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Plano
de Aula: TEORIA
GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS E DOS DIREITOS HUMANOS
DIREITO
CONSTITUCIONAL I    SEMANA   5     TEORIA GERAL DOS DIREITOS
FUNDAMENTAIS E DOS DIREITOS HUMANOS
Tema
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS E DOS
DIREITOS HUMANOS
Objetivos
 
Compreender o processo histórico de reconhecimento,
evolução e sedimentação dos direitos fundamentais inerente à pessoa;
Analisar as características dos direitos
fundamentais.
Estrutura do Conteúdo
1. Direitos Fundamentais e Direitos Humanos
2. Processo histórico
3. Gerações dos Direitos Fundamentais
4. Características dos Direitos Fundamentais
5. Eficácia dos Direitos Fundamentais
6. Choque entre Direitos Fundamentais
 
Conceito de Direitos Fundamentais
Segundo José Afonso da Silva “os direitos
fundamentais é expressão que designa em nível do direito constitucional
positivo, àquelas prerrogativas e instituições que ele concretiza em garantias
de uma convivência digna, livre e igual de todas as pessoas. No qualificativo
fundamental acha-se a indicação de que se trata de situações jurídicas sem as
quais a pessoa humana não se realiza, não convive, e às vezes nem sobrevive;
fundamentais do homem, no sentido de que a todos, por igual devem ser, não
apenas formalmente reconhecidos, concreta e materialmente efetivados”. 
O constituinte organizou os direitos fundamentais
da seguinte forma:
1)      
direitos individuais, também conhecidos como liberdades públicas,
direitos negativos, liberais ou de 1a geração (art. 5o da CRFB/88) -  são
direitos que apresentam como principais características terem os indivíduos como
titulares e controlar os abusos de poder estatais;
2)      
direitos coletivos e difusos (ou de 3a geração) – os
primeiros caracterizam-se por serem direitos de um grupamento humano com
interesses homogêneos, por exemplo o pleito dos sindicatos. Já os difusos são
direitos que pertencem a todos, ou seja, não somos capazes de identificar quem
são o seus titulares, como por exemplo o meio
ambiente;
3)      
direitos da nacionalidade – caracteriza-se como vínculo
jurídico-político de uma pessoa com o Estado que nos permite dizer que esta
pessoa faz parte do povo deste Estado. Ela pode ser de dois tipos: originária,
que chamamos de natos, que no Brasil pode ser adquirida pelo critério
misto, ou seja, pelo nascimento em nosso território (ius
soli) ou pela consanguinidade
(ius sangunis)
de pai ou mãe brasileiros ou; derivada, que se
adquire com um pedido ao governo brasileiro atendendo aos requisitos de se for
originário de país de língua portuguesa: ter visto (autorização de permanência
regular no Estado Brasileiro) de permanência, residência ininterrupta por um
ano e idoneidade moral e, se originário de outro país: visto de permanência,
quinze anos de residência ininterrupta e nenhuma condenação penal. (art. 12 da
CRFB/88);
4)      
direitos políticos – segundo Pedro Lenza
“direitos políticos nada mais são do que instrumentos através dos quais a
Constituição Federal garante o exercício da soberania popular atribuindo
poderes aos cidadãos para interferirem na condução da coisa pública, seja
direta ou indiretamente”. Esses direitos são basicamente exercidos pelo
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto. O sufrágio (capacidade
eleitoral ativa) determina o direito de eleger e ser eleito (capacidade
eleitoral passiva). O voto é um direito público subjetivo que tem como
características ser personalíssimo, sigiloso, obrigatório, livre, periódico e
igual. Apenas para não confundir, vale lembrar que escrutínio significa a
maneira pela qual se vota e que a legislação infraconstitucional referente aos
direitos políticos é a Lei 4737/65;
 
 
5)      
direitos sociais – são direitos sociais ou de 2a geração, se
caracterizam por terem como titulares grupos específicos de pessoas como por
exemplo crianças, mulheres, trabalhadores etc. Exigem do Estado um fazer, um animus
de proteção efetiva na persecução desses direitos a fim de amenizarem as
desigualdades sociais.
Importante ressaltar que como já entendeu o STF o
rol dos direitos fundamentais (que são cláusulas pétreas – art. 60, §4o ,inciso IV da CRFB/88) é meramente exemplificativo, visto
que podemos depreender novos direitos implicitamente como também pela
incorporação de tratados internacionais de direitos humanos (art. 5o §§ 2o e 3o
da CRFB/88).
A doutrina aponta sete características para os
direitos fundamentais, são elas:
a)    universalidade
– eles se destinam a todos os seres humanos;
b)    imprescritibilidade
– esses direitos não se perdem pelo decurso do tempo;
c)    inalienabilidade
– esses direitos não podem ser transferidos;
d)    irrenunciabilidade – esses direitos não podem ser
renunciados;
e)    concorrência
– possibilidade de acumular os direitos fundamentais;
f)    
relatividade – estes direitos não são absolutos, pois podem entrar em
conflito com outros direitos fundamentais e;
g)    historicidade
– eles são direitos conquistados por revoluções políticas e tecnológicas no
decorrer da história no mundo ocidental.
Aplicação Prática Teórica
Caso 1 -  A União
Brasileira de Artesãos, sociedade civil sem fins lucrativos, por decisão de sua
diretoria determinou a exclusão de alguns de seus sócios sem garantia da ampla
defesa e do contraditório. Entendendo que os direitos fundamentais assegurados
pela Constituição não vinculam somente os poderes públicos, estando também
direcionados à proteção dos particulares nas relações privadas, tais sócios
buscam tutela jurisdicional no sentido de invalidar a referida decisão. Diante
do que dispõe o art. 5º, XIX, CRFB, poderia o Poder Judiciário invalidar a
decisão da diretoria da entidade?      
Caso 2 – A ABRATI – Associação
Brasileira das Empresas de Transporte Rodoviário Intermunicipal, Interestadual
e Internacional de Passageiros - ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade
no Supremo Tribunal Federal onde pedia a declaração de inconstitucionalidade da
Lei 8.899/1994.
Tal norma assegura o direito ao passe livre às
pessoas portadoras de deficiência, desde que comprovadamente carentes, no
sistema de transporte coletivo interestadual.
Segundo a ABRATI, a norma viola os seguintes
dispositivos constitucionais: art. 1ª, IV; art. 5º, XXII; art. 170, II e art.
195, § 5º. Alega, em síntese, violação do direito de propriedade e da livre
iniciativa, direitos fundamentais que devem ser protegidos pelo Supremo
Tribunal Federal.
Em parecer, o Procurador-Geral da República manifestou-se
pela improcedência da ação, uma vez que a Constituição consagra como Direito
Fundamental a proibição de discriminação e a norma em xeque procura realizar a efetiva inclusão social dos deficientes físicos
com carências econômicas, razão pela qual, numa ponderação entre os direitos em
conflitos estes deveriam prevalecer em detrimento do direito à propriedade.
Analise o conflito acima, assinalando se a Lei
8.899/1994 deve realmente ser declarada inconstitucional. Para a solução deste
caso procure utilizar a técnica da ponderação de interesses.

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