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Plano
de Aula: TEORIA
DA CONSTITUIÇÃO: HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
DIREITO
CONSTITUCIONAL I    SEMANA
3    TEORIA DA CONSTITUIÇÃO:
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Tema
  
	
 TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: HERMENÊUTICA
 CONSTITUCIONAL
 
Objetivos
 
Compreender categorias e conceitos fundamentais ao
fenômeno jurídico-político;
Interpretar as normas
constitucionais;
Aplicar o raciocínio jurídico-político, de
argumentação, de persuasão e de reflexão crítica, elementos essenciais à
construção do perfil do profissional do Direito.
Estrutura do Conteúdo
 
1. Interpretação da norma constitucional
1.1. Interpretação e hermenêutica
2. Métodos clássicos
2.1. Gramatical
2.2. Lógico
2.3. Sistemático
2.4. Histórico-evolutivo
3. Princípios ou métodos condicionantes da
interpretação constitucional
3.1. Unidade
3.2. Concordância Prática
3.3. Efeito Integrador
3.4. Correção Funcional
3.5. Interpretação Conforme a Constituição
3.6. Coloquialidade
3.7. Máxima Efetividade
3.8. Proporcionalidade
Princípios de Interpretação Constitucional
Importante ressaltar no aspecto das normas
constitucionais os princípios de interpretação das normas apontados pelos
teóricos dos Direito Constitucional.
1)   
Princípio da unidade – ao interpretar a Constituição devemos levar em
conta que ela é um todo coerente e coeso, devendo o intérprete procurar
harmonizar todas as suas normas de forma a não estabelecer contradições;
2)   
Princípio da supremacia constitucional -   o intérprete deve
levar em conta que a Constituição está no topo do ordenamento jurídico e é o
fundamento de validade de todas as outras normas, sendo assim nenhuma lei pode
contrariá-la, formal ou materialmente, sob pena de ser considerada
inconstitucional;
3)   
Princípio da máxima efetividade – a Constituição não estabelece normas
supérfluas,  todo intérprete deve buscar o máximo dos efeitos da
Constituição;
4)   
Princípio da harmonização – uma vez que todas as normas constitucionais
estão no mesmo patamar hierárquico e devem ter máxima efetividade, ao
interpretar a Constituição devemos buscar harmonizar antinomias aparentes de
forma proporcional;
5)   
Princípio do efeito integrador – a Constituição deve ser interpretada de
forma a estabelecer critérios e soluções que reforcem o seu papel de principal
norma nas relações sociais;
6)   
Princípio da força normativa da Constituição – a Constituição deve ser
interpretada da maneira mais efetiva e atual possível quando diante de um caso
concreto, ou seja, a norma quando aplicada deve solucionar o problema real;
7)   
Princípio do conteúdo implícito – o interprete deve atentar que a
Constituição estabelece comandos que não estão expressos explicitamente em seu
texto, mas sim na coerência interna de seus objetivos e fundamentos;
8)   
Princípio da conformidade funcional – o intérprete não pode contrariar a
distribuição explícita da repartição de funções estatais estabelecidas pelo
Constituinte;
9)   
Princípio da imperatividade das normas
constitucionais – uma vez que todas as normas constitucionais emanam da
vontade popular e são normas cogentes ou imperativas, o intérprete deve sempre
lhes dar a maior extensão possível;
 
 
10) Princípio
da simetria – princípio de interpretação federativo que busca adequar entre
os entes os institutos da Constituição Federal às Constituições e institutos
jurídicos dos Estados-Membros. Por exemplo, cabe ao Presidente da República a
iniciativa de leis para o aumento do efetivo das forças armadas, caberá por simetria ao Governador os projetos de lei para
aumento do efetivo da Polícia Militar, por exemplo: art. 61 da CRFB/88;
11)
Princípio da presunção de constitucionalidade das normas infraconstitucionais – o
intérprete deve dar às normas hierarquicamente inferiores à Constituição uma
interpretação que as coadune com a Lei Maior, visto que foram fruto de um
processo legislativo que, em tese, procurou adequá-las aos comandos
constitucionais.
Aplicação Prática Teórica
C 
Caso 1- Tema: Interpretação
Constitucional
Ronaldo, militar do exército, estava
matriculado no Curso de Direito numa Universidade Particular de Pernambuco,
quando foi transferido ex officio da Unidade
sediada em Boa Viagem para a Unidade localizada no Município do Rio de
Janeiro.      
Por conta do seu deslocamento e da
necessidade de dar continuidade aos estudos na Cidade do Rio de Janeiro, o
militar solicitou à Sub-reitoria de Graduação da
UERJ, transferência do curso de Direito da referida Universidade Particular
para o mesmo curso na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com base na Lei
n° 9.536/97.
O pedido do militar foi indeferido pela
Sub-reitora da UERJ, com fulcro no ato normativo interno desta Universidade
(Deliberação n° 28/2000), o qual regula esta matéria, uma vez que a
Universidade de origem do militar era uma instituição de ensino superior
particular.
O militar impetra mandado de segurança
alegando, em sua defesa, os seguintes argumentos:
I - que o seu direito está amparado
pelo parágrafo único do artigo 49 da Lei Federal n° 9536/97 – dispositivo este
que regulamenta o parágrafo único da Lei Federal n° 9.394/96 (estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional);
II - que a norma restritiva do art. 99
da Lei 8.112/90 (entidades congêneres) não se aplica aos militares;
III - que o ato normativo n° 28/2000,
no qual o sub-reitor se baseou para indeferir o pedido de transferência, “tem
vício de ilegalidade a negativa de matrícula”, pois contraria o conteúdo da Lei
nº 9536/97, uma vez que a Lei federal não exige o caráter congênere entre
instituições de ensino;
Diante da situação acima descrita,
questiona-se: qual a interpretação constitucional mais adequada para a solução
deste conflito?
Caso 2- Tema: Princípio da
razoabilidade
O Estado do Tocantins publicou edital
no Diário Oficial do Estado de concurso público para o preenchimento de vagas
para o cargo de policial. Uma das provas é a realização de testes físicos e um
dos testes exige que os candidatos façam a seguinte atividade: “Flexões
abdominais: consiste em o candidato executar exercícios abdominais, por flexão
de braços, deitado em decúbito ventral, em um maior número de repetições dentro
de suas possibilidade, no período de um minuto, obedecendo
à tabela de pontuação abaixo: ...”
Em função da redação incoerente do
texto desse teste, o Estado publicou uma errata do edital no mesmo órgão
oficial de imprensa, duas semanas antes de iniciarem as provas, com a seguinte
redação: “Flexões abdominais: consiste em o candidato executar exercícios
abdominais, por flexão de tronco, em decúbito dorsal em um maior número de
repetições tocando os cotovelos nos joelhos ou coxas, no período de um minuto.”
Como os candidatos já haviam se
inscrito na prova no momento da percepção do equívoco da referida redação,
muitos deles se consideraram surpreendidos, no dia da realização desse teste
físico, pois não tomaram conhecimento da errata do edital.
Alguns desses, que não conseguiram
passar na prova de esforço físico, ingressaram com mandado de segurança com a
alegação de que esse teste deve ser desconsiderado como critério de aprovação,
pois foi incluído após as inscrições, apenas duas semanas antes do começo das
provas e porque não foi publicado num jornal de grande circulação para que
todos tivessem a chance de tomar conhecimento da modificação. Assim, alegam que
houve ofensa ao princípio da razoabilidade.
A quem assiste razão no caso? Dê os
fundamentos jurídicos cabíveis (fundamentos normativos, jurisprudenciais e
doutrinários).

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