Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Filosofia da Educação Aula 10 Filosofia da Educação Tema A Filosofia e o ideal educacional em Nietzsche, Adorno e Arendt Objetivos desta aula: Panorama da Filosofia Contemporânea AULA 10 • Caracterizar, de forma sintética, conceitos de pensadores cujas ideias são ainda hoje referência para análises no campo educacional, visando uma formação consistente e crítica; • Refletir sobre a noção de contemporâneo e contemporaneidade; • Reconhecer as singularidades presentes em cada concepção filosófica, com vistas à compreensão de que toda teoria tem implícita uma natureza política aplicável; • Participar diretamente na apresentação de temas, com vistas a desenvolver a habilidade de oralidade e de apresentação em público, aplicando os conhecimentos construídos ao longo das aulas. Filosofia da Educação AULA 10 “O único progresso humanamente relevante é o que contribui de fato para o bem-estar de todos, e os automatismos do crescimento econômico não bastam para assegurá-lo. O progresso, nesse sentido, não é uma doação espontânea da técnica, mas uma construção intencional, pela qual os homens decidem o que deve ser produzido, como e para quem, evitando ao máximo os custos sociais e ecológicos de uma industrialização selvagem”. ROUANET, Sérgio Paulo. As razões do Iluminismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. p. 32 Progresso e bem-estar Filosofia da Educação AULA 10 Nietzsche representa um marco, uma divisa que abre uma nova época que impõe a todos aqueles sensíveis aos problemas nela expostos a necessidade de compreensão do processo de transformação. Ele permitiu ver, com uma luz toda própria e uma lupa posta em certa medida, o real em seus mais íntimos desdobramentos entreabrindo-se e revelando o seu processo de niilização (transformação). Nietzsche Filosofia da Educação AULA 10 As vanguardas europeias são os movimentos culturais que começaram na Europa no início do século XX, os quais iniciaram um tempo de ruptura com as estéticas precedentes, como o Simbolismo. Nesse período, a Europa estava em clima de contentamento diante dos progressos industriais, dos avanços tecnológicos, das descobertas científicas e médicas, como: eletricidade, telefone, rádio, telégrafo, vacina antirrábica, os tipos sanguíneos, cinema, RX, submarino, produção do fósforo. Ao mesmo tempo, a disputa pelos mercados financeiros (fornecedores e compradores) ocasionou a I Guerra Mundial. Vanguardas Europeias Filosofia da Educação AULA 10 O clima estava propício para o surgimento das novas concepções artísticas sobre a realidade. Surgiram inúmeras tendências na arte, principalmente manifestos advindos do contraste social: de um lado a burguesia eufórica pela emergente economia industrial e, de outro lado, a marginalização e descontentamento da classe proletária e a intensificação do desemprego (especialmente após a queda da bolsa de Nova Iorque em 1929). O Brasil, por sua vez, passou de escravocrata para mão de obra livre, da Monarquia para República. Filosofia da Educação AULA 10 “ Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime! Ser completo como uma máquina! Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo! Poder, ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto, Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento A todos os perfumes de óleos e calores e carvões Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável”. TELLES, 2012, p. 115 Filosofia da Educação AULA 10 “Embora tudo esteja se transformando rapidamente, a vida parece que estacou, perdeu seu sentido. O mais estranho, no entanto, é que esse sem sentido, presentes em alguns poetas e pensadores desde o início do século XX, parece estar na contramão do desenvolvimento técnico e científico e das esperanças, do otimismo que se espraia desde o centro do globo até a periferia”. (VENTURA, 2013, p. 77) Filosofia da Educação AULA 10 Criou a chamada antiarte e instituiu o conceito de instalação e de ready-made: Duchamp retirou um urinol de um banheiro e o colocou exposto, de cabeça para baixo, em um museu e o chamou de fonte. Aquele objeto, mudando de espaço, passou a causar espanto e a não ser mais visto como o urinol que ele era. Novos significados e novas leituras passaram a ser feitas a partir desta mudança de posição. Marcel Duchamp Filosofia da Educação AULA 10 No curso desses acontecimentos, linhas diferentes de pensamentos foram se formando e conformando esse caldo que é o contemporâneo. Derrida, promove o que se chamará, no âmbito do que compreende por hermenêutica (estudo aprofundado) e interpretação, de desconstrução. Linha do pensamento contemporâneo. Filosofia da Educação AULA 10 Agamben nos faz essa pergunta. Ser contemporâneo é aprender, desaprender, descontruir e construir. Não podemos e nem devemos aceitar “as coisas” como prontas e acabadas, é preciso interpretá-las e para isso, a reflexão e análise estão presentes. “O tempo, é claro, não se revela aqui como um contínuo de passado, presente e futuro. O presente é propriamente essa fratura que nós expusemos, uma quebra entre o passado e o futuro, e que possibilita um ingresso na dinâmica do pensar”. (VENTURA, 2013, p. 82) O que é ser contemporâneo? Filosofia da Educação AULA 10 É preciso educar para essa transformação, sobretudo para a emancipação. Ora, nossos alunos precisam ser emancipados, críticos, reflexivos e portanto, suas realidades precisam ser transformadas no sentido de conquistas. Segundo Adorno, a educação tem sentido unicamente como educação dirigida a uma autorreflexão. Mas, o que a educação tem a ver com essas transformações? Filosofia da Educação AULA 10 “Entendo por barbárie algo muito simples, ou seja, que, estando na civilização do mais alto desenvolvimento tecnológico, as pessoas se encontrem atrasadas de um modo peculiarmente disforme em relação a sua própria civilização – e não apenas por não terem em sua arrasadora maioria experimentado a formação nos termos correspondentes ao conceito de civilização, mas também por se encontrarem tomadas por uma agressividade primitiva, um ódio primitivo ou, na terminologia culta, um impulso de destruição, que contribui para aumentar ainda mais perigo que toda esta civilização venha explodir (...)”. Mas, o que Adorno entende por barbárie? Filosofia da Educação AULA 10 Essa superação é condição fundamental para a sobrevivência do homem. “Esclarecimento é a saída dos homens de sua autoincupável menoridade”. É preciso superar a barbárie... ESCLARECIMENTO EMANCIPAÇÃO SAIR DA BARBÁRIE Filosofia da Educação AULA 10 Segundo Arendt, não nascemos apenas para a vida, mas para o que foi constituído pelo trabalho de muitas gerações e que nos precede, sendo muito maior do que nós, pois compartilha tanto com o passado como com o futuro. É preciso lançar-se na possibilidade de novas criações. Para finalizar... AULA 10 Filosofia da Educação ADORNO, Theodor W. Educação após Auschwitz. In: ADORNO, Theodor W. Educação e emancipação. São Paulo: Paz e Terra, 2010. p. 119. ARANHA; Maria Lúcia de Arruda e MARTINS; Maria Helena Pires. Filosofando; Introdução a Filosofia. Ed. Moderna. http://www.mundoeducacao.com/literatura/vanguardas-europeias.htm VENTURA, Magda Maria. Educação e Filosofia: interdependências viscerais. Rio de Janeiro: Editora Universidade Estácio de Sá, 2013. 128p Referências Bibliográficas.
Compartilhar