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DÉBORA FERNANDA DOS SANTOS MAIA, N883HC-4 AÇÕES EDUCATIVAS EM PROMOÇÃO DO ÂMBITO DE EDUCAÇÃO INFANTIL PRÉ-ESCOLAR Atividades Práticas Supervisionadas trabalho apresentado como exigência para a avaliação do 1°semestre, do curso de Nutrição da Universidade Paulista. Orientadora: Profª Msc. Edlene Motta SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 2016 RESUMO O pré-escolar engloba a idade de 2 a 6 anos, sendo esse um período crítico na vida da criança, onde se torna necessário e importante a sedimentação de hábitos, uma vez que essa é uma fase de transição: a criança sai de uma fase de total dependência (lactentes) para entrar em uma fase de maior independência (escolar e adolescência). A velocidade de crescimento no decorrer da vida não é uniforme. A necessidade de maior cuidado em relação à alimentação do pré-escolar decorre principalmente do fato de nessa faixa etária ocorrer à incorporação de novos hábitos alimentares, implicando o conhecimento de novos sabores, texturas e cores, experiências sensoriais. Alimentação saudável possibilita o crescimento e o desenvolvimento em toda a sua potencialidade, a profilaxia de doenças causadas por escassez de nutrientes e excesso de nutrientes e a prevenção nutricional das doenças crônicas não transmissíveis. Se a alimentação for adequada, a saúde estará presente em todas as fases da vida. Os pais são, usualmente, o principal agente de mudança no processo de aprendizagem de seus filhos, atuando como mediadores entre a orientação profissional e a implantação de ações favoráveis à mudança da criança em seu ambiente natural. As transformações ocasionadas impulsionaram o perfil epidemiológico nos padrões de vida tanto físico como alimentares. Através das transições nutricionais é possível verificar o elevado consumo de alimentos ricos em açúcares e gorduras, com alta densidade energética, e o declínio da pratica e exercícios físicos, sendo as principais razões para a obesidade infantil. O PNAN- Política Nacional de Alimentação e Nutrição considera a obesidade como alvo das politicas, juntamente com o combate à fome e à desnutrição, pelo fato de ser uma epidemiologia global. Através da educação nutricional é possível a formação adequada da alimentação sendo uma ação muito ampla, para que ocorra de maneira eficaz é necessário ações integradas envolvendo família, escola, comunidade e indústria alimentícia. A escola é considerada um lugar privilegiado para a aprendizagem sobre alimentação e nutrição, sendo o local onde a criança mais prevalece, tendo com o principal objetivo estimular a formação dos hábitos adequados. O comportamento alimentar desenvolvido na faixa etária pré-escolar irá constituir a base da alimentação futura, porém ao longo da vida, esse comportamento pode sofrer algumas modificações, por isso é de extrema importância às ações educativas nessa faixa etária. Palavras chaves: Pré-escolar, transição, obesidade, hábitos alimentares, programa nacional de alimentação. ABSTRACT The preschool includes aged 2 to 6 years, which is critical period in child’s life, where it becomes necessary and important the sedimentation of habits, since this is a transitional phase: the child comes out of a phase of total dependence (infants) to enter a phase of greater independence (educational and adolescence. The growth rate throughout life is not uniform. The need for greater care in relation to the preschool feeding mainly stems from the fact that in this age group occurs the incorporation of new eating habits, implying the discovery of new flavor, textures and colors, sensory experiences. Healthy eating allows growth and development in all its potential, the prophylaxis of diseases caused by lack of nutrients and excess of nutrients and nutritional prevention of chronic noncommunicable diseases. If the alimentation is adequate, health will be present at all stages of life. Parents are, usually, the main change agent in the learning process of their children, acting as a mediator between professional guidance and the implementation of actions favorable to the child’s change in their natural environment. The changes caused boosted the epidemiological profile in living standards both physical and food. Through the nutritional transitions, you can check high intakes of foods high in sugars and fats, with high energy density, and the decline of the practice of physical exercises, which is the main reasons for child obesity. The NPFN- National Policy on Food and Nutrition considers obesity as a political target together with the hunger and malnutrition, because it’s a global epidemiology. Through nutrition education, it is possible to proper shaping of alimentation being a very broad action, to occur effectively it is necessary integrated actions involving family, school, community and food industry. The school it is considered a privileged place to learning about feeding and nutrition, being the place where the child more prevalent, having as main objective stimulate the formation of proper habits. Eating behavior developed in pre-school age will build the basis of future feeding, however lifelong, this behavior may suffer some change, that is why It is extremely important the education activities in this age group. Keywords: preschool, transitions, obesity, eating habits, National alimentation program. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Gráfico 1- Peso por idade meninos 10 Gráfico 2- Peso por comprimento meninos 11 Gráfico 3- Peso por estatura meninos 11 Gráfico 4- Comportamento/estatura por idade meninos 12 Gráfico 5- IMC por idade meninos 12 Gráfico 6- Peso por idade meninas 13 Gráfico 7- Peso por comprimento meninas 13 Gráfico 8- Peso por estatura meninas 14 Gráfico 9- Comportamento/estatura por idade meninas 14 Gráfico 10- IMC por idade meninas 15 Gráfico 11- Pirâmide alimentar para os pré-escolares 19 LISTA DE TABELAS Tabela 1- Recomendações de consumo energético para pré-escolares 17 Tabela 2- Recomendações de consumo de proteína para pré-escolares 18 Tabela 3- Recomendações de acordo com a faixa etária, por grupo da pirâmide alimentar 19 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................08 2 DESENVOLVIMENTO....................................................................................09 2.1 Características de crescimento e desenvolvimento físico do pré- escolar..............................................................................................................09 2.2 Obesidade Infantil......................................................................................21 2.3 Educação Alimentar e Nutricional............................................................23 2.4 Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).............................25 2.5 Orientações gerais para a formação de habitos adequados na fase pré- escolar..............................................................................................................26 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................27REFERÊNCIAS..............................................................................................28 8 1 INTRODUÇÃO O período pré-escolar engloba a idade de 2 a 6 anos, sendo esse um período crítico na vida da criança, onde se torna necessário e importante a sedimentação de hábitos, uma vez que essa é uma fase de transição: a criança sai de uma fase de total dependência (lactentes) para entrar em uma fase de maior independência (escolar e adolescência). Nos primeiros anos de vida, uma alimentação qualitativa e quantitativamente adequada é essencial para o crescimento e desenvolvimento da criança, pois proporciona ao organismo a energia e os nutrientes necessários para o bom desempenho de suas funções e para a manutenção de um bom estado de saúde (MONTEIRO et al, 1995). A necessidade de maior cuidado em relação à alimentação do pré- escolar decorre principalmente do fato de nessa faixa etária ocorrer à incorporação de novos hábitos alimentares, implicando o conhecimento de novos sabores, texturas e cores, experiências sensoriais que influenciarão diretamente o padrão alimentar a ser adotado pelo infante (ALVIÑA, 1996). Nesta fase inicia-se o vínculo entre as crianças e os alimentos, sendo ele o responsável pelo início dos hábitos alimentares (FAGIOLI, 2006). As práticas alimentares, compreendidas da amamentação à alimentação cotidiana da família, são oriundas de conhecimentos, vivências, experiências, construídas a partir das condições de vida, da cultura, das redes sociais e do saber científico de cada época histórica e cultural. Um estudo identificou que os hábitos e as práticas alimentares são permeados pelo aprendizado materno, que tem início na infância e está associado aos hábitos urbanos de consumo. Assim, os profissionais de saúde podem intervir na realidade tendo em vista a melhoria da saúde da criança e da família (ROTENBERG, 2004). Martins (1997) reforça que a intervenção, da educação nutricional, em um estágio mais precoce, previne doenças, promove uma vida mais saudável e uma sensação de bem estar geral. Esse enfoque da educação nutricional como proteção e promoção da saúde, e como prevenção de doenças e complicações possui um papel reconhecidamente vital. 9 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Características de crescimento e desenvolvimento físico do pré- escolar A faixa etária pré-escolar é considerado um período crítico na vida da criança, onde se torna necessário e importante a sedimentação de hábitos, uma vez que essa é uma fase de transição: a criança sai de uma fase de total dependência (lactentes) para entrar em uma fase de maior independência (escolar e adolescência). A velocidade de crescimento no decorrer da vida não é uniforme. A fase pré-escolar caracteriza-se por irregularidade no crescimento (o ganho em altura é de cerca de 12 cm no segundo ano, 8 a 9cm no terceiro ano e 7 cm nos anos restantes) e o ganho de peso varia de 2 a 2,5 kg/ano, equivalente a um terço do ganho ocorrido no primeiro ano de vida (LACERDA, 2002). Esses constituem uma faixa populacional de grande importância, devido ao processo de maturação biológica que passam durante o qual a alimentação desempenha um papel decisivo, quer pelo desenvolvimento sócio psicomotor, para o qual contribuem fundamentalmente os meios familiar e comunitário em que vivem e; complementarmente, as instituições que os assistem (GANDRA, 2008). Para medir, monitorar e avaliar o crescimento das crianças e adolescente de 0 a 19 anos, é utilizado às curvas de crescimento, independente da origem étnica, situação socioeconômica, ou alimentação, a partir desse instrumento é possível detectar a desnutrição, sobrepeso, obesidade e condições associadas ao crescimento e a nutrição da criança (MS, 2016). As cadernetas da criança ou do adolescente contêm as curvas para a avaliação do crescimento, de acordo com a faixa etária e o sexo, o que tornam imprescindível para orientar o monitoramento do estado nutricional (MS, 2016), onde os dados individuais (longitudinais) de cada criança vão assim sendo traçados sobre uma curva de referência proveniente de estudos (longitudinais, transversais ou mistos) feitos com populações de bom nível socioeconômico. (JM,1986) 10 Os gráficos a seguir demonstram as curvas, sendo distinguido por faixa etária e sexo, as cores azuis e rosas são utilizados na diferenciação, sendo azul para os meninos e rosa para as meninas. O gráfico de peso por idade de ambos os sexos é constituído pelo peso no eixo vertical, em quilogramas e idade no eixo horizontal, em meses e anos, onde demonstra a faixa ideal de peso em cada faixa etária. Já o de peso por comprimento é constituído pelo peso no eixo vertical, em quilograma e comprimento no eixo horizontal apresentando o peso ideal para cada comprimento. O de peso por estatura é determinado pelo peso na vertical e estatura na horizontal, relaciona o peso adequado para a estatura delimitada. O gráfico comprimento/ estatura por idade demonstra o comprimento/ estatura adequada para cada faixa etária. IMC (Índice de massa corpórea) por idade é constituído pelo IMC no eixo vertical e idade na horizontal, relaciona o IMC adequado para cada faixa etária. GRÁFICO 1- Peso por idade Meninos 11 GRÁFICO 2- Peso por comprimento meninos GRÁFICO 3- Peso por estatura meninos 12 GRÁFICO 4- Comprimento/ estatura por idade meninos GRÁFICO 5- IMC por idade meninos 13 GRÁFICO 6- Peso por idade meninos GRÁFICO 7- Peso por comprimento meninas 14 GRÁFICO 8- Peso por estatura meninas GRÁFICO 9 – Comprimento/ estatura por idade meninas 15 GRÁFICO 10 – IMC por idade meninas Alimentação saudável possibilita o crescimento e o desenvolvimento em toda a sua potencialidade, a profilaxia de doenças causadas por escassez de nutrientes e excesso de nutrientes e a prevenção nutricional das doenças crônicas não transmissíveis. Se a alimentação for adequada, a saúde estará presente em todas as fases da vida (CTENAS, 1999). Essa fase também se caracteriza por um comportamento alimentar imprevisível e variável: a quantidade ingerida de alimentos pode oscilar, sendo grande em alguns períodos e nula em outros; caprichos podem fazer com que o alimento favorito de hoje seja inaceitável amanhã, ou que um único alimento seja aceito por muitos dias seguidos (Birch & Fisher, 1995). Na alimentação do pré-escolar, dois traços de personalidade são conhecidos por dificultarem o estabelecimento de uma dieta qualitativamente saudável e variada sendo elas a neofobia e Picky/fussy eating (Weffort, 2012). A neofobia é caracterizada pela dificuldade em aceitar alimentos novos ou desconhecidos, onde, a criança nega-se a experimentar qualquer tipo de alimento desconhecido e que não faça parte de suas preferências alimentares (Birch,1998), já a Picky/fussy eating refere-se ato que a criança rejeita uma grande variedade de alimentos, com uma dieta empobrecida, com variedade 16 mínima. A criança “picky/fussy” ingere baixas quantidades de alimentos com vitamina E, vitamina C, folato e fibras, provavelmente em decorrência do baixo consumo de vegetais (Weffort, 2012). Há que se alertar que nesse período observa-se também um aumento das habilidades das funções corporais incluindo a aprendizagem bem como mudanças internas, sendo importante priorizar a qualidade da nutrição. A maturação óssea, a maior capacidade dos sistemas respiratório e circulatório,a habilidade motora (propiciando o uso de talheres), o aumento da resistência física e a maturação do sistema imunológico propiciam as crianças melhores qualidade de vida (lazer ativo, atividade física dirigida, sono, aprendizagem entre outros), apesar dos seguintes fatos o crescimento é ponderado para ambos os sexos. Somente na pré-puberdade o sexo irá interferir no crescimento e na alimentação. Entre 2 a 3 anos a criança começa a imitar os hábitos dos pais. Essa fase é considerada difícil, pois os maus hábitos alimentares são facilmente assimilados pela criança, sendo que a criança se distrai com facilidade, dá opinião no cardápio e geralmente tem perda de apetite, conhecida como ¨anorexia fisiológica¨ (uma vez que o interesse pelo alimento é substituído pela enormidade de descobertas que a criança faz no dia-a-dia, além do aumento da atividade alimentar) (VENTURA, A. K.; BIRCH, L. L., 2008). A diminuição do apetite que se manifesta nessa época, também resulta da desaceleração do ritmo de crescimento, a aparente falta de interesse em alimentar-se costuma causar grandes preocupações aos pais. Pode manifestar-se pela recusa de provar pratos novos, pelo desejo de repetir indefinidamente os mesmos alimentos. A maioria das crianças é capaz de comer sem nenhuma ajuda, no final do segundo ano de vida (MACEDO, 1999). Segundo Piaget, na fase dos 3 a 4 anos é onde se percebe as diferenças entre: muito e pouco; igual, maior e menor; mais e menos; grande e pequeno; fino e groso; alto e baixo; gordo e magro; em cima e embaixo. A percepção de volume e capacidade vai ocorrer mais tarde (RIZZO, 1992). O fator principal é a aparência dos alimentos, amenizado quando a criança se torna segura de suas preferências (MACEDO, 1999), e são capazes de perceber a noção de “pertinência” de um elemento em relação a um 17 determinado conjunto, pela sua propriedade. Surge o interesse em preparar as refeições. (RIZZO, 1992). Aos 5 e 6 anos firma-se a alimentação. Os pais são, usualmente, o principal agente de mudança no processo de aprendizagem de seus filhos, atuando como mediadores entre a orientação profissional e a implantação de ações favoráveis à mudança da criança em seu ambiente natural (MESTRE & CORASSA, 2002; SILVARES, 1995). As crianças não nascem com habilidade inata de escolher alimentos nutritivos, esta habilidade é aprendida por meio das experiências sociais e educativas. Portanto, as experiências e atividades devem envolver a exploração de todos os sentidos na busca do conhecimento sobre o alimento e sobre práticas alimentares saudáveis (FAGILOLI, 2006). As recomendações nutricionais são determinadas pelo metabolismo bases, para os pré-escolares, pelo ritmo de crescimento, levando em conta o peso, altura, pratica de atividade física, repouso e a hereditariedade. Quando há a determinação do valor energético, é considerado o tempo de permanência na escola, as crianças que permanecem de 4 a 7 horas, recebem 1/3 das recomendações nutricionais diárias, já a que permanece 8 ou mais, exige 2/3 dessas recomendações. (HOLLAND, 1999) As refeições do pré escolar são semelhante a do adulto, sendo constituída por um desjejum, lanche, almoço, lanche e jantar. Para uma nutrição adequada além da alimentação adequada, se faz necessário a aceitação da criança, ingestão, retirada no estomago, absorção, metabolização e o ambiente psicológico favorável. (FORATO, ARAUJO, QUEIROS, COELLHO, BITENCOURT, 1999) TABELA 1 - Recomendações de consumo energético para pré-escolares Idade (anos) Energia (kcal/kg/dia) Pré-escolar Menino Meninas 1-2 104 106 2-3 104 102 3-4 99 95 4-5 95 92 5-6 92 88 18 Fonte: Organização Mundial de Saúde (OMS) 1985 Para as fibras, crianças maiores de 2 anos devem ingerir a quantidade equivalente á sua idade adicionada de 5 gramas por dia, até atingir o valor recomendado para o adulto de 20 a 35g ao dia. No caso da proteína, as necessidades por quilo de peso da criança são maiores do que as do adulto, sendo necessária uma elevada proporção de aminoácidos essenciais. A tabela abaixo expõem as recomendações, de acordo com a OMS. TABELA 2- Recomendações de consumo de proteína para pré-escolares Idade (idade) Meninos e meninas 1-1,5 1,26 g/kg 1,5-2 1,17 g/kg 23 1,13 g/kg 3-4 1,09 g/kg 4-5 1,06 g/kg 5-6 1,02 g/kg Fonte: Adaptado de OMS 1985 Paras as vitaminas e minerais as recomendações seguidas são da Dietary Reference Intakes (DRIs), é importante que estejam presente na dieta de forma equilibrada para garantir a manutenção e crescimento normal do organismo da criança. Já que nessa idade mostram a preferência pelo consumo de carboidratos simples, e um elevado consumo de monossacarídeos e dissacarídeos causando uma deficiência de micronutrientes, em especial o ferro, zinco e vitamina D (LUCAS, 2002, In: MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2002). A tabela abaixo expõe o número de porções diárias, recomendações de acordo com a faixa etária, por grupo de a pirâmide alimentar. (Philippi ST,1999) TABELA 3 - Recomendações de acordo com a faixa etária, por grupo da pirâmide alimentar. 19 Grupo alimentar Idade 6 a 11 meses Idade 2 a 3 anos Idade pré- escolar e escolar Adolescent es e adultos 1 Cereais, pães, tubérculos e raízes. 3 5 5 5 a 9 2 2 Verdura e legumes Frutas 3 3 3 4 3 3 4 a 5 4 a 5 3 3 Leites, queijos e iogurtes. Carnes e ovos Leguminosas Leite materno 2 1 3 2 1 3 2 1 3 1 a 2 1 4 4 Óleos e gorduras Açúcar e doces 2 0 2 1 1 1 1 a 2 1 a 2 Fonte: Adaptado de: Philippi ST et al. Rev Nutr 12: 65-80, 1999 e Guia alimentar para crianças menores de 2 anos, Ministério da Saúde, 2005. GRÁFICO 11 – Pirâmide Alimentar para os pré-escolares Fonte: Adaptado de: Philippi ST et al. Rev Nutr 12: 65-80, 1999 e Guia alimentar para crianças menores de 2 anos, Ministério da Saúde, 2005. 20 As transições nutricionais e epidemiológicas estão entre as causas fundamentais na mudança no estilo de vida e aos hábitos alimentares, explica teorias ambientalistas, a obesidade em regiões mais desenvolvidas, está altamente relacionada às mudanças ocasionadas, confirmando a teoria exposta (GUIMARÃES, BARROS, 2001). As mudanças nos padrões alimentares denotam o aumento continuo de adiposidade em crianças, ou seja, excesso de gordura no organismo nota-se esse diferencial através da omissão do café da manha e o baixo consumo de frutas, hortaliças (MONDINI, MONTEIRO 1998). As transformações ocasionadas impulsionaram o perfil epidemiológico nos padrões de vida tanto físico como alimentares. Um levantamento feito pela Organização Pan-americana de Saúde revela que a obesidade infantil avançou 240% nos últimos 20 anos, estima-se que entre 25% de crianças e adolescente forem de obesidade ou sobrepeso no Brasil (GUIMARÃES, BARROS, 2001). 21 2.2 Obesidade Infantil A obesidade na infância se apresenta com uma epidemia global. No Brasil os dados são preocupando pelo fato de nos últimos 20 anos, a obesidade infantil ter triplicado hoje 40% da população está acima do peso. Considerando que 15% das crianças têm excesso de peso e 5% são classificadas com obesa (SBEM,2006). A obesidade tem varias etiologias como os genéticos, fisiológicos e metabólicos, ambientais, pode se alegar quea obesidade parece ser condição familiar, crianças com os pais obesos tem o dobro da chance de se tornar adultos obesos, também é possível constar que a inatividade dos pais exerce influencia na inatividade dos filhos (ABESO, 2003). As transições nutricionais são um dos principais fatores relacionados ao meio ambiente o elevado consumo de alimentos ricos em açúcares e gorduras, com alta densidade energética, e o declínio da pratica e exercícios físicos são os principais razões. Outro elemento relevante é o fato da criança ser unigênita, ou seja filho único, e estudar em escola privada, é considerado um dos fatores determinantes no ganho excessivo de peso, o mais fácil acesso as tecnologias e aos alimentos ricos em gorduras e açúcares simples (OLIVEIRA,FISBERG,2003). A obesidade pode se desencadear em qualquer faixa etária de idade, por fatores como a introdução inadequada de alimentos, distúrbios alimentares, relação familiar, especialmente no período de crescimento (GIUGLIANO, CARNEIRO,2004). A necessidade da identificação precoce do excesso de peso em crianças diminui o risco de se tornarem adultos obesos (WHITAKER et al.). O Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN) indica que a obesidade infantil atinge 16% das crianças brasileiras, e que as crianças pertencem às classes sociais privilegiadas (GIUGLIANO, MELO,2004). Os hábitos alimentares que ocasionam a obesidade infantil produzem impactos imediatos na saúde, muitas vezes em longo prazo, visto que 60% de crianças sofrem de hipertensão, hiperlipidêmica (ALMEIDA, NACIMENTO, QUAIOTI, 2002). 22 Segundo o Mistério da Saúde, o PNAN- Programa Nacional de Alimentação e Nutrição considera a obesidade como alvo das politicas, juntamente com o combate à fome e à desnutrição. 23 2.3 Educação Alimentar e Nutricional A educação nutricional é considerada um conjunto de atividade para a formação de hábitos alimentar saudáveis, implicando mudança na forma de agir e pensar do individuo, e nas praticas diarias (GOUVEIA, 1998). TRICHES 2005, realizou um estudo e conclui que as crianças com conhecimentos sobre nutrição relatam praticas mais saúdaveis, já as crianças com menos conhecimento evidencia que as escolas, os pais e a mídia são as fontes de mensagens, muitas vezes insuficientes e ineficazes de hábitos alimentares mais saúdaveis. O ambiente favorável são fundamentais para a modificação do estado nutricional e da melhoria da qualidade da alimentação, é necessário ações integras envolvendo família, escola, comunidade e industria alimentícia (TRICHES , 2005). O tema nutrição e alimentação nas escolar tem com objetivo conscientiza a necessidade de hábitos e escolhas alimentares saudáveis, promovendo possíveis mudanças na alimentação de forma natural (BORSARI, CRUZ, LOLLI,OLIVEIRA E SANTOS, 2005). É importante ressaltar que a influencia da família e escola não são os únicos fatos que delimita a alimentação, tendo um elo com o mundo exterior (HOLLAND, 1999). A escola é considerado um lugar privilegiado para a aprendizagem sobre alimentação e nutrição, e os temas básicos podem ser integrados com atividade pedagógicas. O desejo de conhecer, propicia a criança a experimentar o mundo que a cerca (FORATO, ARAÚJO, QUEIROZ, COELHO, BITENCOURT, 1999). A escola tem potencial para estimular a formação dos hábitos adequado, através de modificações na merenda e na cantina, e programas educativos, palestras ela deve incentivar o consumo de determinados elementos, e a substituição de outros,não inibir ou proibir e sim esclarecer as etiologias, e implicar no consumo controlado (VIUNISKI, 2005). O comportamento alimentar desenvolvido na faixa etaria pré escolar, irá constituir a base da alimentação futura. Porém ao longo da vida, esse comportamento pode sofrer algumas modificações em consequência do 24 ambiente, a escolaridade, a cultura, entre outros fatores (DAVANÇO, TADDEI E GAGLIANONE, 2004). 25 2.4 Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), tem como objetivo de comprar gêneros alimentícios para a Merenda Escolar, com caráter suplementar. O programa foi desenvolvido em 1954 ganhou abrangência nacional 1955. Proporcionando a todos alunos matriculados nos estabelecimento públicos, o direito a alimentação, Art. 208 da Constituição Federal (GDF, 1999) São atendidos pelo PNAE alunos da educação infantil (creche e pré- escola), ensino fundamental e ensino médio, em escolas públicas. 26 2.5 Orientações gerais para a formação de habitos adequados na fase pré-escolar Para garantir o crescimento e desenvolvimento saudáveis (LUCAS, 2002, In: MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2002) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (2006) sugerem a adoção de condutas alimentares para a formação dos hábitos adequados de uma criança. Sendo as seguintes: A alimentação deve ser composta por cinco ou seis refeições diarias, com horarios pré determinados e suficientes, café da manhã; lanche da manhã; almoço; lanche da tarde; jantar e algumas vezes lanche antes de dormir. Não deve permanecer a criança em jejum durante um tempo prolongado, pois está em fase de crescimento e necessita de energia e de nutrientes. Controlar a oferta de liquidos e tamanho de porções dos alimentos, pois o liquido ingerido pode ocasionar distenção no estômago, saciando precocemente, deve optar por sucos naturais, e usufluir dos refrigerantes com moderação. Oferecer sobremesa com mais uma preparação da refeição e não utiliza-lá como recompensa. Os alimentos imbutidos com excesso de gordura topo “trans” e saturada, sal e açúcar, devem ser limitados, e as crianças devem receber orientações sobre esse tipo de alimento, o porque de não ser frequentemente ingerido. Vale resaltar a importância da acomodação a mesa com outros membros da familia, em um ambiente calmo e tranquilo sem quaisquer distrações, e a participação da criança nas tarefas de alimentação como participar da escolha do alimento, da sua compra no mercado ou feira e da preparação dos alimentos. Dar ênfase à ingestão de frutas e vegetais, produtos de grãos integrais, produtos de laticínios com baixo teor de gordura, leguminosas e carne magra, peixes e aves; oferecer uma alimentação equilibrada com grande variedade de cores, texturas, formas interessantes e colocação no prato de forma atrativa. 27 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS A alimentação do pré-escolar é um assunto de tamanha relevância, acriança quando mal nutrida pode acarretar retardo na eficiência física, tornando-se irritada e sem iniciativa, portanto a nutrição adequada é essencial para o desenvolvimento do organismo. A formação dos padrões alimentares submeti da orientação principalmente dos responsáveis, que devem observar a importância dos hábitos alimentares saudáveis e oferecer uma alimentação adequada pra criança. Uma criança quando habituada a consumir frutas, hortaliças entre outros alimentos saudáveis provavelmente adquiri hábitos alimentares melhores. Crianças normalmente tem preferencia a alguns alimentos eventualmente desprezando outro, não é aconselhávelforçar a ingestão desses alimentos, o ideal é tentar substituí-lo. A formação dos padrões alimentares envolve questões além das nutricionais, a relação emocional entre a criança e a família. Por isso, a importância da valorização dos momentos de alimentação em família. Durante a fase pré-escolar, as crianças passando por mudanças no padrão alimentar. À medida que crescem, diminuem o numero de refeições e o interesse pela alimentação. Com a introdução na escola passam a conviver com horários, e hábitos diferentes no meio familiar, por isso, se a escola é considerada a melhor janela de oportunidade para as ações educativas em promoção do âmbito de educação infantil pré-escolar. Uma boa nutrição é essencial para a manutenção do crescimento da criança, e para que a nutrição seja adequada é necessário aprender a combinar os alimentos de forma que forneçam todos os nutrientes necessários. Uma alimentação adequada nessa faixa etária possibilita o crescimento e o desenvolvimento em toda a sua potencialidade, a profilaxia de doenças causadas por escassez de nutrientes e excesso de nutrientes e a prevenção nutricional das doenças crônicas não transmissíveis, com hábitos alimentares adequados a saúde estará presente em todas as fases da vida. 28 REFERÊNCIAS Monteiro CA, et al. Evolução da desnutrição infantil. In: Monteiro CA, organizador. Velhos e novosmales da saúde no Brasil. São Paulo: Hucitec; 1995. p.93-114. ALVIÑA, M. Alimentación del preescolar y escolar menor. Santigo: Universidade de Chile, p.201-211. 1996 FAGIOLI, D., NASSER, L.A. 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