até 15 min após a hora marcada não compare. 
 
4º Tema: Pressupostos Recursais 
Recursos: Pressupostos de admissibilidade 
Conceito de Recurso: Recurso é o meio processual pelo qual a parte ou outro legitimado 
pretende a revisão ou reexame de determinada decisão visando à obtenção de sua 
reforma ou modificação. 
- Fundamentos: Mais do que buscar uma justificativa jurídica para existência do 
Recurso, a principal justificava é humana, é psicológica. É inerente de qualquer um de 
nós não conformarmos com uma única decisão quando ela nos é desfavorável. 
- Fundamentos humanos (psicológicos): - a tendência humana de não se conformar com 
apenas uma decisão. É o que se costuma dizer: “vencido, mas não convencido”. 
- Fundamentos Jurídicos: - A possibilidade de erro, ignorância ou má-fé do juiz ao julgar. 
Todo ser humano, por ser falível, erra. O Juiz é um ser humano, podendo errar, julgar 
mal e etc. 
- A oportunidade do reexame da sentença por juízes mais experientes ou de reconhecido 
merecimento. 
- A uniformização da interpretação da legislação. O RR por ex. tem a função de 
uniformizar a jurisprudência dos tribunais regionais do trabalho. 
Duplo grau de jurisdição: Não é uma garantia, vez que existem decisões irrecorríveis 
(sumario), não é prevista na constituição como princípio, também não existem só dois 
graus de jurisdição (Vara, TRT,TST, STF), mas uma pluralidade de graus de jurisdição. (na 
CF de 1824 só tinha dois). 
- O duplo grau de jurisdição é decorrência do devido processo legal e da ampla defesa 
(LV, art5) 
- Agora, não basta somente que eu queira recorrer, eu preciso interpor esse recurso 
cumprindo alguns requisitos para que ele possa ser aceito, isso que chamamos de 
pressuposto de adm.. 
Tipos: Existem os pressupostos de admissibilidade Intrínsecos (Subjetivos) e Extrínsecos 
(Objetivos). Intrínseco está ligado as parte e extrínsecos está ligado ao processo. 
Pressupostos intrínsecos(subjetivos): 
1 - LEGITIMIDADE: Está ligado a parte que pode recorrer, ou seja, aquele que tem 
legitimidade para recorrer. (legitimação significa o interesse em recorrer) 
E quem no Proc. Do Trab que tem essa legitimidade? - O VENCIDO, no todo ou em parte. 
Existe uma exceção: Do vencedor recorrer, prescrição quinquenal, quando a sentença 
julga tudo improcedente e despreza a análise da prescrição quinquenal, por ser 
desnecessária, pode recorrer, pois se a parte contraria tiver êxito no recurso, tem que 
falar da prescrição. 
- O TERCEIRO PREJUDICADO (art. 996 do CPC): “O recurso pode ser interposto pela parte 
vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo MPT”. Parágrafo único: “Cumpre ao terceiro 
demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação 
judicial atingir direito de que se afirme titular ou possa discutir em juízo como substituto 
processual.” Ou seja, se o terceiro conseguir comprovar que está sendo diretamente 
afetado por alguma decisão (demonstrar a interdependência entre a relação jurídica em 
que é parte e aquela em discussão no processo), terá legitimidade para recorrer. 
- No processo do trabalho e na OAB na maioria das vezes o terceiro prejudicado é o INSS 
(que desde o ano 2000 o INSS é obrigado a ser oficiado em todas as sentenças q juiz do 
trabalho proferir para ver se não tem nenhuma fraude com relação a natureza das 
verbas). 
- Artigo 898 da CLT: fala das decisões sobre serviços públicos, pode recorrer além dos 
interessados a união e presidente do tribunal e da procuradoria da justiça do trabalho. 
- MPT: quando envolve interesse de incapazes. Lembrando que os prazos dos entes 
públicos sempre é contado em dobro (16 dias) 
- O Juiz também pode recorrer. Pode recorrer por meio do recurso ex officio (reexame 
necessário/ imperativo legal) - Art. 496, I do CPC: “Não produzindo efeito se não depois 
confirmada pelo Tribunal”. Portanto, qualquer condenação contra qualquer tipo de 
poder público tem que ter o recurso (reexame do juiz). Condenação de ente público Até 
1000 (União) e 500 sm (estados e municípios) salários mínimos não precisa do recurso, 
acima de 100/500/1000 salários mínimos é necessário (Art. 496, paragrafo 3) 
2 - CAPACIDADE: É necessário que as partes tenham capacidade para estar em juízo 
(capacidade de exercício dos direitos). Não havendo capacidade da pessoa num certo 
momento, ela também não poderá recorrer. É o que ocorre quando certas pessoas 
perdem sua capacidade, como por enfermidade ou deficiência mental, em que a pessoa 
não possa exprimir sua vontade (Art. 3 do cc). Não tem, portanto, capacidade para 
recorrer, pois devem ser representados por seus país, tutores ou curadores. 
3 - INTERESSE: Deverá o terceiro mostrar que tem interesse para recorrer. É a 
necessidade em modificar a decisão, pois foi sucumbente em algum ponto. Significa a 
necessidade e a utilidade do recurso interposto. 
Pressupostos extrínsecos (objetivos): 
- 1. PREVISÃO LEGAL: As partes têm direito a interposição do recurso que estiver 
previsto em lei, na Justiça do Trabalho você não pode inventar um recurso, em 
decorrência do princípio da legalidade. 
- 2. ADEQUAÇÃO OU CABIMENTO: O ato a ser impugnado deve ensejar o apelo 
escolhido pelo recorrente. Por exemplo: da sentença da Vara cabe o recurso ordinário. 
Este também é cabível das decisões dos tribunais regionais, em dissídio coletivo, 
mandado de segurança, e ação rescisória, pois são ações de competência originária dos 
tribunais. 
-No processo do trabalho os recursos cabíveis são determinados no art. 893 da CLT: RO, 
RR, Embargos, AI e de petição. O recurso Extraordinário também é cabível na JT, mas é 
previsto pela CF (III, art. 102 cf) 
- O mero despacho não é passível de recurso, isso implica no cabimento. 
- 3. TEMPESTIVIDADE: Os recursos deverão ser interpostos no prazo previsto na lei. No 
caso dos recursos trabalhistas são de 8 dias para interpor e contra-arrazoar. Os prazos 
para União, os Estados, o DF, os municípios, suas autarquias, e fundações públicas que 
não explorem atividade econômica serão em dobro, ou seja, 16 dias. O MP também terá 
prazo em dobro. 
-As sociedades de economia mista e empresas públicas que explorem atividade 
econômica tem prazo 8 d 
- Ônus da prova para comprovar a tempestividade de interposição em dias de feriados: 
Súmula 385 TST. 
- Quando o prazo recursal não é observado, ocorre a preclusão temporal, isto é, no caso, 
a intempestividade do recurso. Inicio da contagem de prazo (Art. 774 da CLT). Forma de 
contagem de prazo (exclusão do dia do começo....) Artigo 775 da CLT. 
- Súmula 434 do TST: Recurso Extemporâneo (Recurso interposto antes da abertura do 
prazo) – isso não devia ser punido. Assim, o NCPC – Art. 218 §4, passou a prever de 
forma expressa: “será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do 
prazo”. Logo, o recurso interposto antes de publicado o acórdão impugnado deve ser 
considerado tempestivo). 
- 4. PREPARO: (DEPÓSITO RECURSAL E CUSTAS): 
4.1 Depósito Recursal (Artigo 899 da CLT):Pressuposto bem peculiar da JT, buscou-se 
um mecanismo na JT para se evitar recursos meramente protelatórios, aquele recurso 
que só quer empurrar o processo com a barriga. 
- Quem no Processo do Trabalho tem interesse em protelar? O Empregador. Por isso, só 
ele paga Depósito Recursal. 
- Para empresa recorrer é preciso que seja garantido oJuízo com o depósito recursal. 
Ele é feito em conta vinculada ao FGTS (GFIP) do empregado em dinheiro. (Súm. 165 do 
TST foi cancelada). 
- Não se trata de taxa judiciaria, pois não se destina a cobrar serviços judiciais, mas sim 
garantir o Juízo, como uma forma de caução. 
- Objetivo: O objetivo do depósito recursal não é o de impedir o recurso, mas de 
dificultar a interposição de recursos protelatórios do feito e facilitar a execução da 
sentença, principalmente as de pequeno valor, imprimindo maior celeridade no 
andamento do processo. 
- Justiça Gratuita: O inciso VII do artigo 3º da Lei 1060/50 determina que a assistência 
judiciária compreende a isenção dos depósitos, ou seja, concedida a Justiça Gratuita ao 
empregador (pessoa física ou micro e pequena empresa, ou associação sem fins 
lucrativos – PODE SER OU NÃO). 
- Inexistindo condenação em pecúnia (financeira), não há necessidade de deposito 
prévio, pois este tem a finalidade de garantir a execução (Sum. 161 do TST). Se há 
condenação da empresa em obrigação de apenas anotar CTPS do empregado, não há 
necessidade de se fazer depósito. 
- As pessoas jurídicas de direito público não necessitam fazer depósito (MPT, União, 
Estados e Municípios) 
- O depósito deve ser feito e comprovado no mesmo prazo de oito dias. Se a parte 
ingressar com recurso no primeiro ou no oitavo dia, deverá comprovar o depósito até o 
oitavo dia (Súm. 245 do TST- ler) 
- Depósito Recursal Diferença ínfima (deserção): OJ 140 da SDI-1 
- Súmula 128: orientações sobre Depósito Recursal. 
- Efetuar obrigatoriamente deposito integral (não existe a possibilidade de 
complementar o pagamento) 
- Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal 
efetuado por uma delas aproveita as demais. 
- Valores atuais: RO – R$ 8.959,63. RR – R$ 17.919,26. Os depósitos terão como limite 
máximo o valor da condenação. É um dinheiro que o empregador não perde! Se o 
empregador ganhou o recurso, poderá pegar o valor de volta. 
- O deposito recursal é devido a cada novo recurso interposto. 
4.2 - Custas (Artigo 789 da CLT): As custas serão pagas pelo vencido, na JT do trabalho 
paga as custas quem perde (sucumbente), reclamante ou reclamada. 
- Se o reclamante teve seu pedido rejeitado totalmente, pagará custas. Caso a ré não 
logre êxito com suas alegações, pagará integralmente as custas. Na hipótese de se 
acolher em parte os pedidos, quem paga as custas é a empresa, que foi vencida, ainda 
que em parte. No processo do trabalho não existe proporcionalidade no pagamento das 
custas. (Súmula 25 do TST) 
- O seu pagamento e comprovação também deve ser feito dentro do prazo recursal. O 
não pagamento implicará em deserção, sendo negado seu seguimento pelo juízo a quo 
(sentenciante). 
- Para que as custas sejam pagas, devem ser fixadas na decisão, do contrário não podem 
ser pagas. 
- A complementação das custas só poderá ser observada quando a própria parte tiver 
de calculá-lo. (Súmula 53 do TST) 
- A parte deverá fazer o pagamento das custas mediante GRU (Guia de recolhimento da 
União), sendo ônus da parte interessada realizar o correto preenchimento. O equívoco 
do preenchimento gerará um prazo para correção de 5 dias. 
- São isentos de custas: Artigo 790-A (beneficiários da justiça gratuita e entes públicos) 
Súmula 170 TST. 
- Meio de comprovação (guia própria com autenticação mecânica) OJ 33 da SDI-1. 
- No litisconsórcio, se um pagar as custas, não há mais necessidade de pagamento pelo 
outro litisconsórcio. 
- Se a parte é vencedora na primeira instância e vencida na segunda, está obrigada a 
pagar custas fixadas na sentença originária, independente de intimação. (Súm. 25 do 
TST). 
- 5. Regularidade de representação: É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração (ou substabelecimento) juntada aos autos até o momento de sua interposição, salvo mandato tácito. 
Exceção a essa regra: Súmula 383, I do TST (em caráter excepcional pode juntar em 5 dias – ler súmula) 
- Não tendo procuração o recurso não será conhecido. Mandato tácito ocorrerá se o advogado que subscreve o recurso tiver participado de alguma audiência, presumindo-
se que a parte concordou em ser representada na audiência pelo advogado (OJ 286 da SDI-1 do TST). 
- Súmulas 395 do TST fala sobre a validade do instrumento de mandato. Súmula 456 do TST (elementos da procuração). 
- O preposto não tem poderes para representar o empregador assinando recurso, o estagiário também não pode assinar peça recursal (só em conjunto com advogado). 
• Dica amiga para prova: Alta incidência na prova dos pressupostos 
recursais, por isso, segue abaixo resumo: 
a) Interesse. Tem interesse em recorrer aquele que perdeu, ainda que parcialmente, a ação. 
b) Legitimidade. Somente poderá recorrer aquele que perdeu, o terceiro prejudicado e o Ministério Público, quando atuar como fiscal da lei (custos legis). 
c) Capacidade. Aquele que apresenta um recurso deverá ser capaz, nos termos da lei. 
Pressupostos recursais ou de admissibilidade objetivos ou extrínsecos. Dizem respeito à decisão propriamente dita. São eles: 
a) Previsão Legal: Os recursos cabíveis na JT são os determinados no art. 893 da CLT. 
b) Cabimento ou: Não são todas as decisões que podem ser objeto de recurso. Adequação: A escolha do tipo de recurso pelo recorrente deve se adequar a decisão a ser impugnada. 
c) Tempestividade. A lei prevê um prazo certo para a interposição de recursos. O prazo (todos) para interpor os recursos e apresentar as contrarrazões é de 8 (oito) dias. As exceções estão nos embargos de declaração (5 dias) e no recurso extraordinário (15 dias). 
d) Preparo. A lei exige, para alguns recursos, o pagamento das custas processuais, que são de 2% sobre o valor da causa e do depósito recursal, aplicável ao devedor que recorre, para que seja garantida a execução mínima da dívida. 
 
 
 
 
 
5º Tema: Recursos 
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE: É o poder do qual é dotado o juiz de examinar se o recurso atende os pressupostos objetivos e subjetivos para o processo poder subir ao Tribunal Superior. É feito tanto no juízo “a quo”, como no juízo “ad quem”, a posição do primeiro não vincula o segundo. 
- O juiz pode reconsiderar a admissibilidade do recurso, mesmo tendo admitido inicialmente, pois muitas vezes somente após a apresentação das contrarrazões é que é alertado pela parte que o recurso não poderia subir por algum motivo. 
EFEITOS DOS RECURSOS: Os recursos são interpostos por simples petição e tem efeito meramente devolutivo (ART. 899 da CLT), ou seja, devolvem ao Judiciário a análise da matéria discutida no processo. Há exceções previstas na lei, casos em que há também o efeito suspensivo, em que a execução das dívidas também fica suspensa. 
PRINCÍPIOS DOS RESCUROS: 
- Vigência imediata da lei nova: A parte não tem direito adquirido a determinado recurso, mas tem direito de recorrer, de acordo com o recurso que estiver previsto em Lei. A lei processual tem aplicação imediata e apanha os processos em curso. Assim, se a lei nova disser que não mais existe R.O e o prazo para recorrer termina em dois dias, não haverá direito adquirido a recorrer mediante o R.O. Com a publicação da sentença é que nasce o direito de recorrer. 
- O recurso é regido pela lei vigente na data da publicação da sentença ou acórdão. 
- A lei nova aplica-se aos processos pendentes, como indica o artigo 1046 do CPC: “ao entrar em vigor, suas disposições aplicar-se-ão desde logo aos processos pendentes (teoria do isolamento dos atos processuais). 
- não serão prejudicados os recursos interpostos com apoio em dispositivos alterados ou cujo prazo para interposição esteja em curso da vigência da CLT, redação do artigo 915 da CLT. OJ 260 da SDI-1 do TST fala que não será aplicável o procedimento sumaríssimo nos processos iniciados antes de L.9957/2000. 
- Princípio da Unirrecorribilidade: Só é possível a interposição de um recurso de cada vez.Tendo a parte ingressado com dois recursos de uma só vez, o juiz poderá determinar que a parte escolha o recurso que deve subir para exame do tribunal. Não há simultaneidade da interposição de recurso, mas sucessividade. 
- Princípio da singularidade (semelhante ao acima): Revela ser cabível um único tipo de recurso para cada decisão recorrível. 
- Princípio da fungibilidade: Indica que havendo dúvida objetiva sobre qual o recurso cabível, e inexistindo erro grosseiro, pode-se conhecer o recurso erroneamente interposto. (Dispositivos que falam sobre o tema: Súmula 421 do TST, OJ 69 da SDI-II do TST, OJ 152 da SDI-I do TST. 
- Princípio da taxatividade ou da legalidade: Significa que os recursos são enumerados pela lei, em rol exaustivo, no artigo 893 da CLT, não podendo ser inventados pelas partes. 
- Princípio da proibição da reforma para pior (reformatio in pejus): É vedado proferir decisão mais desfavorável ao único recorrente. 
- Súmula 45 do STJ também entende que esse princípio também vale para órgãos públicos no reexame necessário. 
- Princípio do contraditório: o Princípio do contraditório, ou seja, uma vez interposto recurso, a parte contrária (recorrido) tem direito de apresentar as suas contrarrazões (artigo 900 da CLT) 
PECULIARIDADES DOS RECURSOS NA JUSTIÇA DO TRABALHO 
- Irrecorribilidade das decisões interlocutórias: No processo do Trabalho, não cabe agravo de instrumento para qualquer decisão interlocutória. A palavra interlocutória significa: “falando no meio”, são decisões dadas no curso do processo. 
- o Artigo 893, § 1º, da CLT diz: “Os incidentes do processo serão resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recurso da decisão definitiva (A.I). 
- Se for denegado seguimento ao Recurso Ordinário, caberá o recurso de Agravo de 
Instrumento. Caso seja recebido, mas improvido, caberá Recurso de Revista, nos termos 
da lei. 
- Inexigibilidade de fundamentação: A regra geral é de que os recursos podem ser 
interpostos por simples petição, ou seja, sem a necessidade de fundamentação do apelo 
(art. 899 da CLT). 
- A interpretação sistemática da CLT mostra que inexigibilidade de fundamentação só 
pode ser utilizada nos casos em que o empregado ou empregador estiverem postulando 
na JT sem advogado (art. 791 c/c 839 da CLT). 
- A súmula 422 do TST afirma que: não se conhece de recurso para o TST, pela ausência 
do requisito de admissibilidade, quando as razões do recorrente não impugnam os 
fundamentos da decisão recorrida..” 
- Uniformidade de prazos para recurso: Foi uniformizado pelo artigo 6º da Lei 5584/70. 
* A CLT não esgota o tema de recursos, sendo necessário em alguns casos o interprete 
socorrer ao CPC: 
- Art. 998 do CPC: O recorrente poderá a qualquer tempo, e sem a anuência do 
recorrido e dos litisconsórcios, desistir do recurso interposto. Poderá a parte também 
renunciar ao direito de recorrer. Na anuência, não foi ainda interposto o recurso. 
- Art. 1004 do CPC: Sobrevindo motivo de força maior ou falecimento da parte ou seu 
advogado, admite-se a devolução do prazo para recurso. 
- Art. 1005 do CPC: O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, 
salvo se forem distintos ou opostos seus interesses. (se os interesses são distintos, são 
opostos) 
- A falta de assinatura do advogado na petição de razões de recurso impede seu 
conhecimento. Se a falta da assinatura for apenas na petição de juntada do recurso 
não haverá nenhum impedimento. (OJ 120 da SBDI-I do TST, fala em validade em 
petição que apresenta o recurso assinada). 
- Art. 1010 do CPC: o recorrente deve indicar quais as razões para a reforma do julgado 
ou o ponto controvertido em sua apelação, não sendo válido reportar-se à inicial ou à 
contestação como razões de recurso. 
* O Art. 1010 também os procedimentos de interposição dos recursos, prevendo: 
deverá conter duas peças. A primeira é petição de interposição, direcionada ao juízo que 
proferiu a decisão (juízo a quo), responsável por fazer o primeiro juízo de 
admissibilidade do recurso, chamado de juízo de admissibilidade prévio. A segunda 
incluirá as razões do Recurso Ordinário, estas encaminhadas ao juízo que reexaminará 
a questão (juízo ad quem), fazendo um segundo juízo de admissibilidade do recurso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECURSO ORDINÁRIO: 
 
 
Hipótese de cabimento. Cabe Recurso Ordinário das decisões definitivas e terminativas: 
a) das Varas do Trabalho, que será julgado pelo Tribunal Regional do Trabalho da região correspondente à Vara do Trabalho (artigo 678, II, a, Consolidação das Leis do Trabalho). 
b) dos Tribunais Regionais do Trabalho, em dissídio individual de competência originária, que será julgado pelo Tribunal Superior do Trabalho. 
Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho, em ação rescisória, é cabível recurso ordinário para o Tribunal Superior do Trabalho, em face da organização judiciária trabalhista (Súmula 158, Tribunal Superior do Trabalho). Também, da mesma forma em mandado de segurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do Trabalho, e igual dilação para o recorrido e interessados apresentarem razões de contrariedade (Súmula 201, Tribunal Superior do Trabalho). 
c) dos Tribunais Regionais do Trabalho em dissídio coletivo de competência originária, pelo Tribunal Superior do Trabalho. 
5. Decisão interlocutória. No Processo do Trabalho não cabe recurso imediato para as decisões interlocutórias, de acordo com o que dispõe o art. 893, § 1.º, da CLT, salvo nas hipóteses de decisão (Súmula 214, Tribunal Superior do Trabalho): 
a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do TST; 
b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; 
c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para o Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado. 
6. Recurso ordinário no procedimento sumaríssimo (artigo 895, § 1.º, II, Consolidação das Leis do Trabalho). O recurso ordinário, quando recebido no Tribunal, deve ser imediatamente distribuído, cabendo ao relator liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e à Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor. 
a) Terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão de julgamento, se este entender necessário o parecer (artigo 895, § 1.º, III, Consolidação das Leis do Trabalho); 
b) Terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão (artigo 895, § 1.º, IV, Consolidação das Leis do Trabalho). 
7. Prazo. O prazo do recurso ordinário é de 8 (oito) dias contados da data em que houve a intimação da decisão, com a exclusão do dia de início e inclusão ao final (artigo 895, Consolidação das Leis do Trabalho). 
O prazo para a interposição de Recurso Ordinário para União, Estados, Distrito Federal e Municípios, bem como autarquias ou fundações de direito público federais, estatuais e municipais que não explorem atividades econômicas é em dobro, ou seja, 16 dias (artigo 1.º, III, Decreto-lei 779/1969). O Ministério Público do Trabalho também tem prazo em dobro para recorrer (artigo 180, Código de Processo Civil). 
A regra contida no artigo 229 do Código de Processo Civil é inaplicável ao processo do trabalho, em decorrência da sua incompatibilidade com o princípio da celeridade inerente ao processo trabalhista (Orientação Jurisprudencial 310, Seção de Dissídios Individuais (SDI), Tribunal Superior do Trabalho). 
8. Preparo recursal. É o pagamento de custas e de depósito recursal. No Recurso Ordinário é necessário que o recorrente efetue o pagamento das custas

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