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17 - Inotrópicos positivos

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FARMACOLOGIA 
FERNANDO SALA MARIN 
17. INOTRÓPICOS POSITIVOS 
 
São drogas que aumentam a força de contração do coração, por isso são usadas apenas para insuficiência 
cardíaca sistólica, onde a força de contração dos ventrículos cardíacos (principalmente o esquerdo) é ineficiente, 
diminuindo a fração de ejeção sanguínea. Não é utilizada na insuficiência cardíaca distólica, pois neste caso, o 
relaxamento das câmaras cardíacas que estará diminuído. 
 
DROGAS UTILIZADAS 
CURTO PRAZO USO PROLONGADO 
Digitálicos Digitálicos 
Aminas Simpaticomiméticas 
Sensibilizadores de Cálcio 
 
1) DIGITÁLICOS (GLICOSÍDEOS CARDÍACOS) 
- DIGOXINA (V.O. ou E.V.) 
- DIGIZOXINA (V.O) 
- ESTROFANTINA (E.V.) 
- QUABAINA (E.V.) 
- DESLANOSÍDEO (E.V.) 
 
Mecanismo de ação: os digitálicos são inibidores potentes e altamente seletivos do transporte ativo do sódio e 
potássio através das membranas, ou seja, da sódio potássio ATPase (Bomba Na+/K+-ATPase). 
Entre um potencial de ação e outro, é necessária uma fase de repouso para reorganizar a concentração dos 
íons, realizada pela bomba de Na+/K+. Quem arruma a concentração do Ca2+ é um carreador que funciona por 
gradiente eletroquímico, realizando o antiporte entre sódio (que entra na célula) e cálcio (que deixa a célula), 
portanto, dependente do funcionamento da bomba Na⁺/K+, que mantém baixo o sódio intracelular. 
Com os digitálicos, ocorre uma inibição parcial da bomba Na+/K+ (a inibição total mataria!), aumentando o Na+ 
intracelular, diminuindo assim o gradiente de sódio e causando inibição do carreador Na+/Ca2+. Aumenta o cálcio 
intracelular o que leva a um aumento na força de contração. 
 
- AÇÃO DIRETA SOBRE O CORAÇÃO: aumento do Ca2+ intracelular, aumentando a força de contração 
(inotropismo positivo), o que aumenta o débito cardíaco. 
- AÇÃO INDIRETA SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR: aumentando do débito cardíaco, causa diminuição da 
atividade simpática, levando a uma redução da frequência cardíaca e da ativação do sistema renina-angiotensina-
aldosterona, assim, diminui o tônus muscular, com consequente redução da pressão arterial. A droga também possui 
efeito parassimpaticomimético no coração, auxiliando a diminuir a velocidade de condução do impulso no coração e 
frequência cardíaca (cronotropismo negativo). Assim, reduz-se o consumo de oxigênio do coração. 
 
Ação farmacológica: - Ação inotrópica positiva (corrige o débito cardíaco, aumentando-o); 
 - Diminuição da atividade simpática → diminuição da FC e da ativação do Eixo RAA → 
diminui o tônus muscular e, consequentemente, a ↓ P.A.; 
FARMACOLOGIA 
FERNANDO SALA MARIN 
 - Efeito parassimpaticomimético no coração; 
 - Diminuição do consumo de oxigênio → diminui o risco de angina; 
 - Redução da área cardíaca; 
 - Diminui a velocidade de condução do impulso do coração. 
* Digitálicos melhoram a condição de vida e a hospitalização, mas não melhoram a sobrevida, mesmo assim, isso não tira o valor 
dessas drogas. 
 
Uso terapêutico: Insuficiência cardíaca sistólica com taquiarritmia supraventricular (fibrilação atrial). 
*Além de suas propriedades inotrópicas, a digoxina possui propriedades vagomiméticas e simpaticoinibitórias, o que faz com que 
sua associação aos β-bloqueadores torne o controle da frequência cardíaca mais eficaz, sobretudo nos pacientes com fibrilação 
atrial. 
* A digoxina está indicada em pacientes com insuficiência cardíaca com disfunção sistólica, associado à frequência ventricular 
elevada na fibrilação atrial, com sintomas atuais ou prévios. 
 
Farmacocinética: possui meia vida muito longa e excreção renal (meia vida de 36-48h, chegando a 3,5-5 dias em 
idosos ou pessoas com disfunções renais). O principal reservatório tecidual são os músculos esqueléticos (e não o 
tecido adiposo). 
- Está entre as drogas mais antigas e mais tóxicas, deve-se, portanto, prescrever a menor dose e, quando possível, 
intercalar os dias de administração ou administrar de segunda a sexta apenas. Como o índice terapêutico é estreito, 
0,125-0,25 m, por isso deve-se ter cautela na prescrição para pessoas com função renal prejudicada. 
 
INTOXICAÇÃO DIGITÁLICA: a intoxicação por digitálicos ou por outros glicosídeos cardíacos pode ocorrer durante 
o uso terapêutico da droga, porque a dose terapêutica é muito próxima da dose tóxica. Ocorre principalmente em 
idosos e pessoas com insuficiência renal. Geralmente apresenta os seguintes sintomas, iniciando com as 
manifestações extra-cardíacas: 
 - Manifestações neurológicas: delírio, fadiga, confusão, tontura, vista turva ou amarelada, xantopsia. 
 - Manifestações gastrointestinais: anorexia, náuseas, vômitos, dor abdominal. 
 - Manifestações cardíacas: extrassístoles ventriculares, taquicardia, bloqueio AV, bradicardia, fibrilação 
ventricular. 
*Pacientes com intoxicação digitálica devem ter o digital suspenso, pelo menos temporariamente. Nestes casos, o nível sérico de 
digoxina pode ajudar a confirmar o diagnóstico, porém a conduta de suspender o medicamento não deve ser retardada por este 
motivo. Mesmo indivíduos com nível sérico baixo podem ter intoxicação digitálica, principalmente se houver hipocalemia ou 
hipomagnesemia concomitante. 
Tratamento para intoxicação: - Suspensão da droga; 
 - Controle da potassemia (o potássio estimula a bomba Na+/K⁺); 
 - Antiarrítmicos; 
 - Anticorpos de glicosídeos (imunoterapia anti-digoxina). 
 
 
2) AMINAS SIMPATOMIMÉTICAS (AGONISTAS β-ADRENÉRGICOS) 
- DOPAMINA 
- DOBUTAMINA 
 
- O estímulo simpático excessivo predispõe a remodelação cardíaca, diminuindo a sobrevida do paciente. É 
inotrópico e cronotrópico positivo, utilizado em pacientes IC descompensados graves durante hospitalização. É 
utilizado via E.V. a curto prazo e preferível à digoxina na hospitalização para evitar a intoxicação digitálica. 
 
DOPAMINA 
 - Baixas concentrações – estimula D1 
 - Intermediárias concentrações – estimula D1 e β1 
 - Concentrações altas – estimula β1 e β₂. 
- 1-5 µg/kg/min até 20-50 µg/kg/min. 
- A dose baixa aumenta o fluxo sanguíneo renal. Isso é usado em UTI neonatal, na UTI adulto está sendo 
abandonado. 
- Em concentrações intermediárias ela tem ação mais inotrópica do que cronotrópica. 
- Essa droga predispõe a arritmia cardíaca. 
FARMACOLOGIA 
FERNANDO SALA MARIN 
 
DOBUTAMINA (vem substituindo a dopamina) 
- A dobutamina estimula os receptores adrenérgicos β1 e β2, promovendo aumento de enzima adenil ciclase e, em 
última instância, aumento da concentração de cálcio intracelular. 
- É considerado um agonista β1 inotrópico, pois consegue um grande aumento da força de contração (inotrópico 
positivo) e um aumento leve da frequência cardíaca (leve cronotropismo positivo). 
- Efeitos adversos incluem aumento da frequência cardíaca e aumento do consumo miocárdico de oxigênio, bem 
como possível aumento do número de extrassístoles e de episódios de taquicardia ventricular. 
 
 
3) SENSIBILIZADORES DE CÁLCIO 
- LEVOSIMENDAN 
- PIMOBENDAN 
 
Mecanismo de ação: No coração: sensibilização das proteínas contráteis ao cálcio. 
 Nos vasos sanguíneos: abertura de canais de K+ (tem ação vasodilatadora). 
Características: - Não é arritmogênico; 
 - Não aumenta o consumo de oxigênio; 
 - Não desenvolve tolerância; 
 - Não apresenta antagonismo com β-bloqueadores.

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