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Defensor da Paz - Cap. XIV a XIX da Primeira Parte

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O Defensor da Paz
Marsílio de pádua
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MARCILIO MAINARDINi
Nasceu em Pádua, por volta de 1280;
Estudos;
Trajetórias;
Giovanni Jandun;
Não se tem certeza sobre o ano de nascimento;
Estudou artes e medicina em Pádua. Em 1312-1313 foi reitor da Universidade de Paris. Regressa depois a Itália e nos 6 ou 7 anos seguintes exerce medicina ao serviço dos senhores de Milão e de Verona. Em 1319 regressa a Paris onde redige o Defensor da paz, publicado anonimamente em 1324.
Em Paris ele conheceu Giovanni Jandun ; com o último permaneceram ligados na amizade e com ele veio a sofrer o exílio .
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CONTEXTO HISTÓRICO E CONDIÇÕES DA PRODUÇÃO DE DEFENSOR PACIS.
Médico
Luís X papa João XXII
1913 – Henrique VII – Luiz da Baviera / Frederico de Habsburgo
Arcebispo de Mainz
João XXII não reconhece Luís como Imperador
Franciscanos Espirituais
Conjunto de Tratados e opúsculos
Munique
em 1325 ou 1326, Marsílio de Pádua passou a fazer parte da corte de Luiz, o Bávaro atuando como médico do imperador.
Ele acompanhou, portanto, muito de perto a disputa entre Luiz e o papa João XXII (1316-1334) acerca dos limites do poder nas relações entre igreja e Estado, demonstrando profunda simpatia pela causa do imperador;
Em 1313, três anos antes do início do seu pontificado, morreu o imperador Henrique VII, abrindo a disputa pelo trono entre Luiz, o Bávaro e Frederico de Habsburgo. Assim, quando João XXII subiu ao trono pontifício, ambos os pretendentes à coroa imperial apelaram ao novo papa, esperando o reconhecimento de sua parte. 
Por outro lado, como tivera cinco dos sete votos dos eleitores, Luiz, o Bávaro fez-se coroar pelo arcebispo de Mainz, independentemente de qualquer aprovação papal, em 1314. Estava pronto o palco para um conflito que iria perdurar até mesmo depois da morte de João XXII, em 1334. 
Após a coroação de Luiz, o papa declarou que era o vigário do império enquanto o trono estivesse vago e afirmou não reconhecer a eleição de Luiz, o Bávaro, uma vez que esta não havia sido submetida à aprovação papal. Nesse ponto, percebe-se que todo o conflito deveria girar em torno dos limites de autoridade que os dois poderes, o eclesiástico e o secular, deveriam impor um ao outro. 
A disputa entre a igreja e o império prosseguiu ultrapassando o período de pontificado de João XXII, estendendo-se por todo o reinado do papa Bento XII (1334-1342) e só chegando ao fim nos dias de Clemente VI (1342-1352), com a derrota de Luiz, o Bávaro. 
Luís de Baviera teve apoio de alguns franciscanos espirituais, logo após João XXII ter determinado a queima de quatro espirituais franciscanos na cidade de Marselha, no ano de 1318, por heresia. 
Opúsculo = texto com poucas páginas
Escritos para sustentar a posição do imperador contra os papas João XXII (1316-1334).
Luiz acolheu vários opositores a Joao XXII com tradição aristotélica: Marsílio de Pádua, Miguel de Cesena (Ministro Geral da Ordem dos Franciscanos) e Guilherme de Ockham.
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A OBRA
Concluída em 24 de junho de 1324. 
Papa João XXII
Aristóteles
Destinatário: Duque Luís da Baviera
Três Partes.
Capítulos
Divulgada secretamente, e apenas dois anos depois, fora publicada. 
Papa João XXII ordenar sua prisão e, numa bula datada de outubro de 1327, chamá-lo de filho da perdição, filho de Belial, indivíduo pestilento e besta do abismo por causa de suas ideias antipapais.
Marsilio tem uma forte Aristotélica, usando, quase que como base, em sua obra algumas passagens da Política e da Ética a Nicômaco. Cita tbm de Aristóteles a Retórica, a Fisica, a Metafísica, os Analíticos, o De Generatione e o De Anima.
O príncipe é uma carta de Maquiavel ao Magnifico Lourenço de Médici
A obra é dividida em três partes
Trabalhar com os capítulos XIV, XV, XVI, XVII, XVIII e XIX da primeira parte.
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CAPÍTULO XIV
Futuro Governante;
Prudência;
Virtude Moral (especialmente a Justiça);
Equidade;
“A natureza da equidade é de tal forma que amplia a lei quando ela é omissa no tocante a caso particular”.
Força coercitiva → déspota;
“O governante deve possuir uma força [militar] de tal porte que seja maior do que dum individuo”.
O futuro governante deve possuir duas qualidades intrínsecas e relacionadas: A Prudência e a Virtude Moral, especialmente a Justiça.
Prudencia necessária para guiar sua inteligência na ação de governar, tornando-o perfeitamente apto a exercer seu cargo, sendo necessário tbm, para que juguem os casos que não estão regulados na lei.
A virtude Moral, mormente a Justiça, é o meio através do qual o sentimento do príncipe se mantem reto
É ainda oportuno que o futuro governante possua igualmente uma determinada virtude chamada equidade, para quando a lei for omissa. Passagem de Aristóteles: Ética, Livro IV.
É necessário que o governante possua uma força extrínseca como soldados para que por meio da força faça-se que se compra as leis. Passagem: Politica, Livro III, Cap. 15.
Despota = tirano
Neste ponto da tirania, podemos aludir ao Príncipe, onde Maquiavel diz que quando chega no poder, pode-se usar da força para lá permanecer, em outras palavras, ser tirano mesmo.
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CAPÍTULO XIV
“O príncipe ou governante é o sujeito ou a matéria das leis humanas, quando tiver sido suficientemente preparado pela prudência e pela virtude moral, de modo particular pela justiça. Comprovamos, portanto, o tipo de pessoa que deverá ser o futuro príncipe da cidade ou reino e as qualidades necessárias que deverá possuir para sê-lo”.
(Marsílio de Pádua, O defensor da paz. Pág. 151)
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CAPÍTULO XV
Causa eficiente = legislador ou conjunto de cidadãos
Instituir
Destituir
Decisão por aquiescência
Governo
Escândalos
Revoluções
Recompensas e Castigos
“Os castigos infligidos por esse motivo revelam ser também uma espécie de remédio”.
Esta é a causa que torna alguém efetivamente governante, não são as ciências e nem a prudência ou a virtude, mesmo sendo necessárias ao governante.
Legislador ou o conjunto de cidadãos é a causa eficiente da escolha do governante, como tbm é de sua competência depô-lo, se necessário.
Quando um governante toma uma decisão, a mesma é tomada em coletividade, porque os governantes tomam com a anuência e determinação estabelecida pela comunidade.
A força do governo é a lei. Seu poder ativo é a autoridade para julgar, ordenar e executar as sentenças ou decretos necessários para a cidade.
Ao haver escândalos (neste caso fala-se como divergências ou injustiças), o governante deve tomar uma posição justa, caso contrário, pode-se ter a divisão da sociedade.
Algumas revoluções podem acontecer devido ao crescimento desproporcional entre as classes sociais. 
Sabe-se que o governo deve seguir o que é justo e honesto, de acordo com sua autoridade e a lei; deve proibir o contrário, tanto em palavras como em gesto, estabelecendo recompensas para que as cumpre e punições a quem não cumpre.
Citação de Aristóteles: Ética, Livro II, Capítulo 2º.
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CAPÍTULO XVI
Sucessão hereditária X Eleição
Zelo pelo Império
Despótico
Caso seja eleição, as pessoas podem escolher errado
Revoltas
A questão deste capítulo consiste em saber se é melhor indicar um monarca com direito a sucessão hereditária ou se é preferível escolher um rei e após a sua morte, ou na hipótese de o mesmo ser destituído do poder, ocorrer nova escolha de governante.
SUCESSÃO = pelo bom nome da família, o novo rei iria zelar mais pelo reino. ELEIÇÃO = este vai zelar mais, temendo que façam representações contra ele, e tbm visando uma nova indicação na pessoa de seu filho.
SUCESSÃO = o povo estará habituado a acatar as ordens, sabendo que deverão acatar as ordens dos filhos, e o rei não precisará ser tirano ELEIÇÃO = o monarca terá mais cautela, pois caso não seja reeleito, não sofrerá por parte de quem o suceder.
SUCESSÃO = o governo hereditário não sofre com uma má escolha. ELEIÇÃO = a escolha é sempre feita tendo em vista o bem comum.
SUCESSÃO = Sabendo-se que deverá acatar ordens da família real, o povo não despertará a ambição ou a
incitação a revolta, fazendo da obediência um hábito. ELEIÇÃO = a novidade da escolha ocasiona maior admiração e reverência, pelo fato dos cidadãos terem participado da escolha de seu representante.
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CAPÍTULO XVII
Havendo Vários Principados em um reinado
Julgamentos
Súditos
Preferência de governante, causando divisão conflito
Caso haja vários muitos principados em um reino, deve-se ter um que seja supremo aos demais.
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CAPÍTULO XVIII
Julgamento dos príncipes;
processo de julgamento;
Tipo de delito:
Falta grave;
Falta leve;
“Pode-se razoavelmente não dar importância a determinadas faltas cometidas pelos legisladores e governantes. Pois a substituição do príncipe por causa de algo irrisório que tenha feito não é menos útil tanto quanto o hábito de se rebelar contra eles”.
Pode-se indagar se convém aos príncipes serem julgados e punidos.
É oportuno que a pessoa ou as pessoas incumbidas de julgar o delito do príncipe, que durante o tempo em que for necessário, afastar o mesmo de seu cargo, afim de que não sobrevenha uma revolta, um cisma e uma guerra.
Tipo de falta
Caso faça uma falta grave, como ir contra a estabilidade da república ou a vida de alguém, que seja castigado, pois não sendo, pode-se acontecer, ulteriormente, a indignação e revolta por parte do povo, gerando a perturbação da ordem e a destruição da sociedade.
Caso faça uma falta leve, acredita-se ser melhor ignorá-la, fazendo com que o príncipe seja menosprezado e desrespeitado pelo povo, destarte, desejarão violar as leis. [Passagem de Aristóteles: Política, Livro II, Capítulo 4º] Quiçá, seja leve, mas com certa regularidade, o príncipe deverá, segundo a lei, ser punido, podendo causar transtorno a sociedade.
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CAPÍTULO XIX
Tranquilidade e intranquilidade
Governante → tranquilidade
Indivíduo que impede o governante → intranquilidade
Causa insólita
Rei dos reis, Senhor dos senhores (Ap 19, 16)
“Se Cristo possui a plenitude do poder e da jurisdição sobre todos os reis, príncipes, comunidades, grupos, e pessoas individuais, igualmente aqueles que se intitulam Seu vigário e do bem-aventurado Pedro também possuem”.
A tranquilidade consiste na boa disposição do reino ou cidade, mediante todos os seus grupos sociais têm condições de executar as tarefas que lhes competem, de acordo com o motivo em vista do qual foram instituídos.
O auxilio, a convivência e a assistência mútua entre os cidadãos, a troca reciproca do que eles produzem e a capacidade de executar suas tarefas peculiares.
A intranquilidade gera o contrário da tranquilidade.
O governante deve agir como a causa eficiente da tranquilidade e de forma contraria, todo aquele individuo que impedir a atuação do governante, é a causa eficiente da intranquilidade.
Insólito = incomum, raro
A causa insólita é uma causa eficiente da intranquilidade, colocando o atual papa (Joao XXII) como esta causa.
Os papas, por serem sucessores de Pedro e vigários de Cristo, querem colocar-se como rei dos reis.
A partir daqui tem-se uma indireta de Marsilio ao Papa João XXII.
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CAPÍTULO XIX
Ler §11.
“Há dois tipos de injustiças, um deles é praticado por aquelas pessoas que o fazem, o outro é cometido por aqueles que podendo combater a injustiça praticada contra os que sofrem, não a combatem” [De Officiis I, 7]
Com o §11, Marsilio faz uma indireta ao papa João XXII, pelo contexto histórico vivido.
Nesta citação de Cícero sobre os deveres, Marsilio mostra que são injustas, não apenas quem comete a injustiça, mas tbm quem está ciente da injustiça, e mesmo podendo impedir, não impedem.
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REFERÊNCIAS
LIVRO
Marsílio de Pádua. O Defensor da Paz. Trad.: José Antônio Camargo Rodrigues de Souza. – Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
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REFERÊNCIAS
SITES
Garcia, Talita C. A Paz como finalidade do poder civil: o Defensor pacis de Marcílio de Pádua (1324). Disponível em: https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwiogLKBrvTSAhWIFJAKHc1ZBpcQFggjMAE&url=http%3A%2F%2Fwww.teses.usp.br%2Fteses%2Fdisponiveis%2F8%2F8138%2Ftde-07012009-163308%2Fpublico%2FTALITA_CRISTINA_GARCIA.pdf&usg=AFQjCNFsdQjLmxPlty7jEWWXn1xN8A400w&bvm=bv.150729734,d.Y2I. Acesso em: 25/03/2017 as 19:26.
Marsílio de Pádua. Disponível em: https://es.wikipedia.org/wiki/Marsilio_de_Padua. Acesso em: 25/03/2017 as 18:50.
Marsíio de Pádua. Disponível em: http://ifilosofia.up.pt/meirinhos/accessus/marsilio_de_padua. Acesso em: 25/03/2017 as 19: 26.
Marsílio de Pádua – Pr. Marcos Granconato. Disponível em: http://igrejaredencao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=92:marsilio-de-padua-pr-marcos-granconato&catid=19:monografias-txt&Itemid=111. Acesso em: 19:42.
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