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| GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 1 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA ANEMIAS Parâmetros: o Diminuição no número de hemácias, do teor de hemoglobina e do valor do hematócrito. o Alterações morfológicas nas hemácias. o Alterações nos índices hematimétricos. o Principal parâmetro Hemoglobina. Segundo a Organização Mundial de Saúde é considerada anemia quando: o Adulto Hb < 12,5g/dl. o Criança de 6 meses a 6 anos Hb < 11g/dl. o Crianças de 6 anos a 14 anos Hb < 12g/dl. Classificação das anemias: o De acordo com a causa: Anemias carenciais. Anemias hemolíticas. Anemias secundárias a doenças. Anemias aplásticas. Anemia siderobástica. o De acordo com as alterações morfológicas: Anemias microcíticas e hipocrômicas. Anemias macrocíticas e normocrômicas. Anemias normocíticas e normocrômicas. Classificação de acordo com a causa: Carenciais: ferropriva e megaloblástica. Hemolíticas: hereditárias (anemia falciforme, talassemia, esferocitose e ovalocitose, deficiência de G6PD, etc) e não hereditárias (DHRN, válvulas cardíacas, malária, etc). Secundárias a doenças: renais, hepáticas, malignas, autoimunes, alcoolismo, etc. Aplástica: aplasia de medula por quimioterapia, dipirona, cloranfenicol, inseticidas, etc. Sideroblástica: síntese do Heme alterada com acúmulo de Fe nas mitocôndrias. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 2 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA ANEMIA FERROPRIVA FERRO Componente essencial na síntese de hemoglobina. Quantidade total de Ferro no adulto 2,5 a 4,0g, sendo: o Homem: 50 mg/Kg. o Mulher: 35 mg/Kg. Distribuição do Fe no organismo: • Aproximadamente 75% do ferro total está presente na hemoglobina. • Ferritina e Hemossiderina 25% (reserva). • Transferrina 2% (transporte). • Enzimas Heme (citocromo e catalases) 0,3%. • No eritroblasto: o Ligação do complexo transferrina-Fe a receptores nos eritroblastos. o Internalização do complexo. o Dissociação do Fe no citoplasma. o Exocitose da transferrina sangue. o Ligação Fe + protoporfirina. Origem do Ferro no Organismo: • Ferro exógeno ingerido nos alimentos. • A dieta fornece 5 a 15mg/dia. • Apenas 1,0 a 1,5mg são absorvidos (5 a 10% do Fe ingerido). • No intestino o Fe é absorvido na forma Heme ou Fe2+. • Ferro endógeno proveniente do catabolismo da hemoglobina hemólise. Absorção do ferro: • Locais: duodeno e porção proximal do jejuno. • Proteínas transportadoras das células intestinais Transportador de Heme (HT) e Transportador de metal divalente (DMT). • Na dieta, o Fe pode ser encontrado de duas formas: • No duodeno (pH 8,0) - apenas o Fe2+ é solúvel. • Fatores que podem aumentar a absorção de Ferro: | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 3 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Controle da absorção de Fe no organismo: • Regulação da absorção saturação da ferritina e da transferrina. Saturação de ferritina no enterócito diminui absorção de Fe2+ e Heme. Saturação de transferrina aumenta descamação celular no intestino. Metabolização do ferro: • Tempo de vida dos eritrócitos aproximadamente 120 dias. • Eritrócitos senescentes ou defeituosos MO do SRE do baço. • Destino do Ferro: o Estocado nos MO do baço (Ferritina e hemossiderina). o Liberado no plasma transferrina. Excreção do ferro: • A perda de Fe pelo organismo é desprezível. o A sua eliminação ocorre por: Excreção fecal (células do TGI) 0,6mg/dia. Excreção renal 0,1mg/dia. Menstruação 0,4mg/dia. Em pequenas quantidades pelo suor. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 4 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA APOFERRITINA • Proteína sintetizada pelo fígado Proteína de fase aguda. • Estrutura geométrica esférica capaz de armazenar várias moléculas de Fe. FERRITINA • Principal proteína armazenadora de Fe. • 30% ocupada por Fe e 70% potencialmente capaz de armazenar mais Fe. • Libera Fe rapidamente quando há necessidade de fornecimento aos eritroblastos. • Valores de referência no plasma: 30 a 200ng/mL. o Homens: 125ng/mL. o Mulheres: 55ng/mL. HEMOSSIDERINA • Derivada da Ferritina após proteólise formando agregados de cristais de ferritina. • Forma mais estável e menos acessível do ferro depositado. • Presente no plasma e em MO do baço e medula óssea. TRANSFERRINA • Proteína sintetizada no fígado responsável pelo transporte de Fe3+ no organismo. • Link entre os principais compartimentos de depósitos teciduais de Fe e a medula óssea. • Sua saturação é o principal indicador para controlar a absorção de Fe no organismo. ANEMIA FERROPRIVA Conceito: • Anemia que ocorre quando as reservas de ferro do corpo tornam-se inadequadas para as necessidades da eritropoiese normal. • Grupos mais atingidos lactentes, prematuros, crianças (6 a 24 meses), adolescentes e gestantes. Causas: • Baixo consumo de Fe biodisponível dieta pobre em carnes. • Diminuição da absorção gastrectomia, doença celíaca e outras doenças que levam à má absorção. • Perda excessiva hemorragias crônicas e agudas (TGI), hipermenorreia, coagulopatias, IRC e verminoses. • Aumento das necessidades fisiológicas gravidez, lactação e rápido crescimento. Sintomas inespecíficos: • Fadiga. • Palpitação. • Irritabilidade, pouca atenção, falta de interesse ao seu redor e dificuldade no aprendizado. • Dificuldade em manter a temperatura corporal na exposição ao frio. • Palidez intensa. • Glossite (inflamação da língua) e fissuração dos ângulos da boca. • Unhas frágeis e quebradiças. • Alterações no crânio em crianças com anemia ferropriva de longa duração. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 5 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Complicações da anemia ferropriva • Prejuízo no crescimento e no desempenho muscular. • Alterações na função do músculo cardíaco taxa cardíaca comprometida. • Alterações na função dos músculos lisos. • Alteração metabólica dos hormônios tireoidianos. • Carga máxima de trabalho comprometida. Estágios da anemia ferropriva Estágio pré-latente: balanço de Fe negativo, com diminuição das reservas, mas sem diminuição de Fe sérico. Hb normal e hemácias normocíticas. Estágio latente: esgotamento das reservas de Ferro (redução da Ferritina) e aumento da CTLF, diminuí Fe sérico, Hb > limite inferior; microcitose e hipocromia discretas. o CTLF = capacidade total de ligação do ferro. Anemia propriamente dita: diminuí Hb, microcitose e hipocromia. Diagnóstico laboratorial • Hemograma: o Hemoglobina baixa não menos que 11g/dL. o Hemácias e hematócrito normais ou diminuídos. o VCM e HCM diminuídos microcitose e hipocromia. o CHCM normal ou discretamente diminuído. o Hematoscopia: microcitose e hipocromia. o Poiquilocitose. o RDW aumentado. o Trombocitopenia 500.000 a 600.000/mm3. Esfregaço com microcitose e microcromia. É comum na talassemia, ferropriva, sideroblástica e anemia de doenças. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 6 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA • Punção de medula óssea coloração Azul da Prússia. o Exame padrão ouro para o diagnóstico conclusivo. o Reflete ausência de Fe no MO e eritroblastos. • VR: + a 4+. • A presença de qualquer Ferro corável afasta a possibilidade de anemia ferropriva declarável. Reticulócitos geralmente normais e raramente reduzidos. Bioquímica: o Ferro sérico. o Transferrina. o Ferritina e hemossiderina. o Índice de saturação da transferrina – IST.o Capacidade total de Ligação ao Ferro – CTLF. FERRO SÉRICO Reflete o Fe3+ ligado à transferrina. VR: 50 a 160 µg/dL. Valores reduzidos: o Anemia ferropriva, anemia de doença crônica, subnutrição, sangramento crônico, infecções e hipotireoidismo. Valores aumentados: o Talassemias, anemia sideroblástica, hepatites, hemocromatose ou hemossiderose, em politransfundidos, intoxicação por chumbo e reposição inadequada de ferro. FERRITINA SÉRICA Melhor indicador de estoque de Fe no organismo e preditor de anemia ferropriva. Proteína de fase aguda. VR: 12 a 300 ηg/L. Valores reduzidos: o Anemia ferropriva (desde o estágio pré-latente). Valores aumentados: o Infecções, inflamações, doenças hepáticas, neoplasias, anemias hemolíticas, anemia sideroblástica. CAPACIDADE TOTAL DE LIGAÇÃO AO FERRO - CTLF TIBC: Total Iron Binding Capacity Reflete a capacidade que a massa de transferrina sérica tem de abarcar o Ferro. VR: 250 a 400 ηg/dL. Valores reduzidos: o Anemia de doenças crônicas, subnutrição, hipoproteinemia, hemocromatose, cirrose, talassemia e inflamações. Valores aumentados: o Anemia ferropriva, hepatites agudas, gravidez, etc. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 7 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA ÍNDICE DE SATURAÇÃO DA TRANSFERRINA - IST Percentual de saturação da transferrina. VR: 20 a 40%. Valores < 15%: o Anemia ferropriva e anemia de doença crônica. Valores aumentados: o Hemossiderose ou hemocromatose, talassemia e anemia sideroblástica. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Anemias microcíticas e hipocrômicas: o Anemia ferropriva. o Anemia por doença crônica inflamatória IL1, IL6, FNTα e ITF ϒ. o Infecções bacterianas proliferação bacteriana diminuí Fe. o Talassemias. o Anemia sideroblástica. Obs: Porque se for α-talassemia aparecerá hemoglobina H, na beta talassemia mostra-se níveis elevados de hemoglobina A2. TRATAMENTO • Doença de base úlcera, varizes, sangramentos no TGI. • Sulfato Ferroso. • Monitoramento hemoglobina e reticulócitos. • Reticulócitos começam a aumentar a partir do 4º dia de tratamento, com pico no 10º dia. • Atenção para os casos de infecções. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 8 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA ANEMIA MEGALOBLÁSTICA E PERNICIOSA ANEMIA MEGALOBLÁSTICA • Conceito: o Distúrbio ocasionado por uma alteração na síntese de DNA. o Divisão celular lenta em relação ao crescimento citoplasmático. o Assincronia na maturação do núcleo em relação ao citoplasma. Células mais afetadas: o Renovação mais rápida precursores na medula óssea e da mucosa do TGI. • Principais causas: o Deficiência de vitamina B12 e/ou ácido fólico. o Medicamentos que interferem na síntese de purinas (Zidovudine) ou que interferem no metabolismo de folatos (Metotrexato). ÁCIDO FÓLICO • Fonte natural vegetais frescos, fígado, aveia e algumas frutas. • Após ser absorvido, circula no plasma e penetra nas células onde é convertido na sua forma ativa. • A ativação intracelular é feita pela enzima metionina sintetase (dependente de vitamina B12). Metabolismo do ácido fólico: Causas de deficiência: o Aumento das necessidades: Gravidez. o Hemólise. o Hemodiálise perda na membrana do dialisador. o Má absorção doença celíaca. o Alterações no metabolismo: Drogas que inibem enzimas Metotrexato e trimetoprim. Álcool. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 9 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA VITAMINA B12 • Cianocobalamina. • Não sintetizada pelo corpo humano dieta. • Fontes: compostos de origem animal (carnes e laticínios). • Armazenada no fígado em grande quantidade: o 10 a 15 anos de uma dieta pobre em vitamina B12 para haver sinais clínicos de deficiência. Causas de deficiência: • Dieta pobre. • Má absorção: o Gastrectomia Acloridria e deficiência de Fator intrínseco. o Úlcera péptica. • Anemia perniciosa. • Doença celíaca. • Neoplasias intestinais. • Infecção por Diphyllobothrium latum competição pela cobalamina. MECANISMO DA ANEMIA MEGALOBLÁSTICA: MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Manifestações hematológicas: o Anemia fraqueza, cefaleia, palpitações, irritabilidade e palidez. • Manifestações digestivas: o Perda de apetite, dores abdominais, enjoos e diarreia, glossite e queilite angular. • Manifestações neurológicas: o Parestesia em extremidades, perda de equilíbrio, irritabilidade, instabilidade emocional, déficit cognitivo, demência e psicoses. • Outras: o Perda de cabelo. o Na gravidez parto prematuro e/ou a malformação do feto. o Nas crianças crescimento retardado e puberdade atrasada. ANEMIA PERNICIOSA • Conceito: o Anemia consequente à deficiência do Fator Intrínseco (FI). Causas de deficiência: o Deficiência de Fator Intrínseco (FI) ou problemas gástricos. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 10 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA o 80% autoimunes: produção de Ac anti-mucosa gástrica e/ou anti-FI. o Incapacidade da mucosa intestinal de absorver o complexo Vitamina B12/FI. o Hipocloridria gastrite prolongada, úlcera péptica e gastrectomia. Fator intrínseco • Glicoproteína sintetizada pelas células parietais. • Liga-se à Vitamina B12 no lúmen estomacal. • O complexo FI-Vitamina B12 se adere a receptores específicos das células epiteliais do íleo para facilitar a absorção da vit. B12. Diagnóstico laboratorial • Hemograma: o Hemácias e hemoglobina reduzidas. o Hematócrito normal, reduzido ou aumentado. o VCM aumentado geralmente > 110fL. o CHCM normal. o Leucopenia leve neutropenia. o Presença de neutrófilos hipersegmentados. o Trombocitopenia leve. o Contagem de Reticulócitos: normal ou diminuída. Macrocitose: Neutrófilos hipersegmentados: o Desvio à direita | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 11 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Poiquilocitose: o Presença de inclusões por mitoses anômalas: Diagnóstico confirmatório Exames bioquímicos: Dosagem de Vitamina B12 reduzida. o VR: 200 a 900pg/mL. o < 100pg/mL deficiência grave. Dosagem de Ácido Fólico reduzida. o VR: 2,5 a 20,0 ng/mL. Pesquisa de anticorpos: Anticorpos anti-células parietais: o 90% dos casos de anemia perniciosa. Anticorpos anti-FI: o 60% dos casos de anemia perniciosa. Dosagem de Homocisteína: A metionina sintetase retira o grupamento metil da MTHF. O metil, então, é transferido para o aminoácido homocisteína, formando metionina. A deficiência de vitamina B12 leva ao aumento de homocisteína no sangue. Hiperhomocisteinemia lesão endotelial aterosclerose. Diagnóstico Laboratorial Por onde começar? | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 12 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Tratamento • Dieta: o A ingestão adequada de vitamina B12 e de ácido fólico. • Se anemia perniciosa: o Vitamina B12 IM, 1000 ηg por 8 semanas seguida da mesma dose mensal por toda a vida. o Monitoramento: Reticulocitose após o 5º dia de tratamento, com pico máximo em torno do 7º dia. Precauções no tratamento de anemia perniciosa: • Vitamina B12 IM aumenta eritropoese aumenta consumo de K+ hipocalemia. o Solicitar K+ sérico após a primeira semana de tratamento. • Transfusão de sangue apenas CH com infusão lenta e controle dos sinais vitais para evitar sobrecarga hídrica ICC. • Ácido fólico em pacientes com deficiência de Vitamina B12 piora nos casos em que se apresentam manifestações neurológicas. ANEMIA SIDEROSBLÁSTICAConceito Anemia decorrente da diminuição de protoporfirina, produzindo um aumento na concentração do ferro no organismo. Depósito de Fe nas mitocôndrias dos eritroblastos. Presença perinuclear de depósitos de Fe no eritroblastos sideroblastos em anel. Consequências do distúrbio na síntese do Heme: Redução na síntese de Hb anemia microcítica e hipocrômica. Acúmulo de Fe nas mitocôndrias hemossiderose. Eritropoese ineficaz. Sobrecarga de Fe em órgãos hepatoesplenomegalia. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 13 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA PATOGÊNESE E FISIOPATOLOGIA Duas causas genéticas: Autossômica Deficiência da enzima ferroquelatase, responsável pela complexação do Ferro à protoporfirina. Ligada ao cromossomo X Deficiência da enzima ALA (ácido amino-levurínico) sintetase que atua na síntese de protoporfirina. ANEMIA SIDEROBLÁSTICA GENÉTICA Anemia menos comum, porém pode ser grave (Hb < 7g/dL). Microcitose e hipocromia VCM 50 a 60fL: o Semelhança laboratorial com anemia ferropriva tratamento do sulfato ferroso (?????) Mais comuns em homens (ligada ao cromossomo X). Casos graves de hemossiderose (cardiomiopatia, hepatoesplenomegalia, cirrose hepática). ANEMIA SIDEROBLÁSTICA ADQUIRIDA IDIOPÁTICA Anemia leve a moderada. Acomete indivíduos adultos ou de meia idade, sem preferência de sexo. Normocitose ou leve macrocitose. o Presença de células progenitoras normais com tempo de maturação reduzido no sangue. ANEMIA SIDEROBLÁSTICA ADQUIRIDA REVERSÍVEL Pode ser provocada por: o Alcoolismo que gera lesão medular: Geralmente macrocítica. A lesão medular persiste por 7 a 10 dias após a interrupção do álcool. o Medicamentos que inibem a ALA sintetase: Microcítica e hipocrômica. Isoniazida e cloranfenicol. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 14 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Hemograma: Hemoglobina reduzida de anemia leve (> 9g/dL) a grave (<7g/dL). Microcitose e hipocromia (se genética ou por medicamentos) VCM de 50 a 60fL. Macrocitose (se idiopática ou por alcoolismo). Anisocitose RDW aumentado. Poiquilocitose. Corpúsculos de Pappenheimer. CORPÚSCULOS DE PAPPENHEIMER Encontrados apenas no sangue periférico. Nos pacientes com esta anemia, as hemácias circulantes podem reter as mitocôndrias sideróticas por um breve período. Exames bioquímicos: Ferro sérico aumentado (> 150µg/dL). Ferritina normal ou aumentada. CTLF normal ou diminuída. IST aumentado (30 a 80%). DIAGNÓSTICO CONFIRMATÓRIO Punção de medula mielograma. o Sideroblastos em anel encontrados apenas na medula óssea. Coloração azul da Prússia TRATAMENTO Consiste em duas abordagens: o Correção da anemia: Piridoxina (vitamina B6) 50 a 100mg/dia. Vitamina B6 cofator da enzima ALA sintetase. Estimula a ação da enzima mutante. o Correção da hemossiderose: Anemia leve (Hb > 9g/dL) flebotomia repetida. Anemia moderada a grave Desferoxamina (quelante de Ferro) ANEMIA FALCIFORME Hemoglobinas variantes: Alterações genéticas mais frequentes. Mais de 600 variantes estruturais descritas. Resultam da substituição de aminoácidos na sequência das cadeias. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 15 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Anemia Falciforme Alteração genética caracterizada pela substituição do aminoácido 6 da cadeia (ácido glutâmico por valina). Epidemiologia “África negra”. Região do cinturão da malária. 45% da população possui o gene S. Incidência no Brasil: 1 a 3/1.000 nascimentos. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 16 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Fatores que favorecem a polimerização / falcização Desidratação celular concentração de Hb, aumentando a possibilidade de contato entre as moléculas de HbS. Concentração de HbS. Tempo em que a HbS permanece desoxigenada. Circulação mais lenta baço. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 17 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Grandes altitudes pO2 arterial menor. Acidose afinidade da Hb pelo O2 (sinusoides do baço). Infecções, Febre favorecem a desidratação eritrocitária. Vasoconstrição. Presença de outras hemoglobinopatias: Anemia falciforme x traço falcêmico: | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 18 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Interação HbS/β talassemia Considerada também doença falciforme. Interação SC Considerada também doença falciforme. Manifestações Clínicas: Iniciam-se a partir dos 6 meses de vida. Principal quadro clínico: crise dolorosa vaso oclusiva. Dependem da concentração de HbF: o HbF aumentada menor falcização (< taxa de mortalidade, poucos eventos vaso oclusivos, poucos episódios de sequestro esplênico, < número de transfusões e hospitalizações. o HbF reduzida quadro clínico mais grave. Anemia hemolítica crônica: o Hemólise descompensada. o A hemácia contendo HbS tem meia-vida de 20 dias. o A medula óssea pode reverter o quadro produzindo hemácias continuamente, sem levar à anóxia. Déficit de hemácias hipóxia fadiga, fraqueza, palidez e vertigens. Icterícia. Decorrentes das crises vaso oclusivas: o Crises álgicas. o Necrose óssea (10 a 15% dos pacientes) necrose da cabeça do fêmur. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 19 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA o Úlceras em MMII. o Trombose, AVE e IAM. o Insuficiência renal e pulmonar. o “Síndrome dos pés e mãos”. o Síndrome torácica aguda. o Priaprismo. AVE Incidência: o Mais comum em pacientes SS. o Pode ocorrer em SC e S-βTalassemia. o Incidência de 5 a 10% até os 15 anos de idade. Sinais e sintomas: o Hemiplegia paralisia dos membros inferiores e superiores. o Afasia distúrbio da fala. o Alterações no campo visual. o Paralisia de nervos cranianos e outras alterações motoras. “Síndrome dos pés e mãos” Edema bilateral no dorso das mãos e pés. Ocorre na 1ª infância. Desaparece após os 4 anos. Síndrome Torácica Aguda Sinais e sintomas: o Tosse e febre alta. o Dor torácica. o Taquipneia e prostração. o Leucocitose com infiltrado pulmonar. Condutas: o Antibióticos. o Soroterapia. o Oxigenoterapia. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Priaprismo: Obstrução dos sinusoides do corpo cavernoso. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 20 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Decorrentes da hiperplasia medular: Expansão do espaço medular adelgaçamento do córtex ósseo fraturas. Decorrentes do sequestro esplênico: Esplenomegalia e choque hipovolêmico. Infecções comprometimento do SRE do baço. Principais agentes: Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumoniae e Salmonella. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Eritrograma: Hemoglobina entre 6,0 e 9,0 g/dL. VCM = 90 fl normocitose e normocromia. Policromatofilia intensa. Poiquilocitose drepanócitos, hemácias em alvo, esferócitos, ovalócitos, esquistócitos e cristais de Hb. Presença de inclusões citoplasmáticas eritroblastos, corpúsculos de Howell-Jolly e Pappenheimer, anel de Cabot, pontilhados basófilos. Leucograma e plaquetograma: Leucocitose (12.000 a 15.000/mm3) com neutrofilia. Trombocitose. Presença de plaquetas gigantes (disfunção esplênica).| GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 21 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Teste da Falcização (pesquisa de drepanócitos): Agente redutor: metabissulfito de sódio. Quanto maior a concentração de HbS, mais rápida a falcização. Não distingue AS de SS. Falso-negativo: o Tempo insuficiente para leitura. o [HbS] < 10%. o Deterioração do reagente. DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR Reticulocitose 8 a 12% em média. Aumento da bilirrubina indireta sérica. Aumento da atividade de LDH. Ferritina aumentada. DIAGNÓSTICO CONCLUSIVO Eletroforese de hemoglobina em pH alcalino 8,6: o Ausência de HbA. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 22 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Exceto para os pacientes que receberam transfusão de sangue. o HbS > 80%. o HbF 1 a 20%. o HbA2 2 a 5%. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 23 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA CONSIDERAÇÕES SOBRE O TRAÇO FALCIFORME Quadro clínico e laboratorial benigno: o Sem crises vaso oclusivas. o Sem alterações no hemograma. o Teste da falcização positivo. o Fenômenos vaso-oclusivos raros em altitudes acima de 3.200m ou viagens aéreas, infecções respiratórias, anestesia e ICC. Expectativa de vida normal. O indivíduo portador pode doar sangue, exceto nas seguintes situações: o Transfusões de substituição total em RN. o Pacientes com anemia falciforme em crise de falcização. o Indivíduos sob hipóxia intensa. TRATAMENTO Antibioticoterapia: Penicilina até os 05 anos. Vacinas: esquema básico, anti-pneumocócica, varicela, hepatite A, gripe e anti- meningocócica. Hemotransfusão hemocromatose transfusional. Hidroxiureia. Hidroxiureia Mecanismo de ação: o Seu metabolismo resulta na produção de NO. o NO estimula a guanilato ciclase, que atua diretamente na produção de HbF. o Promove elevação no nível de HbF em cerca de 60% dos pacientes tratados. o Eleva a taxa de hemoglobina. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 24 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA TALASSEMIAS Combinações das cadeias que dão origem às Hb normais: Grupo heterogêneo de distúrbios resultante de um defeito genético hereditário das cadeias de globina (mais comum nas cadeias α ou β). Sinonímia: Anemia do Mediterrâneo. • Anemia de Cooley médico pediatra que primeiro a descreveu, em 1925, numa criança descendente de italianos. Epidemiologia: Comum em Italianos, Gregos, Asiáticos e Africanos. CLASSIFICAÇÃO DAS TALASSEMIAS • De acordo com o tipo de cadeia deficiente: • Alfa (α) talassemia. • Beta (β) talassemia: o β-Talassemia menor (ou traço talassêmico). o β-Talassemia intermediária. o β-Talassemia maior (doença). | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 25 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA β- TALASSEMIA • Ocorre por redução de síntese de cadeias beta. • Controle genético da síntese de cadeias β exercido por 2 genes (cromossomo 11). • Gene β+ deleção parcial na síntese de cadeias β. o Produz pequena quantidade de cadeia β. • Gene β0 deleção total na síntese de cadeias β. o Gene incapaz de produzir cadeia β. CLASSIFICAÇÃO DA β-TALASSEMIA • β-Talassemia menor (β/β+) o Traço talassêmico β assintomáticos. • β-Talassemia intermediária (β/β0) ou (β+/β+) o Quadro clínico dependente da quantidade de cadeias produzidas. • β-Talassemia maior (β0/β0) ou (β+/ β0) o Anemia de Cooley anemia hemolítica grave. Epidemiologia • A β-talassemia é o tipo mais comum de talassemia no Brasil • Prevalência das Hemoglobinopatias no Brasil: 1. Anemia falciforme 2. Hbpatia SC 3. β-talassemia | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 26 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA β-TALASSEMIA MENOR • Mecanismo compensatório o ↑ síntese de cadeia δ ↑ HbA2. o A capacidade de expansão de genes para síntese de cadeia δ é de 10%. o Quando se ultrapassa essa capacidade, há acionamento da síntese de cadeia δ para compensar ↑ HbF. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Geralmente assintomática. • Anemia discreta. • Agravamento da anemia gestação, estresse emocional ou patológico, diabéticos, traumas mecânicos e hemorrágicos. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 27 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA β-TALASSEMIA INTERMEDIÁRIA • Esta forma de β-talassemia é classificada com base nas evidências clínicas do paciente. • Fenótipo clínico intermediário entre a β-talassemia maior e menor. o Anemia hemolítica de menor gravidade sem necessidade de transfusões. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Expansão medular ao passar dos anos: o Anormalidades ósseas, retardo no crescimento e osteoporose. o Infertilidade. o Sobrecarga de Fe tecidual. o Hipercoagulabilidade e complicações trombóticas. o Hipertensão pulmonar grave. β-TALASSEMIA MAIOR • Mecanismo compensatório o ↑ síntese de cadeia δ ↑ HbA2. o Como o aumento de HbA2 se dá até no máximo 10%, há bastante aumento de síntese de cadeias γ ↑ ↑ ↑ ↑ HbF. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Anemia grave transfusões sanguíneas regulares. o Caquexia, fadiga e ICC. • Expansão da eritropoese medular: o Deformidades ósseas, adelgaçamento da cortical óssea, expansão dos espaços entre as trabéculas ósseas, compressão da medula espinhal e retardo no crescimento. • Intensa hemólise: o Icterícia e colelitíase. Deformidades ósseas • Proeminência dos maxilares “fácies talassêmico”. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 28 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA • Aumento da arcada dentária superior. • Separação dos dentes e bossa frontal. Eritropoese ineficaz ↑↑ absorção intestinal de Ferro. • Hemocromatose eritropoiética. Outros: • Disfunção endócrina. • Suscetibilidade a infecções. • Ativação da hematopoese hepatoesplênica o hepatoesplenomegalia. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 29 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS: EXAMES COMPLEMENTARES • Reticulócitos↑↑↑ melhor prognóstico. • Bilirrubina indireta ↑↑↑ • LDH ↑↑↑ • Dosagem de Fe sérico e ferritina ↑↑↑ • ↑↑ saturação da transferrina ↓CTLF. • Teste de fragilidade osmótica a 0,36%. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • Diagnóstico confirmatório: o Dosagem de HbA2 e fetal. o Eletroforese de Hb em pH alcalino. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 30 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA • Ausência de HbA. • Expansão de HbF 90 a 98%. • Expansão de HbA2 2,0 a 10,0%. Dosagem de HbA2: Eletroforese de Hemoglobina: TRATAMENTO • Hemotransfusão regular: o Objetivo: Hb 11 a 13 g/dL. o Vantagens: Recuperação do crescimento e desenvolvimento. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 31 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Redução do risco de infecções. Controle da hepatoesplenomegalia. o Desvantagem: Hemocromatose transfusional Desferoxamina. o Esplenectomia: Requer vacinação. o Vacinação: Pneumococo, hemófilo e meningococo. o Transplante de medula. α-TALASSEMIA • Anemia hemolítica decorrente da redução total ou parcial de síntese de cadeias alfa. • Causas: o Genética. o Adquirida: secundária a processos patológicos primários. • Doenças linfo e mieloproliferativas. • Anemia sideroblástica. • O controle genético da síntese de cadeias é exercido por 4 genes, sendo dois em cada cromossomo 16. • Alterações nesses genes o Síntese deficiente de cadeias α. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 32 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICAPORTADOR SILENCIOSO Deleção de apenas 1 gene (αα/α-) • Tipo mais comum entre as α-Talassemias. • 17% da população brasileira. • Geralmente assintomáticos. • Redução na síntese de HbF e de HbA2. • Discreta diminuição de HbA1. • Discreta formação de HbH. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 33 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA α-TALASSEMIA MENOR • Deleção de 2 genes (α-/α- ou αα/--) o Apresenta anemia discreta. o HbF e HbA2 normais. o HbA1 discretamente diminuída. o Maior quantidade de HbH que o anterior 2%. DOENÇA DE HbH • Deleção de 3 genes (α-/--) o α-talassemia propriamente dita (anemia hemolítica crônica). o HbF e HbA2 normais. o Redução na síntese de HbA1. o Síntese aumentada de HbH 20 a 30%. o 1:5.000 nascimentos. o Rara no Brasil. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Sintomas: o Aparentemente saudáveis ao nascer. o Os primeiros sinais aparecem no primeiro ano de vida: o Anemia palidez, desânimo, falta de apetite e hipodesenvolvimento. o Com o tempo tornam-se ictérico (a pele e a esclerótica ocular tornam-se amarelos). o Esplenomegalia, hepatomegalia e cardiomegalia. o Problemas cardíacos. o Infecções. Hidropsia Fetal • Deleção dos 4 genes (--/--) o Ausência completa de cadeias alfa. o Tetramerização de cadeia γ Hb Bart´s (100% das hemácias). o Forma letal, incompatível com vida. o Comum no extremo asiático e rara no Brasil. o Intensa reticulocitose e eritroblastose (até 100%). • Acúmulo excessivo de líquido. • Consequências: 1) Cardíacas: miocardiopatia e insuficiência de débito. 2) Aumento da permeabilidade capilar. 3) Obstrução do retorno venoso. 4) Obstrução da drenagem linfática. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Hemograma: • Depende do genótipo do indivíduo: | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 34 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS NA α-TALASSEMIA: • Hipocromia e microcitose. • Policromatofilia. • Poiquilocitose hemácias em alvo, esquisócitos, dacriócitos, ovalócitos... • Inclusões citoplasmáticas corpúsculos de Howell-Jolly, anel de Cabot, pontilhado basófilo e eritroblastos. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 35 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA EXAMES COMPLEMENTARES: • Reticulócitos ↑↑↑ • Bilirrubina indireta ↑↑↑ • Atividade de LDH ↑↑↑ • Diminuição da fragilidade osmótica. DIAGNÓSTICO CONFIRMATÓRIO: • Pesquisa de hemácias contendo corpos de HbH positiva (aspecto de “bolinha de golfe”) usando o ACB. o Obs: Nem sempre esta pesquisa é positiva. • Eletroforese de Hb em pH alcalino. Eletroforese em pH 8,6: | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 36 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA LEUCOGRAMA Partes do leucograma: • Contagem global de leucócitos. • Contagem diferencial de leucócitos. • Análise do esfregaço sanguíneo alterações morfológicas. CONTAGEM GLOBAL DE LEUCÓCITOS • A contagem global de leucócitos pode ser: o Manual câmara de Neubauer. o Automatizada. Valores de Referência: • Adultos: 4.000 a 10.000/mm3 • Recém-nascidos: 10.000 a 25.000/mm3 • Crianças de 1 ano: 6.000 a 18.000/mm3 • Crianças de 4 a 7 anos: 6.000 a 15.000/mm3 • Crianças de 8 a 12 anos: 4.500 a 13.500/mm3 • Valores < 4.000/mm3 Leucopenia. • Valores > 10 .000/mm3 Leucocitose. LEUCOPENIA • Insuficiência da medula óssea em produzir leucócitos: o Intoxicação por chumbo e benzeno. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 37 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA o Anemia aplásica. o Viroses: dengue, rubéola, caxumba, gripe, sarampo e outras. o Algumas infecções bacterianas: febre tifóide e tuberculose. LEUCOCITOSE • Classificadas em 3 grupos: o Entre 12.000 e 20.000/mm3: intoxicação, infecções brandas, traumatismos, hemorragias agudas ou desidratação. o Entre 15.000 e 30.000/mm3: apendicite, pneumonia, meningite, difteria, cólera, amigdalite, etc. o Acima de 30.000/mm3: leucemias, coqueluche. NEUTRÓFILOS Características morfológicas: • Variedade mais abundante no sangue periférico. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 38 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA • Citoplasma rosa pálido e repleto de granulações. • Granulações finas, discretas e neutras e específicas. • Núcleo segmentado (3 a 5 lóbulos desiguais unidos por filamentos de cromatina). • Quanto mais segmentos tem o núcleo, mais velho é o neutrófilo. Fisiologia: • Leucócito tipicamente circulante ≈ 4 a 8 horas. • Primeiro leucócito a migrar para o foco infeccioso. • Atividade fagocítica e antimicrobiana nos tecidos: o Quimiotaxia diapedese fagocitose. o Liberação de mediadores químicos. • Atuam nas infecções bacterianas agudas. Alterações no Hemograma: • Alterações quantitativas: o Neutrofilia: Neutrofilia fisiológica. Neutrofilia patológica. o Neutropenia. • Alterações qualitativas: o Citoplasmáticas: tóxicas, vacúolos, inclusões. o Nucleares: hipersegmentação e hiposegmentação. o Tamanho e forma: neutrófilos gigantes. NEUTROFILIA FISIOLÓGICA • Grupos específicos: o Gestantes e RN. • Decorrente de desmarginalização pseudoneutrofilia: o Exercício intenso, últimos meses da gestação, parto. o Ingestão de alimentos (estímulo ao aumento calórico) e altas temperaturas. o Hipóxia, estresse, administração de Epinefrina. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 39 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA NEUTROFILIA PATOLÓGICA • Aumento da produção medular: o Inflamação aguda. o Infecções bacterianas agudas pneumonia, difteria, escarlatina, meningite, antraz, erisipela, septicemia, cólera, apendicite, gonorréia, amigdalite, endocardite, otite média, etc. • Outras causas: o Transtornos metabólicos gota, cetoacidose diabética e uremia. o Destruição tecidual trombose, envenenamento com Pb, queimaduras e necroses (infarto pulmonar, IAM, isquemia). o Neoplasias leucemia mielomonocítica. o Hemorragias e desidratação. DESVIO À ESQUERDA • Processo reacional em que se encontram células mais jovens no sangue periférico. • Aumento no número de bastonetes com ou sem a presença de células mais jovens (metamielócitos e mielócitos). • Ocorre em processos infecciosos bacterianos agudos. Neutrofilia | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 40 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA NEUTROPENIA • Definição: diminuição do número de neutrófilos no sangue circulante. • < 1500/μl (caucasianos). • < 1100/μl (raça negra). Classificação: • Leve (1500-1000). • Moderada (1000-500). • Grave (<500). Decorrente de: • Hipoplasia mieloide: o Radiação ionizante, benzeno e medicamentos (vimblastina, vincristina, metotrexato, hidroxiureia, BZP, sulfas, anticonvulsivantes, cloranfenicol, dipirona, etc), Síndrome de Chédiak Higashi, anemias megaloblástica e aplásica. Aumento na utilização/destruição: • Infecções graves iniciais, febre tifoide, sífilis, micobactérias, infecções virais (gripe, rubéola, sarampo, caxumba, dengue), protozooses (malária, calazar), álcool. ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS • Alterações citoplasmáticas: o Granulações tóxicas. o Vacuolizações citoplasmáticas. o Corpúsculos de inclusões. • Alterações nucleares: o Hipersegmentação. o Hiposegmentação. Granulações Tóxicas • Granulações basófilas, grosseiras, presentes no citoplasma dos neutrófilos. o Relacionadas à produção de conteúdo proteolítico necessário nas infecções graves. • Causas: o Processos infecciososbacterianos e tóxicos, inflamações, gestação e anemia aplásica. Podem aparecer em neutrófilos maduros, bastonetes e metamielócitos. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 41 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Vacuolizações Citoplasmáticas • Presença de vacúolos no citoplasma. • Estruturas claras e sem coloração. • Causas: o Degeneração celular morte celular. o Intoxicação por benzeno. o Infecções bacterianas. Degeneração celular: “Quando a célula morre, ocorre desestabilização das membranas lisossomais com liberação de seu conteúdo proteolítico que, ao degradar o meio, produzem gases”. Infecções e intoxicações: Vacúolos com bactérias ou resíduos químicos que não se coram com corantes da rotina hematológica. Degeneração celular ou infecções/intoxicações? Como diferenciar??? Infecção/Intoxicação Corpúsculos de Inclusão • Os principais corpúsculos de inclusão encontrados nos neutrófilos são: • Corpúsculos de Döhle. • Anomalia de May-Hegglin. • Anomalia de Chédiak Higashi. Corpúsculo de Inclusão De Döhle • Presença de mancha oval, azul pálida, na periferia do citoplasma do neutrófilo. o Representa liquefação de ribossomos livres ou de retículo endoplasmático. • Ocorrem em: o Infecções bacterianas agudas graves. o Processos inflamatórios. o Gravidez e idosos. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 42 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA o Queimaduras. Anomalia de May-Hegglin • Condição autossômica dominante • Presença de inclusões azul-claras em neutrófilos. • Síndrome associada a plaquetas gigantes e trombocitopenia. Anomalia de Chédiak-Higashi • Distúrbio autossômico recessivo raro. • Comprometimento das funções celulares: o Defeito na membrana dos lisossomos dos neutrófilos impede sua fusão com o fagossoma. o Ocorre fagocitose, mas não há digestão celular. o Ocorre em todos os fagócitos. Achado morfológico: • Presença de granulação grosseira, com características tintoriais variáveis. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 43 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Manifestações clínicas: • Albinismo oculocutâneo parcial com fotofobia. • Infecções frequentes. • Linfadenopatia, hepatoesplenomegalia e pancitopenia. Morte precoce ou incompatível com a vida. Tratamento transplante de medula óssea. Hipersegmentação • Também chamado de desvio à direita. • Neutrófilos com o núcleo dividido em cinco ou mais segmentos. • Anemias megaloblástica e perniciosa. Anomalia de Pelger-Hüet • Condição autossômica dominante. • Defeito na segmentação nuclear de neutrófilos. o Núcleo arredondado, em forma de bastão, bilobulado. o Células funcionalmente normais. • Não há alterações clínicas. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 44 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA EOSINÓFILOS • Características morfológicas: o Citoplasma azul celeste encoberto pela granulação. o Granulação grande, arredondada, grosseira, alaranjada. o Núcleo geralmente bilobulado em forma de haltere. Fisiologia: • Secreção de substâncias líticas sobre a membrana de parasitas (S. mansoni, A. lumbricoides e S. stercoralis). • Granulações anti-histamínicas modulação da alergia. • Liberação de mediadores químicos inflamatórios. • Fagocitose em menor avidez que neutrófilos. Célula tipicamente tecidual 30’ no sangue periférico e 7 dias de vida. • Variação diurna valores maiores pela manhã. Classificação: • Leve (500 – 1500/mm3). • Moderada (1500 – 5000/mm3). • Grave (>5000/mm3). EOSINOFILIA Causas: • Infecções parasitárias esquistossomose, ancilostomose, filariose, ascaridíase, teníase, etc. • Enfermidades alérgicas asma, urticária, dermatite, rinite, hipersensibilidade a medicamentos, etc. • Doenças da pele Escarlatina, sarna, herpes zoster e psoríase. • Neoplasias leucemia eosinofílica e LMC. EOSINOPENIA Causas: • Infecções agudas não parasitárias. • Hipoplasia medular: o Anemias perniciosa e aplástica. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 45 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA BASÓFILOS (Leucócito Granulócito) Características morfológicas: Presença de granulação específica, escura, grosseira, sem brilho e basófila (azul marinho). Núcleo segmentado geralmente sob a forma de trevo quase totalmente encoberto pela granulação. Fisiologia: Liberação de histamina: processo alérgico. Liberação de heparina: inibe a formação de coágulos. Fagocitose em menor avidez que neutrófilos. BASOFILIA Causas: Reações alérgicas: alimentos, fármacos e alérgenos em geral. Infecções: varíola e varicela. Neoplasias: LMC. Anemia hemolítica crônica pós-esplenectomia. Obs: devido à escassez de basófilos no sangue periférico, a basopenia é pouco estudada e tem pouca importância clínica LINFÓCITOS Características morfológicas: Menor leucócito. Ausência de granulações visíveis. Citoplasma escasso e fortemente basófilo. Núcleo redondo e grande (ocupa quase toda a célula). Cromatina fortemente condensada e violeta. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 46 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Tipos / Funções: Linfócitos T: Citotóxicos: destroem as células infectadas através de mecanismo de apoptose. o Exemplo: linfócitos B infectados por vírus EB. Auxiliares: o Modulam a resposta imunitária após o contato com o antígeno para ativar outros tipos de células. o Induzem a síntese de imunoglobulinas pelos linfócitos B. Supressores: o Produzem mensageiros químicos que inibem a atividade das células B e T quando a infecção se encontra controlada. De memória: o Células que ficam inativas, mas com a capacidade de resposta a nova exposição ao mesmo antígeno. Linfócitos B: Diferenciam-se em plasmócitos. Produzem e secretam imunoglobulinas. Célula Natural Killer (NK): Células desprovidas de marcadores T ou B. Destroem células tumorais e infectadas por vírus. Independem de imunização prévia. Causas: Infecções viróticas: varíola, catapora, rubéola, sarampo, hepatite A, mononucleose infecciosa, meningite, etc. Infecções bacterianas específicas: TBC, sífilis, febre tifóide e coqueluche. Protozooses: toxoplasmose, malária e leishmaniose. Neoplasias: LLC e LLA. LINFOCITOPENIA Causas: Infecções viróticas específicas: HIV, hepatite viral e influenza. Início dos processos infecciosos bacterianos. Neoplasias. Estresse, trauma, queimaduras. Radiação, drogas citotóxicas e que causam agranulocitose. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 47 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Uso prolongado de glicocorticoides: síndrome de Cushing. Desnutrição, senilidade e alcoolismo. Anemia aplásica. Doenças autoimunes como AR e LES. LINFÓCITOS ATÍPICOS Linfocitoide Plasmocitoide e Monocitoide Causas: Viroses: sarampo, HIV, mononucleose infecciosa, hepatite, rubéola, citomegalovírus, dengue, etc. Infecções bacterianas: brucelose, febre tifoide, tuberculose, sífilis. Protozoozes: Toxoplasmose e malária. Outras causas: Imunização. Doença enxerto contra hospedeiro. L.E.S. Hipersensibilidade a drogas: tiazídicos, salicílicos. Plasmocitose Causas: Viroses: mononucleose infecciosa, sarampo, rubéola, HIV. Infecções bacterianas: Estafilococcias, Estreptococcias, TBC e sífilis. Protozooses: malária. Doenças autoimunes: LES, AR. Neoplasias: mieloma múltiplo e LLC. MONÓCITOS Características morfológicas: Maior leucócito. Ausência de granulações visíveis. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 48 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Citoplasma abundante e fracamente basófilo. Núcleo grande e com formato irregular. Cromatina frouxa. Fisiologia: Células circulantes que atendem a solicitações do compartimento extravascular: macrófagos. Macrófagos: células teciduais com funções: o Fagocitose: capacidade de fagocitar 80x maior que os neutrófilos e maior conteúdo proteolítico. o Célula apresentadora de antígenos para os linfócitos T. MONOCITOSE: Causas: Protozooses: malária, leishmaniose e doença de Chagas. Infecções bacterianas crônicas: sífilis, tuberculose, endocardite bacteriana sinal favorável. Viroses específicas: mononucleose infecciosa. Neoplasias: leucemias monocíticas. MONOCITOPENIA Pouco estudada devido à escassez de monócitos. Causas: Septicemias. Leucemias. Uso de glicocorticóide Vacuolizações citoplasmáticas: ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS DOS LEUCÓCITOS NAS LEUCEMIAS HIATO LEUCÊMICO Caracterizado pela presença de blastos e células maduras, sem a presença dos precursores intermediários. Exemplos: o LMA: presença de mieloblastos e segmentados neutrófilos sadios, sem células em estágios intermediários de maturação. o LLA: Ex.: presença de linfoblastos e linfócitos maduros | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 49 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Não pode ser confundido com desvio à esquerda. Qual a diferença? Desvio para a esquerda: Hiato leucêmico BASTONETE DE AUER Estruturas sem origem definida, somente vistas em células imaturas da linhagem mieloide. Presentes na LMA. MANCHAS DE GUMPRECHT Artefatos presentes no esfregaço de sangue periférico correspondentes a restos de células frágeis, que foram lesadas na confecção do esfregaço sanguíneo. Fragilidade peculiar da membrana celular. Causas: LLC. Mononucleose infecciosa. Observe a presença de núcleos remanescentes: CÉLULAS PILOSAS Tipo raro de LLC. Tricoleucemia ou leucemia de células pilosas: linfócitos com projeções citoplasmáticas em forma de pêlos. Mais comum em indivíduos acima de 50 anos. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 50 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL Limitações da prova de função renal: o Exames escassos e grosseiros em relação à delicada rede de sistemas em ação. o Não diferenciam lesão localizada e generalizada. o Não avaliam a etiologia do distúrbio renal. Avaliam a presença ou ausência de disfunção com estimativa aproximada de sua gravidade. Dosagem sérica de compostos nitrogenados: o Ureia. o Creatinina. Taxa de filtração glomerular: o Depuração de creatinina. Proteinúria. Urina rotina ou EAS. UREIA No fígado: Proteínas Aminoácidos Amônia (tóxica) Ureia 45% do nitrogênio não proteico do sangue. VR: 15 a 40 mg/dL. Sua concentração no sangue depende de: o Conteúdo proteico da dieta. o Teor do catabolismo proteico. o Estado de hidratação do paciente. o Presença de sangramento intestinal. o Função renal. Hiperuremia, uremia ou azotemia | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 51 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Hipouremia Baixa especificidade pouco valor diagnóstico: o Dieta pobre em proteínas (subnutrição). o Ingestão ou reposição excessiva de líquidos. o Gestação. o Doença hepática grave. Fatores determinantes: o A concentração de ureia sérica depende de: Função renal. Taxa de produção endógena. Ingestão proteica. Função hepática. Excressão de ureia: Ureia plasmática: Índice preditivo da IR sintomática. o A ureia se eleva mais precocemente que a creatinina nos casos de insuficiência renal. Principais causas de uremia: Uremia Pré-renal Insuficiência Renal Aguda Insuficiência Renal Crônica Diagnóstico diferencial de uremias: | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 52 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA CREATININA Síntese: Metabolismo: A creatinina que circula no sangue é capitada pelos músculos, onde armazena energia na forma de fosfocreatina. A formação da fosfocreatinina permite a estabilização de ligações de fosfato de alta energia não necessárias para uso imediato. A creatinina pode se originar da retirada do fosfato da fosfocreatina ou diretamente a partir da própria creatina. Creatinina como marcador da função renal: Níveis séricos dependem da massa muscular corporal: o Quanto maior a massa muscular, maiores os níveis sérico e urinário de creatinina. o A mulher produz menos creatinina do que o homem devido a menor massa muscular. o Na debilitação muscular, a produção de creatinina pode cair para menos de 25% da produção normal velhice e subnutrição. A dieta pode interferir no nível de creatinina: o Na subnutrição o nível de creatinina tende a cair. o Dietas ricas em carne aumentam o nível de creatinina. Velocidade de excreção da creatinina é relativamente constante. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 53 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Vantagens como marcador da TFG: Substância endógena cuja taxa de produção é relativamente constante. Não se liga às proteínas plasmáticas livremente filtrada pelos glomérulos. Não sofre reabsorção tubular. Apenas uma pequena fração é secretada pelos túbulos. Desvantagens como marcador: Dependência da massa muscular. Influência da ingestão excessiva de carne. Secreção tubular: na doença renal, a secreção de creatinina pode chegar a 50% da creatinina excretada: valor superestimado para a filtração glomerular. Utilidade clínica da determinação de Creatinina: Devido a sua excreção contínua e fácil pelo sistema renal, a presença de níveis aumentados indica diminuição do índice de filtração glomerular. Hipercreatininemia Causas: Pré-renal: doenças e lesões musculares, acidose diabética, uso excessivo de diuréticos, ICC, etc. Renal: doença renais (lesões glomerulares e tubulares). Pós-renal: obstruções do trato urinário (hipertrofia prostática e compressão dos ureteres). Hipocreatininemia Causas: Doença hepática: compromete a síntese de creatina. Perda de massa muscular: o Idade avançada. o Doenças degenerativas musculares. o Subnutrição. Dieta pobre em carne. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 54 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA CLEARANCE DE CREATININA Volume de plasma a partir do qual a creatinina pode ser totalmente eliminada (filtrada) na urina em um intervalo de tempo. É a medida da velocidade de remoção de uma substância do sangue durante a sua passagem pelos rins. Depende da concentração plasmática da substância e da taxa excretória. Auxilia na avaliação da presença de lesão glomerular leve a moderada (GNA), já que os níveis de ureia e creatinina somente costumam aumentar na presença de lesão renal extensa. o 60 a 80% do valor normal comprometimento leve da FR. o 40 a 60% do valor normal comprometimento moderado. o 20 a 40% do valor normal comprometimento grave. Taxa de filtração glomerular: Marcador ideal para TxFG: Substância 100% filtrada. Não há reabsorção, nem secreção. Não sofre influência da dieta Sua concentração no meio interno é constante, só variando em função da taxa de filtração glomerular do plasma. Não ser eliminadopor outra via que não seja a renal. UREIA: 1929: depuração de ureia. Ureia é livremente filtrada pelos glomérulos renais. 40 a 50% são reabsorvidos no túbulo contornado proximal. CREATININA: Composto endógeno: níveis séricos estáveis. É livremente filtrada: 70 a 80% filtrada. Não sofre reabsorção tubular. 15 a 25% secretada pelos túbulos Muito elevada na IR grave. Assim, a depuração de creatinina é superestimada. TxFG OU DEPURAÇÃO CREATININA: Valores de referência: Homens: 97 a 137 mL/min. Mulheres: 88 a 128 mL/min. Depuração de creatinina: Valores aumentados: sem significado clínico (erros na coleta da urina e/ou esvaziamento incompleto da bexiga). Valores diminuídos: enfermidades agudas ou crônicas do glomérulo, redução do fluxo sanguíneo do glomérulo e/ou lesão tubular aguda. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 55 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Variáveis fisiológicas: Massa muscular corporal: o > taxa de FG nos homens do que nas mulheres. o Perda de massa muscular em idosos. Na gravidez taxa de FG aumenta em torno de 50%, retornando ao normal após o parto. Ingestão de grande quantidade de carne. UTILIDADE DO CLEARANCE Na GNA, para acompanhar a evolução clínica e a resposta terapêutica. Demonstrar a presença de doença estritamente glomerular. Medir o comprometimento funcional glomerular. URINA ROTINA IMPORTÂNCIA DO EXAME DE URINA Urina Obtenção rápida e fácil. Fornece informações sobre muitas funções metabólicas do organismo: o Renais. o Hepáticas. o Pancreáticas. o Metabolismo de glicose. Volume Urinário: Principal fator: ingestão de água. o Determinante: estado de hidratação do corpo. Outros fatores: o Perda de líquidos por fontes não renais. o Variações na secreção de ADH. o Necessidade de excretar quantidade excessivas de solutos (glicose ou sais). Débito urinário médio: 1200 a 1500 mL. o Limite = 600 a 2000mL. Oligúria: redução do volume diário normal. o Desidratação por excesso de perda de água. o Vômitos e diarreia, transpiração ou queimaduras graves. Anúria: Cessação do fluxo de urina. o Lesão renal grave. o Redução do fluxo sanguíneo renal. o Volume < 100mL/dia. Poliúria: aumento do volume urinário diário. o Diabetes insípido e melito. o Diuréticos. o Cafeína e álcool ↓secreção de ADH. Nictúria: aumento na excreção noturna. o Maior produção de urina. o Redução de capacidade de armazenamento da bexiga. o Bexiga hiperativa. CONSERVAÇÃO DA URINA: Principal método: refrigeração: | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 56 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA o Evita a decomposição bacteriana por até 1 noite. Inconvenientes: o ↑densidade da urina. o Precipitação de fosfatos e uratos amorfos: prejudica análise microscópica. o Análise química: apenas após voltar a temperatura ambiente para correção da densidade e dissolução de alguns uratos amorfos. Alterações na urina não conservada A partir de 1 hora sem refrigeração: o Aumento do pH: o Diminuição da glicose glicólise. o Diminuição de cetonas volatilização. o Diminuição de bilirrubina fotossensibilidade. o Aumento do número de bactérias. o Aumento do nitrito por conversão bacteriana de nitrato. o Aumento da turvação bactérias, urato amorfo e fosfatos. o Desintegração de hemácias e cilindros. o Conversão de urobilinogênio a urobilina. o Alteração na cor. O EXAME DE URINA ROTINA EXAME FÍSICO Informações preliminares. Confirmação e explicação de achados nos exames químicos e microscópicos. Parâmetros: Cor, odor, aspecto e densidade. Cor Principais interferentes na cor da urina: Alterações metabólicas. Atividade física. Substâncias ingeridas. Doenças. Cor normal: Amarelo citrino presença de urocromo. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 57 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Urina amarelo pálido: Poliúria diabetes melito ou insípido. Urina amarelo-escura ou âmbar ou laranja: Bilirrubina hepatite? CUIDADO! Urobilinogênio. Medicamentos. Alimentos cenoura ou vitamina A. Urina avermelhada: Hematúria? o Hemácias: vermelha e turva. o Hemoglobina e mioglobina: vermelha e límpida. o Medicamentos. o Alimentos beterraba. o Contaminação menstrual. Urina verde ou azul-esverdeada: Desodorizadores bucais. Infecção por Pseudomonas. Medicamentos. Urina púrpura: Klebsiellae Providencia bolsas de cateter. Urina marron ou preta: Hemácias oxidadas e convertidas em metahemoglobina. Melanina. Medicamentos. Urina alcalina em repouso devido presença de ácido homogentísico (alcaptonúria). Aspecto Transparência da amostra de urina. o Recipiente transparente ou tubo de centrífuga. Urina normal: o Transparente ou límpida. o Leve opacidade: Precipitação de cristais (fosfato amorfo, carbonato, urato amorfo, oxalato de cálcio, ácido úrico) má conservação e ↑ acidez. Células epiteliais escamosas. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 58 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Turvação da urina: Cristais amorfos. Leucócitos. Hemácias. Células epiteliais. Bactérias. Outros: lipídeos, sêmen, muco, linfa, leveduras, matéria fecal, contaminação externa (talco, cremes vaginais, etc). Densidade: Alterações na densidade da urina: o Disfunções renais reabsorção tubular. o Desidratação. o Anormalidade do ADH. Procedimentos: o Urodensímetro. o Refratômetro. o Fita reagente. Odor: Raramente há significado clínico. o Amoniacal urina em repouso. o Forte e desagradável infecções bacterianas. o Adocicado e de frutas cetonúria. o Odor incomum alimentos (aspargos). EXAME QUÍMICO: Elementos anormais: pH. Proteínas. Glicose. Corpos cetônicos. Sangue. Bilirrubina. Urobilinogênio. Nitrito. Leucócitos. Densidade. Ácido ascórbico. Tiras Reagentes: Procedimento. Recomendações: o Tempo de mergulho da fita. Tempo excessivo lavagem de reagentes da tira. o Urina em excesso na tira após a retirada. Passagem de substâncias químicas para região adjacente. o Boa iluminação para leitura. o Antes de utilizar temperatura ambiente. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 59 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA pH da Urina: Primeira urina da manhã 5,0 a 6,0. Outras urinas 4,5 a 8,0. Causas de alterações no pH urinário: o Distúrbios eletrolíticos sistêmicos. o Anormalidades na secreção e reabsorção de ácidos e bases pelos túbulos renais. o Dieta: Alimentos ricos em proteínas pH ácido. Vegetais e frutas pH alcalino. o Má conservação da amostra. Proteínas Parâmetro relacionado à doença renal. Proteinúria normal: o Proteínas de baixo PM, filtráveis no glomérulo: o Albumina em pequena quantidade, microglobulinasséricas e tubulares, proteína de Tamm-Horsfall, proteínas de secreções prostática, seminal e vaginal. 10mg/dL ou 150mg/24 horas. Causas de proteinúria: o Lesão da membrana glomerular. o Redução na reabsorção tubular das proteínas. o Aumento dos níveis séricos de proteínas de baixo PM. o Mieloma múltiplo proteína de Bence Jones o Nefropatia diabética. o Pré-eclâmpsia. o Proteinúria ortostática. Proteinúria benigna ou transitória: o Exposição ao frio. o Exercícios físicos vigorosos. o Febre alta. o Desidratação. o Ficar de pé por muito tempo proteinúria ortostática. Proteinúria ortostática o Ocorre quando se fica de pé por muito tempoe desaparece quando se deita. o Coleta de 2 amostras: Imediatamente após se levantar pela manhã. Após ficar de pé por várias horas. o Na proteinúria ortostática: a primeira amostra é negativa e a segunda é positiva. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 60 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Proteinúria: GLICOSE Glicosúria: Melhor amostra: 2ª urina da manhã. Situações em que há glicosúria: Diabetes mellitus hiperglicemia Limiar renal para a Glicose Lesões nos túbulos renais reabsorção tubular deficiente. Hiperglicemia não diabética: o Lesões do SNC. o Distúrbios da tireoide. Gravidez diabetes latente. Tiras reagentes: Reação cromogênica: Tempo de leitura: 30 segundos. Falso positivo: peróxidos, detergentes e exposição ao ar. Falso negativo: ácido ascórbico, aspirina e urinas resfriadas. Teste confirmatório: Reação de Benedict | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 61 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA CORPOS CETÔNICOS Razões clínicas para aumento do metabolismo de gorduras: Incapacidade de metabolizar carboidratos (DM). Aumento da perda de carboidratos por vômitos. Ingestão insuficiente de carboidratos. Carência alimentar e redução de peso. Febre. Exposição a frio intenso. Cetonúria: Indicador inicial da dosagem insuficiente de insulina no diabetes tipo I. Indica necessidade de regular a dosagem de insulina no tratamento. Testes para detecção da cetonúria: Fita reagente. Reagente de Rothera: Os corpos cetônicos, em meio alcalino, formam um complexo de cor roxa com o nitroprussiato de sódio. BILIRRUBINA Formação da bilirrubina: Presença de bilirrubina na urina: Sinal clínico de alterações da função hepática. Quando conjugada ao ácido glicurônico, é hidrossolúvel e pode ser encontrada na urina. Limiar renal para bilirrubina: 1,5mg/dL. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 62 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Urina com bilirrubina: Coloração amarelo intenso ou âmbar. Significado clínico: o Hepatites. o Colestases. o Cirrose. Detecção de bilirrubina na urina: Fitas reagentes: o Reação da bilirrubina com sal diazônio. o Tempo de leitura: 30 segundos. o Falso positivo: medicamentos que alteram a cor da urina. o Falso negativo: estocagem de urina, exposição à luz, ácido ascórbico e nitrito em alta concentração. Reagente de Fouchet. UROBILINOGÊNIO Urobilinogênio na urina: 1mg/dL. Aumento: Icterícias por bilirrubina indireta (anemia hemolítica). Diminuição: Icterícias por bilirrubina direta (colestases). Detecção de urobilinogênio na urina: Tira reagente: Leitura: 40 segundos. Falso positivo: medicamentos. Falso negativo: estocagem da urina, exposição à luz, ácido ascórbico e nitrito. SANGUE Hematúria: Avaliação do estado funcional dos rins e do TU. Indica hemorragia em qualquer região do sistema urinário. Pode ser detectada através de: o Hemácias íntegras. o Hemoglobina. o Mioglobina. Hemácias íntegras: Doenças ou disfunções renais, glomerulonefrites. Hipertensão maligna. Infecções. Tumores. Cálculos. Hemorragias diversas. Terapia com anticoagulantes. Exercício físico intenso. Hemoglobina: Destruição de hemácias por baixa densidade urinária ou pH alcalino. Hemólise intravascular. Reações transfusionais. Anemia hemolítica. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 63 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Hemoglobinúria paroxística noturna. Válvulas cardíacas artificiais. Hemólise nos rins ou no TUI. Detecção de sangue na urina: Tira reagente: o Tempo de leitura: 50 segundos. o Falso positivo: agentes oxidantes, contaminação menstrual. o Falso negativo: ácido ascórbico, urina com alta densidade, nitrito e tratamento com captopril. Reagente de Johanessenn. NITRITO Detecção de nitrito na urina: Tiras reagentes. o Tempo de leitura: 60 segundos. o Falso positivo: contaminação por bactérias provenientes da coleta, estocagem da amostra e medicamentos. o Falso negativo: coleta em menos de 4 horas após uma micção anterior, ácido ascórbico e pH ácido. LEUCÓCITOS Detecção de ITU. Às vezes, os leucócitos são lisados e destruídos na urina, não aparecendo na sedimentoscopia. A pesquisa química detecta a presença de leucócitos intactos ou lisados. Urina normal até 5 leucócitos por campo. Aumento de leucócitos: o Glomerulonefrite aguda. o Pielonefrite. o Litíase urinária. o Cistite. o Uretrite. o Tumores. Detecção de leucócitos no exame químico da urina: Tira reagente: o Tempo de leitura: 50 segundos. o Falso positivo: oxidantes fortes (formalina). | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 64 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA o Falso negativo: glicose, densidade alta, albumina, ácido ascórbico, medicamentos e corantes na urina. ÁCIDO ASCÓRBICO Interferente no exame químico da urina de: Glicose. Sangue. Bilirrubina. Urobilinogênio. Caso seja detectado na fita reagente, deve-se pedir uma nova amostra colhida pelo menos 10 horas após a última ingestão de Vitamina C. Detecção de ácido ascórbico no exame químico de urina: Fita reagente. A presença de ácido ascórbico leva a resultados falso negativo: o 5mg/dL: sangue. o 25mg/dL: nitrito, bilirrubina e urobilinogênio. o > 50mg/dL: glicose. EXAME SEDIMENTOSCÓPICO Objetivos: Observação, identificação e quantificação de elementos insolúveis presentes na urina. Colher informações sobre a integridade anatômica dos rins. Auxiliar no diagnóstico de patologias diversas. Avaliar o prognóstico de determinadas doenças. Constatar a cura. Padronização: Espécime urinário: jato médio da 1ª urina da manhã. Volume urinário: 12mL. Tempo de centrifugação: 5 minutos. Velocidade de cetrifugação: 1500rpm. Fator de concentração do sedimento: 1:20. HEMÁCIAS: Características: Discos bicôncavos, sem núcleo. Laranja-amarelado pálido ⇓ hemoglobina. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 65 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Alterações na morfologia das hemácias: Urina diluídas ou hipotônicas ⇒ maiores e redondas. Urinas concentradas ⇒ crenadas. Urinas alcalinas ⇒ hemólise (“fantasmas”). Lesão glomerular ⇒ hematúria renal ⇒ hemácias dismórficas. Valores de Referência: 0 a 2 hemácias por campo. Contagem: Contar 10 campos no aumento de 400x e tirar a média. Transcrição do resultado: Até 50/campo ⇒ número exato. Acima de 50/campo ⇒ numerosas. Campo tomado por hemácias ⇒ campos repletos. Significado clínico: Lesões ⇒ hemorragia no TU. Causas pré-renais: coagulopatias, uso de anticoagulantes, anemias hemolíticas. Causas renais glomerulares: glomerulonefrites, nefrite devido a lúpus e hematúria familiar benigna. Causas renais não glomerulares: infarto renal, tuberculose renal, pielonefrite, rim policístico, nefrite intersticial, tumores, abuso de AINES, etc. Causas pós-renais: cálculos, tumores no TU inferior, cistite, prostatite, epididimite, estenose da uretra, hipertrofia da próstata, endometriose, exercícios físicos intensos e obstrução do fluxo urinário. Hematúria + proteinúria + cilindros hemáticos + hemácias dismórficas ⇒ hemorragia de origem glomerular. Hematúria isolada ⇒ hemorragia do trato urogenital ou contaminação menstrual. LEUCÓCITOS Morfologia: Células arredondadas, maiores que hemácias, repletas de grânulos citoplasmáticose, às vezes, núcleos lobulados ⇒ predominância de PMN. Urina alcalina ⇒ lise. 2 a 3 horas após a coleta sem refrigeração ⇒ desintegração de 50%. Valores de referência: Até 5 por campo. Contagem: Contar 10 campos no aumento de 400x e tirar a média. Transcrição do resultado: Até 50/campo ⇒número exato. Acima de 50/campo ⇒ numerosas. Campo tomado ⇒ campos repletos. Aglomerados de leucócitos. Significado clínico: Piúria ⇒ infecção ou inflamação do TU. Infecção bacteriana. Doenças intrínsecas renais (glomerulonefrite, nefrite lupóide e tumores). Doenças do trato inferior ou genital. Piúria + cilindros leucocitários + proteinúria ⇒ ITU superior. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 66 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA Piúria + proteinúria leve ⇒ ITU inferior. CÉLULAS EPITELIAIS Tipos de células epiteliais renais: Escamosas. Transicionais. Renais. Descamação ou exfoliação ⇒ normal. TU inferior ⇒ comum devido presença de várias camadas de células. TU superior ⇒rara. Células epiteliais escamosas: Origem: uretra e vagina. Células grandes, retangulares ou arredondadas, com bordas onduladas e núcleo central, pequeno epicnótico. Células chaves ⇒ cobertas por Gardnerella vaginalis. Células do epitélio de transição: Origem: pelve renal, ureteres e bexiga. Células esféricas ou poliédricas, núcleo grande, redondo ou oval, distinto, central ou pouco excêntrico. Células caudadas ⇒ oriundas da bexiga ou pelve renal. Células do epitélio renal: Origem: néfron. Células arredondadas, poliédricas, um pouco alongadas ou ovoides, núcleo redondo, grande e citoplasma granuloso. Corpo graxo oval. Valores de referência: Presença de algumas células epiteliais: o Células escamosas ⇒ comum. o Células transicionais ⇒ presença de algumas. o Células renais ⇒ poucas. Contagem: Contar 10 campos no aumento de 400x e tirar a média. Transcrição do resultado: • Células não encontradas ⇒ausentes. • Até 3/campo ⇒raras. • De 4 a 10/campo ⇒ algumas. • Acima de 10/campo ⇒numerosas. Significado clínico: • Células “chave” ⇒ vaginose por Gardnerella vaginalis. • Acima de 15 células renais/campo ⇒ doença renal ativa. • Fragmentos de células renais ⇒ lesão renal com ruptura da membrana basal. • Corpo graxo oval ⇒ lipidúria (síndrome nefrótica, DM avançada e lúpus). | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 67 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA CILINDROS Conceito: • Formações cilíndricas moldadas à luz dos túbulos renais. • Indica doença intrínseca renal. Formação: Ocorre nos túbulos contorcidos distal e tubo coletor devido a maior concentração e acidez urinária local. Composição: • Proteína de Tamm-Horsfall ⇒ mucoproteína secretada pelas células tubulares. • A proteína se precipita no túbulo renal, aglutinando elementos presentes na luz tubular. Classificação: • Cilindros hialinos • Cilindros granulosos • Cilindros céreos • Cilindros gordurosos • Cilindros celulares: o Cilindros hemáticos. o Cilindros leucocitários. o Cilindros epiteliais. o Cilindros mistos CILINDROS HIALINOS • De 20 a 30 cilindros hialinos/campo: o Glomerulonefrite. o Pielonefrite. o Doença renal crônica. o Insuficiência cardíaca congestiva. CILINDROS HEMÁTICOS • Presença de hemácias aglutinadas na matriz proteica • São refringentes, de cor amarela ou marrom. • Significado: o Indica hemorragia no interior do néfron. o Glomerulonefrite. CILINDROS LEUCOCITÁRIOS • Presença de leucócitos aprisionados e aglutinados na matriz proteica • Refringentes, células com granulações. • Significado: o Inflamações do TU. o Infecções no interstício renal ⇒ pielonefrite. o Glomerulonefrite. CILINDROS EPITELIAIS • Presença de células epiteliais dos túbulos renais aglutinados na matriz proteica • Significado: o Raramente encontrados. o Descamação exacerbada do epitélio renal ⇒ doença renal grave: Pielonefrite, glomerulonefrite, exposição a substâncias nefrotóxicas e em infecções virais. | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 68 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA CILINDROS MISTOS • Apresentam mais de um tipo de elemento celular aglutinado na matriz proteica. • Significado: o Quando encontrado, deve ser classificado pelo elemento presente em maior quantidade. CILINDROS GRANULOSOS • Desintegração de elementos celulares • Formação de granulações • Significado o Estase urinária. o Pode ser: granuloso grosso ou granuloso fino. Cilindro granuloso fino ⇒ estase urinária prolongada. Degeneração do cilindro granuloso CILINDROS CÉREOS • Formados pela degeneração dos elementos granulares presentes no interior dos cilindros granulosos. • Refringentes, largos, com fissuras ou quebraduras devido à sua rígida estrutura. • Significado: o Cilindros de pior prognóstico ⇒ “cilindro da insuficiência renal”. o Nunca encontrado em situações normais. o Estase renal grave: Doença renal crônica, amiloidose renal e raramente na doença renal aguda CILINDROS GORDUROSOS • Formados por uma matriz proteica repleta de gorduras ou de corpos graxos ovais. • Bastante refringentes ⇒ gotículas de gordura. • Significado: o Síndrome nefrótica. o Diabetes mellitus com nefropatia. o Intoxicação por mercúrio. CILINDROS Valor de referência: 0 a 2 cilindros hialinos por campo em100x. Contagem: Contar 10 campos em 100x, identificando cada tipo de cilindro em 400x e tirar a média. Transcrição do resultado: Registrar o tipo e o número/campo no aumento de100x. CRISTAIS • Formados pela precipitação de sais presentes na urina. • Determinantes da presença de cristais na urina: o Alteração na solubilidade de sais devido a variações de pH, temperatura e concentração urinária. o Alterações patológicas ou metabólicas. o Causas iatrogênicas. Tipos de cristais normais: • Cristais de urina ácida: o Urato amorfo. o Ácido úrico. o Oxalato de cálcio | GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 69 RESUMO PATOLOGIA CLÍNICA • Cristais de urinas alcalinas: o Fosfato amorfo. o Fosfato triplo. o Biurato de amônio. o Fosfato de cálcio. o Carbonato de cálcio. CRISTAIS DE ÁCIDO ÚRICO Significado: • Podem aparecer quando há armazenamento da urina. • Associado a Hiperuricemia ⇒ Gota. • Leucemias e linfomas ⇒ catabolismo de ácidos nucléicos. • Febre ⇒ catabolismo de purinas. • São solubilizados com aquecimento da urina ou em NaOH 10%. CRISTAIS DE OXALATO DE CÁLCIO • Forma dihidratada: octaedro ou envelope. • Forma monohidratada: semelhante a hemácias. • Significado: o Sem sintomas associados ⇒ não tem significado clínico. o Litíase urinária ⇒ 75% dos cálculos são desse tipo. o Alimentação ⇒ espinafre, laranja, leite, chocolate e vitamina C. CRISTAIS DE FOSFATO AMORFO • Material amorfo na urina alcalina. • Grânulos amorfos e incolores confundidos com bactérias. • Insolúveis quando aquecidos até 60°C. • Solúveis em ácido acético. CRISTAIS DE FOSFATO TRIPLO • Cristal grande, incolor e com muita refringência. • Forma de um prisma de 6 ou 4 lados ⇒ “tampa de caixão”. • Não apresenta significado clínico. • Solúvel em ácido acético. CRISTAIS DE BIURATO DE AMÔNIO • Esferas com estriações radiais e espículas, com coloração característica marrom. • Presente em urina guardada. • Solúvel após aquecimento a 60°C. • Misturado com ácido acético, transforma-se em ácido úrico. CRISTAIS Tipos de cristais anormais: • Cristais de origem metabólica: o Cistina. – Tirosina. o Leucina. o Colesterol. o Bilirrubina.
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