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FARMACOLOGIA FERNANDO SALA MARIN 7. FARMACOTERAPIA DO APARELHO DIGESTÓRIO GASTRITES E ÚLCERAS PÉPTICAS A ocorrência de gastrites e úlceras pépticas e esofagianas aparece quando há um desequilíbrio fisiológico entre fatores agressivos (secreção de HCl⁻ e pepsina) e fatores protetores (secreção de muco, secreção de bicarbonato, barreira epitelial, prostaglandinas e prostaciclinas). Há ainda outros fatores que contribuem, como: - Infecção por Helicobacter pylori. - Álcool (depleta a camada de muco). - Fumo (substâncias que aumentam a secreção ácida, diminui oxigenação da mucosa e é oncogênico). - Stress (aumenta a liberação de ácidos). - Uso de DAINES e corticoides (bloqueiam a síntese de PGs e PGIs). * Para identificar se há Helicobacter pylori, tem que fazer o teste da urease, este bacilo gram negativo flagelado secreta uréase, que transforma a uréia presente no ácido gástrico em amônia, que neutraliza a acidez ao seu redor. Por isso essa bactéria consegue sobreviver num ambiente tão ácido como estômago. • SECREÇÃO DE ÁCIDO NO ESTÔMAGO - Estímulo neural: ACETILCOLINA - Estímulo endócrino: GASTRINA - Estímulo parácrino: HISTAMINA * Células enterocromafins(ECL) liberam histamina em resposta à acetilcolina e gastrina. A histamina estimula receptores H2 da célula parietal, os quais ativam proteínas G e a via do AMPc, ativando assim proteínas quinases, as quais ativam a Bomba de Prótons (H-K- ATPase). * Ach e gastrina também estimulam a célula parietal através de seus receptores (M3 e CCK2, respectivamente), ativando a proteína Gq, culminando no aumento de Ca2+ intracelular, o que também ativa a Bomba de Prótons. * A bomba de prótons ativada lança H+ na luz estomacal, que se combina com o Cl- ali presente, formando o HCl. - Proteção da mucosa gástrica: prostaglandinas e prostaciclinas provocam um efeito inibitório na via histaminérgica e também aumentam a produção de muco e HCO3 - pelas células epiteliais do estômago, reforçando a barreira mucosa. • FARMACOTERAPIA OBJETIVOS DO TRATAMENTO: Alívios dos sintomas (pirose e dor), cicatrização, prevenir recorrências e complicações (hemorragia digestiva alta, perfuração e peritonite, precipitar processos malignos). ABORDAGEM TERAPÊUTICA: - Elevação do pH (Antagonista H2, IBP, antiácidos neutralizantes) - Reforçar a barreira mucosa (Aumento de PGs e PGIs) - Eliminação do Helicobacter pylori (Antibacterianos) FARMACOLOGIA FERNANDO SALA MARIN - Afastar fatores precipitantes (fumo, álcool, usos de DAINES, uso de corticosteroides). � ELEVAÇÃO DO pH 1) BLOQUEADORES DE H₂₂₂₂ (ANTAGONISTAS H2) - CIMETIDINA (Tagamet®) - RANITIDINA (Antak®) - FAMOTIDINA (Famox®) - NIZATIDINA (Axid®) - Mecanismo de ação: Inibidor competitivo da histamina nos receptores H2, diminuindo a gástrica. * Úlcera duodenal: 4 a 8 semanas de tratamento. * Úlcera gástrica: 8 a 12 semanas de tratamento, podendo chegar a 16 semanas. * Esofagite de refluxo: uso contínuo. - São menos eficientes que os IBPs, pois podem provocar efeito rebote na secreção de HCl pelo aumento da gastrina. - CIMETIDINA → é um potente inibidor enzimático (altera o metabolismo de outras drogas). Ela também inibe hidroxilação do estradiol, levando a um aumento da concentração de estradiol. A CIMETIDINA ainda tem a capacidade de bloquear receptor de andrógeno, com isso o paciente pode apresentar ginecomastia, impotência, diminuição da libido nos tratamentos mais longos. Esses efeitos são reversíveis com a parada da administração do medicamento. - A RANITIDINA tem 10% da inibição enzimática da CIMETIDINA e a FAMOTIDINA 5%. A RANITIDINA pode ser administrada em gestantes e crianças. 2) IBP (Inibidor da Bomba de Prótons) - OMEPRAZOL (Losec® - Victrix® - Peprazol®) - LANSOPRAZOL (Ogastron®) - PANTOPRAZOL (Pantozolol®) - RABEPRAZOL (Pariet®) - ESOMEPRAZOL (Nexium®) - Mecanismo de ação: inibem a bomba de prótons (H-K-ATPase), diminuindo a secreção gástrica. * São mais eficazes que os bloqueadores de H₂, porque a bomba é a responsável final pela secreção de ácido, independentemente da via. - Em relação a eficácia não há diferença entre medicamentos; a diferença entre eles é principalmente farmacocinética, por exemplo, Lasoprazol, Pantoprazol e Rabeprazol possuem absorção mais rápida em relação ao Omeprazol. Farmacodinamicamente, destaca-se o Esomeprazol que faz uma ligação mais duradoura com a bomba, este último medicamento também pode ser solubilizado para administração. - Há pacientes com metabolismo rápido do Omeprazol (acetilação rápida) e por isso não respondem a esta droga. - Reações adversas: náuseas, diarreias, tontura, cefaléia (Omeprazol), zumbido. - IBP à longo prazo, leva a uma diminuição da absorção da vitamina B₁₂ e ferro, porque há diminuição do fator intrínseco. * Úlcera duodenal: 4 semanas de tratamento. * Úlcera gástrica: 4 a 8 semanas de tratamento. 3) ANTIÁCIDOS NEUTRALIZANTES FARMACOLOGIA FERNANDO SALA MARIN - HIDRÓXIDO DE ALUMÍNIO (Pepsamar®) - HIDRÓXIDO DE MAGNÉSIO (Magnésia bissurada®) - CARBONATO DE CÁLCIO - BICARBONATO DE CÁLCIO (Sal Eno®) - HIDRÓXIDO DE ALUMÍNIO + MAGNÉSIO - Mecanismo de ação: neutraliza (na luz gástrica) o ácido já formado. * Os antiácidos não têm eficácia para tratamento, pois seu alívio é rápido e momentâneo, pode gerar uma secreção ácida compensatória (efeito rebote). - Ação farmacológica: Eleva o pH. - Efeitos colaterais: - Efeito rebote da secreção gástrica (aumentam o pH, aumentando a liberação de histamina e gastrina, estimulando a célula parietal a liberar ácido). - Alumínio: causa constipação. - Magnésio: causa diarreias. - Carbonatos: possuem alta absorção, aumentando o pH do sangue, podendo assim, causar alcalose e nefrolitíase. *Mg e Al na mesma fórmula antagonizam os efeitos, não causando obstipação ou diarreia. � REFORÇAR A BARREIRA MUCOSA 1) ANÁLOGOS DAS PROSTAGLANDINAS - MISOPROSTOL (Cytotec®) - Ação farmacológica: diminui a secreção de HCl e aumenta a secreção de muco e HCO3 -. - Não usado atualmente devido ao risco de aborto. Somente é utilizado em ambiente hospitalar. - O misoprostol no início do tratamento causa muita diarreia, pois a prostaglandina causa contração intestinal. 2) DERIVADOS DO BISMUTO - SUBCITRATO DE BISMUTO (Peptulan®) - O bismuto é uma droga que aumenta a proteção da mucosa, pois precipita-se sobre a área lesada formando uma barreira ao ataque do HCl. Ele aumenta o muco (bicarbonato). - Tem ação antibacteriana (propriedades anti Helicobacter pylori). - É pouco utilizado pois causa escurecimento dos dentes, língua e fezes. - A eficácia desse fármaco é baixa. 3) SUCRAFALTO (Sucrafilm®) - SACAROSE SULFANADA + HIDRÓXIDO DE ALUMÍNIO - Esse fármaco em meio aquoso, forma um gel pegajoso e viscoso, que adere sobre a área ulcerada, formando uma barreira protetora contra o HCl. - Tomar 30 minutos antes das refeições e ao se deitar. - Causa constipação intestinal devido a presença de alumínio. - É uma droga auxiliar, principalmente na úlcera de estresse (várias microlesões). � ELIMINAÇÃO DO Helicobacter pylori * O uso somente de antibacterianos não é suficiente. FARMACOLOGIA FERNANDO SALA MARIN - É necessária a erradicação do H. pylori tanto pelo risco das recidivas quanto das complicações associadas a tal microrganismo. - Afastar fatores precipitantes (quando possível; fumo,álcool, DAINES, Corticóides,...), caso não seja possível, trata- se o paciente como “selecionado”, fazendo tratamento de manutenção (uso contínuo do inibidor de secreção gástrica). - Usar os antimicrobianos(pelo menos 2 tipos) por 7 a 14 dias; o inibidor de secreção gástrica por 30 dias; se necessário, fazer manutenção com inibidor de secreção em pacientes selecionados.1) ESQUEMA TRIPLO COM IBP Base do tratamento: (Penicilina) + (Macrolídeo) + IBP. Exemplo: AMOXACILINA + CLARITROMICINA + IBP (Piloripac® - Omepramix® - Erradic®) - Esse é o esquema mais utilizado e que possui maior eficácia quando há presença de H. pylori, pois causa sua erradicação em 90% dos casos. - As pessoas alérgicas a penicilina devem usar o metronidazol. A tetracilcina é utilizada para substituir amoxacilina ou metronidazol. - O IBP pode ser substituído por um bloqueador de H₂, caso não haja possibilidade de usá-lo. 2) ESQUEMA QUÁDRUPLO (COM BISMUTO) - IBP ou BLOQUEADOR DE H₂ + METRONIDAZOL + TETRACICLINA + BISMUTO - IBP ou BLOQUEADOR DE H₂ + METRONIDAZOL + AMOXACILINA + BISMUTO - Este esquema é menos eficaz e apresenta mais efeitos colaterais(por usar mais drogas) que o esquema triplo. 3) BASEADO NO BISMUTO/RANITIDINA Base do tratamento: (Pylorid®) + (Macrolídeo) + (amoxacilina ou metronidazol ou tetraciclina) Exemplo: BISMUTO COM RANITIDINA(Pylorid®) + CLARITROMICINA + ANTIMICROBIANO - Apresenta efeitos colaterais maiores que o esquema triplo. DRGE (Doença do Refluxo Gastroesofágico) Quando o esfíncter esofágico inferior é incompetente, ocorrem refluxos do estômago para o esôfago, porém, a mucosa esofagiana não possui proteção suficiente para suportar a acidez das secreções estomacais, ocorrendo as esofagites, quadro bem comum em pessoas que possuem hérnia hiatal. Manifestações: regurgitações, vômitos, irritabilidade (dor, pirose), sangramento. Complicações: Ulceração, esôfago de Barret (risco de evoluir para carcinoma), hemorragia, aspiração. Tratamento: contínuo. Medicamentoso + não medicamentoso (evitar tabagismo, elevação da cabeceira da cama, devido a secreção ácida basal noturna + medidas dietéticas: evitar alimentos gordurosos, café, chá mate, chocolate, bebidas com gás, alcoólicas e muito líquido durante as refeições). - MOTILIDADE DO TGI O neurônio colinérgico motor primário (principal) libera acetilcolina. A Ach se liga aos receptores muscarínicos 3 (M3) das células musculares lisas, promovendo a contração. A liberação de Ach pelo neurônio principal sofre influência de outros neurônios intermediários, como: FARMACOLOGIA FERNANDO SALA MARIN - NANC e Neurônio Dopaminérgico Inibitório (Inibem o neurônio principal). - Neurônico Colinérgico Facilitador (Estimula o neurônio principal). O NANC é estimulado pela serotonina via receptor 5-HT3, os neurônios colinérgicos facilitadores também são estimulados pela serotonina, porém, via receptor 5-HT4. Os neurônios dopaminérgicos inibitórios liberam dopamina (DA) que ativa os receptores D2 do neurônio principal, inibindo-o. � PROCINÉTICOS: drogas utilizadas para acelerar o peristaltismo e a pressão do esfíncter esofágico inferior. Usos clínicos: Síndrome do retardo do esvaziamento gástrico e esofagites de refluxo. 1) METOCLOPRAMIDA (Plasil®): antagonista D2 e agonista 5-HT4. Ação: inibe o neurônio dopaminérgico inibitório e estimula o colinérgico facilitador. 2) DOMPERIDONA (Motilium®): antagonista D2. - É a droga mais utilizada. Inibe o neurônio dopaminérgico inibitório. 3) BROMOPRIDA (Plamet®, Digeson®): antagonista D2. - Inibe o neurônio dopaminérgico inibitório. Ações farmacológicas: - Elevam a pressão do esfíncter esofágico inferior. - Aceleram o esvaziamento gástrico. - Aumentam a motilidade intestinal. *Não utiliza parassimpaticomiméticos por realizarem estimulação sistêmica, preferem-se antagonistas D2 e agonistas 5-HT4. DROGAS UTILIZADAS NO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DA DRGE: - Antiácidos neutralizantes (alívio rápido dos sintomas). - Bloqueadores dos receptores H2 (Cimetidina, Ranitidina,...). - Inibidores da Bomba de prótons (Omeprazol, Pantoprazol, Esomeprazol,...). - Procinéticos (Metoclopramida, Domperidona, Bromoprida). ANTIEMÉTICOS Centro do vômito (no SNC) recebe estímulos de várias outras regiões do SNC e da periferia, uma delas é a Zona de Gatilho do Vômito (ZQD), uma zona quimiorreceptora deflagradora do vômito. - RECEPTORES ENVOLVIDOS NA ÊMESE: - Serotoninérgicos (5-HT3) - Dopaminérgicos (D2) - Muscarínicos (M) - Opióides FARMACOLOGIA FERNANDO SALA MARIN - Histamínicos (H1) - INDICAÇÕES CLÍNICAS PARA ADMINISTRAÇÃO DE ANTIEMÉTICOS: - Patologias diagnosticadas que provocam vômitos (gastrite, gastroenterite, labirintite, tumores, etc); - Profilaxia da cinetose (náusea devido a movimentos); - Enjôos da gravidez; - Quimioterapia; - Após anestesia geral. � DROGAS ANTIEMÉTICAS 1) ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES 5-HT3 - ONDASENTRONA - GRANISENTRONA - Considerados os antieméticos mais eficientes. - Não é útil para prevenção da cinetose, pois a via não é dependente de receptores serotoninérgicos. - Efeitos colaterais: cafaléia, tontura, sonolência. 2) ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES D2 - METOCLOPRAMIDA (Plasil®) - BROMOPRIDA (Plamet®) - CLORPROMAZINA, LEVOMEPROMAZINA, HALOPERIDOL, DROPERIDOL (antagonistas D2, utilizados apenas como anti-psicóticos) - Estas drogas além de antieméticas são procinéticas. - Efeito colaterais: devido ao bloqueio dopaminérgico em outras áreas; sedação, efeitos extrapiramidais (quadro excitatório), parkinsonismo (em uso prolongado). 3) ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES H1 E MUSCARÍNICOS - DIFENIDRAMINA / DIMENIDRINATO (Dramin®) - CICLIZINA - HIDROXIZINA - PROMETAZINA (Fenergan®) – utilizado como antialérgico. - São anti-histamínicos H1 de primeira geração, ou seja, penetram no SNC e também tem efeitos anticolinérgicos (bloqueiam receptores muscarínicos). - São utilizados na prevenção da cinetose (“doença da locomoção”). Também são empregados em náuseas e vômitos pós-operatórios. - DIMENIDRINATO → escolha na pediatria. FARMACOLOGIA FERNANDO SALA MARIN - CICLIZINA e HIDROXIZINA → são utilizados na labirintite. - Efeitos colaterais: sonolência, boca seca (atividade anticolinérgica) e, em doses elevadas, efeitos excitatórios, alucinações, ataxia e convulsões. PRINCIPAIS INDICAÇÕES Vômito pós-quimioterapia Antagonista 5-HT3 (geralmente associado com outras classes de antieméticos) Vômito pós-anestesia Antagonista D2 (primeira escolha), se não resolver, Antagonista 5-HT3 Em crianças, inicia com Antagonita H1 (Dramin®) Vômito do movimento Antagonista H1 e M Vômito de origem no TGI Antagonista H1 e M, Antagonista D2 e, se não resolver, Antagonista 5-HT3 Vômito na gestação Antagonista H1 e M (Dramin®), são a primeira escolha, se não resolver, pode utilizar Antagonista 5-HT3 OBSTIPAÇÃO Eliminação pouco frequente e dolorosa de fezes duras e secas. Avaliar os hábitos alimentares e hábitos de vida (sedentarismo está muito ligado ao “intestino preguiçoso”). CATÁRTICOS: são fármacos que auxiliam o trânsito intestinal. Podem ter ação laxativa (mais suave, com fezes pastosas) ou purgativa (mais intensa, fezes líquidas), muitas vezes determinada pela dose administrada. Indicações clínicas: constipação, tenesmo gestacional, remoção de substâncias tóxicas no TGI, esvaziamento intestinal antes de cirurgias ou exames. 1) CATÁRTICOS IRRITANTES OU DE CONTATO (PURGANTES) - ÓLEO DE RÍCINO - ÓLEO DE SEMENTE DE LINHAÇA - CÁSCARA SAGRADA - PICOSSULFOL (Guttalax®) - BISACODIL (Lactopurga®) - Ação entre 15 minutos e 4 horas. - Irritam a mucosa intestinal, estimulando o peristaltismo e reduzindo a absorção. Algumas drogas desta classe, foram retiradas de mercado pelo potencial oncogênico, como a fenolftaleína, que era um componente do Lactopurga®. Provocam cólicas. - Óleo de rícino e de semente de linhaça são estimulantes do intestino delgado. Cáscara sagrada, Picossulfol e Bisacodil são estimulantes do intestino grosso. 2) CATÁRTICOS SALINOS - HIDRÓXIDO DE MAGNÉSIO (Leite de Magnésia®) - SULFATO DEMAGNÉSIO (Sal de Glawber®) - FOSFATO DE SÓDIO (Fleet Enema®) - Agentes que retêm água na luz intestinal, aumentando o volume da massa e favorecendo seu amolecimento, também estimula o peristaltismo pelo aumento do volume no intestino. Podem provocar cólicas. 3) OSMÓTICOS - LACTULOSE - POLIETILENO GLICOL (Peg®) - GLICERINA - SORBITOL (Minilax®) - Agem da mesma forma que os catárticos salinos, ajudam a solubilizar o bolo fecal. São preferíveis os osmóticos e catárticos salinos aos irritantes. FARMACOLOGIA FERNANDO SALA MARIN - GLICERINA → laxante de uso retal, a vantagem é não dar cólicas. SORBITOL também é uma bisnaga para aplicação retal. 4) LAXANTES DE VOLUME OU FORMADORES DE MASSA - AGAR-ÁGAR (Agarol®) - PSÍLIO (Metamucil®) - FOLHAS DE SENA (Tamarine®) - Ação entre 12 a 48 horas. - Retêm água na luz intestinal, aumentando o volume do bolo fecal e estimulando o peristaltismo. 5) LUBRIFICANTES INTESTINAIS - VASELINA - ÓLEOS VEGETAIS - ÓLEOS MINERAIS - GLICERINA - Lubrificam as fezes e a mucosa intestinal, favorecendo a eliminação do bolo fecal. Também inibem parte da absorção de água, aumentando o volume do bolo fecal e estimulando o peristaltismo. ANTIFLATULÊNICOS (ANTIFISÉTICOS, ANTIGASES) - DIMETILPOLISILOXONA: DIMETICONA (= SIMETICONA) (Luftal®, Finigás®) - Mecanismo de ação: modificam a tensão superficial das bolhas de ar, favorecendo o rompimento e a eliminação. - Usos clínicos: associados aos antiácidos evitando a eructação e o refluxo e para cólicas abdominais. ANTIDIARRÉICOS (CONSTIPANTES) São fármacos utilizados no tratamento de diarreias, com a finalidade de diminuir o número de evacuações. As causas mais comuns de diarreia são: - Alimentares; - Infecciosas (bacteriana, fúngica, viral); - Parasitária; - Pancreática, metabólica. É necessário identificar a etiologia da diarreia para o tratamento. Geralmente administram-se os antiperistálticos para as diarreias de origens alimentares (exemplo: após ingestão de comidas muito oleosas), para as demais, faz a reposição da flora intestinal. Quando de origem bacteriana ou parasitária, utiliza-se antibióticos e anti- helmínticos, respectivamente. � ANTIPERISTÁLTICOS Usados nas diarreias acompanhadas de excessivo aumento do peristaltismo intestinal (cólicas). São contra- indicados em diarreias de origem infecciosa ou parasitária. 1) OPIÓIDES - Não-sintéticos: TINTURA DE ÓPIO (Elixir Paregórico®) - Sintéticos: LOPERAMIDA (Imosec®), DIFENOXILATO (Colestase®) - Inibem a liberação de Ach na musculatura lisa do TGI, inibindo o peristaltismo. 2) AGENTES ANTICOLINÉRGICOS FARMACOLOGIA FERNANDO SALA MARIN - ESCOPOLAMINA (Atroveran®, Buscopan®) - PROPANTELINA - ATROPINA - Antagonistas dos receptores colinérgicos M3, inibindo o peristaltismo. � MEDICAÇÃO BIOLÓGICA: tem como objetivo a reposição da flora intestinal, não possuindo assim contraindicações. Exemplos: LACTOBACILLUS (Yacult®, Leiba®), SACCHAROMYCES (Floratil®), PROBIÓTICOS.
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