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Resumo Semiologia Pediátrica (AS3)

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GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
1 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
SISTEMA RESPIRATÓRIO 
Aumenta-se a quantidade de alvéolos 
conforme o passar dos anos, até cerca de 8 anos 
de idade  Remodelamento pulmonar. 
Nas crianças as vias condutoras são 
maiores do que as unidades respiratórias. Como o 
que conduz é que faz barulho e a caixa torácica é 
mais fina, o som vesicular é mais rude, de 
tonalidade mais alta na criança sendo mais fácil 
de ouvir. 
 
Observações: 
 Respiração 
com odor fétido  
processo crônico. 
 Halitose  pode indicar infecções na cavidade nasal ou na 
cavidade oral. 
INSPEÇÃO 
Não deve ser apenas do tórax; é importante avaliar o tamanho da cicatriz da BCG, presença de 
obstrução e secreção nasal, se há edema periorbitário, voz anasalada, desvio de septo, 
prurido nasal, eczema atópico, linhas transversas na parte superior do nariz ou abaixo dos 
olhos, se os cornetos estão hipertrofiados, pálidos ou hiperemiados, e a presença de pólipos 
nasais; se as amigdalas estão aumentadas, hiperemiadas, com exsudato; se o palato é em 
ogiva; existência de hipertrofia na parede posterior da orofaringe; se a criança possui unhas 
em vidro de relógio, palidez e cianose. 
Forma do tórax 
 As deformações em crianças são frequentes: devido à flexibilidade. Essa flexibilidade é 
ainda maior em prematuros e raquíticos. 
 Crianças prematuras, que permanecem deitadas muito tempo, podem apresentar 
assimetria cefálica e torácica  Reversão com a mudança de decúbito. 
 Tórax infundibular: depressão esternal  comum em crianças com hipertrofia 
adenoideana. Normalmente não tem repercussões sérias. 
 Tórax em quilha = peito de pomba: proeminência anterior do esterno  pode ser 
sem significado clínico, mas pode acompanhar algumas cardiopatias e doença de 
Moquio ou mesmo estar associado ao raquitismo. 
 Rosário costal: nódulos proeminentes no ponto de união costocondral. Muito 
comum também no raquitismo, escorbuto e desnutrição proteico-calórico. 
 Sulco de Harrison = Cintura diafragmática. 
o Raquitismo. 
o Melhor visualizado na inspiração. 
 A simetria dos movimentos respiratórios deve ser avaliada, já que alterações dessa 
pode ser sinal de muitas patologias que afetam pulmões, pleura, parede torácica ou 
Aumento 
do 
volume 
pulmonar
Redução 
na 
pressão 
nos 
pulmões
Ar é 
inspirado
Redução 
do 
volume 
pulmonar
Aumento 
da 
pressão 
nos 
pulmões
Ar é 
expirado
 
 
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2 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
diafragma. Atelectasia, fibrose pulmonar, derrame pleural, pneumotórax, 
cifoescoliose e hérnia diafragmática  Movimentos respiratórios assimétricos. 
 RN  Tórax arredondado: diâmetros anteroposterior e transversal são praticamente 
iguais. 
 Final do 1º ano  Tórax achatado na frente e atrás: diâmetro anteroposterior menor 
que o diâmetro transversal. 
 7 anos  Conformação torácica semelhante à do adulto. 
Perímetro Torácico 
 Medida da circunferência torácica: fita métrica, passando pelos mamilos, após 
inspiração e expiração. O registro é do valor médio. 
 Reflete o crescimento da criança e permite acompanhar a evolução de doenças 
pulmonares. 
 Crianças que vivem em grandes altitudes: maior dimensão torácica em relação à 
estatura, quando comparadas com crianças que vivem ao nível do mar. 
Padrão Respiratório 
 Na 1ª infância o padrão respiratório é abdominal. 
o Parede anterior do abdome eleva (inspiração) e deprime (expiração). 
o Maior dependência do diafragma. 
o Costelas horizontalizadas  Tórax se expande pouco. 
 Dos 3 aos 7 anos o padrão respiratório é toracoabdominal. 
o No início do 3º ano de vida já se observa uma transição para um padrão 
respiratório mais torácico. Mas os componentes toracoabdominais persistem 
até os 7 anos de vida. 
 Após os 7 anos o padrão respiratório é torácico. 
o Como no adulto. 
o No sexo masculino a adoção do padrão torácico pode ocorrer um pouco antes. 
 Respiração paradoxal: O tórax se retrai na inspiração e se expande durante a 
expiração. 
Ritmo Respiratório 
 Pausas respiratórias menores que 10 segundos podem estar presentes até os 3 
meses de idade. 
o Padrão periódico, assim denominado se as pausas ocorrerem em grupos de 3 
ou mais, com intervalos de pelo menos 20s. 
 Sem bradicardia. 
 Não é normal após os seis meses. 
 No prematuro  Frequente após os primeiros dias de vida. 
 Crianças a termo  Frequente da 1ª semana de vida até os 2 meses. 
 Apneia 
o Duração superior a 20s em geral é patológica. 
 OBS: O livro fala “duração maior que 15s”. 
o Pode vir acompanhada de bradicardia (FC < 100 bpm) e cianose. 
o Não é normal, pode ser pneumonia. 
 Síndrome da apneia do sono 
o Observada na criança com obstrução respiratória alta. 
 
 
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3 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
o Criança sonolenta durante o dia. 
o Apneia acompanhada de hipoxemia e hipercapnia (aumento da pCO2 
transitória)  Vasoconstrição reflexa da circulação pulmonar  Hipertensão 
pulmonar. 
 Pais de crianças com SRO devem ser aconselhados a observar pausas respiratórias 
noturnas. 
Esforço Respiratório 
 Elastância = Capacidade de se opor a deformação ou ao estiramento. 
 Complacência = Capacidade de distensibilidade da caixa torácica e pulmões. 
 Resistência = pressão necessária para gerar fluxo de gás através das vias aéreas. 
o 𝑅 =
1
𝑟4
 . Se a luz da via aérea (raior) diminui pela metade, a resistência (R) 
aumentará 16 vezes. 
 Sinais clínicos: 
o Retração da parede torácica. 
o Uso da musculatura acessória. 
o Batimento de aletas nasais/protuberância de aletas nasais. 
 Muito presente quando a inspiração é anormalmente curta. 
 Muito presente em crianças com pneumonia. 
o Ortopneia (dispneia de quem está deitado). 
o Movimentos respiratórios paroxísticos. 
 Pontos de obstrução na árvore brônquica e respectiva repercussão clínica: 
o Obstrução da via aérea em segmento extratorácico - fase inspiratória. 
 Colapso da via extratorácica logo abaixo da obstrução. 
 Prolonga a fase da inspiração e provoca um estridor inspiratório. 
o Obstrução da via aérea em segmento extratorácico – fase expiratória. 
 Distensão da árvore brônquica logo abaixo da obstrução. 
 Respiração paradoxal. 
o Obstrução da via aérea em segmento intratorácico-extrapulmonar e 
intrapulmonar – fase inspiratória. 
o Obstrução da via aérea em segmento intratorácico-extrapulmonar e 
intrapulmonar – fase expiratória. 
 Colapso da região acima da obstrução. 
 Dificuldade de expiração  prolongamento da expiração e sibilos 
expiratórios. 
o Obstruções da via aérea intrapulmonar até regiões mais centrais. 
Em resumo: 
 Dispneia inspiratória  Acometimento de VAS (via aérea superior)  
tiragens altas e tempo inspiratório prolongado. 
 Dispneia expiratória  Agressão de VIT (via intratorácica)  tiragens 
intercostais e aumento do tempo expiratório. 
 
 
 
 
 
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4 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
Boletim de Silverman-Anderson  1 é bom e 10 é ruim, é ao contrário do Apgar. 
 
 
Frequência Respiratória (FR): 
 Valores normais: São maiores ao nascimento e 
diminuem com o tempo, mostrando grande variação nos 
2 primeiros anos de vida. 
o NEONATO: 35 a 40 irpm. 
 Possuem um trabalho respiratório 
menor. 
o CRIANÇAS E ADULTOS: 14 a 16 irpm. 
 Taquipneia: FR anormalmente alta. 
o Patologia pleuropulmonar, acidose metabólica, febre, anemia, atividade física, 
intoxicação por salicilatos, ansiedade, hiperventilação psicogênica. 
o Asma. 
 Bradipneia:redução anormal da FR. 
o Alcalose metabólica e depressão do SNC. 
Fluxo expiratório máximo 
 PFE: Pico de fluxo expiratório. 
o Permite quantificar a intensidade da obstrução brônquica aguda (ex: asma 
aguda) e assim avaliar a gravidade do quadro. 
o Deve fazer parte da consulta médica do paciente portador de hiper-
reatividade brônquica. 
o Aparelho é de baixo custo. 
o Necessita da colaboração do paciente  Pede-se o paciente para expirar forte 
e rápido. Faz-se isso 3 vezes, considera a maior medida obtida. Paciente não 
pode tossir. 
o Reservado apenas para maiores de 5 anos. 
o O resultado do PFE classifica o episódio como: 
 Grave: < 60% 
 < 25% no pré-tratamento  hospitalização. 
 
 
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5 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 = 40% no pós-tratamento  hospitalização. 
 Moderado: 60% a 80%  já pode mandar o paciente para casa. 
 Leve: > 80%. 
o Permite quantificar a resposta à broncodilatadores. 
o Aumento no valor do PFE de 60L/min ou de pelo menos 20% após 
broncodilatador é sugestivo de asma. Outra forma de avaliar isso é se a mãe 
disser que leva a criança ao hospital para fazer nebulização, a criança melhora 
muito, só que logo depois começa a chiar novamente. 
Infecções Respiratórias Agudas (IRA): 
 Uma das principais causas de óbito no mundo. 
 Acomete principalmente crianças menores de 5 anos. 
 Particularmente graves em crianças menores de 1 ano. 
 Principal etiologia é viral. 
 Curso benigno e autolimitado. 
 
PALPAÇÃO 
 Sempre aquecer as mãos antes. 
 Acúmulo de secreção nas vias altas é percebido pela palpação do tórax. 
 FTV: são mais sentidos pela palma das mãos. 
o Diminuído ou ausente: se houver acúmulo significativo de ar ou fluido no 
espaço pleural (pneumotórax ou derrame pleural), na hiperinsuflação 
pulmonar e atelectasia maciça. 
o Aumentado: consolidação da pneumonia. 
 Avaliar a simetria da expansibilidade do tórax. 
PERCUSSÃO 
 Realizada do ápice para a base; nas faces anterior, lateral e posterior. 
 Som claro pulmonar  relação normal entre ar e tecido. 
 Hipersonoridade  aumento de ar. 
o Pneumotórax, enfisema, cistos, hérnia diafragmática, abcessos. 
 Macicez: relação ar e tecido está reduzida. 
 
 
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6 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
o Pneumonia, derrame pleural, colapso pulmonar, edema pulmonar. 
 A descida dos limites inferiores pulmonares  hiperinsuflação  asma e bronquiolite. 
 Métodos: 
o Digitodigital. 
o Percussão direta: mais usada em RN. 
AUSCULTA 
 Criança em posição supina na mesa de exame ou no colo dos pais. 
 Importante não ter rotação do tórax. 
 Estetoscópio deve ser aquecido. 
 Pedir o paciente que realize inspirações lentas e profundas. 
 Auscultar comparando regiões simétricas nos dois hemitórax. 
 No indivíduo normal, independentemente da idade os sons do ápice são mais altos 
do que os das bases. 
Sons respiratórios: 
 Normais (Fisiológicos) 
o Bronquial: audível na traqueia, mais alto na expiração. 
 Se encontrado em outra região é patológico, indicará consolidação. 
o Broncovesicular: mais alto e mais turbulento, mesma intensidade na 
inspiração que na expiração, mais audível nos ápices. 
o Vesicular: corresponde ao movimento do ar nas vias mais distais, é de baixa 
frequência, maior intensidade e duração na inspiração. 
o Sons quando estão diminuídos significa que houve uma redução do fluxo 
aéreo  Atelectasia e DPOC. 
 Patológicos (Adventícios) 
o Sibilos: sons musicais, contínuos, provocados por oscilações nas paredes 
aéreas estreitadas  presente na asma. 
o Crepitações: sons não musicais, descontínuos, decorrentes do movimento de 
ar através de secreções. 
 Finas: semelhantes ao ruído de um velcro. Ocorrem ao final da 
inspiração  doenças restritivas e IC. 
 Grosseiras: indicam presença de fluido nas grandes vias aéreas e são 
frequentes nas doenças respiratórias crônicas. 
o Atrito pleural: presente em casos de acometimento de pleura, causam 
vibração, audível na inspiração e na expiração. 
o Estridor: som musical causado por oscilações de vias aéreas extratorácicas 
estreitadas e ocorre durante a inspiração. 
o Gemido: som expiratório, baixa tonalidade e qualidade musical, produzido 
por adução das cordas vocais  DMH, pneumonias extensas. 
IMPORTANTE: 
 
 
 
 
 
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7 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
Obs.: Pneumotórax tem taquipneia. 
EXAMES DE IMAGEM: 
Radiografia de tórax: 
 PA (posteroanterior) > 7 anos. 
 AP (anteroposterior) < 7 anos e acamados. 
 Perfil: indicado apenas para localização topográfica de uma lesão, análise de 
linfonodos mediastinais e grau de hiperinsuflação pulmonar. 
 Analisar: 
o Posicionamento: simetria das clavículas e escápulas, projeção 
simétrica das bordas anteriores das costelas. 
o Grau de inspiração: cúpulas diafragmáticas devem projetar sobre o 
arco anterior da 6ª costela na criança e no adolescente. Já no 
lactente essas devem projetar sobre o 5º arco. 
o Localização da traqueia: todo desvio para a esquerda, ou da sua parte 
mediana, é patológico. 
o TIMO: visível desde o nascimento, diminui no 2º ano de vida e 
desaparece após o 3º ano. 
US: Utilizado para doenças pleurais, lesões mediastinais ou muito próximas ao diafragma. 
TC: Realizada em caso de necessidade de estudos mais detalhados do parênquima, da pleura e 
do mediastino. Em crianças as indicações mais importantes são: avaliação de nódulos 
pulmonares e massas torácicas, lesões localizadas em áreas de difícil avaliação, vias aéreas 
centrais e a definição de anatomia vascular. 
Cintilografia: Indicação principal: avaliar perfusão pulmonar. A ventilatória auxilia na avaliação 
das vias aéreas e bronquiectasias. 
RM: Principal indicação: massas do mediastino posterior e parede torácica. 
PELE 
A abordagem do paciente dermatológico, assim como em qualquer outra especialidade, 
fundamenta-se em uma anamnese minuciosa e um exame físico meticuloso. É na dermatologia 
que a perícia e a destreza do examinador desempenham o mais crucial papel para um 
diagnóstico preciso. 
O exame físico deve ser conduzido em ambiente claro e bem iluminado, de preferência com 
luz natural. Toda a superfície cutânea deve ser examinada, inclusive mucosas, pelos e unhas. O 
uso de lente de aumento pode facilitar a detecção de aspectos morfológicos relevantes. 
LESÕES ELEMENTARES 
Representam padrão de reação cutânea às agressões a que a pele é submetida. São 
elementos essenciais cuja identificação constitui o requisito obrigatório para diagnóstico 
correto e condutas propedêutica e terapêutica adequadas. 
Lesões Primárias 
Alterações da Cor 
 
 
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8 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
Genericamente denominadas manchas ou máculas e, por definição, devem ser planas. 
Representam alterações dos dois componentes básicos da cor da pele – o pigmento 
melânico (manchas pigmentares) e o conteúdo sanguíneo (manchas vasculossanguíneas) – 
ou ainda devidas à deposição de pigmentos endógenos (bilirrubina, ferro) ou exógenos 
(tatuagem, nitrato de prata): 
 ERITEMA: Manchas avermelhadas que acontecem por vasodilatação ou aumento da 
perfusão dos capilares e das arteríolas da derme superficial, contém sangue rico em 
oxi-hemoglobina e desaparece com digitopressão (pressão exercida pelo dedo) e 
vitropressão (pressão exercida pela lâmina de vidro). Tratamento: corticóide tópico. 
 
 CIANOSE: fenômeno semelhante ao eritema, porém acomete o plexo venoso da 
derme média e profunda, rico em hemoglobina reduzida, o que confere a cor azuladaà lesão. 
 EXANTEMA: Eritema generalizado, em geral agudo e efêmero. É comum 
que sejam adjetivados conforme a doença com a qual se assemelham 
(rubeoliforme da rubéola, morbiliforme, quando similar ao sarampo). Com 
certa frequência, exantemas são também qualificados como papulosos ou 
maculopapulosos, termos semiologicamente incorretos. Sejam eles 
máculas ou manchas, os exantemas devem ser necessariamente planos e, 
portanto, não podem conter elementos sólidos e elevados como as 
pápulas. 
 ENANTEMA: eritema da mucosa, normalmente é encontrado dentro da 
boca. Ex: Koplik: são pequenos pontos brancos da mucosa oral, 
antecedendo o exantema do Sarampo. 
 LIVIDEZ: branqueamento da pele decorrente do menor 
aporte de sangue. 
 PÚRPURA: provocada pelo extravasamento dos glóbulos 
vermelhos da derme, apresenta digitopressão e 
vitropressão negativo (não desaparece e volta). Pode ser 
subdividido em  petéquias: púrpura puntiforme, 
equimose: de maiores dimensões em lençol (lembrar 
que a equimose é diferente do hematoma, que é 
elevado), víbice: púrpura linear. Com evolução, sofre 
 
 
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9 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
alteração da cor, decorrente da degradação do pigmento, assumindo tonalidade 
amarela-esverdeada. 
 
 MANCHA VASCULAR: resultante do aumento do número dos vasos resultante de 
alterações neoplásicas das células endoteliais (mancha angiomatosa), ou alteração 
do número e/ou alteração no diâmetro dos vasos (malformações vasculares). Podem 
ser permanentes ou temporárias, congênitas ou adquiridas. Ex hemangioma. 
 MANCHA ANÊMICA: redução da cor por agenesia vascular. Podem ser comprovadas 
por duas manobras simples que possibilitam evidenciar a ausência dos vasos 
sanguíneos: a vitropressão da pele normal adjacente à mancha anêmica faz com que a 
cor de ambas se igualem; ou alternativamente, o estímulo (fricção) da pele no interior 
da mancha não resulta em eritema. 
 TELANGIECTASIA: dilatação permanente, 
não pulsátil, dos capilares dérmicos. 
 LEUCODERMIA: diminuição da cor 
normal da pele, porque diminuiu 
melanina, com digitopressão e 
vitropressão negativos. Compreende 
lesões acrômicas: melanina ausente; ou 
hipocrômica: melanina reduzida. 
Diferentemente da mancha anêmica não 
se obtém uma igualdade de cor com a 
pele circunjacente quando esta é 
submetida a vitropressão. 
 HIPERCROMIA: aumento da cor da pele. Embora quase totalidade das lesões 
hipercrômicas sejam secundárias a um aumento da melanina ou de hemossiderina. 
Formações Sólidas 
 PÁPULA: elevação sólida, de até 1 cm de diâmetro, cuja maior porção se projeta 
acima da superfície da pele normal circunjacente. 
 
 
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10 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 
 NÓDULO: elevação sólida, de diâmetro superior a 1 cm, cuja maior porção se 
encontra abaixo da superfície da epiderme. Alguns autores restringem a lesões de até 
2cm de diâmetro e preferem a denominação tumor para formações sólidas acima 
desta medida. 
 GOMA: Tumor ou nódulo que evolui para ulceração a partir de uma liquefação em 
sua porção central. Classicamente empregado para lesões de sífilis tardia. 
 
 
 
 PLACA: Lesão elevada, em platô, maior 
que 2 cm, usualmente formada pela 
confluência de nódulos ou pápulas 
adjacentes. 
 URTICA: Pápula ou placa edematosa, 
urticária, com características 
evanescente, produzida pela infiltração 
de fluidos na derme. Pode apresentar 
eritema discreto ou até mesmo 
branqueamento quando o edema é 
intenso a ponto de comprimir os vasos. 
Lesão clássica da urticária. Quando o 
edema é mais profundo e acomete áreas em que a derme e o subcutâneo são 
frouxos, como lábios, pálpebras e escrotos recebe o nome de angioedema. Lesões 
urticariformes de pequenas dimensões e encimadas por vesículas recebem o nome de 
seropápula e são típicas do prurido agudo (reação de hipersensibilidade a picadas de 
insetos). 
 
 
 
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11 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
Formações Líquidas 
 VESÍCULAS: elevação de conteúdo líquido de até 1 cm de diâmetro. O conteúdo pode 
ser seroso, hemorrágico ou purulento, sendo neste caso designado de pústula. Surge 
em decorrência de clivagem que pode ocorrer na epiderme, abaixo desta ou na junção 
dermoepidérmica. 
 
 
 
 BOLHA: lesão de conteúdo líquido, superior a 1 cm de diâmetro. 
 ABSCESSO: coleção purulenta na pele e nos tecidos vizinhos, elevada ou plana. 
 
 HEMATOMA: coleção sanguinolenta na pele e tecidos vizinhos, elevada ou plana 
conhecida popularmente como “galo”. 
 
 
Lesões secundárias ou residuais 
 ESCAMA: resultante do desprendimento excessivo, e por isso visível, de lamínulas da 
camada córnea da pele. Pode ser pitiriásica ou furfurácea (fina e solta como farinha), 
 
 
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12 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
icitisiforme (semelhante à escama de peixe), lamelar (em lâminas), micácea 
(semelhante à mica ou malacacheta, com aspecto prateado), foliácea (em fragmentos, 
semelhantes a folha), graxosa (de coloração amarelada, como na dermatite 
seborreica), craquelê (entremeada por pequenas quebras ou fissuras, como na 
porcelana craquelê) ou em colarete (disposta na periferia da lesão). 
 CROSTA: concreção resultante do ressecamento de um exsudato seroso, 
hemorrágico ou purulento e de debris celulares. 
 EROSÃO: perda focal da epiderme sem cicatriz. 
 
 ÚLCERA: perda focal da epiderme com cicatriz. 
 
 
 
 FISSURA OU RÁGADE: erosão ou ulceração de formato linear. 
 ESCORIAÇÃO: escavação superficial da epiderme, puntiforme ou linear, fruto da 
coçadura da lesão (lembrar da urticária que deve ter). 
 CICATRIZ: formação anormal de tecido conjuntivo secundária a trauma dérmico. 
Pode ser hipertrófica, eutrófica ou atrófica. Termo queloide é reservado para cicatrizes 
hipertróficas, que se estendem além da área traumatizada. 
 
 
 
 
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13 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
Alterações da Espessura e Consistência 
 ATROFIA: depressão da pele consequente ao afinamente da epiderme ou derme. 
 
 CERATOSE: espessamento duro e inelástico da pele, por aumento da camada córnea. 
 LIQUENIFICAÇÃO: aumento da espessura da pele com 
acentuação de seus sulcos. Processo crônico produzido por 
escoriação constante da lesão (machucado provocado de 
tanto coçar), geralmente pruriginosa, e se deve 
fundamentalmente ao aumento da camada malpighiana. 
 INFILTRAÇÃO: aumento da espessura da pele secundário a 
infiltrado celular maciço na derme, que pode ser 
acompanhado de edema e eritema. 
 ESCLEROSE: enrijecimento da pele, que fica inelástica (por 
causa de fibrose do colágeno) pode ser acompanhado de 
atrofia e hipertrofia da pele. 
Formas 
 NUMULAR - forma de moeda. 
 DISCOIDE - forma de disco. 
o Numular e discoide ambas são arredondadas. 
o Lesão do Lúpus Eritematoso Sistêmico, teoricamente pode ser descrita como 
numular, mas tradicionalmente usa se o termo discoide, o mesmo ocorre no 
eczema em que as lesões são chamadas numulares. 
 CIRCINADA – em arco de circulo. 
 ESPIRALADA – em turbilhão ou espiral. 
 GIRADA – em giros. 
 EM ALVO OU IRIS – forma círculos concêntricos. 
 ACUMINADA – em forma de cume ou pico 
 CORIMBIFORME – lesão central circundada por outras lesões menores satélites. 
 PUNTIFORME, MILIAR OU LENTICULAR – em pequeno ponto, semelhante ao grão de 
milho ou lentilhas. 
 GOTADA – em forma de gota. 
 LINEAR – em linha. 
 SERPIGINOSA – em trajeto sinuoso, como rastro de serpente. 
 ANULAR – formade anel, com porção central constituída por pele normal 
 
 
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14 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 
 GEOGRAFICA – forma de mapas, contorno irregular. 
 BIZARRAS – quando as lesões não se encaixam em nenhuma das descrições acima 
dizemos que são bizarras. 
Arranjos 
As lesões podem se instalar de modo isolado ou em formando de arranjos 
 HERPETIFORME – lesões agrupadas em cachos. 
 ZOSTERIFORME – Lesões se dispõem linearmente, ao longo de um ou mais 
dermátomo. 
o Outras podem se localizar ao longo das linhas de clivagem da pele ou, ainda 
seguir os trajetos das linhas de Blaschko. 
Distribuição ou Acometimento 
 DIFUSO – quando não há áreas de pele sã entremeando a lesão. 
 DISSEMINADO – quando há pele sã entremeando a lesão. 
o A Psoríase pode apresentar lesão tanto difusa quanto disseminada, 
dependendo ou não da existência de áreas de pele normal entre as lesões. 
Esses termos, portanto, se referem a uma característica específica do 
acometimento. 
Extensão 
 LOCALIZADO 
 GENERALIZADO – acometimento em várias partes do corpo 
 UNIVERSAL - acometimento de toda a pele, incluindo o couro cabeludo 
o Exemplos: 
 Psoríase  Localizado; pode atingir apenas uma área como o couro 
cabeludo, podendo ser difuso ou disseminada. 
 Sarampo  Exantema Generalizado e Disseminado 
 Queimaduras Solares  Difusas, podendo ser: localizadas, 
generalizadas e às vezes universais. 
 Alopecia  pode ser localizada, generaliza ou universal. 
 HEMANGIOMA: malformação congênita, 
acontece no mesoderma que falha ao 
canalizar ou ligar uns aos outros e forma uma 
ilha de tecido diferente dos tecidos em volta, 
 
 
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15 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
e cresce independente dos vasos sanguíneos. Faz uma massa tumoral, é um 
hematoma vascular ou neovascular. Planos ou telangiectasia, elevados ou 
angiomatomas; variedade involutiva ou não involutiva; vários tipos. Mancha 
angiomatosa: Manchas salmão: 50% dos recém nascidos. Geralmente unilateral, 
parece sarda, parte superior do corpo, não ultrapassa a linha média, crescimento 
proporcional ao corpo, inicialmente macular e evolui. Variedade involutiva: irregular, 
evolui com 2 a 4 semanas e fica mais feio, ele cresce até os 6 meses. Crescimento 
rápido e 90% para de crescer até os 9 anos, sem escala tecidual. Complicações: 
trombocitopenia, hemorragia, infecção secundária e ulceração pós traumática. Para 
retirada do hemangioma, encaminhar para o dermatologista, o cirurgião plástico e 
cirurgião vascular. Tratamento: Indicação mesmo quando compromete estruturas 
vitais (olhos, laringe, narinas e etc,) - Trombocitopenia, desfiguramento, hemorragia. 
Medicação: propranolol e corticoide 
 Livro: Apresenta padrão de evolução típico: ao nascimento pode haver uma 
lesão precursora em até 40% dos casos (mancha anêmica, pápula eritematosa ou 
telangiectasia) ou o aparecimento pode ocorrer nas primeiras semanas de vida; 
crescem rapidamente nos primeiros 3 meses e mais lentamente até os 8 ou 10 
meses e apresentam fase de involução lenta, demorando alguns anos, com 
substituição por tecido fibroadiposo e até 90% deles terão involuído até os 9 
anos de idade. O QUE É? Os hemangiomas são formações tumorais benignas de 
capilares e vasos sanguíneos. Aparecem na pele como manchas ou tumorações 
avermelhadas e arroxeadas. Podem representar apenas alterações estéticas, 
mas casos desde o nascimento podem ser mais extensos e levar a sangramentos, 
distúrbios da coagulação e compressão de órgãos vizinhos. É extremamente rara 
a transformação de um hemangioma em uma lesão maligna. 
PRURIGO: É um termo usado para lesão da coceira, é a lesão da pele, dermatose. Descreve 
uma condição conhecida ou não conhecida. 
PRURIDO: sensação da coceira por uma doença ou sem aparente. 
DOENÇA EXANTEMÁTICA DA INFÂNCIA: 
 Como a doença é Exantemática (eritema generalizado) a lesão é de cor e plana. São 
coletas infecciosas nas quais a erupção cutânea é a característica dominante. 
 Varicela, Rubéola, Sarampo, Escarlatina, Urticária, Doença de Kawasaki, Exantema 
Súbito, Eritema Infeccioso. 
 Análise da lesão + sinais e sintomas concomitantes + anamnese  por vezes 
permitem o diagnóstico, sem a necessidade de exame complementar. 
 As causas virais são comuns na infância. 
 Doença autolimitada e benigna. 
 Pode ser uma expressão de uma moléstia grave, por exemplo, meningococcemia. 
 Principais Doenças Exantemáticas  Sarampo, rubéola, dengue, mononucleose, 
exantema súbito, Zika , Chikungunya. 
 OBSERVAÇÃO: podem ser consideradas doenças exantemáticas mesmo que as lesões 
na pele apareçam de forma distinta, “doenças exantemática que nem sempre 
apresentam exantema”, pode ter, por exemplo, mácula, nódulo, pápula, bolhas, 
vesículas (como na varicela), placa e pústula. 
 Etiologia: viral 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
16 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  Síndrome de Gianotti-Crosti  É uma Acrodermatite Papular da Infância. Causa erupções 
inespecíficas primariamente associadas ao vírus da Hepatite B, o que causa alterações das 
transaminases. 
 
 
 
 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
17 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 
 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
18 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
Anamnese e exame físico do aparelho cardiovascular: 
 8 a 10/1.000 nascido: vão ter algum tipo de cardiopatia congênita. 
 Cardiopatia congênita é a malformação isolada mais comum no ser humano. 
 Diagnóstico e tratamento precoces salvam vidas. 
 Patologias adquiridas: kawasaki, febre reumática, doenças sistêmicas com 
repercussões cardíacas, miocardite. 
 Sopro inocente – alteração mais comum no exame cardiovascular. O fluxo mais rápido 
batendo em algumas estruturas geram um som de sopro. 
 
Cardiopatia de Shunt com manutenção do padrão fetal podem ter diagnóstico tardio → 
porque quando o bebê nasce ele pode não ter ausculta de sopro e depois o sopro aparece, por 
causa da modificação do padrão da circulação fetal para o padrão de circulação de uma criança 
maior. Isso pode se tornar um problema para o médico, uma vez que pode se passar por “erro 
médico” “diagnóstico errado”. 
Quando o diagnóstico é muito tardio na Cardiopatia de Shunt (Buraco no coração) leva à 
Doença Vascular Pulmonar Obstrutiva Irreversível, isto ocorre porque o Shunt faz uma pressão 
a mais, aumenta a pressão do pulmão, que ao longo do tempo causa lesão pulmonar, que é 
irreversível. 
Países desenvolvidos sobressaem cardiopatias congênitas (na população rica) e doença de 
Kawasaki como causa de cardiopatia adquirida (na população pobre). Em países em 
desenvolvimento ocorre cardiopatia congênita + Kawasaki + Febre reumática (principal causa 
de morte). Sendo que em países em desenvolvimento a febre reumática é principal causa de 
morte 
Circulação fetal: 
 Placenta; 
 Forame oval (pequeno orifício 
localizado no meio da parede do músculo 
que divide os dois átrios do feto. O 
“Forame oval Patente → Deveria ter 
fechado, mas não fechou” e liga os dois 
átrios) 
 Ducto venoso (vaso sanguíneo 
que conecta a veia umbilical com a veia 
cava inferior do feto, para o sangue 
chegar mais oxigenado no coração e 
“pular” o fígado) 
 Pulmão fechado 
 Canal arterial (ou ductus 
arterioso) é um largo vaso do coração 
que conecta a aorta (que leva sangue ao 
corpo) à artéria pulmonar (que leva o 
sangue para o pulmão) este ducto 
 
 
GABRIELAABREU E ISADORA ESTEVAM 
19 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
geralmente se fecha no recém-nascido a termo com 12 a 15h de vida. 
 
 Ducto venoso, forame oval e canal arterial têm que fechar após o nascimento. A 
persistência deles explica a maioria das cardiopatias congênitas que nós temos. 
 O pulmão ainda não é um órgão funcional até o nascimento. 
Feto: Veia umbilical → Ducto venoso (maior parte do sangue pula o fígado) → Veia cava 
inferior → Átrio direito → um pouco do sangue vai para o VD para oxigenar o pulmão (sangue 
passa pela Artéria Pulmonar, sendo que uma parte desse sangue ainda é desviado pelo Ducto 
Arterial para a Artéria Aorta protegendo o pulmão de uma sobrecarga e permitindo que o 
ventrículo direito se fortaleça) e a maioria do sangue passa pelo Forame Oval para o AE → o 
sangue com muito oxigênio vindo da placenta se mistura com o sangue com pouco oxigênio 
que chega dos pulmões pelas Veias Pulmonares. → sangue sai pelo Arco Aórtico. 
OBS: O sangue vai para o pulmão, cerca de 10 %. 
OBS: A circulação ocorre em paralelo enquanto a do adulto ocorre em série, o que tem um 
significado grande na resistência que passa a ser menor no feto. 
 Persistência do canal arterioso (liga artéria pulmonar com a aorta). Como a pressão na 
aorta é maior, haverá sobrecarga da artéria pulmonar com sobrecarga do VD. 
 Persistência do forame oval: sangue flui do VE para o VD  maior para a menor 
pressão. Isso gera uma hipertensão pulmonar, o que vai levar secundariamente a um 
comprometimento do AE. 
 Persistência do ducto venoso: sobrecarga no AD. 
Teste do coraçãozinho: Mede-se a saturação no membro superior D e no membro inferior - a 
diferença de saturação não pode ser > 10%  Indica mistura de sangue arterial com sangue 
venoso. Essa criança nasce bem; ela começa a ter problemas posteriormente. 
O coração 
A maioria dos sopros inocentes não merece encaminhamento para a cardiologista pediátrico. 
Crianças com Síndrome de Down têm que ter acompanhamento com Cardiologistas 
Pediátricos, a correspondência de Down e Cardiopatia Congênita é de cerca de 40%. 
Anamnese: 
Importante destacar na HP: 
 Idade materna—Quanto maior a idade materna, maior a chance de malformações. 
o Maior 34 anos → Síndrome de Down. 
 História obstétrica de morte (abortos). 
 História pré-natal de infecção materna. 
o Indagar sobre Sorologia da mãe para: Rubéola (no 1º trimestre a rubéola 
predispõe a PCA e estenose periférica de artéria pulmonar), herpes vírus, 
Citomegalovírus, Coxsackie B. 
 Outras doenças maternas: 
 Diabetes. 
 Colagenoses. 
 Lúpus Eritematoso Sistêmico. 
 Exposição a fatores teratogênicos (álcool, medicamentos) 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
20 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
o Álcool que pode causar Síndrome Fetal Alcoólica que predispõe ao 
desenvolvimento de defeitos atriais e ou ventriculares. Outros agentes são: 
anticonvulsivantes - principalmente, lítio. 
 História perinatal: 
o Internações e cirurgias prévias; 
o Uso de drogas ilícitas; 
o Uso de anticoncepcionais - maior incidência de fenômenos tromboembólicos. 
o Atividade física  fica muito cansado ou não consegue acompanhar os 
coleguinhas. 
 História familiar: 
o Cardiopatia congênita - verificar parentes de primeiro grau com acometimento 
cardíaco. 
o Febre reumática - apesar de ser uma doença adquirida, tem um caráter 
familiar. 
o Hipertensão arterial. 
o Morte súbita ou inexplicada. 
o Doenças metabólicas - principalmente as doenças de depósito. 
o Saúde emocional - 90 a 95% das dores torácicas são de origem não 
cardiogênica. 
 História da moléstia atual: 
o Condições de nascimento e evolução no período neonatal  quando nasce a 
pressão na resistência vascular pulmonar começa a cair e a arterial começa a 
aumentar. Essa transição ocorre por volta da 2ª semana de vida. Assim, o 
paciente que já nasce com sintomas da doença (precoces), provavelmente ele 
tem uma obstrução de fluxo muito grande - estenoses aórtica e pulmonar. 
 Sintomas precoces ou após 7-14 dias de vida: 
 Cianose 
 Sinais de ICC 
 
Quando deve ter encaminhamento para cardiologista pediátrico: 
 Atrito pericárdico. 
 Arritmias 
 Achados na ausculta → sopro Patológico, estalidos, segunda bulha desdobradas, 
alteração de fonese. 
Outros motivos para encaminhamento: 
● Síndrome genética mesmo com ausculta normal → Ex: Síndrome de Down. 
● Cardiomegalia no Rx (ter certeza de que a criança não “rodou” a posição na hora do 
exame, é possível saber pela linha mediana, osso e órgãos. De lado é possível ver a 
cardiomegalia no coração.) - Dica: como saber se a o coração não está “rodado” no 
RX? Mede as costelas dos dois lados. Tem que estar iguais/próximas. 
● Cianose, principalmente, se for central → Mais frequente quando a criança tem pele 
azulada e PaO2 menor do que 85%; sendo que ocorre Shunt direita-esquerda ou por 
alterações da função pulmonar (mais comum causa cardíaca). A cianose periférica não 
está tão relacionada com cardiomiopatia, ocorre por extração exagerada de O2 dos 
capilares, junto a um DC diminuído ou vasoconstrição periférica. 
● Asma de difícil controle → Que broncodilatador não resolve, nada resolve. Asma que 
não está resolvendo com corticoide, pensar em cardiomiopatia congênita pode haver 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
21 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
uma Conexão venosa pulmonar anômala, uma ICC, Shunt E|D em que o sangue é 
desviado para o pulmão e causa chieira. 
● Déficit de crescimento → pensar em cardiopatia congênita. 
● História de Palpitação e taquiarritmia → maioria benigna, mas se tiver história de 
morte súbita na família, ou síncope ou sintomas de baixo débito hipofluxo cerebral 
(“vontade de desmaiar”). 
● Dor precordial → Maioria benigna, mas quando relacionada com esforço, ou 
síncope/pré-síncope e associada a alterações no exame do sistema cardiovascular 
sugere etiologia cardíaca. Diagnóstico diferencial da dor precordial: gases, distensão 
muscular causando dor muscular 
● Síncope → Perda subida de consciência e tônus postural, por baixo fluxo sanguíneo 
cerebral. Em crianças é pouco comum, assim deve investigar arritmias. Em 
adolescentes a sincope neurocardiogênica é mais comum (diminui o retorno venoso – 
aumenta reposta do SNS e com isso o N. Vago causa a bradicardia e hipotensão). 
 
Normalmente a vasoconstrição central é a que interessa  cianose central 
Cianose: Saturação de O2< 85% com 5g de hemoglobina reduzida em cada 100ml de sangue. 
No paciente anêmico é mais difícil de perceber 5g de hemoglobina reduzida porque ele tem 
menos hemoglobina. 
 
 
 
 
 
 
 
ICC 
Aumento do tônus 
adrenérgico e ativação do SRAA 
Aumento da 
volemia 
Ativação 
adrenérgica 
Congestão 
hepática 
 e ganho de peso 
Taquicardia, sudorese, 
palidez, extremidades frias, 
irritabilidade; 
 dificuldade para ganhar 
peso 
Sinais iniciais: cansaço às mamadas, taquipneia, 
 alteração de ausculta pulmonar, 
“crises asmáticas” de repetição, cansaço aos esforços 
Quadro súbito de ICC – miocardite após 
quadro viral 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
22 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
CARDIOPATIAS CONGÊNITAS: 
 Cardiopatia Congênita Cianogênica: por diminuição de fluxo pulmonar ou por mistura 
arterio-venosa. 
o Por diminuição do fluxo pulmonar: o maior exemplo é a Tetralogia de Fallot, 
em que ocorre: 
SÃO ACIANOGÊNICAS!! 
1) Estenose da artéria pulmonar 
2) Dextroposição da aorta 
3) CIV (Comunicação interventricular, geralmente basal média) 
4) Hipertrofia do VD 
o Por mistura arterio-venosa: Exemplo famoso é o ventrículo único. Cardiopatia Congênita Acianogênica: 
o Por fluxo arteriovenoso. Ex: PCA; CIA; CIV 
o Sobrecarga de resistência. Ex: Coarctação AO (alteração obstrutiva localizada 
na união da croça com a aorta descendente), Estenose pulmonares, Estenose 
congênita da válvula aórtica. 
 
 Ao nascimento: ocorre aumento da resistência vascular periférica, o que leva a uma 
série de modificações. Ocorre diminuição progressiva da resistência e pressão 
pulmonar levando ao fechamento funcional do forame oval e do canal arterial, seguido 
de fechamento anatômico. 
 A resistência pulmonar cai cerca de 50% com o nascimento, essa queda ocorre porque 
o pulmão que estava fechado se abre por uma queda abrupta da pressão. Sendo que a 
Resistência Sistêmica continua a mesma. Na Primeira Semana de vida a Resistência 
Pulmonar passa a ser 1|6 Resistência Sistêmica. 
 Por causa dessa diferença de Pressão e Resistência os Canais se fecham. 
 No coração fetal o canal arterial é responsável por levar sangue rico em O2 da artéria 
pulmonar para a aorta. Após o nascimento da criança tem um fechamento 
espontâneo. O canal Arterial parece uma “porta de bang bang” sendo que quando a 
pressão cai essa porta se mantém fechada. 
 O Canal Arterial pode não fechar em casos de: a pressão não caiu o suficiente, esse 
canal não vai fechar, pode ser por uma inflamação, por ventilação mecânica. → Canal 
arterial patente ou Persistente (ductus arteriosus), PCA é uma comunicação entre a 
aorta e a artéria pulmonar. 
 Não tem Shunt significativo na Comunicação anômala entre as câmaras ou grandes 
artérias durante a primeira semana de vida, ou seja, esse shunt (quando sangue passa 
pelo buraco) não leva a ICC. 
 ICC na Primeira Semana de vida não é cardiopatia por causa do Shunt. Essa ICC na 
primeira semana pode ser por: Conexão venosa pulmonar anômala, obstrução 
importante do fluxo sistêmico; 
Cardiopatia Cianogênicas: 
 ICC Precoce → ocorre quando há uma capacidade insatisfatória de bombear o sangue 
em uma taxa satisfatória para todos os tecidos. Pode ocorrer, por exemplo, por 
Coarctação da Aorta. 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
23 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 ICC após a primeira semana de vida pode ocorrer por transposição de Grandes Artérias 
e por cardiopatias Congênitas 
 
 Quando ocorrer Cianose precoce com hipoxemia importante → pensar em TGA 
(transposição de grandes vasos) → na TGA artérias do coração tem sua origem 
invertida, fazendo que a aorta fique ligada ao ventrículo direito e a artéria pulmonar 
ao VE. 
 
 Teste de Hiperóxia → Fazer quando houver dúvida sobre a etiologia da cianose em 
neonatos. É feita a Gasometria em ar ambiente, e depois coloca o bebê em O2 a 100% 
por 10 min e refaz a Gasometria. 
 Se não alterar PAO2 - 75/150 mmHg → tem problema de coração. 
 Se PAO2 aumentar 150 mmHG, o problema é pulmonar. 
A + B dividido por C  geralmente > 0,5 
 “palpitação” 
o Dorprecordial  dor mal 
localizada não relacionada com respiração, mas 
sim com esforço. 
o Síncope  sinal de alerta para a 
possibilidade de cardiopatia. 
o Sudorese excessiva  muitas 
mães de lactentes vem reclamando que a 
cabecinha, principalmente, sua demais - é a maior 
superfície corporal do paciente. Não é sintoma 
associado com cardiopatia se for analisado 
isoladamente. 
 
 Exame físico: 
o Antropometria: Doenças cardíacas resultam em retardo no crescimento  
organismo lutando contra uma doença - gasto de energia para combater, 
controlar a doença. 
o Quando a criança previamente saudável com ICC → deve pensar em 
Miocartite pós infecciosa. (Infecção no coração) 
o Em Lactentes Pré-escolares → Febre, Rash Cutâneo, lesões orais, 
adenomegalia → pensar em kawasaki. 
 Kawasaki → causa não infecciosa → leva a vascullite, boca, a pele e 
nódulos linfáticos tipicamente, crianças abaixo de 5 anos. Causa ainda 
é desconhecida, as crianças podem se recuperar completamente em 
poucos dias. Tratamento com imunoglobulina, aspirina e 
Anticoagulante. 
 
 Down → 40 | 50% cardiopatia DSAV|CIV (Defeito de septo átrio ventricular). 
o A mais comum das síndromes genéticas 
o Ocorrem também: fendas palpebrais oblíquas, hipertelorismo, nariz pequeno 
e achatado, defeito e implantação e rotação das orelhas, falanges curtas. 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
24 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 Trissomias do 13 = Síndrome de Patau (malformação do SNC, urogentital, e Fenda 
Palatina, Hipertelorismo, fronte inclinada) e Trissomia do 18 = Sindrome de Edwards 
(malformação do SNC, palato ogival, implantação baixa das orelhas, criptoquirdia, 
malformação renal, punhos cerrados, esterno curto ) → Quase 100% tem 
Cardiopatias. 
 Déficit de altura e perímetro cefálico indicam malformações congênitas. 
 Aspecto da pele 
o Cianose periférica; 
o Cianose central; 
o Palidez; 
o Policitemia. 
Manifestações da ICC: rápido ganho de peso, hepatomegalia, edema palpebral. 
Diferentemente do adulto, edema em MMII. 
Alterações respiratórias: 
 Formato do tórax  em pombo, escavado (hipertrofia de adenóide mais grave e 
consequentemente comprometimento cardíaco). 
 Taquidispnéia: hipoventilação por congestão alveolar. 
 Hiperpnéia: ventilação máxima associada a estados de hipoperfusão pulmonar. 
 Apnéia: hipoperfusão cerebral (Bradicardia). 
Aparelho vascular: 
 Pulsos arteriais: braquiais, radiais, femorais, tibiais posteriores e dorsais do pé. 
 Observar estado da parede do vaso bilateralmente. 
 Avaliar concomitantemente à ausculta - para verificar possíveis extrassistoles. 
 Comparar entre diferentes territórios. 
 
No neném RN não palpar pulso radial - muito difícil. Prefere-se palpar pulso braquial. 
Pulsos arteriais: 
 Forma: força de ejeção do ventrículo. 
 Parvus et tardus - típico em estenose aórtica. Ventrículo vai tentar ejetar o sangue, 
mas não vai conseguir. O pulso é longo, demora para fazer a onda. 
 Rápido. 
 Amplitude: volume de ejeção do ventrículo. 
o Amplo - Insuficiência valvar. 
o Estreito ou filiforme – desidratação. 
 Pulso paradoxal – inspiração  o retorno venoso aumenta. Em condições normais, o 
AD enche de sangue mais que o AE e ele, então, empurra no AE, não tendo por esse 
motivo uma variação de pressão muito grande. No entanto, se tiver alguma restrição, 
um tamponamento cardíaco, por exemplo, pressão só irá aumentar; sendo maior do 
que o aumento dos 10mm convencionais. 
Na asma grave tem-se também um pulso paradoxal  retenção cada vez maior de ar. O 
pulmão tem que vencer uma pressão negativa muito grande. 
Pulsos venosos: 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
25 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 Refletem a dinâmica do retorno venoso ao coração direito (pressão venosa central e 
pressão atrial direita). 
 Melhor visto que palpado. 
 Jugular túrgida: aumento de pressão em AD (grande derrame pericárdico, grande 
tamponamento). O paciente está muito grave. 
Pressão arterial: 
 Criança quieta e com manguito adequado. 
 Largura do manguito – 2\3 da distância do cotovelo ao acrômio. 
 Comprimento - envolver 80 a 100% da circunferência do braço, sem sobreposição. 
 Técnica de medida estimada e ausculta. 
Na criança muitas vezes, a pressão diastólica não some, ela somente atenua. 
 Manguito pequeno – superestima a PA. 
 Medida rotineira em maiores de 3 anos - 1 vez por ano. 
 Situações especiais - medir em toda a consulta em caso de prematuros, baixo 
peso, CC, doença renal ou uso de drogas que aumentam a PA. 
 Gráficos de percentis de PA de acordo com idade e estatura. 
 Limites de PAS. 
 
 RN: 90 mmHg. 
 1 mês a 1 ano: 100 mmHg. Pré-escolar: 110 mmHg. 
 Escolar: 120 mmHg. 
 2 mmHg a mais para cada ano acima de 6 anos, até atingir 120 mmHg. 
HAS: PA acima do percentil 95 para sexo, estatura e idade em 3 medidas sucessivas. 
EXAME FÍSICO 
Inspeção → palpação → ausculta ou Inspeção → ausculta → palpação ⇒ inverter a palpação 
com a ausculta pode facilitar o exame, uma vez que a ausculta pode ser feita no colo da mãe e 
a palpação pode levar ao choro devido as mãos frias e a manipulação. 
Inspeção pré-cordial: 
 Pré-cordio para se avaliar o ictus cordis - choque que o VE faz com a parede torácica 
durante a contração isovolumétrica. Observa-se movimentação da parede torácica em 
uma determinada posição do tórax de acordo com a idade - quanto mais novinho, 
mais alto é o ictus. Em pacientes adultos 5º espaço intercostal E. 
O Ictus pode ser normal, hiperativo (quando se tem sobrecarga de volume). Observar ainda 
presença de abaulamento no tórax. 
Palpação do ictus: 
 Face palmar da mão sobre o pré-cordio, na seqüência: 
 Mesocárdio e ápice. 
 Metade inferior do esterno: região paraesternal esquerda e direita e epigástrio. 
 Metade superior do esterno: região paraesternal direita, esquerda e infraclaviculares. 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
26 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 
 Localização do impulso cardíaco 
o RN – 3º EIE LHC à esquerda. 
o Lactente - 4° EICE LHC à esquerda. 
o Pré- escolar e escolar - 4° ou 5° EICE LHC ou à direita. 
o Aumento VE desloca para esquerda e para baixo. 
o Aumento VD desloca para BEE baixa ou apêndice xifóide. 
 
 Avaliar extensão e duração do ictus com a polpa digital. 
 Área muito extensa de onda—provavelmente associado a hipertrofia do VE. 
Ausculta 
 Estetoscópio de qualidade; 
 Ambiente silencioso; 
 Criança quieta; 
 Examinador concentrado; 
 Manobras - principalmente em crianças para fazer diagnostico diferencial de sopro 
inocente. Pedir para a criança inclinar um pouco o tórax para frente. Pede-se para a 
criança sentar quando se quer reduzir a intensidade de alguns sopros ligados a retorno 
venoso. 
 Sopro inocente geralmente não irradia. 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
27 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 
 Uso do Diafragma ou Campânulas. Nas seguintes posições: 
1. Área aórtica 
2. Área pulmonar 
3. Área aórtica acessória 
4. Área tricúspide 
5. Área mitral 
 
 De preferência seguindo a ordem, sendo que a descrição do sopro deve conter a 
localização. 
 Em Recém Nascidos e Lactentes a Aórtica Acessória é mais horizontalizada e o Ictus 
Cordis é mais alto (4º espaço intercostal) 
 
Na ausculta ⇒ Ritmo Cardíaco em dois tempos, com as bulhas B1 e B2. 
 
 
B1 B2 B1 
 
B3 
 
B4 
SÍSTOLE 
ventricular 
DIÁSTOLE 
ventricular 
Contração 
 atrial 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
28 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
B1: valvas mitral e tricúspide se fecham  valvas atrioventriculares (TUM). 
B2: fechamento da válvula aórtica e pulmonar  termina na sístole (TÁ). 
B1 inicia na sístole e B2 termina na sístole. 
E a diástole? Tem barulho? Não tem barulho, ela é o Enchimento do ventrículo. 
 
Ventrículos: Contração isovolumetrica, período e ejeção rápido (80% sangue) e de ejeção lento 
(20% - as valvas aortica e pulmonar se fecham (TÁ)  B2 – mais relacionados as valvas 
semilunares. 
B3: Depois que as valvas aórtica e pulmonar se fecham o ventrículo começa a encher: 
Relaxamento isovolumétrico, período de enchimento rápido e período de enchimento lento. 
B3 esta entre a fase de enchimento rápido e lento. 
 B3 pode ser fisiológico na criança. No adulto, geralmente é patológico. 
B4: Contração atrial para mandar o restinho de sangue para o ventrículo. Se eu ausculto B4, 
sempre é patológico. Átrio pouco complacente ou átrio tendo que fazer um esforço muito 
grande para superar uma valva estenosada por exemplo. 
Bulha entre B1 e B2—relacionado com alguma abertura. 
Então: 
 B1 – sístole ventricular 
o Vibrações da parede ventricular, septo e folhetos valvares. 
o Ocorre após o fechamento das valvas AV. 
o Alta freqüência: diafragma. 
o Coincide com impulso apical e pulso carotídeo. 
o Hiperfonese ou hipofonese : forte contração ventricular ou diminuição do 
volume ventricular esquerdo ou sístole ventricular com valvas abertas. 
 
 B2 – diástole ventricular 
o Corresponde ao fechamento das valvas Ao e P. 
o É o dado mais importante! 
o Alta freqüência: diafragma. 
o Caracterizar: 
 Intensidade 
 Desdobramento fisiológico: ocorre na inspiração. Primeiro fecha 
esquerdo—componente aórtico, depois direito - componente 
pulmonar, porque o retorno venoso é maior do lado D na inspiração. 
 
o Desdobramento patológico – constante (BRD), fixo (CIA+HP), paradoxal (BRE) 
o B2 única (EP grave) 
 
Desdobramentos de B1 e B2 → Fechamento das valvas correspondentes com pequena 
diferença de tempo. Pode ser fisiológica quando audível na inspiração, relacionando-se com 
B2 - Inspiração maior → aumento do retorno venoso com atraso no fechamento pulmonar e 
antecipação da aorta. 
Basta saber o fisiológico. 
 Se eu tiver HAS o lado E do coração tem que trabalhar mais  hiperfonese 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
29 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 Hiperfluxo pulmonar hipofonese. 
 
 B3 – diástole ventricular 
o Vibrações da parede ventricular na fase de enchimento rápido. 
o Baixa freqüência: campânula (rodinha menor do esteto) 
o De normais a patológicos: sobrecarga de volume (CIV, PCA, IM, ICC) 
 
 B4 – forte contração atrial por diminuição de complacência ventricular (EAo, 
miocardiopatia) 
o Baixa freqüência: campânula. 
o Sempre patológico 
 
Exame físico: 
 Sons cardíacos adicionais 
 Estalidos de ejeção ou cliques - alta freqüência - diafragma. Pode estar em qualquer 
fase do ciclo. O timbre do som é diferente. Geralmente está associado a um defeito 
valvar menos importante. 
 
O atrito pericárdico, não tem relação com o ciclo cardíaco, ocorre em qualquer fase. 
 Causas/Descrição de Sopros: 
o Aumento da velocidade da corrente sanguínea 
o Diminuição da viscosidade sanguínea 
o Passagem do sangue através de uma área estreita 
o Passagem do sangue através de uma zona dilata 
o Passagem do sangue por uma membrana ou borda livre 
 “O que saber?” sobre os Sopros: 
o Localização no ciclo cardíaco (sistólico que coincide com o pulso ou diastólico?) → 
Pode ser proto (início da sístole), meso (meio da sístole), tele (final da sístole) ou 
pansistólico (=holossistólico) 
o Irradiação 
o Timbre e frequência 
o Intensidade 
o Efeitos de manobra sobre o sopro 
o Formato 
 Sistólico: regurgitação ou ejeção → Quando sistólico ele coincide com o 
pulso. 
 Diastólica: aspirativo ou ruflar (barulho de um tambor). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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30 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
CLASSIFICAÇÃO DE LEVINE: (NA VERDADE ELA É O BARULHO DO SOPRO) 
Sopros mais intensos vão ter frênito - pelo 
menos grau IV. Não está presente em sopro 
inocente. 
Situação e duração no ciclo cardíaco: 
 
 
 
 Entre B1 e B2: sopro ejetivo  sístole 
 Entre B2 e B1: sopro regurgitativo diástole 
 Ex: estenose da valva aortica: relacionado à abertura das semilunares  entre B1 e B2. 
 Insuficiência da valva aortica: relacionado com o fechamento das valvas semilunares 
 B2 
Grau I 
 
Audível apenas com máxima 
atenção, em ambiente 
silencioso 
Grau II Audível com facilidade, mas 
não intenso 
Grau III Mais intenso que o anterior,mas sem frêmito 
Grau IV Sopro intenso com frêmito 
(contato total com esteto) 
Grau V Sopro intenso com frêmito 
(contato parcial com esteto) 
Grau VI Sopro intenso com frêmito 
(sem contato com esteto) 
 
 
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31 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 
 
SOPROS INOCENTES: 
 60% das crianças e adolescentes assintomáticos. 
 Características: 
o Sistólicos de ejeção ou contínuos - nunca de regurgitação ou só diastólicos 
(existe na sístole); 
o Curta duração e baixa intensidade; 
o Ausência de ruídos acessórios ou alterações de bulhas; 
o Localização bem definida, com pouca ou nenhuma irradiação (são unifocais); 
o Modificam-se com a posição do paciente, com a fase respiratória e alterações 
de FC, na prática pode ser feita a ausculta com o paciente em pé, sentado e 
novamente no retorno; 
o Ausência de alterações em exames complementares. 
o Sem frêmito 
A grande maioria dos pacientes é assintomática  ECG e radiografia de tórax. Se os dois 
estiverem normais muito pouco prováveis que ele sejam secundário a uma doença. 
Além da ausculta nos temos que definir o ritmo e a frequência. O ritmo normal é sinusal. A 
frequência varia de acordo com a idade (entre 120 e 130). Em crianças acima de 10 anos já é 
semelhante ao adulto. 
 
 
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32 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
O sopro inocente mais famoso é o sopro vibratório de Still → sopro sistólico, na área 
mesocárdica, entre o foco mitral e tricúspide. Mais audível em borda esternal esquerda baixa, 
melhor audível em decúbito dorsal, na expiração e em situações com aumento do débito 
cardíaco (mais audível na febre). Ocorre mais em pré-escolares/adolescentes. Acontece por 
causa da turbulência do fluxo na saída do VE. Sendo assim é clássico de ouvir o sopro de Still 
são nas crianças com amigdalite com febre. É comum que ele desapareça ou diminuiu quando 
a criança está em pé. 
 Outros inocentes mais comum: 
o Sopro Contínuo Inocente ou Zumbido venoso; 
o Sopro de Ejeção Pulmonar no Recém Nascido; 
o Sopro Supraclavicular que pode ser audível até em jovens adultos. 
 
Características clínicas dos Sopros Patológicos: 
● (Sopro holossistólico e contínuos); 
● Outros sintomas sugestivos de doenças cardíacas; 
● Associação com bulhas, cliques e estalidos; 
● Ocorrência isolada na diástole; 
● Irradiação bem nítida e fixa; 
● Presença de frêmito maior do que o grau II. 
 
Alterações benignas do ritmo e da freqüência cardíacos: 
 Arritmia sinusal respiratória 
 Acentuação de fenômeno fisiológico (estímulo vagal) 
 FC aumenta no final da inspiração e diminui na expiração 
 Incidência máxima no escolar e adolescente 
 
Extrassistolia: 
 RN e prematuros 
 Quadros emocionais 
 Unifocal e desaparece ou diminui com exercícios físicos 
 Bradicardia e taquicardia sinusais 
 
 
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33 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
Sinais de alerta: 
 Alteração de pulsos 
o Hipertensão 
o Alteração de posição e formato do ictus 
o Abaulamento precordial 
o Frêmito 
o Ruído de ejeção 
o Estalido de abertura da mitral 
o Alteração de B2 
o B3 e B4 
o Sopro sistólico regurgitativo ou diastólico 
o Sopro sistólico ejetivo > grau II sem variação com manobras, com irradiação 
cervical 
o Cianose central 
FEBRE REUMÁTICA 
Quadro Clínico de Febre Reumática: poliartrite migratória + coreia de Sydenham + sopro 
Cardiopatia Reumática Crônica (febre reumática) é uma complicação não supurativa da 
faringoamigdalite causada pelo Estreptococo Beta Hemolítico do grupo A (comum na dor de 
garganta - amigdalite). Decorre da resposta imune tardia a esta infecção de amigdalite de 
repetição em populações geneticamente predispostas a Febre Reumática. 
 OBS: Nem toda criança com amigdalite de repetição vai ter Febre Reumática, o que 
manda é a predisposição genética. 
 Está associada à pobreza e más condições de vida → pela falta de penicilina. 
 A redução de incidência e prevalência de Febre Reumática em países desenvolvidos 
nas últimas décadas se deve ao uso de Penicilina. 
Critério de Jones para diagnóstico de doença reumática: 
 É o padrão ouro 
 Dividido em critério maior e critério menor. 
o Critérios maiores: 
 Cardite; 
 Artrite; 
 Coréia de Sydenham; 
 Eritema marginado; 
 Nódulo subcutâneo. 
o Critérios Menores: 
 Febre; 
 Artralgia; 
- Elevação dos reagentes da fase aguda (VHS, PCR); 
- Intervalo PR prolongado no ECG. 
 
DIAGNÓSTICO → Dois critérios maiores ou um critério maior e dois menores. 
 
 
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34 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
+ Evidência de infecção pelo estreptococo do grupo A por meio de 
cultura de orofaringe, teste rápido para EBGA e elevação dos títulos de 
anticorpos (ASLO); 
+ Evidência de infecção estreptocócica anterior, determinada pela 
elevação dos títulos da antiestreptolisina O (ASLO). 
OBS: Deve ter Histórico de Amigdalite somado com dois critérios maiores, ou um maior e 2 
menores. 
Cardite: 
 É a manifestação mais grave da FR. 
 Pode deixar sequelas e levar ao óbito. 
 Ocorre entre 40 a 60% nos primeiros surtos de amigdalite e tende a aparecer em fase 
precoce mais frequentemente, diagnosticado nas três primeiras semanas da fase 
aguda da cardite. → Geralmente cerca de um mês após a amigdalite. 
 Acometimento cardíaco é caracterizado pela Pancardite, no entanto as complicações 
se devem na maioria das vezes pela lesão das valvas. Sendo assim, apesar do 
envolvimento do miocárdio a insuficiência cardíaca na maioria das vezes é causada 
pela lesão valvar (valvite) e não pelo acometimento miocárdico. São as lesões valvares 
responsáveis pelo quadro clínico e pelo prognóstico. 
 Na fase aguda da cardite, a lesão mais frequente é regurgitação da mitral (ela está 
“gordinha” por causa da inflamação o que leva a regurgitação). Pode ocorrer também 
na fase aguda da Cardite regurgitação aórtica. 
 Na Fase Crônica as Estenoses valvares ocorrem mais frequentes → ocorrem por causa 
da inflamação da válvula que leva a uma cicatrização e fibrose em locais errados. 
 
OBS: A regurgitação de valva mitral tem maior tendência para regressão total ou parcial do 
que a regurgitação aórtica. 
⇒ Os três sopros são característicos do primeiro episódio de FR e podem não representar 
disfunção valvar definitiva: 
 Sopro sistólico de regurgitação mitral 
 Sopro sistólico de regurgitação aórtica 
 Sopro diastólica de Carey Coombs = Sopro proto-meso-diastólico precedido de B3 que 
ocorre insuficiência mitral por causa do grande fluxo de sangue pela artéria pulmonar, 
ressoando no átrio esquerdo e criando assim esse sopro de fluxo diastólico 
⇒ OBS: A Ausência de sopro não afasta a possibilidade de comprometimento cardíaco na FR. 
⇒ Cardite discreta não acompanhada de outros sintomas da doença podem passar 
despercebidas, e a lesão valvar pode somente ser evidenciadas em exames médicos de rotina 
ou por ocasião de surtos subsequentes. 
 
 * Quando a história não ajuda... 
História prévia de: Cianogênica, Acinogênica, CIV, PCA, Valva aórtica bivalvulada, Defeitos de 
septo atrioventricular. 
 
 
 
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35 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
SISTEMA LOCOMOTOR 
 
Ortopedista pediatra 
O que você pensa quando pensa em ortopedia pediátrica: Fratura? Má formação congênita? 
Problema de coluna? Lupus? Vasculite? Artrite Idiopática Juvenil (AIJ)? Doença reumática? 
ANAMNESE 
Fazer anamnese do: 
● Músculo esquelético - Dor mais de 90%, é a principal queixa. 
● Geral: febre, peso, astenia (apetite), hiporexia, linfadenomegalia,lesões de pele 
 
 Queixa mais freqüente: Dor. 
 Onde dói? irradia? localizada ou difusa? 
 Como dói? 
o Pontada, formigamento, profunda 
 Escala visual analógica 
 Interferência atividades habituais 
 Há quanto tempo dói? 
o Aguda x crônica 
 Qual o ritmo da dor? 
o Progressiva ou matinal/noturna 
 Há rigidez? curta ou longa duração? 
 
Escala analógica da dor - (Leve “0-2”; Moderada “3-7”; Intensa “8-10”) 
Régua específica muito usada por ortopedistas e reumatologistas. Paciente localiza a própria 
dor entre leve (0-2), moderada (3-7) e intensa (8-9). Tem valor limitado. 
 
 
 Dor em formigamento—causa neurológica, geralmente 
 Dor profunda: acometimento ósseo geralmente 
 
Onde doi? 
 Nervo obturador - seu acometimento pode gerar uma dor no quadril, na virilha, na 
face anterior da coxa, no joelho. 
 Dor referida: é identificada numa determinada região, mas o real acometimento é em 
outro lugar. Ex.: infarto 
 Localização da dor - está ligado na patologia que está imaginando, ou seja, a hipótese 
diagnóstica. Por exemplo, quebrou o braço, e está doendo “aqui”. 
 
 
 
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36 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
Quanto tempo que doi? 
 6 semanas → AGUDO → Pensar em infecção; traumatismo; etc. 
 Maior que 6 semanas é CRÔNICO → Lúpus, Artrite reumática juvenil 
Ritmo? 
 Ela dói de manhã e noite → pensar em artrite crônica; rigidez matutina. 
 Decorrer do dia - traumato ortopédico, processo degenerativo ou rigidez matutina. 
Sinais inflamatórios? 
 Calor, dor, volume, vermelhidão (Rubor) → Sinais inflamatórios. 
 Uma hiperemia intensa não é comum no tipo de lesão ortopédica - se presente, pensar 
em uma ARTRITE SÉPTICA. (Importante) 
Acometimento articular? 
 Simétrico → artrite reumatóide 
 Grandes articulações → Espondiloartropatias 
 Pequenas articulações → Lúpus Eritematoso Sistêmico e Artrite reumatóide 
Quantas articulações afetadas: 
 Acometimento de mais de 4 articulações: poliarticular. 
 < 4 articulações: oligoarticular. 
 1 articulação apenas: monoarticular. 
 Monoarticular - 1 
Dor orgânica → De maneira geral as crianças conseguem localizar a dor, que ocorre de dia e de 
noite, e está associada a recusa para andar ou claudicação, febre, exantema, perda de peso, 
diarreia e outras alterações do exame físico. Tem processo patológico. 
Dor não orgânica (Funcional) → localização imprecisa, noturna, dor de crescimento (Dor de 
crescimento passa sozinha). O exame físico é normal. Dor intolerável que não interfere nas 
brincadeiras e atividades diárias. Não tem processo patológico. 
Crescimento é um processo fisiológico que não deve, portanto estar associado a dor. A dor de 
crescimento chama-se a dor associada a dificuldades de marcha, etc. 
 “Dor de crescimento” 
o 45-50% dos pré-escolares e escolares 
o Fadiga por superuso? Alterações anatômicas transitórias? Funcional? 
 
 
Critérios de inclusão Critérios de exclusão 
Dor intermitente Dor contínua 
Dor não articular Dor articular 
Dor em ambos os membros Dor localizada 
Dor no fim do dia ou à noite Sinais flogísticos, limitação de 
movimento, claudicação 
 
 
 
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37 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
Claudicação: quando o paciente manca. Dor tão intensa que é capaz de alterar a marcha. 
 
DOR 
 Relação entre início da queixa e trauma ou atividade física 
 Caracterizar atividade física: 
o Síndrome dolorosa por excesso de uso. 
o Traumatismos repetitivos subagudos—exercício físico sendo feito da forma 
incorreta. 
 
 Artralgia (Artrite) 
o Séptica: monoartrite, quadro sistêmico de infecção, sinais flogísticos intensos 
o Traumática: relação temporal entre trauma e sintomas 
o Reativa: história pregressa de infecção 
o Onco-hematológica: artrite com resposta ruim ao tratamento convencional e 
quadro sistêmico 
o Colagenose: predomínio das manifestações extra articulares (febre, rash, 
lesões de pele). 
 
 Tremores e vícios posturais em RN 
o Hipotonia fisiológica—todo neném depois que mama é hipotônico mesmo. 
o Hipermobilidade articular – comum em lactentes e pré-escolares. 
o Atividade motora marcada por movimentos espontâneos e automatismos 
o Movimentação simétrica e alternada 
o Tremores finos 
o Posição de dormir no berço—vicio postural. O ideal é colocar o paciente para 
dormir de barriga para cima. 
 
 Deformidades posturais ou alterações funcionais em MMII em lactentes 
o “Perna torta”—fisiológico ate os 2 anos de idade, desde que não seja muito 
grosseiro. 
o “Pé chato”. 
o Claudicação – não é normal. 
o Andar na ponta dos pés –é comum quando está aprendendo a andar, mas não 
pode persistir, caso ocorra, pesquisar doenças neurológicas. ( até 2 anos é 
normal). 
o Quedas freqüentes 
o Pés apontados para dentro ou para fora 
 
História pregressa: 
 Anomalias congênitas  pé torto congênito ou pé torto devido ao posicionamento 
uterino? Perguntar qual a posição do bebe no útero. 
 Tocotraumatismos- ou qualquer outro tipo de complicação no parto. 
 Doenças infecciosas prévias, pensando na possibilidade da artrite reativa ou febre 
reumática 
 Outras patologias 
 Internações e cirurgias 
 Vacinas  pode ter artrite reativa após vacinação. 
 Defeitos de postura notados pelos pais ou colegas 
 Atividade física 
 DNPM  muito comum ter doenças neurológicas associadas a alterações no aparelho 
locomotor. 
 
 
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38 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
História familiar: 
 Artrites 
 Doenças reumáticas ou ortopédicas 
 Lombalgia 
 Psoríase 
 Doenças inflamatórias intestinais 
 Comprometimento ocular 
 
Anamnese especial: 
 Lesões cutâneas: 
o O relato da presença atual/prévia de lesões cutaneomucosas deve ser 
investigado. 
o Rash facial → Lúpus Eritematoso Sistêmico Juvenil (Asa de borboleta) - piora 
com o sol 
o Rash difuso → Artrite Idiopática Juvenil Sistêmica - piora com febre e ao banho 
o Lesões discóides e atróficas → Lúpus Eritematoso Sistêmico Juvenil 
o Lesões ulceradas ou nódulos cutâneos → Vasculites 
o Nódulos extenso nas articulações + Rach rendilhado (róseo) + taquidispneia → 
Febre reumática 
o Esclerodermia 
 Comprometimento cardiovascular e respiratório: 
o Cardio - Doença reumática 
o Respiratório - Lúpus 
 Genitourinário: pensar em VASCULITES E LÚPUS 
o Comprometimento renal: hipertensão, edema, hematúria, proteinúria, 
cilindrúria 
o Ulceração genital → Behçet (Ulcerações dolorosas em mucosas orais e 
genitais) 
o Behçet: São lesões ulcerativas orais e genitais recorrentes, vasculite sistêmica 
de causa desconhecida, inflamação dos olhos com uveite característica e com 
lesões cutâneas. Acomete articulação, sistema nervoso central, pulmão. 
 Gastrointestinais: 
o Ressecamento da mucosa oral e aumento de glândulas salivares → Síndrome 
de Sjogren (primária ou secundária) 
o Disfagia/Refluxo gastroesofágico → Dermatopolimiosite Juvenil (DPMJ) ou 
Esclerodermia Juvenil (ESPJ) 
Limites da abertura bucal → Esclerose Sistêmica Juvenil 
o Diarreia/constipação → doenças infecciosas/parasitárias com repercussão 
musculoarticular 
o Ulcerações dolorosas da mucosa oral ou nasal - Behçet e Lúpus 
 Sistema nervoso: 
o Convulsões → Vasculites ou Lúpus 
o Coreia → Febre reumática, Lúpus ou Vasculites do Sistema nervoso central 
EXAME 
 Inicia quando o paciente entra no consultório 
 Observa-se: 
 Marcha 
 Subir a escada 
 
 
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39 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 Manipulação dos brinquedos 
 Troca de roupa 
 Como deita e levanta 
 Limitação dos movimentos 
 Dor Fraqueza muscular 
 Deformidades 
 Presença de sinais genéticos ou deformidades nos pais. 
 
 Marcha 
 Velocidade 
 Apoio—sempre se iniciar apoiando o calcanhar e o impulso é feito com a parte 
anterior dos pés. 
 Cadência 
 Tamanho dos passos 
 Estabilidade 
 Dor (claudicação) 
 Avaliar calçados e lembrar de avaliar o paciente sem sapatos. Sapato pode estar 
desgastado de forma desigual. 
 
 Face: 
 Assimetrias por posições intra-uterinas 
 Torcicolo –fibrose de esternocleidomastoideo, lesao de nervo craniano. 
 Movimentações (tiques, trejeitos) 
 Flacidez da musculatura 
 
 Pele 
 Eritema marginatum—comum no paciente com febre reumática. 
 Lesões de psoríase 
 Manchas café com leite—neurofibromatose. 
 Nódulos subcutâneos 
 
 Músculos 
 Agenesia 
 Trofismo 
 Simetria 
 Tônus 
 Força 
 Contratura 
 Movimentos anormais ou involuntários 
 Dor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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40 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
Gradação da força muscular no exame físico: 
 
 Gradação Descrição 
5 Normal Movimento contra a gravidade, com resistência total 
4 Boa Movimento contra a gravidade com alguma 
resistência 
3 Regular Movimento contra a gravidade 
2 Fraca Movimento quando a força da gravidade é eliminada 
1 Traços Evidência de leves contrações musculares 
0 Ausente Ausência de contrações musculares 
 
ARTICULAÇÕES 
 
 O médico deve observar seus próprios movimentos e sua amplitude 
 Realizar sistematicamente o exame na criança normal em pequenas e grandes 
articulações, esqueleto axial e extremidades 
 
 Fazer a inspeção geral; palpação; percussão; mobilidade 
 Inspeção geral → simetria, volume, coloração 
 Palpação → sinais flogísticos, irregularidade de superfície óssea, tensão dos 
músculos,crepitações, tumescência (cistos, nódulos, massas) 
 Percussão: derrame articular 
 Mobilidade → se todas são móveis; ativa e passiva, força e estabilidade. 
 
 Entorse: distensão excessiva dos ligamentos articulares com perda momentânea da 
congruência articular (trauma ou movimento violento) 
 
 Luxação: deslocamento repentino e duradouro, parcial ou completo de um ou mais 
ossos de uma articulação. 
 
 Incapacidade funcional 
 Rigidez articular – devido a aderência fibrosa. 
 Contratura articular – geralmente não é a articulação que contrai, mas sim a 
musculatura periarticular  contração muscular. 
 Anquilose – fusão óssea das superfícies articulares—mais comum em pacientes 
idosos. 
 
 Exostose: Saliências irregulares em várias partes do esqueleto (à inspeção ou 
palpação), principalmente em ossos longos. Em uma forma sindrômica, se tem 
exostose em vários ossos. Essa sim pode dar problema. 
 
 
 
 
 
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41 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
Exame das mãos e punhos 
 Inspeção 
 Limitação de mobilidade 
 Hipertrofia sinovial  cisto sinovial (devido a movimentos repetitivos). 
 Desvio de eixo articular 
 Deformidades dos dedos 
 Fenômeno de Raynaud  alteração vasomotora de extremidade, com frio ou estresse, 
modificando a coloração da ponta dos dedos. 
 Vasculites periungueias 
 Mobilidade 
o Mãos: neutro, flexão e extensão 
o Punhos: flexão e extensão 
 
 
 
Exame dos cotovelos 
 Inspeção 
o Alinhamento e simetria 
o Aumento de volume 
 Palpação 
o Calor e dor 
o Nódulos 
o Linfonodos 
 Mobilidade 
o Flexão, extensão, supinação e pronação 
 
 
 
 
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42 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
Fratura supracondilar: 
 
Exame dos ombros 
 Inspeção e palpação 
o Aumento de temperatura 
 Mobilidade 
o Flexão, extensão, abdução, rotação 
 
 
 
Paralisia braquial obstétrica total - Paralisia do plexo braquial no recém nascido por dificuldade 
na passagem no parto, que pode gerar sequelas. 
OU 
Doença de Sprengel ou Escápula alta congênita 
 
Articulações temporomandibulares 
 Inspeção 
o Alterações ortodônticas 
o Crescimento mandibular 
o Bruxismo 
 Palpação 
o Boca fechada e aberta 
o Dor e crepitações 
 hipertrofia e hipertonia muscular adjacentes 
 
 
 
 
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43 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
Quadril → pensar em processos inflamatórios 
Articulações coxofemorais 
 Palpação 
o Força muscular 
o Dor e irradiação em face anterior da coxa e joelho, principalmente. 
 Mobilidade 
o Rotação, flexão e extensão, abdução e adução 
 Articulação coxofemoral  Displasia de desenvolvimento do quadril—cabeça do 
fêmur não esta encaixado no acetábulo, podendo haver necrose. 
 
 
 
Displasia do desenvolvimento do quadril (famosa em pediatria) - identifica qualquer 
anormalidade da relação anatômica entre o fêmur e o acetábulo. 
RN: manobras de Ortolani e Barlow 
Lactente: limitação da abdução do quadril, encurtamento aparente de coxa, assimetria da 
altura dos joelhos e assimetria de pregas cutâneas 
Criança maior: marcha claudicante, desnivelamento da pelve, dor no quadril. 
 
Barlow → Dobra a perninha e puxa, “retirando a articulação do lugar”, pode provocar luxação 
se tiver displasia. A manobra é realizada ao se aduzir o quadril (trazendo em direção à linha 
média) enquanto se aplica uma pequena pressão sobre o joelho, direcionando a força 
posteriormente. 
Ortolani → a partir da posição de adução e flexão de 90º dos quadris. Os joelhos servem para 
a preensão e ficam flexionados. Em seguida, fazem-se vários movimentos de abdução 
(abertura) e adução (fechamento) dos dois quadris. (abertura das perninhas fazendo rotação) 
 
 
 
 
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44 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 
Manobra de Galeazzi: É uma verificação para o comprimento aparente da coxa. A criança fica 
em decúbito dorsal, os quadris e os joelhos são fletidos em 90 graus e a altura correspondente 
dos joelhos é então comparada. O sinal de Galeazzi indica encurtamento aparente de um 
fêmur em comparação com o fêmur normal contralateral. 
Teste de Trendelenburg: Este teste é utilizado para detectar lesões no tendão/músculo glúteo 
médio ou fraqueza muscular nos abdutores do quadril. Teste em um pé. É verificado com a 
criança apoiando-se somente sobre um membro, mantendo o outro membro inferior sem apoio 
com flexão do joelho. Do lado normal observa-se o nivelamento da pelve, enquanto no quadril 
afetado observa-se queda da pelve para o lado contralateral, o que corresponde à insuficiência 
da musculatura abdutora. Existem dois tipos de testes positivos. Um sinal de trendelenburg 
compensado observa-se quando o tronco do paciente se inclina para o mesmo lado da perna 
testada. Um sinal de trendelenburg não compensado observa-se quando desvio pélvico 
contralateral. O teste considera-se normal, quando o paciente é capaz de manter o nível pélvis, 
sem ocorrer qualquer uma destas substituições. O examinador deve também prestar atenção a 
quaisquer desvios no plano transversal, que poderão significar dificuldades de mobilidade. 
 
Exame dos joelhos 
 Inspeção estática 
o Alinhamento: genuvaro e genuvalgo 
o Aumento de volume articular global ou localizado 
o Musculatura periarticular 
 Palpação 
o Flutuação patelar 
 
 
GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
45 RESUMO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
 
 
Distância de no máximo 8 cm. 
 
 Ao nascimento até 1 ano varo 
 18/24meses alinhamento com a perna 
 2 a 4 anos alinhamento em valgo. 
 Após 4 anos: retorno gradual ao alinhamento do adulto. 
 Patológico: varo após 3 anos ou valgo acentuado após 6 anos 
 
Toda mulher

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