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DAS RELAÇÕES DE PARENTESCO

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DAS RELAÇÕES DE PARENTESCO
As pessoas unem-se em uma família em razão: ■ de vínculo conjugal ou união estável; ■ de parentesco por consanguinidade ou outra origem; e ■ da afinidade.
Conceito (Pontes de Miranda): parentesco é a relação que vincula entre si pessoas que descendem umas das outras, ou de autor comum (consanguinidade), que aproxima cada um dos cônjuges dos parentes do outro (afinidade), ou que se estabelece, por fictio iuris, entre o adotado e o adotante.
Sentido estrito: vinculação das pessoas que descendem uma das outras. 
Sentido amplo: inclui a afinidade, adoção, ou outra origem, como as técnicas de modalidades de reprodução assistidas.
Estatui relações de direitos e obrigações recíprocos entre os parentes, pessoal e patrimonial. 
Parentesco por afinidade
Vínculo que se estabelece entre um dos cônjuges ou companheiro e os parentes do outro (sogro, genro, cunhado etc.). 
Parentesco resultante da consanguinidade ou de outra origem (adoção, inseminação artificial, paternidade socioafetiva)
Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou outra origem.
Assim, é natural o parentesco resultante de laços de sangue. O civil recebe esse nome por se tratar de uma criação da lei. “Outra origem” alcança além da adoção, assim como os filhos havidos por reprodução assistida heterologa, que não tem vínculo de consangüinidade com os pais, inseminação artificial, paternidade socioafetiva. 
Parentesco resultante da adoção
Tem os mesmos deveres e direitos oriundos da filiação biológica. 
Parentesco espiritual
O direito não dá importância, qualidade de padrinho ou madrinha, mas o direito canônico exibe como impedimento matrimonial. 
O VÍNCULO DE PARENTESCO: LINHAS E GRAUS
Parentesco em linha reta
Parentes em linha reta são as pessoas que descendem umas das outras, bisavô, avô, pai, filho, neto. Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes.
Linha reta ascendente
A linha reta é ascendente quando se sobe de determinada pessoa para os seus antepassados (do pai para o avô etc.). Toda pessoa, sob o prisma de sua ascendência, tem duas linhas de parentesco: a linha paterna e a linha materna. 
Linha reta descendente
A linha reta é descendente quando se desce dessa pessoa para os seus descendentes.
Efeitos importantes do parentesco em linha reta
O dever de assistir aos filhos menores pelos pais, e o dever dos filhos de amparar os pais na velhice; direito a alimentos; indicação como sucessores legítimos e herdeiros necessários; impedimentos absolutos para o casamento. 
Parentesco na linha colateral
São parentes em linha colateral, transversal ou oblíqua as pessoas que provêm de um tronco comum, “sem descenderem uma da outra”. É o caso de irmãos, tios, sobrinhos e primos. Na linha reta não há limite, pois a contagem do parentesco é ad infinitum; na colateral, este se estende somente até “o quarto grau”. 
Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.
Efeitos: impedimento para o casamento até o 3° grau. Pagar alimentos a irmãos; sucessão até o 4° grau. 
Contagem do parentesco na linha reta
A distância entre dois parentes mede-se por graus. Grau, portanto, é a distância em gerações, que vai de um a outro parente, conta-se pelo número de gerações. Ex: filho e pai – primeiro grau linha reta; filho e avô – segundo grau linha reta. 
Contagem do parentesco na linha colateral
Também faz pelo número de gerações. Abre a contagem subindo pelas gerações até o troco comum, ou descendo pela outra linha contando as gerações, até encontrar o outro parente. Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.
Irmãos, colaterais de segundo grau. Tios e sobrinhos são de 3° grau, e primos e sobrinhos netos, tios avós são de 4° grau. Não há em 1° grau na linha colateral, pois a primeira geração é a linha reta. 
Irmãos germanos/bilaterais e unilaterais
Denominam-se irmãos germanos ou bilaterais os que têm o mesmo pai e a mesma mãe; e unilaterais os irmãos somente por parte de mãe (uterinos) ou somente por parte do pai (consanguíneos).
A linha colateral pode ser:
■ igual: como no caso de irmãos, a descendência é uma só geração. ■ desigual: como no caso de tio e sobrinho, o que separam são duas gerações diversas; dúplice ou duplicada, como no caso de dois irmãos que se casam com duas irmãs. 
Família e parentesco
São distintas, cônjuge ele é da família mas não é parente do outro cônjuge mas é parente afim dos consangüíneos. 
ESPÉCIES DE PARENTESCO
Parentesco natural ou civil
Natural resulta da consangüinidade, e civil da lei, e não pode haver diferença de igualdade de direitos, todos são parentes. 
Parentesco por afinidade
Resultante do casamento e da união estável, o cônjuge ou companheiro são parentes afins. Se um dos cônjuges ou companheiros tem parentes em linha reta (pais, filhos), estes se tornam parentes por afinidade em linha reta do outro cônjuge ou companheiro. Essa afinidade em linha reta pode ser ascendente (sogro, sogra, padrasto e madrasta, que são afins em 1º grau) e descendente (genro, nora, enteado e enteada, no mesmo grau de filho ou filha, portanto afins em 1º grau).
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
Limitação do parentesco ao segundo grau
Art, 1595. § 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. Então cunhados, são afins na linha colateral de 2° grau. 
Afinidade é jurídica e decorre só da lei. Sendo que os afins de cada um não o são entre si (concunhados não são afins entre si).
Perpetuidade da afinidade na linha reta
Art. 1595. § 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.
É um dos impedimentos para o casamento. Desse modo, rompido o vínculo matrimonial permanecem o sogro ou sogra, genro ou nora ligados pelas relações de afinidade.
Já na linha colateral, o fim do enlace faz desaparecer a afinidade. 
DA FILIAÇÃO
Filiação é a relação de parentesco consanguíneo, em primeiro grau e em linha reta, que liga uma pessoa àquelas que a geraram, ou a receberam como se a tivessem gerado. As noções de parentesco se filiam a partir da noção de filiação. Em sentido estrito, filiação é a relação jurídica que liga o filho a seus pais. É considerada filiação propriamente dita quando visualizada pelo lado do filho. Encarada em sentido inverso, ou seja, pelo lado dos genitores em relação ao filho, o vínculo se denomina paternidade ou maternidade. 
Princípio da igualdade dos filhos
A CF/88 estabeleceu absoluta igualdade de direitos e qualificações entre todos os filhos havidos ou não do casamento. Como era o caso quando existiam os filhos legítimos e ilegítimos, adulterinos. 
Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
Embora não haja vedação a discriminação, há efeitos diferenciados, como os filhos que procedem de justas núpcias, uma presunção de paternidade e a forma de sua impugnação; para os havidos fora do casamento, critérios para o reconhecimento, judicial ou voluntário; e, para os adotados, requisitos para a sua efetivação.
PRESUNÇÃO LEGAL DE PATERNIDADE
Casamento pressupõe as relações sexuais dos cônjuges e fidelidade da mulher; o filho que é concebido durante o matrimônio tem por pai o marido de sua mãe. E, em consequência, presume-se filho o concebido na constância do casamento’. Visa preservar a segurança e a paz familiar. 
É conhecida pelo adágio romano pater is est quem justae nuptiae demonstrant ou presunção pater is est. 
Art. 1.597. Presumem-se concebidosna constância do casamento os filhos: 
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal;
II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento;
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga;
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido.
Inc. I: período mínimo de gestação viável
O período de início se dá a partir do momento da convivência conjugal. Mas como o exame de DNA também se possibilita definir a paternidade com absoluta certeza. Na prática nesse inciso tem pouca valia. 
Relativização da origem biológica, na família socioafetiva
A família socioafetiva é prestigiada na CF/88, que relativiza a origem biológica, essa presunção não é determinante da paternidade ou da filiação, pois, independentemente da fidelidade da mulher, pai é marido ou o companheiro que aceita a paternidade do filho, ainda que nascido antes do prazo de 180 dias do início da convivência, sem questionar a origem genética, consolidando-se o estado de filiação.
Inc. II: período máximo de gestação viável
Prazo deve iniciar-se da separação de fato, devidamente comprovada. Se o filho nascer depois dos trezentos dias, a contar da morte do marido, não o socorrerá a presunção de legitimidade, e, nesse caso, aos herdeiros caberá o direito de propor ação impugnativa da filiação.
Art. 1.598. Salvo prova em contrário, se, antes de decorrido o prazo previsto no inciso II do art. 1.523, a mulher contrair novas núpcias e lhe nascer algum filho, este se presume do primeiro marido, se nascido dentro dos trezentos dias a contar da data do falecimento deste e, do segundo, se o nascimento ocorrer após esse período e já decorrido o prazo a que se refere o inciso I do art. 1597.
Mas poderá socorrer-se de exame de DNA, documentos, oitiva de testemunhas. 
Reprodução assistida --- em seguida.
Inc. III: presunção decorrente de fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido.
A fecundação ou inseminação homóloga é realizada com sêmen originário do marido. Nesse caso o óvulo e o sêmen pertencem à mulher e ao marido, respectivamente, pressupondo-se, in casu, o consentimento de ambos, podendo ser feita até após a morte do doador. 
Enunciado 106 da Jornada de direito civil: “que a mulher, ao se submeter a uma das técnicas de reprodução assistida com o material genético do falecido, esteja ainda na condição de viúva, devendo haver ainda autorização escrita do marido para que se utilize seu material genético após sua morte”.
A legislação ainda não protege o direito sucessório daquele concebido por inseminação artificial uma vez que a transmissão da herança se dá em consequência da morte (CC, art. 1.784) e dela participam as “pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão”.
Cabe lembrar que a legislação não proíbe a inseminação post mortem e a Constituição consagra a igualdade entre os filhos.
Ainda que não tenha havido a concepção ao tempo da morte do proprietário do sêmen, o filho terá direito sucessório na hipótese de ter o genitor expressamente manifestado seu consentimento para que a fertilização pudesse ocorrer depois de sua morte.
De qualquer sorte, há a possibilidade de o filho fruto de reprodução assistida,quer homóloga, quer heteróloga, mesmo não concebido , ser contemplado mediante testamento ( CC 1 . 799 I) . Basta que nasça até dois anos após a abertura da sucessão(CC 1 .800).
Inc. IV: presunção, no caso de embriões excedentários
há basicamente dois métodos de reprodução artificial: a fertilização in vitro, na qual o óvulo e o espermatozoide são unidos numa proveta, ocorrendo a fecundação fora do corpo da mulher, e a inseminação artificial, consistente na introdução de gameta masculino, por meio artificial, no corpo da mulher, esperando-se que a própria natureza faça a fecundação. O embrião é excedentário quando é fecundado fora do corpo (in vitro) e não é introduzido prontamente na mulher, sendo armazenado por técnicas especiais.
Apenas é admitida a concepção de embriões excedentários “se estes derivarem de fecundação homóloga, ou seja, de gametas da mãe e do pai, sejam casados ou companheiros de união estável. Por consequência, está proibida a utilização de embrião excedentário por homem e mulher que não sejam os pais genéticos ou por outra mulher titular de entidade monoparental.
Barriga de aluguel
Resolução 1.957, de 2010, do Conselho Federal de Medicina, prescreve que as clínicas, centros ou serviços de reprodução humana podem usar técnicas de reprodução assistida para criarem a situação identificada como gestação de substituição (barriga de aluguel), “desde que exista um problema médico que impeça ou contraindique a gestação na doadora genética”. “As doadoras temporárias do útero devem pertencer à família da doadora genética, num parentesco até o segundo grau, sendo os demais casos sujeitos à autorização do Conselho Regional de Medicina”. Não poderá ter caráter lucrativo ou comercial.
No caso de fim do casamento regra do inciso IV somente poderá ser aplicada se houver autorização prévia, por escrito, dos excônjuges, para a utilização dos embriões excedentários, só podendo ser revogada até o início do procedimento de implantação destes embriões”.
Inc. V: presunção decorrente de inseminação artificial heteróloga
Ocorre tal modalidade de inseminação quando é utilizado “sêmen de outro homem, normalmente doador anônimo, e não o do marido, para a fecundação do óvulo da mulher. A lei não exige que o marido seja estéril. A única exigência é que tenha o marido previamente autorizado a utilização de sêmen estranho ao seu. Não se exige forma escrita, mas que seja prévia, pois dá pra ser revogada antes de sua realizada, depois não. Ele não pode impugnar a paternidade depois da inseminação se ele já deu a autorização, ele não pode a seu bel prazer desfazer um vínculo tão significativo, para o qual aderiu, consciente e voluntariamente. 
Se o marido “anuiu na inseminação artificial heteróloga, será o pai legal da criança assim concebida, não podendo voltar atrás, salvo se provar que, na verdade, aquele bebê adveio da infidelidade de sua mulher. (Art. 1.600. Não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a presunção legal da paternidade.; Art. 1.602. Não basta a confissão materna para excluir a paternidade.)
Trata-se de presunção absoluta de paternidade socioafetiva. 
A paternidade constitui-se desde a concepção, no início da gravidez, configurandohipótese de paternidade responsável. Quem consente não pode impugnara filiação.
Relatividade da presunção legal de paternidade
A presunção do art. 1597 é júris tantum, admitida prova em contrário, mediante ação negatória de paternidade, imprescritível.
Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher, sendo tal ação imprescritível.
Parágrafo único. Contestada a filiação, os herdeiros do impugnante têm direito de prosseguir na ação.
Não basta a regra do art. 1602 e nem a do 1601, pois a confissão não vale quanto a direitos indisponíveis que é o reconhecimento dos filhos. E a confissão pode ser por outros motivos, como materiais. O marido deve entrar com a ação de contestação de paternidade com a prova convincente que a confissão da mulher é verdadeira. 
Afastamento da presunção mediante prova da impotência do cônjuge
Art. 1.599. A prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção, ilide a presunção da paternidade.
O importante é que a patologia tenha ocorrido depois de estabelecida a convivência conjugal e no prazo legal atribuído ao momento da concepção, traduzido nos cento e vinte e um dias, ou mais, dos trezentos que houverem precedido ao nascimento do filho. Pode ser utilizado também exame de DNA. 
Exige a prova da impotênciaao tempo da concepção da criança para afastar a presunção. E a impotência deve ser para gerar a criança. 
POSSE DO ESTADO DE FILHO:
 Em se tratando de vínculo de filiação, quem assim se considera desfruta da posse de estado de filho , ou de estado de filho afetivo. A noção de posse de estado de pai, que exprime reciprocidade com a posse de estado de filho: uma não existe sem a outra. A aparência faz com que todos acreditem existir situação não verdadeira, fato que não pode ser desprezado pelo direito. 
A noção de posse de estado de filho não se estabelece com o nascimento, mas num ato de vontade, que se sedimenta no terreno da afetividade,colocando em xeque tanto a verdade jurídica , quanto a certeza científica no estabelecimento da filiação. A filiação socioafetiva assenta-se no reconhecimentoda posse de estado de filho: a crença da condição de filho fundada em laços de afeto. A posse de estado é a expressão mais exuberante do parentesco psicológico,da filiação afetiva.
Para o reconhecimento da posse do estado de filho, a dou trina atenta a três aspectos: (a) tractatus - quando o filho é tratado como tal, criado, educado e apresentado como filho pelo pai e pela mãe ; (b) nominatio - usa o nome ela família e assim se apresenta; e (c) reputatio - é conhecido pela opinião pública como pertencente à família de seus pais. Confere-se à aparência os efeitos de verossimilhança que o direito considera satisfatória.
SOCIOAFETIVA: A filiação socioafetiva corresponde à verdade aparente e decorre do direito à filiação . A consagração da afetividade como direito fundamental subtrai a resistência em admitira igualdade entre a filiação biológica e a socioafetiva. A constância social da relação entre pais e filhos caracteriza uma paternidade que existe não pelo fato biológico ou presunção legal, mas em decorrência de uma convivência afetiva. 
O reconhecimento da paternidade ou da maternidade socioafetiva produz todos os efeitos pessoais e patrimoniais que lhe são inerentes. 
HOMOPARENTAL: 
Não reconhecer que o fiLho têm dois pais ou duas mães é se deixar levar pelo preconceito. De outro lado , permitir que exclusivamente o pai biológico tenha um vínculo jurídico com o filho assim gestado é olvidar tudo que vem a justiça construindo através de uma visão mais ampliativa da estrutura da família. 
Reconhecidos os casais homoafetivos como entidade familiar, constituindo união estável e estando assegurado acesso ao casamento, nada justifica não incidir e mas presunções legais de filiação. Desse modo comprovada a união ou o casamento,é o que basta para proceder-se ao registro, sem a necessidade da propositura de ação de reconhecimento e muito menos de adoção.
PLURIPARENTAL: É possível que pessoas tenham vários pais. Identificada a pluriparentalidade ou multiparentalidade, é necessário reconhecer a existência de múltiplos vínculos de filiação. Todos os pais devem assumir os encargos decorrentes do poder familiar, sendo que o filho desfruta de direitos com relação a todos. Não só no âmbito do direito das famílias, mas também em sede sucessória. Para reconhecimento é necessário que se verifique a coexistência de vínculos biológicos e afetivos. Família parental é quando pessoas se encontram pra ter filhos em comum, mas não são um casal. 
AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE E DE MATERNIDADE
Agora a ação negatória é imprescritível pelo desenvolvimento da ciência para a certeza de se apurar o “pai biológico”.
Legitimidade ativa para a ação
Conhecida também como ação de contestação de paternidade, a ação negatória destina-se a excluir a presunção legal de paternidade. A legitimidade ativa é privativa do marido. (art. 1601). Mas se vier a falecer, seus herdeiros o sucedem e prosseguem. Pode ser proposta por curador quando apenas circunstancias evidenciam que o marido não é o pai. Ex. Marido é absolutamente incapaz e está internado em hospício. 
Legitimidade passiva
Legitimado passivamente para essa ação é o filho, mas, por ter sido efetuado o registro pela mãe — e porque se objetiva desconstituir um ato jurídico, retirando do registro civil o nome que figura como pai —, deve ela também integrar a lide, na posição de ré. Se o filho é falecido, a ação deve ser movida contra seus herdeiros (normalmente a mãe é a herdeira).
Direito do filho de impugnar a paternidade
Mesmo que o marido não tenha ajuizado a negatória de paternidade, tem sido reconhecido ao filho o direito de impugnar a paternidade, provando o erro ou a falsidade do registro.
Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, salvo provando-se erro ou falsidade do registro.
Foi conferida maior proteção aos filhos, permitindo que o filho busque a investigação de paternidade contra seu verdadeiro pai, para assim, retificar os registros de nascimento como o verdadeiros nome do pai. É por meio de ação de impugnação de paternidade. 
ECA Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.
Ação de impugnação de paternidade ou maternidade
Art. 1.608. Quando a maternidade constar do termo do nascimento do filho, a mãe só poderá contestá-la, provando a falsidade do termo, ou das declarações nele contidas.
Essa é uma exceção da presunção de maternidade mater in jure semper certa est. A falsidade do termo de nascimento pode ser atribuída ao próprio oficial do registro civil ou à declaração da mãe ou do pai, induzidos a erro por falta de cuidado de hospitais e maternidades, como ocorre nos casos de troca de bebês.
Diferença entre ação negatória e a de Impugnação de paternidade ou maternidade: primeira, objeto negar o status de filho que goza da presunção durante sua concepção no casamento; a segunda, visa negar a própria concepção, ou provar suposição de parto, afastando a condição de filho (troca de bebes, simulação de parto, falsidade ideológica). 
Somente a ação negatória é privativa do marido ou da mulher. A de impugnação da paternidade ou da maternidade pode ser ajuizada: pelo filho (interesse moral ou sucessório); pelo pai e mãe verdadeiros (citação dos pais presumidos e provando o erro ou falsidade no registro); ou por terceiro com legítimo interesse (irmãos). 
STJ: a prova da falsidade do registro pode ser proposta juntamente com a ação de investigação de paternidade, pq o resultado procedente da demanda é conseqüência lógica e juridica do cancelamento do registro. Mas nesse caso não vale a contestação de paternidade pedida, tem que está fundada na invalidade dos atos jurídicos como erro, dolo ou coação, simulação ou fraude, não servido apenas o exame de DNA. Pois a casos que a paternidade se deu por laços de afetividade, daí tem que se provar o vício no consentimento de vontade de registrar a criança.
 Dessa forma, para ter êxito em ação negatória é necessário provar a inexistência de vínculo genético e, além disso, de vínculo social e afetivo. A paternidade atualmente deve ser considerada gênero do qual são espécies a paternidade biológica e a socioafetiva.”
O reconhecimento de paternidade é ato irrevogável e irretratável, pois deve prevalecer a paternidade socioafetiva sobre a biológica”. A 3ª Turma do STJ já decidiu que entre disputas entre pai biológico e afetivo no registro do filho deve permanecer o nome do pai afetivo, uma vez que a filiação socioafetiva predomina sobre o vínculo biológico, pois atende ao melhor interesse do menor.
Presunção de paternidade na união estável
O CC não inclui nas presunções, objeto de muitas críticas. O STJ decidiu “a regra pater est aplica-se também aos filhos nascidos de companheira, casada eclesiasticamente com o extinto, suposta união estável e prolongada”. Significa discriminação que a CF/88 proíbe. 
PROVA DA FILIAÇÃO
Art. 1.603. A filiação prova-se pela certidão do termo de nascimento registrada no Registro Civil.
O Registro civil prova não só o nascimento mas também a filiação. 
Prova-se tambéma filiação pelos meios de prova elencados no art. 1.609 do Código Civil como modos de reconhecimento voluntário dos filhos havidos fora do casamento: ■ escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório; ■ testamento, ainda que incidentalmente manifestado; e ■ manifestação direta e expressa perante o juiz. 
Formalidades do registro
O registro é ato publico e tem presunção de veracidade. Tem que ser realizado dentro do prazo 15 dias do nascimento, no lugar do parto, residência dos pais, unidade hospitalar, pelo pai, mãe ou parente mais próximo, sucessivamente. 
Terá o nome do pai ou da mãe, mas se casados, obrigatoriamente deverá constar o nome do pai por causa da presunção pater is est. Se o pai não for casado, só pode ser declarado o nome do pai com autorização expressa e apareça ou por procurador para assinar o assento de nascimento. 
Presunção de veracidade do registro
Com base no art. 1604. A presunção que dele emana é quase absoluta, uma vez que ninguém será admitido a impugnar-lhe a veracidade sem antes provar ter havido erro ou falsidade do declarante. 
O registro vale como verdade, e o que for mencionado nele tem força probante enquanto subsistir o registro, cujo conteúdo é indivisível. 
Outros meios de prova, em caso de inexistência de registro
Caso que os pais faleceram, desapareceram sem registrar a criança ou não o registraram no tempo certo por algum motivo. 
Art. 1.605. Na falta, ou defeito, do termo de nascimento, poderá provar-se a filiação por qualquer modo admissível em direito:
I - quando houver começo de prova por escrito, proveniente dos pais, conjunta ou separadamente;
II - quando existirem veementes presunções resultantes de fatos já certos.
Admitem-se provas documentais, periciais e testemunhais, complementares estas. 
O começo da prova por escrito são como cartas, autorização de benefícios para os filhos, declaração de dependência do imposto de renda, outros, que revelem a filiação. 
Presunções veementes dos fatos é a posse do estado de filho, como ele é tratado publicamente como filho, a pessoa utiliza o nome da família dos pais. 
Atualmente é utilizado o exame de DNA que pode comprovar a paternidade quase absolutamente e mesmo em ação de investigação de paternidade e o pai não querer se submeter ao exame de DNA, gerará a presunção de paternidade se apreciada em conjunto de um contexto probatório. 
Art. 1.606. A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver, passando aos herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz.
Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-la, salvo se julgado extinto o processo.
DO RECONHECIMENTO DOS FILHOS
Filiação Havida Fora Do Casamento
Os filhos de pais casados não precisam ser reconhecidos, pois a paternidade, pelo sistema do Código Civil, decorre do casamento dos pais. Se estes são casados e, por desídia ou outra razão, não providenciam o registro do filho, assegura-se a este a ação de prova de filiação (CC, art. 1.606).
Já o filho fora do casamento não tem a mesma presunção legal. Embora há o vinculo biológico, falta o vínculo jurídico de parentesco, que só surge com o reconhecimento. Se não for voluntário, o filho pode ingressar com ação de investigação de paternidade para obter o reconhecimento judicial. 
Art. 1.607. O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais, conjunta ou separadamente.
O filho pode ser reconhecido pelos pais ■ conjunta ou separadamente ■ pessoalmente; ou por ■ procurador com poderes especiais.
É um ato personalíssimo. Efetuado por um dos pais, só em relação a ele produz efeito. 
O lançamento do nome da mãe no registro não tem restrições por causa do princípio da maternidade sempre certa. 
Espécies de reconhecimento
■ voluntário, também denominado “perfilhação”; ou
■ judicial, também chamado de “coativo” ou “forçado”, que se realiza por meio de ação de investigação de paternidade.
O reconhecimento é declaratório, não cria a paternidade, só declara uma realidade fática. 
Capacidade para o reconhecimento
Exige-se capacidade do agente. Os menores de 16 anos, os incapazes de discernimento interditados ou não, estão desautorizados ao reconhecimento. O caminho é a ação de investigação de paternidade. Os relativamente incapazes podem reconhecer. 
Reconhecimento pelo relativamente incapaz
Assim, aduz, quaisquer pessoas, exceto os absolutamente incapazes, podem reconhecer, inclusive os relativamente incapazes, ainda que sem a assistência e autorização do pai ou do tutor, pois é declaração de um fato jurídico. 
O reconhecimento pode ser feito pela via testamentária, não se exigindo assistência, produzindo efeitos após sua morte; Pode fazer diante do oficial do registro civil; Mas, Para a lavratura de escritura pública, porém, como ato autêntico, deve ser exigida a assistência de seu representante.
Ato jurídico unilateral e personalíssimo
Não é um negócio jurídico. Art. 1.613. São ineficazes a condição e o termo apostos ao ato de reconhecimento do filho.
É direito deferida ao menor de impugnar o seu reconhecimento dentro dos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou emancipação, é ato jurídico unilateral e personalíssimo, nao podendo o suposto pai se opor. 
Perde essa característica, todavia, em relação ao filho maior de idade, cujo consentimento é exigido pela lei. 
Art. 1.614. O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação.
RECONHECIMENTO VOLUNTÁRIO
Modos de reconhecimento voluntário dos filhos
Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I - no registro do nascimento;
II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar descendentes.
É irrevogável sempre. Embora o testamento seja essencialmente revogável, não poderá sê-lo na parte em que o testador reconheceu o filho havido de relação extramatrimonial.
Art. 1.610. O reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo quando feito em testamento.
Irrevogabilidade do reconhecimento e invalidade
Não se confunde os dois. Se o reconhecimento decorrer de vício do consentimento poderá ser objeto de ação anulatória. 
O reconhecimento voluntário ou perfilhação pode ser feito, portanto:
■ No registro do nascimento (inc. I), no próprio termo, mediante declaração por um ou por ambos os pais. Se o registro já tiver o nome de um deles, o outro irá reconhecer por meio de averbação no termo de nascimento por decisão judicial ou a requerimento da parte. O reconhecimento voluntário de filho já registrado não produz qualquer efeito jurídico. Não se pode atribuir pai ou mãe a quem já os tem, conforme assento no registro de nascimento, inclusive na hipótese de filho adotado. Só a partir da invalidação do registro é que produzirá efeitos. 
■ Por escritura pública (inc. II, 1ª parte), que também será averbada. A escritura pode ser lavrada especificamente para o reconhecimento, ou este pode fazer-se incidentemente em escritura que tenha outros objetivos imediatos, desde que a manifestação seja expressa e não deixe margem a nenhuma dúvida. Vale também para o reconhecimento por escrito particular, arquivado em cartório. Embora seja recomendável a anuência da mãe, para evitar futura impugnação, a lei não exige a sua oitiva. Sendo beneficiada a criança, nenhum obstáculo deve ser colocado à averbação do reconhecimento em seu registro de nascimento. 
■ Por escrito particular, a ser arquivado em cartório (inc. II, 2ª parte): No atual diploma, vale, por si só, como reconhecimento, desde que expresso. Depois da averbação por determinação judicial, o documento permaneceráarquivado em cartório. Pode também reconhecer um filho por codicilo, já que este é um escrito particular, datado e assinado pelo de cujus. Como a lei não especifica a espécie de documento ou escrito particular, o reconhecimento pode ser feito em declaração escrita, em carta e até mesmo em mensagem eletrônica, desde que não paire dúvida sobre a autoria e sobre sua autenticidade. 
■ Por testamento, ainda que incidentalmente manifestado o reconhecimento do filho (inc. III): Não se exige, pois, a feitura do testamento para o fim específico do reconhecimento. Pode se valer do testamento público, cerrado, particular. Podem os pais valer-se, ainda, em situações de viagem ou guerra, dos testamentos especiais: a) o marítimo; b) o aeronáutico; e c) o militar. 
■ Por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém (inc. IV). O ato no qual se dá a manifestação voluntária de reconhecimento de filho pode resultar de qualquer depoimento em juízo prestado pelo genitor, incidentalmente e tomado por termo. Pode ser por meio de depoimento em juízo, por contestação, alegações finais ou razões de recurso. O juiz, diante do reconhecimento manifestado, encaminhará certidão ao Cartório do Registro Civil, para que seja providenciada a averbação no registro de nascimento do filho. 
Reconhecimento voluntário, porém não espontâneo
Pelo qual o oficial que procedeu ao registro de nascimento de menor apenas com a maternidade estabelecida deverá remeter ao juiz certidão integral do registro e o nome e prenome, profissão, identidade e residência do suposto pai, a fim de ser averiguada oficiosamente a procedência da alegação. Se este admitir a paternidade, será lavrado termo de reconhecimento, a ser averbado pelo oficial do Registro Civil junto ao assento de nascimento. Se, porém, negá-la, ou não atender à notificação, os autos serão remetidos ao Ministério Público para que este promova a ação de investigação da paternidade.
■ Reconhecimento de filho na ata do casamento
É proibido reconhecer o filho na ata do casamento (Lei n. 8.560/92, art. 3º), para evitar referência a sua origem extramatrimonial. Igualmente, das certidões de nascimento não constarão indícios de a concepção haver sido decorrente de relação extraconjugal, não devendo constar, em qualquer caso, o estado civil dos pais e a natureza da filiação, bem como o lugar e cartório do casamento.
■ Reconhecimento de filho já concebido (Paragrafo único do art. 1609)
O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho já concebido, mas o filho que haja falecido só poderá ser reconhecido se tiver deixado descendentes. A ressalva é feita para evitar reconhecimentos post mortem por interesse, pois, se o filho não deixou descendente algum, os seus bens irão para o ascendente que o reconheceu. Sendo este um ser em potencial, nada obsta o reconhecimento da paternidade. Tal reconhecimento ocorre, em geral, quando é forte a probabilidade de o reconhecente não sobreviver ao nascimento do filho, não sendo seu desejo sujeitá-lo às incertezas de uma ação de investigação de paternidade. Mesma coisa se a concepção for de mais de um filho.
■ Reconhecimento pela mãe
Não é impedido, pois o registro em seu nome é natural. Todavia, se a mulher ficou grávida com pessoa que não o marido, e durante a sociedade conjugal, embora admitido o reconhecimento do filho adulterino, é perfeitamente lícito o reconhecimento prematuro, e possível de ocorrer caso o parto for considerado de alto risco para a mãe.
■ Reconhecimento póstumo
Também é admitido, desde que o filho falecido tenha deixado descendentes. Não produzirá nenhum efeito, porém, se o objetivo for o benefício do próprio pai reconhecente, como na hipótese de aquele falecer sem descendentes, mas deixando bens. O reconhecimento nessa situação é sempre suspeito, sendo de se indagar por que motivo o pai não reconheceu o filho durante toda a vida deste, mas somente após a sua morte e deixando invejável patrimônio, que será desviado para o perfilhante tardio.
■ Inexistência de restrições ao reconhecimento do estado de filiação
Art. 27 do ECA. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. Todos podem ser reconhecidos, e o filho a qualquer tempo pode ajuizar ação de investigação de paternidade. 
Oposição ao reconhecimento voluntário
Art. 1.614. O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação.
■ Reconhecimento de filho maior de idade
Não vale, assim, o reconhecimento do filho maior sem a sua anuência, mas esta pode ser dada posteriormente, sanando-se a omissão, pois ainda permanece um ato exclusivo do genitor. No “exercício de sua liberdade, e até contra todas as evidências, o reconhecido pode negar seu consentimento, que não poderá ser suprido pelo juiz.
■ Forma do consentimento
Independe de forma especial, pode ser do modo do art. 1609, com exceção do efetuado por testamento, mediante o comparecimento do filho maior ao ato, na escritura pública ou manifestação feita perante autoridade judicial. 
■ Reconhecimento do filho menor de idade
Se menor de idade, poderá o filho impugnar o reconhecimento no quatriênio que se seguir à aquisição da capacidade civil, por meio da ação de contestação ou impugnação de reconhecimento. Nada impede que ingresse antes sendo representado. O repúdio ao reconhecimento é exercício de direito. O consentimento do filho, quando ainda menor, é dispensado em virtude da regra geral da incapacidade, presumido ser um benefício para ele. 
Sendo a impugnação do reconhecimento um ato de liberdade, “não se necessita provar a inexistência de origem genética ou qualquer outra situação que contrarie a paternidade ou a maternidade, tais como erro ou falsidade do registro. 
■ Ação de repúdio e ação de impugnação do reconhecimento
Para a primeira, o termo inicial é a maioridade, que depende, apenas, de manifestação em contrário da vontade do que foi reconhecido enquanto era menor.
Já a segunda, impugnação do reconhecimento, por ser falso o ato, teve vício de consentimento, ação imprescritível. 
RECONHECIMENTO JUDICIAL: INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE E MATERNIDADE
O filho não reconhecido voluntariamente pode obter o reconhecimento judicial, forçado ou coativo, por meio da ação de investigação de paternidade, que é ação de estado, de natureza declaratória e imprescritível. Direito personalíssimo e indisponível. 
Os efeitos da sentença que declara a paternidade são os mesmos do reconhecimento voluntário e também ex tunc: retroagem à data do nascimento. 
Art. 1.616. A sentença que julgar procedente a ação de investigação produzirá os mesmos efeitos do reconhecimento; mas poderá ordenar que o filho se crie e eduque fora da companhia dos pais ou daquele que lhe contestou essa qualidade.
Ação de petição de herança
Sumula 149 do STF: “É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é a de petição de herança”. Esta prescreve em dez anos (CC, art. 205), a contar não da morte do suposto pai, mas do momento em que foi reconhecida a paternidade.
Não corre contra o filho não reconhecido a prescrição da ação de petição de herança. A ação de investigação de paternidade leva também a petição de herança. Se houver inventário, pede a anulação da partilha, devem ser citados todos os herdeiros. O prazo só começa a fluir depois de abertura de sucessão. 
Só pode ser proposta por herdeiro reconhecido voluntariamente ou judicialmente. 
Legitimidade para as ações de investigação de paternidade e de maternidade
Legitimidade ativa
É do filho. Se menor será representado pela mãe ou tutor. 
■ Litisconsórcio ativo dos filhos: facultativo dos filhos da mesma mãe, do mesmo suposto pai, pois são as mesmas pretensões, direitos e interesses. 
■ Incapacidade da mãe do investigante: sendo elamenor, ou incapaz, poderá ser representada ou assistida por um dos seus genitores, ou por tutor nomeado. 
■ Morte do filho antes de intentar a ação: seus herdeiros e sucessores ficarão inibidos para o ajuizamento, salvo se “ele morrer menor e incapaz” (CC, art. 1.606). Se já tiver sido iniciada, têm eles legitimação para “continuá-la, salvo se julgado extinto o processo”.
■ Legitimidade do nascituro: poderá sem restrições, representado por sua mãe. Insere no rol dos direitos da personalidade e na ideia de proteção integral à criança,
■ Legitimidade do filho adotivo em face do pai biológico: Não há empeço a que o filho adotivo intente ação de investigação de paternidade em face do pai biológico, de caráter declaratório e satisfativo do seu interesse pessoal. 
■ Ação movida contra o avô: Já reconheceu o Superior Tribunal de Justiça, no entanto, válida a pretensão dos filhos, substituindo o pai, em investigar a filiação deste, junto ao avô. 
Legitimidade extraordinária do Ministério Público
Na qualidade de parte, havendo elementos suficientes, quando o oficial do Registro Civil encaminhar ao juiz os dados sobre o suposto pai, fornecidos pela mãe ao registrar o filho.
“A iniciativa conferida ao Ministério Público não impede a quem tenha legítimo interesse de intentar investigação, visando a obter o pretendido reconhecimento da paternidade”. 
Indisponibilidade do direito ao reconhecimento: pelo que não é possível à mãe ou tutora da menor desistir da ação já em curso. Se o autor é maior, uma desistência da ação não resulta na renuncia do direito de filiação.
Legitimidade passiva
Suposta pai ou mãe. Se o demandado já for falecido, a ação deverá ser dirigida contra os seus herdeiros. Havendo descendentes ou ascendentes, o cônjuge do falecido não participará da ação, se não concorrer com estes à herança, salvo como representante de filho menor. o STF reconhece na viúva legítimo interesse moral para contestar a ação”. Ela deve ser citada sempre que for herdeira. 
Não é possível mover contra o espólio do falecido. 
Contestação por qualquer pessoa que justo interesse tenha: 
Art. 1.615. Qualquer pessoa, que justo interesse tenha, pode contestar a ação de investigação de paternidade, ou maternidade.
Poder pela mulher do investigado, seus filhos reconhecidos, parentes sucessíveis, ou aquele que se considera o verdadeiro genitor. 
Citação por edital de eventuais herdeiros, incertos e desconhecidos
Se não houver herdeiros sucessíveis conhecidos. O município não é herdeiro. Estando na posse dos bens, será citado, em razão dos interesses patrimoniais em conflito, envolvendo a petição de herança. Petição de herança, feito contra quem detem o patrimônio deixado. 
Legitimidade passiva dos legatários: caso a herança venha a ser distribuída exclusivamente entre eles. Não se justifica, no entanto, a sua intervenção na demanda, se já há outros herdeiros e o legado não sofre redução, por ter sido respeitada a parte disponível. 
Interesse moral na investigação: Interesse moral do herdeiro na pesquisa do vínculo genético, que se resume na defesa da honra, da conduta reta e outros atributos de ordem moral e social, em favor do suposto genitor e autor da herança. O motivo não é só bens a partilhar, não tem apenas por objeto assegurar direitos sucessórios, mas visa, com mais amplitude, à declaração do estado de família, como também obrigação de pagar alimentos. 
Admissibilidade da inclusão de mais de uma pessoa no polo passivo da ação: 
Se a mãe manteve relações sexuais com dois ou mais homens no período provável da concepção, poderá o filho promover a ação investigatória contra todos, requerendo o exame de DNA. A ação poderá ser intentada separada ou conjuntamente, sendo mais conveniente pela economia processual intentar apenas uma ação contra vários réus. 
Por outro lado, quando o filho reconhecido por terceiro move ação contra o alegado pai biológico, instaura-se um litisconsórcio passivo unitário e necessário. 
A sentença que julga procedente ação de investigação de paternidade faz coisa julgada também em relação aos demais filhos do investigado. 
Fatos que admitem a investigação de paternidade
Pode ser intentada por qualquer filho havido fora do casamento, sem restrições. O CC não especifica os casos em que cabe a investigação da paternidade. Poderá ser requerido, assim, como único meio de prova, o exame hematológico de DNA. Continuam, todavia, válidos os demais meios de prova disponíveis no diploma processual civil para a determinação da paternidade, quando o exame de DNA não poder ser feito. Necessária uma interpretação cuidadosa e apropriada dos resultados do exame de DNA. Também não é prova exclusiva. 
Presunção resultante da negativa do investigando em se submeter ao exame de DNA
Ninguem pode ser obrigado a fazer. No entanto, a negativa do réu pode levar o juiz, a quem a prova é endereçada, a interpretá-la de forma desfavorável àquele, máxime havendo outros elementos indiciários. 
Súmula 301 do STJ: “Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade”. 
Essa recusa não é absoluta, se tiver indícios contrários nos autos, como a mãe teve várias outras relações sexuais, é prostituta, etc. Assim a recusa, é apenas um forte indício de paternidade. Porém, não pode a paternidade ser declarada apenas com base nesta recusa, principalmente quando fartamente comprovada nos autos a exceptio plurium concubentium. 
Direito do filho de investigar a paternidade em caso de inseminação artificial
Não se poderá negar ao filho o direito de investigar a paternidade (ECA, art. 27). Se a mulher for casada e a inseminação feita sem a permissão do marido, pode este negar a paternidade.
Mitigação dos efeitos da coisa julgada
Se uma ação foi improcedente por insuficiência de provas, sem examinar o mérito, não impede que a lide volte a ser posta em juízo em nova relação processual, inexistindo afronta à coisa julgada material. Relativiza os efeitos da coisa julgada. Direito a verdade real. Na hipótese, a ação de investigação de paternidade fora julgada improcedente por insuficiência de provas, sem ter sido realizado o exame de DNA.
O STJ tem admitido o ajuizamento de ação rescisória, considerando documento novo capaz por si só de lhe assegurar pronunciamento favorável, o laudo de DNA. 
“Admite-se seja proposta ação negatória de paternidade, pelo suposto pai, alegando vício de consentimento, eis que o direito ao reconhecimento do estado filial é indissociável da personalidade humana, devendo ser prestigiado, ainda que existente sentença transitada em julgado fundada na verdade formal. 
Em outras palavras não faz coisa julgada material a decisão judicial em ações filiatórias nas quais não se produziu a pesquisa genética adequada, seja por que motivo for. Só faz coisa julgada quando for produzidas todas as provas necessárias. 
Porque do contrário a coisa julgada estaria privando alguém de ter como pai aquele que realmente o é, ou impondo a alguém um suposto filho que realmente não o é.
Ação de investigação de maternidade
Pode ser endereçada a mãe sem limitação. 
Meios de prova
Todos os meios de prova são admissíveis nas ações de filiação, especialmente as biológicas, consideradas hoje as mais importantes. 
Importância do teste de DNA
A paternidade pode ser determinada com absoluta certeza, tornando-se obsoletos outros métodos. Chegando até um resultado de 99,99%. Seja realizado com todos os cuidados recomendáveis, não só no tocante à escolha de laboratório idôneo e competente, dotado de profissionais com habilitação específica, como também na coleta do material.
Não é o único meio de prova mas é prova inconteste, sua realização pode ser determinada de ofício. 
STJ – Valoraçao da prova - se o exame de DNA contradiz as demais provas produzidas, não se deve afastar a conclusão do laudo, mas converter o julgamento em diligência, a fim de que novo teste de DNA seja produzido; se o segundo teste de DNA corroborar a conclusão do primeiro,devem ser afastadas as demais provas produzidas; se o segundo teste de DNA contradiz o primeiro laudo, deve o pedido ser apreciado em atenção às demais provas produzidas.
Outros meios hábeis para a comprovação da filiação
Não é só por meio de DNA, existem outros que na ausência deste, como a testemunhal e a documental são admitidos para ratificar o exame ou contradizer para realização de novo exame. 
STJ admite que a recusa da realização do exame de DNA pelo pai aliada as provas que comprovam relacionamento sexual com a genitora (concubinato, união estável, um escrito particular, etc), gera presunção de veracidade da paternidade. Mesma Corte ressaltou, todavia, que não se presume a paternidade em caso de recusa de avós em fazer exame de DNA. 
Na falta do exame de DNA é admitido indícios e presunções, desde que robustos, fortes e convincentes para comprovar a paternidade. 
A prova testemunhal
A prova testemunhal é admitida com cautela e restrições nas ações de investigação de paternidade, dada sua falibilidade. Ser a prova testemunhal “meio probatório válido e suficiente quando o relacionamento amoroso havido entre os genitores era público e notório, na época da concepção. 
Semelhança física entre o investigante e o investigado
Não deve ser subestimada, embora não possa, por si só, servir de prova da paternidade, mas pode ser relevante na formação do convencimento do juiz. Deve ser somada as outras provas. Elemento subsidiário.
A posse do estado de filho
A posse do estado de filho, representada pela conjugação dos elementos tractatus, nomen e fama, é invocada, frequentemente, para fundamentar o pedido de reconhecimento da paternidade.
A posse do estado de filho constitui, todavia, “prova adminicular, que apenas completa ou força outros meios probantes. Se não existem esses meios, não pode o juiz recorrer à prova isolada da posse de estado. 
Busca do reconhecimento de vínculo de filiação socioafetiva é possível por meio de ação de investigação de paternidade ou maternidade, desde que seja verificada a posse do estado de filho.
O STJ admite que a busca do reconhecimento de vínculo de filiação socioafetiva é possível por meio de ação de investigação de paternidade ou maternidade, desde que seja verificada a posse do estado de filho.
EFEITOS DO RECONHECIMENTO DOS FILHOS HAVIDOS FORA DO CASAMENTO
O reconhecimento produz efeitos de natureza patrimonial e de cunho moral.
O principal efeito é estabelecer a relação jurídica de parentesco entre pai e filho. Embora se produzam a partir do momento de sua realização, mas retroagindo “até o dia do nascimento do filho, ou mesmo de sua concepção, se isto condisser com seus interesses. 
Natureza declaratória do reconhecimento: Serve apenas para fazer ingressar no mundo jurídico uma situação que existia de fato, declarando apenas a entrada no mundo jurídico. 
O efeito retro-operante tem por limite, todavia, as situações jurídicas definitivamente constituídas, encontrando embaraço em face de direitos de terceiros, pela proteção legal concedida a certas situações concretas já adquiridas. A retroatividade tem mais importância no direito patrimonial no âmbito sucessório, pois o que foi reconhecimento tem igualdade de condições com aqueles registrados antes.
Alteração do registro de nascimento: Com o reconhecimento, o filho ingressa na família do genitor e passa a usar o sobrenome deste. O registro de nascimento deve ser, pois, alterado como os dados do pai. Sujeita-se também ao poder familiar, e o pai com o dever sustentar, educar, de guarda, além do direito aos alimentos e direito sucessório. 
Reconhecimento de filho havido fora do casamento:
 Art. 1.611. O filho havido fora do casamento, reconhecido por um dos cônjuges, não poderá residir no lar conjugal sem o consentimento do outro.
Idêntico tratamento ao que dispensa ao filho havido no casamento, se o tiver, correspondente à condição social em que viva. 
Reconhecimento e guarda de filho menor: 
Art. 1.612. O filho reconhecido, enquanto menor, ficará sob a guarda do genitor que o reconheceu, e, se ambos o reconheceram e não houver acordo, sob a de quem melhor atender aos interesses do menor.
Na hipótese de ambos os genitores reconhecerem o menor, aquele que não detiver a guarda não deixará de ter o poder familiar, cabendo-lhe o direito de visitar e ter o filho em sua companhia, fiscalizar sua educação e demais direitos e deveres daí decorrentes. 
Ineficácia do reconhecimento sob condição ou a termo: reconhecimento é incondicional, não pode o pai ou mãe subordinar a eficácia em data ou período posterior. Igualmente é ineficaz qualquer condição que lhe seja aposta, pois o reconhecimento é voluntário e livre. 
Art. 1.613. São ineficazes a condição e o termo apostos ao ato de reconhecimento do filho. 
Validade erga omnes do reconhecimento: O estado que é conferido pelo documento projeta-se a todos os demais parentes e a terceiros, em geral, ressalvada a ação que alguém possa ter para impugnar judicialmente a perfilhação”.
Irrevogabilidade do reconhecimento: A irrevogabilidade não se confunde, todavia, com a anulabilidade do ato, que pode ser arguida pelo reconhecente ou seus herdeiros, sob fundamento de qualquer dos defeitos que maculam os atos jurídicos. 
Ação anulatória de reconhecimento: Será admitida a ação anulatória de reconhecimento sempre que se verificar a sua desconformidade com a verdadeira filiação biológica. Tem legitimidade para anular o reconhecimento voluntário não presumida que tenham justo interesse em contestar a ação investigatória, pessoas afetadas, filho reconhecido, outros filhos, mãe, irmãos, o verdadeiro pai, pretensos herdeiros, MP (estado de pessoa). Ação imprescritível. Assim, provando-se a falsidade ideológica do registro de reconhecimento de paternidade não presumida, poderá ser-lhe alterado e retificado o conteúdo. 
Art. 1.616. A sentença que julgar procedente a ação de investigação produzirá os mesmos efeitos do reconhecimento; mas poderá ordenar que o filho se crie e eduque fora da companhia dos pais ou daquele que lhe contestou essa qualidade.
O dispositivo permite, portanto, que, em nome do melhor interesse da criança, ela possa permanecer na companhia de quem a acolheu e criou.
Art. 1.617. A filiação materna ou paterna pode resultar de casamento declarado nulo, ainda mesmo sem as condições do putativo.
DA ADOÇÃO
CONCEITO: Adoção é o ato jurídico solene pelo qual alguém recebe em sua família, na qualidade de filho, pessoa a ela estranha. Relação fictícia de paternidade e filiação. 
Conceito de adoção a observância do princípio do melhor interesse da criança. ECA Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos.
NATUREZA JURÍDICA
A partir da Constituição de 1988, todavia, a adoção passou a constituir-se por ato complexo e a exigir sentença judicial. 
Art. 1.618.  A adoção de crianças e adolescentes será deferida na forma prevista pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. 
Art. 1.619.  A adoção de maiores de 18 (dezoito) anos dependerá da assistência efetiva do poder público e de sentença constitutiva, aplicando-se, no que couber, as regras gerais do ECA. 
ECA Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.
O art. 227, § 5º, da Carta Magna, ao determinar que “a adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros”.
Adoção matéria de interesse geral e de ordem pública.
A adoção não mais estampa o caráter contratualista de outrora, sendo que o legislador ordinário ditará as regras segundo as quais o Poder Público dará assistência aos atos de adoção.
Dois aspectos na adoção: ■ o de sua formação, representado por um ato de vontade submetido aos requisitos peculiares; e ■ o do status que gera, preponderantemente de natureza institucional. 
A ATUAL DISCIPLINADA ADOÇÃO
Lei n. 12.010, de 3 de agosto de 2009, revogou vários artigos do CC, e introduziu várias alterações no ECA. A referida Lei Nacional da Adoção, dentre outras providências: estabelece prazos para celeridade dos processos, cria um cadastro nacional de adoção, limita em dois anos a permanência em abrigo. 
Adoção de crianças indígenas: crianças da tribo rejeitadas por prática cultural, a FUNAI promoverá a colocação da criança em outra família.
Preferência da família biológica: É, também, reforçado o direito da criança de ser criada por sua família biológica, sendo a adoção considerada medida excepcional, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de sua manutenção na família natural ou extensa.
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o disposto nesta Lei.
 § 1o  A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei.
  § 2o  É vedada a adoção por procuração.
Orientação, apoio e promoção social da família natural, junto à qual a criança e o adolescente devem permanecer, ressalvada absoluta impossibilidade, demonstrada por decisão judicial fundamentada”.Em absoluta impossibilidade serão colocados em família substituta, sob as formas de adoção, tutela ou guarda. 
■ Conceito de família “extensa” ou “ampliada
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
Parágrafo único.  Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade. CONCEITO
Somente se permitindo a adoção depois de esgotadas todas as possibilidades, inclusive a convivência com parentes próximos.
■ Normas procedimentais
O instituto da adoção compreende tanto a de crianças e adolescentes como a de maiores, exigindo procedimento judicial em ambos os casos. 
A competência é exclusiva das Varas de Infância e Juventude quando o adotante for menor de 18 anos e das Varas de Família, quando o adotante for maior.
O mencionado Estatuto estabelece procedimento comum para todas as formas de colocação familiar (guarda, tutela e adoção).
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes. (Competência do Juízo da Infancia e Juventude). 
Art. 47.   § 8o  O processo relativo à adoção assim como outros a ele relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu armazenamento em microfilme ou por outros meios, garantida a sua conservação para consulta a qualquer tempo. § 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com doença crônica.
ADOÇÃO “SIMULADA” OU “À BRASILEIRA”
Criação da jurisprudência. A expressão “adoção simulada” foi empregada pelo Supremo Tribunal Federal ao se referir a casais que registram filho alheio, recém-nascido, como próprio, com a intenção de dar-lhe um lar, de comum acordo com a mãe, e não com a intenção de tomar-lhe o filho. Tal fato pode até constituir em tese crime de falsidade ideológica, nesse caso o juiz não aplica a pena. Mas o STF entende que não pode ser determinando o cancelamento do registro de nascimento, afirmando tratar-se de uma adoção simulada. 
O STJ chama de adoção à brasileira, a maternidade socioafetiva de que registra como se fosse seu filho. Segundo o decisum, “se a atitude da mãe foi uma manifestação livre de vontade, sem vício de consentimento e não havendo prova de má-fé, a filiação socioafetiva, ainda que em descompasso com a verdade biológica, deve prevalecer, como mais uma forma de proteção integral à criança.
QUEM PODE ADOTAR
■ Regra geral
Pessoas maiores de 18 anos. Art. 42.  Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil.   
A adoção é ato pessoal do adotante, uma vez que a lei a veda por procuração (ECA, art. 39, § 2º). O estado civil, o sexo e a nacionalidade não influem na capacidade ativa de adoção. Está implícito, no entanto, que o adotante deve estar em condições morais e materiais de desempenhar a função, de elevada sensibilidade, de verdadeiro pai de uma criança carente, cujo destino e felicidade lhe são entregues. 
O Eca não permite que a família substituta seja incompatível com a medida ou tenha uma ambiente inadequado. Art. 42 § 2o  Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família.
■ Capacidade do adotante
Tratando-se de ato jurídico, a adoção exige capacidade. Pois o adotado tem que ter um ambiente seguro e saudável para seu desenvolvimento.
■ Adoção por homossexual
A adoção por homossexual, individualmente, tem sido admitida, mediante cuidadoso estudo psicossocial por equipe interdisciplinar que possa identificar na relação o melhor interesse do adotando.
O STJ admite firmou orientação admitindo a adoção por casal formado por duas pessoas do mesmo sexo. 
■ Adoção por tutores e curadores
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado.
Restrição protege os interesses do tutelado ou dos filhos do interditado e é ditada pela moralidade. Art. 37.  O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autêntico, conforme previsto no parágrafo único do art. 1.729 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao controle judicial do ato.  Parágrafo único.  Na apreciação do pedido, serão observados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última vontade, se restar comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em melhores condições de assumi-la. 
■ Possibilidade de os cônjuges ou companheiros adotarem separadamente
O adotante pode adotar quantos filhos quiser, simultânea ou sucessivamente. Nada impede de só um cônjuge adote, mas que o outro expresse anuência. 
Se a adoção se efetuar por pessoa solteira ou que não tenha companheiro, constituir-se-á a entidade familiar denominada família monoparental.
■ Adoção de filhos havidos fora do casamento
Não há empeço a que se adotem filhos havidos fora do casamento. Quando o pai não quer reconhecer filho de relação extraconjungal mas o adote como se fosse um estranho. Nada impede de o filho não aceitar a adoção e pleitear o reconhecimento judicial. 
Não poderá adotar aqueles que já foram reconhecidos, seria uma situação inferior a já conquistada. 
■ Proibição de adoção por ascendentes e irmãos do adotando
Art. 42. § 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando. Desse modo, por total incompatibilidade com o instituto da adoção, não pode o avô adotar o neto, nem o homem solteiro, ou um casal sem filhos, adotar um irmão de um dos cônjuges. O avô pode ter a guarda, ser tutor, e no caso de adotar irmão, ele não pode ser seu filho ao mesmo tempo, confusão de parentesco. 
■ Inexistência de impedimento para outros parentes
Uma vez que a restrição não alcança os parentes colaterais de terceiro grau, nem os parentes por afinidade. Um tio pode adota os sobrinhos, o sogro ou sogra pode adota o genro ou nora. 
■ Adoção de um cônjuge por outro
Não pode um cônjuge adotar o outro, pois haveria, na hipótese, casamento entre ascendente e descendente por parentesco civil.
■ Adoção do marido e da mulher por terceiro
Por outro lado, não podem marido e mulher ser adotados pela mesma pessoa, uma vez que passariam à condição de irmãos.
■ Requisitos para a adoção conjunta
Sejam civilmente casados ou tenham união estável, não se admite que irmãos adotem. 
Art. 42.§ 4o  Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão.
   § 5o  Nos casos do § 4o deste artigo, desde que demonstrado efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda compartilhada. 
Por essa razão, é inadmissível que uma pessoa seja adotada, sucessiva ou simultaneamente, por duas ou mais pessoas. 
Proibição tem por fim evitar conflito no poder familiar. Se, todavia, o primeiro adotante já faleceu, nada obsta que o adotado o seja novamente. A morte dos adotantes não restaura o poder familiar dos pais naturais (ECA, Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o pátrio poder poder familiar dos pais naturais. ), devendo o adotado ser colocado sob tutela.
■ Adoção post mortem
   Art. 42 § 6o  A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença. 
“é a de que a adoção só não se aperfeiçoou em razão da morte do adotante, mas sua manifestava já era expressa. Assim, o juiz deve deferir o pedido com todos os seus efeitos. 
■ Adoção unilateral
Art. 41. § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos(companheiros) adota o filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes.
O cônjuge que traz para a relação o filho de outro casamento. Como “adoção unilateral”, em que o cônjuge ou companheiro do adotante não perde o poder familiar. Tal modalidade de adoção somente é possível se não constarem do registro do nascimento os nomes de ambos os pais, salvo se houver consentimento do pai registrado ou este perder o poder familiar. A nova adoção em nada alteraria as relações de parentesco já constituídas entre o filho, o cônjuge ou companheiro e os parentes destes.
QUEM PODE SER ADOTADO
Tanto menores ou maiores, a adoção tem as mesmas características e são reguladas pelo ECA.
■ Exigência de uma diferença mínima de idade entre adotante e adotado
Art. 42. § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando.
Anote-se que nenhuma influência exerce na capacidade passiva da adoção a qualidade da filiação. A existência de filho adotivo não constitui impedimento à adoção de outra pessoa. Não há nenhuma justificativa. Outrossim, a superveniência de filhos naturais não anula os efeitos da adoção realizada. 
■ Necessidade de manter unidos os irmãos
Art. 28. § 4o  Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais.
■ Adoção de nascituro
Suprimido de nosso direito o que chama de “contrassenso do ponto de vista humano e do ponto de vista legal. 
■ Consentimento dos pais ou representante legal do adotando
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando.
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do pátrio poder poder familiar.
■ Oitiva da criança ou adolescente
Art. 28.  § 1o  Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada. 
Serviços auxiliares do Juízo da Infancia e Juventude para ouvir o adotante sobre o pedido de adoção.
Art. 45. § 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também necessário o seu consentimento. Colhido em audiência na presença do juiz e Ministério Público. 
Como a adoção cria direitos e deveres recíprocos, inclusive a mudança de estado familiar do filho, inserção em outra família, só se sujeitará ele a tais contingências se houver consentido no ato, sendo maior e capaz, ou se, sendo menor, contar mais de 12 anos e houver manifestado sua concordância, em conjunto com os pais.
Pessoa maior a anuência pode ser posterior. 
No tocante aos menores, não cabe suprimento judicial do consentimento, uma vez que o direito de consentir é personalíssimo e exclusivo.
Quando os pais do adotando for conhecido, deve ter anuência de ambos os pais, a recusa de qualquer um impede a adoção. 
Haverá dispensa do consentimento dos pais que tiverem perdido o poder familiar. O consentimento fornecido pelos pais, pelos representantes legais e pelo adotando pode ser revogado no curso do processo de adoção e “até a data da publicação da sentença.
REQUISITOS DA ADOÇÃO
■ Idade mínima de 18 anos para o adotante (ECA, art. 42, caput).
■ Diferença de dezesseis anos entre adotante e adotado (art. 42, § 3º): Desse modo, é imprescindível que o adotante seja mais velho para que possa desempenhar eficientemente o poder familiar.
■ Consentimento dos pais ou dos representantes legais de quem se deseja adotar. Dispensável senão tiver o poder familiar, em um processo de destituição anterior ao pedido de adoção, ou pode ser requerida a destituição e adoção juntos, como também pode ser um pedido implícito/lógico quando referindo-se a inicial a respeito do seu exercício irregular por parte da genitora. Quando os pais não forem encontrados, devem ser citados por edital. Cumpridas todas as formalidades legais, “e decretada a destituição por sentença passada em julgado, a autoridade judiciária, ao deferir a adoção, suprirá o consentimento paterno. A destituição pedida no processo deverá ser feita no prazo de 120 dias, se houver recurso, prazo de 60 dias. O adotado terá o direito de conhecer sua origem biológica e acesso irrestrito ao processo que resultou em sua adoção, caso tenha interesse. Esse direito é estendido aos seus descendentes que queiram conhecer a história familiar.
■ Concordância do adotando, se contar mais de 12 anos. 
■ Processo judicial
■ Efetivo benefício para o adotando: Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos.
■ Ato personalíssimo e exclusivo: Consentimento pelo adotante Destarte, não pode, por exemplo, uma pessoa, que tenha sido criada desde tenra idade por outra, exigir o reconhecimento, por sentença, de sua condição de filho adotivo. A adoção tem natureza contratual e institucional, é acordo de vontades de adotando e adotado, apenas requerendo a anuência do cônjuge ou companheiro. 
■ Estágio de convivência: Para menores de 18 anos. Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo que a autoridade judiciária fixar, observadas as peculiaridades do caso.  § 1o  O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo. § 2o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio de convivência. § 3o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência, cumprido no território nacional, será de, no mínimo, 30 (trinta) dias. (Adoção internacional, nunca prazo de estágio dispensável). 
A novidade é que o prazo mínimo de estágio foi unificado para trinta dias,nindependentemente da idade da criança ou do adolescente. A finalidade do estágio de convivência é “comprovar a compatibilidade entre as partes e a probabilidade de sucesso na adoção.
■ Competência do Juízo de Família
Para adoção de maiores de 18 anos. Tem que ser cumpridos os requisitos legais e se adoção é conveniente para o adotando.Não há limite de idade para o adotando.
■ Invalidade da adoção
A adoção pode ser judicialmente declarada nula, desde que ofendidas as prescrições legais. 
A adoção pode ser declarada nula se:
■ o adotante não tiver mais de 18 anos (ECA, art. 42);
■ o adotante não for pelo menos dezesseis anos mais velho que o adotado (art. 42, § 3º);
■ duas pessoas, sem serem marido e mulher ou conviventes, adotarem a mesma pessoa (art. 42, §
2º);
■ o tutor ou o curador não tiver prestado contas (art. 44);
■ houver vício resultante de simulação ou de fraude à lei (arts. 167 e 166, VI).
A anulabilidade, por outro lado, pode resultar de:
■ falta de assistência do pai, tutor ou curador, ao consentimento do adotado relativamente incapaz (CC, art. 171, I);
■ vício de consentimento do adotante, do adotado e do representante legal deste, proveniente de erro, dolo, coação, lesão e estado de perigo (art. 171, II).
EFEITOS DA ADOÇÃO
Efeitos de ordem pessoal
Parentesco
A adoção gera um parentesco entre adotante e adotado, chamado de civil, mas em tudo equiparado ao consangüíneo. Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.
Ela promove a integração completa do adotado na família do adotante.
Mesmo assim o adotado tem direito de pesquisar sua origem biológica. Art. 48.  O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos.  Parágrafo único.  O acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica. 
■ Momento inicial da produção de efeitos
A partir do transito em julgado da sentença.  Art. 47. § 7o  A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no § 6o do art. 42 desta Lei(adoção post mortem), caso em que terá força retroativa à data do óbito. 
■ Irrevogabilidade da adoção
Art. 39. § 1o  A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei.
■ Novo registro de nascimento: A sentença será inscrita no registro civil mediante mandado. Art. 47. § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus ascendentes. § 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original do adotado. § 4o  Nenhuma observação sobre a origem do ato (adoção) poderá constar nas certidões do registro. § 3o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua residência.
O intuito é fazer com que caia no esquecimento a paternidade biológica e haja uma integração total do adotado na família do adotante. 
■ Reciprocidade do direito sucessório
ARt. 41. § 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária. 
Poder familiar
Com a adoção, o filho adotivo é equiparado ao consanguíneo sob todos os aspectos, ficando sujeito ao poder familiar, transferido do pai natural para o adotante com todos os direitos e deveres que lhe são inerentes. 
Como a adoção extingue o poder familiar dos pais biológicos. Chama-se filho ao adotado. Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.
Deverá o menor ser colocado sob tutela em caso de morte do adotante.
Nome
Art. 47  § 5o  A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do prenome. § 6o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei. 
Analisar o grau de desenvolvimento do adotante, colhido consentimento em audiência se maior de 12 anos. 
O sobrenome dos pais adotantes é direito do adotando, deve comum aos outros filhos para não gerar discriminação. 
Mudança do prenome deve ser pedido na inicial, geralmente solicitado quando a criança é de pouca idade. Os pais adotivos tem o direito de escolher o prenome do filho adotado. 
Efeitos de ordem patrimonial
Alimentos
São devidos alimentos, reciprocamente, entre adotante e adotado, pois tornam-se parentes. O adotante, enquanto no exercício do poder familiar, é usufrutuário e administrador dos bens do adotado. 
Direito sucessório
O filho adotivo concorre em igualdade de condições com os filhos naturais. Envolvem também direito sucessório dos avós e parentes colaterais. 
Na linha colateral, na falta de parentes mais próximos, o adotivo, como acontece com o filho biológico, sucede até o quarto grau. 
Art. 42. § 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária.
Não há sucessão por morte de parentes consangüíneos, pois foi afastados todos os laços de parentesco. 
Aplicam-se ao filho adotado e ao adotante as hipóteses legais de deserdação e de exclusão da sucessão por indignidade. 
PROCEDIMENTO DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um registro de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas na adoção.       (Vide Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério Público.
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satisfazer os requisitos legais, ou verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 29.
§ 3o  A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um período de preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar.      (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)     
  § 4o  Sempre que possível e recomendável, a preparação referida no § 3o deste artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em condições de serem adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento e pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar.       
§ 5o  Serão criados e implementados cadastros estaduais e nacional de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção.      (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
 § 6o  Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora do País, que somente serão consultados na inexistência de postulantes nacionais habilitados nos cadastros mencionados no § 5o deste artigo.  
§ 7o  As autoridades estaduais e federais em matéria de adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca de informações e a cooperação mútua, para melhoria do sistema. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
§ 8o  A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes em condições de serem adotados que não tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no § 5o deste artigo, sob pena de responsabilidade.     (Incluído pela Lei nº 12.010,

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