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CCJ0019-WL-OO-Livro-Direito Constitucional Resumido Para Concursos - Guilherme Jakymiu Furtado - 2013

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CONSTITUCIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO 
Guilherme Jakymiu Furtado 
PARA CONCURSOS 
PARA CONCURSOS 
(RESUMIDO) 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Guilherme Jakymiu Furtado é bacharel em Direito pela 
UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí SC. Pós graduando 
em Direito e Processo Penal pelo Complexo Educacional 
Damásio de Jesus. Estudante. 
 
A presente apostila tem por objetivo tratar a ciência do 
Direito Constitucional - de uma forma direta e resumida, 
voltada aqueles que se preparam para concursos públicos, 
estudantes ou profissionais da área. Foi organizada com base 
na doutrina, legislação e jurisprudência disponíveis até o mês 
de maio de 2013. 
 
Bons estudos! 
2 
 
CONSTITUCIONALISMO 
 
É um movimento histórico, político e jurídico com o objetivo de limitar o poder estatal 
por meio de uma Constituição. Impõe parâmetros ao exercício do poder, pois assegura 
aos indivíduos garantias individuais 
 
Neoconstitucionalismo – movimento que surge após a 2ª Guerra Mundial, fruto do pós 
positivismo, e cujo objetivo é assegurar uma maior eficácia da Constituição, 
principalmente dos direitos fundamentais 
 
 Maior importância aos princípios (não se analisa somente o texto legal da CF) 
 Maior eficácia dos direitos fundamentais (o Supremo já reconhece eficácia concreta dos dir. fun.) 
 Surgimento à uma hermenêutica constitucional 
 
CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO 
 
 Constituição é a lei fundamental e suprema de um Estado 
 
Em decorrência do princípio da supremacia da Constituição, toda e qualquer norma do 
ordenamento jurídico deve ser compatível com seu conteúdo 
 
Concepções: 
 
 Sociológica: Ferdinand Lassale - Constituição é a soma dos fatores reais de poder, 
não prevalece o que está escrito, e sim o poder que emana da sociedade. Dessa 
forma, todo Estado possui uma Constituição, já que não se trata de um documento 
ou lei. 
 
 Política: Carl Schimitt - Constituição é a decisão política fundamental tomada pelo 
povo - posição decisionista. Estabelece a estrutura do estado e os direitos 
fundamentais. Atos não decididos pelo povo seriam apenas leis constitucionais 
 
 Jurídica: Hans Kelsen – a) Sentido jurídico-positivo: Constituição é a lei mais 
importante de todo ordenamento jurídico. Para que uma lei seja válida, precisa ser 
compatível com a Const. b) Sentido lógico-jurídico: Acima da Const. há uma norma 
hipotética fundamental, não escrita, cujo único mandamento é “obedeça a 
Constituição”. Decorre da racionalidade do homem. Seu fundamento não é 
sociológico, político ou filosófico. Decorre do plano do dever ser, e não do ser 
 
 Culturalista – No Brasil José Afonso da Silva e Meirelles Teixeira – A Const. é fruto 
da cultura de um país, sendo também uma norma jurídica 
 
 
3 
 
CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO 
 
 
A Constituição pode ser classificada de acordo com seu conteúdo, forma, modo de 
elaboração, origem, rigidez e extensão: 
 
1. Conteúdo 
.Material: possui apenas matéria constitucional, ex. estrutura e poderes do Estado 
.Formal: possui outros assuntos além da matéria constitucional. Dispositivos serão 
normas constitucionais pois estão inseridos na CF (tudo contido nela é 
constitucional e superior hierarquicamente as demais normas) 
 
2. Forma 
.Escrita: um só documento 
.Costumeira (não escrita): mais de um documento, baseia-se nos costumes e 
jurisprudência ex. Const. da Inglaterra 
 
3. Modo de Elaboração 
.Dogmática: fruto de trabalho legislativo específico, criado por órgão constituinte 
diante do direito dominante da época 
.Histórica: fruto de lenta e contínua evolução das tradições e costumes de um povo 
 
4. Origem 
.Promulgada/popular: fruto de órgão constituinte eleito pelo povo, é democrática 
.Outorgada: imposta por ditador, sem participação popular. CF 1824 – Dom Pedro 
1º, 1937 – Getúlio Vargas, 1967 – Ditadura Militar 
.Cesarista: feita pelo governante e submetida a referendo pelo povo 
.Pactuada ou dualista: fruto do acordo entre duas forças políticas (ex. Magna Carta 
Inglesa de 1215 – Rei João x Barões) 
 
5. Estabilidade ou rigidez 
.Imutável: não pode ser alterada 
.Rígida: Pode ser alterada, mas com procedimento mais complexo do que a 
alteração de normas infraconstitucionais. A CF contém normas denominadas 
super rígidas, pois não podem ser alteradas por emendas - cláusulas pétreas 
(CFRB/88) 
.Flexível: CF possui mesmo processo de alteração do que outras leis 
.Semirrígida: parte dela é rígida e parte é flexível 
 
6. Extensão 
.Sintética: Contém só os princípios fundamentais e estruturais do Estado, mais 
resumida 
.Analítica: Regulamenta todos os assuntos considerados relevantes para a 
4 
 
organização de um Estado, mais extensa 
 
CRFB/88: Formal, Escrita, Dogmática, Promulgada, Rígida, Analítica 
 
 
Outras classificações 
 
A. Quanto a Função (Canotilho) 
.Garantia: fixa os direitos e garantias fundamentais, é uma carta declaratória 
.Dirigente: além de fixar os direitos e gar. fundamentais, fixa metas estatais (CFRB/88) 
 
B. Quanto a Sistemática 
.Unitária: Composta de um só documento 
.Variada: Composta de vários documentos esparsos. (CFRB/88 – A constituição não se resume ao 
seu texto escrito, analisar o Bloco de Constitucionalidade, vez que também são normas 
constitucionais os princípios nela implícitos bem como os tratados internacionais sobre Direitos 
Humanos) 
 
C. Quanto ao Sistema 
.Principiológica: preponderam os princípios, há mais princípios que regras 
.Preceitual: preponderam as regras 
.No Brasil há um grande número de regras e princípios, impossível tal classificação 
 
 
ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO 
 
 Orgânicos: organizam a estrutura do Estado e do Poder (da organização do estado 
art.18; da organização dos poderes art.2º; das forças armadas e da segurança 
pública; organização do judiciário art. 92) 
 
 Limitativos: limitam o poder estatal, conferindo garantias individuais (direitos 
fundamentais art.5º) 
 
 Sócio-ideológicos: fixam uma ideologia estatal. Definem as obrigações estatais no 
tocante aos direitos sociais, e na atuação na esfera econômica (objetivos da 
república art.3º; dos direitos sociais; da ordem econômica e financeira) 
 
 De estabilização constitucional: buscam a estabilidade em situações de crise 
institucional; instrumentos de preservação da CF (intervenção federal art.34; 
controle de constitucionalidade, do estado de defesa e de sítio art.136, seg) 
 
 Formais de Aplicabilidade: determinam como será aplicada a CF (preâmbulo e 
ADCT) 
5 
 
ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO 
 
 
 
 
Preâmbulo: Não é considerado norma, serve apenas para interpretação da CF (STF). Está 
situado no domínio da política e da história e não do direito. 
 
 Não se exige sua reprodução nas Constituições Estaduais, já que não é norma 
constitucional, tampouco pode ser usado como parâmetro no controle de 
constitucionalidade – nenhuma lei fere o preâmbulo. A palavra Deus no preâmbulo não 
fere a laicidade do Estado Brasileiro (decisão STF) 
 
Parte permanente: apesar do nome, não é imutável, pode ser objeto de reforma 
 
ADCT: Tem natureza de norma constitucional de caráter transitório ou excepcional 
 
 Sua alteração ou inclusão de novas normas depende de emendas constitucionais ante sua 
natureza constitucional 
 
CLÁUSULAS PÉTREAS 
Quatro matérias que não podem ser retiradas da CF, nem por emenda. Também 
chamadas de normas super rígidas. Art. 60 § 4º da CF. Não será objeto de deliberação a 
proposta de emenda tendente a abolir: 
1. Forma federativa de Estado (Federação) 
 Sistema de governo presidencialista não é cláusula pétrea 
 Forma de governo republica é uma cláusula pétrea implícita, conforme entende o STF 
2. Voto direto, secreto, universal e periódico 
 Direto – o povo escolhe diretamente seu representante 
 Secreto – sigiloso 
 Universal – todos têm o direito de votar 
 Periódico – voto é realizado de tempos em tempos 
 O voto obrigatório(18-17 anos) não é cláusula pétrea, podendo ser alterado 
3. A separação dos poderes 
 São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário 
Preâmbulo Parte permanente – art. 1 ao 250 ADCT 
6 
 
4. Os direitos e garantias individuais 
 Não estão situados apenas no art. 5º; STF entende que também o art. 150 (anterioridade 
tributária- direito individual do contribuinte), art. 16 (anterioridade eleitoral – direito 
individual do eleitor) 
 STF entende que Direitos Sociais também são cláusulas pétreas. Trata-se também de 
hipótese de interpretação ampliativa ou generosa das cláusulas pétreas 
 
EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
 
Eficácia da norma jurídica é a possibilidade de produzir efeitos concretos 
 
1. Normas de eficácia plena e aplicabilidade imediata ou integral: Produzem efeito desde 
logo, não necessita regulação posterior por norma infraconstitucional 
 
2. Normas de eficácia contida (restringível ou redutível) e aplicabilidade imediata ou 
integral: Produzem efeito desde logo, entretanto podem ser restringidas por norma 
infraconstitucional (salvos). Exemplo: 
 
 Art. 5º XIII – É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer. Ex. exame da OAB 
 
3. Normas de eficácia limitada e aplicabilidade mediata: Não produzem grandes efeitos de 
imediato, dependem de regulamentação infraconstitucional ou de administradores 
 
A. de princípio institutivo: são traçados esquemas gerais para que o legislador os 
complemente por lei 
 
 Ex. Art. 37, VII – o direito de greve (dos servidores públicos) será exercido nos termos e 
nos limites definidos em lei específica 
 
B. de princípio programático: são traçados programas ou diretrizes de atuação para 
os órgãos estatais 
 
 Ex. Art. 4º § único – A república federativa do Brasil buscará a integração econômica, 
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma 
comunidade latino americana de nações 
 Segundo o STF, essas normas são capazes de gerar direitos subjetivos (podem ser 
cobrados) porque o Estado tem o dever realizar um mínimo existencial dessas normas 
 
Obs. Se o complemento infraconstitucional para norma de eficácia limitada não for feito, ocorrerá 
inconstitucionalidade por omissão. Poderá ser objeto de mandado de injunção ou ADI por omissão 
 
 
7 
 
PODER CONSTITUINTE 
 
É o poder de criar ou alterar uma constituição. No Brasil, ainda que indiretamente, seu 
titular é o povo, o qual elegeu uma Assembleia Nacional Constituinte para tanto. A teoria 
do poder constituinte derivou de Emanuel Joseph Sieyès em 1789 com o livro “O que é o 
3º estado” 
 
Originário 
 
Cria a constituição, instaura uma nova ordem jurídica. Tem por características: 
 
Inicial: inaugura uma ordem jurídica, revogando a anterior se tiver 
ilimitado: não há limitação pelo direito pré-existente, podendo estabelecer 
qualquer coisa 
incondicionado: não se submete a nenhuma forma anterior, podendo ser exercido 
de qualquer maneira (por uma revolução, assembleia constituinte, etc) 
 permanente: não se exaure com seu exercício 
 
Atualmente existe uma posição moderna, majoritária, no atinente à característica 
“ilimitado” cujo identifica limites ao poder originário: 
 
a) O Direito Natural 
b) Proibição do retrocesso: a CF não pode retroceder na tutela dos direitos fundamentais 
 
Derivado ou instituído 
 
Instituído pelo poder constituinte originário para modificar a constituição. Tem por 
características: 
 
secundário: deriva do originário 
limitado: há limitações na própria CF, a exemplo das cláusulas pétreas 
condicionado: alteração deve estar de acordo com o processo pré-estabelecido 
pelo constituinte originário, ex. Emenda constitucional 
 
.Espécies de poder constituinte Derivado: 
 
Reformador: modifica a CF pelo processo nela previsto. No Brasil, o Congresso 
Nacional por emendas 
 
Decorrente: poder dos estados para elaborarem suas constituições 
 
 Segundo o STF, o DF também possui tal poder. Isso porque a Lei Orgânica do DF tem status 
de constituição estadual 
8 
 
 
Revisor: Revisão feita na CF 5 anos após sua promulgação, pelo congresso nacional 
em sessão unicameral (duas casas unidas) por maioria absoluta de votos. Alguns 
doutrinadores entendem o revisor ser parte do reformador 
 
 
MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL/PODER CONSTITUINTE DIFUSO e REFORMA 
 
É a alteração do significado da constituição sem a alteração de seu texto. Muda-se a 
interpretação. Já a Reforma Constitucional é a alteração física, no texto da CF, da qual 
divide-se em: 
 
 Revisão constitucional – art. 3º ADCT – idem poder derivado revisor, já aconteceu 
 Emenda constitucional – art. 60 CF – único modo de se reformar a CRFB/88 (posição majoritária) 
 
 
NOVA CONSTITUIÇÃO E A ORDEM JURÍDICA ANTERIOR ou FENÔMENOS CONST. 
 
Desconstitucionalização 
.Quando nova CF, dita expressamente que CF anterior passará a viger, no que for 
compatível, a título de norma infraconstitucional. (transforma CF velha em lei) 
 .Não pode ser objeto de ação de inconstitucionalidade mas de revogação por 
 lei ordinária. 
 .Nunca se utilizou no Brasil. 
 
Recepção 
.Quando CF posterior, recepciona/recebe todas normas infraconstitucionais desde 
que compatíveis com seu texto. 
.Não sendo compatível, norma perde eficácia. Não poderá ser objeto de ação de 
inconstitucionalidade, pois quando elaboradas eram compatíveis. Ex. Lei de 
imprensa 
.A recepção pode alterar a natureza normativa de alguns atos. Ex. Código penal 
(decreto lei 2848/40 – foi recepcionado como lei ordinária) 
 
 Recepção material de norma Constitucional 
.A nova CF mantém em vigor alguns dispositivos da constituição anterior 
 
Represtinação 
 .Retorno da lei/CF revogada, quando sua revogadora deixa de existir 
.Via de regra não é permitido no Brasil. Exceções: se a lei nova ditar 
expressamente ou a cautelar da ADI 
 
Retroatividade da norma Constitucional 
9 
 
.A CF atinge apenas os efeitos, de fatos anteriores, que ainda irão ocorrer. 
 .Denomina-se retroatividade mínima. 
 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
 
A república federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados, 
Municípios e Distrito Federal. 
 
Todo o poder emana do povo, por meio de representantes eleitos ou diretamente 
por ele 
 
São poderes da união, independentes e harmônicos entre si, o legislativo, 
judiciário e executivo 
 
 A CF estabeleceu uma estrutura como o fim de garantir a independência entre eles, 
com atribuições de controle recíproco 
 
Fundamentos: 
 
1. Soberania – Poder político não limitado por nenhum outro (interna: perante os cidadãos ou 
externa: perante a ordem internacional) 
2. Cidadania – Participação política dos indivíduos 
3. Dignidade da pessoa humana 
4. Valorização social do trabalho e da livre iniciativa 
5. Pluralismo político – diversidades e liberdades (sociais, políticas, culturais...) devem ser 
respeitadas 
 
Objetivos fundamentais: 
 
1. Construir um sociedade livre, justa e solidária 
2. Garantir o desenvolvimento nacional 
3. Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais 
4. Promover o bem de todos, sem preconceitos de cor, raça, sexo, idade ou quaisquer 
outro tipo de discriminação 
 
Obs. Tratam-se de ações estatais, portanto, começam com verbo 
 
 
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
 
Direito – norma de conteúdo declaratório ex. você tem direito a honra, locomoção 
Garantia – norma de conteúdo assecuratório, resguarda um direito ex. indenização por 
10 
 
dano material e moral, habeas corpus 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
Conforme a CRFB/88 – Direitos e garantias individuais e coletivos (art. 5º), Direitos sociais 
(art. 6º a 11), Direito de nacionalidade (art. 12 e 13), Direitos políticos e partidos políticos 
(art. 14 a 17) 
 
Conforme a doutrina 
 
1ªDimensão 
 
São os direitos individuais, ou liberdades públicas - Liberdade 
O Estado tem o dever principal de não fazer 
Ex. direito a vida, liberdade, propriedade, bem como novos direitos: de morrer, ao 
esquecimento 
 
2ª Dimensão 
 
São os direitos sociais - Igualdade 
O Estado tem o dever principal de fazer 
Ex. prover direito a saúde, educação, moradia, trabalho, etc 
 
3ª Dimensão 
 
São os direitos metaindividuais ou transindividuais - Fraternidade 
Ex. direitos difusos e coletivos – como o meio ambiente sadio, busca da paz 
 
Classificação dos status de Jellinek 
 
a) Status Negativo – o Estado tem o dever de não fazer (liberdades públicas) 
b) Status Positivo – o Estado tem o dever de fazer (direitos sociais) 
c) Status Ativo – possibilidade de interferir nas decisões do Estado (direitos políticos) 
d) Status Passivo – a pessoa tem um dever com relação ao Estado (dever de cuidar 
dos filhos art. 229) 
 
TITULARES 
 
O art. 5º caput dita os Brasileiros e os estrangeiros residentes no país, mas também: 
 Todos que estão no território brasileiro (ainda que não residentes) são titulares de 
direitos fundamentais (STF). Ex. turista estrangeiro pode impetrar HC 
 Pessoa jurídica é titular de alguns, pois outros são incompatíveis com a natureza da 
pessoa jurídica; inclusive a pessoa jurídica de direito público (STF) 
11 
 
 Embrião é titular de alguns, exceto o fora do ventre materno, congelado (STF) 
 Morto é titular de alguns, ex. imagem, dignidade (STJ) 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
A) Historicidade – decorrem de uma evolução histórica 
B) Universalidade – pertencem a todos 
C) Concorrência – podem ser usufruídos simultaneamente 
D) Relatividade – não são absolutos! Ex. a vida pode ser ceifada em caso de guerra. Doutrina 
minoritária alega que alguns direitos são absolutos, como a vedação da tortura 
E) Inalienabilidade – não se pode renunciar aos direitos fundamentais, mas podem não ser 
exercidos 
F) Vinculação aos três poderes – legislativo, executivo e judiciário em seus atos devem 
respeitar os d.f. 
 
EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
.Eficácia vertical: aplicação dos direitos fund. nas relações entre Estado e Pessoas, ex. o 
Estado não pode tirar a vida ou propriedade do indivíduo indevidamente, ou de não 
prover saúde 
 
.Eficácia horizontal: aplicação dos direitos fund. nas relações entre Pessoas e Pessoas, nas 
relações privadas. Observar a autonomia de vontade das relações privadas 
 
 Mediata ou indireta: os direitos fund. se aplicam as relações privadas, por meio de lei 
infraconstitucional 
 Imediata ou direta: os direitos fund. se aplicam nas relações privadas sem necessidade de lei 
infraconstitucional, ou seja, o art. da CF se aplicando diretamente no fato 
 
Art. 5º § 1º - as normas definidoras dos direitos fundamentais tem aplicação imediata – 
dispensam regulamentação 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE 
 
Leitura da CF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
 
HABEAS-CORPUS . 
 
Quando alguém sofrer (hc repressivo) ou ameaçado de sofrer (hc preventivo) violência ou coação 
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder 
 
 Não cabe HC contra punição disciplinar do militar art. 142 § 2º CF 
 
Sujeito Ativo: 

 Pessoa física, em nome próprio ou alheio, ainda que sem advogado, por brasileiro ou estrangeiro 
 Não se admite HC apócrifo (anônimo, sem assinatura) 
 Não será julgado HC contra a vontade do paciente – STF, ex. goleiro Bruno 
 Não cabe HC em favor de p.j; mas, pessoa jurídica pode ingressar em favor de pessoa física 
 
Sujeito Passivo: 
 
 Autoridade coatora pública ou particular, ex. delegado de polícia, diretor de hospital que não libera 
o paciente enquanto não paga a conta 
 
Competência 
 
 O juízo competente para julgar o HC depende da autoridade coatora – deverá ser impetrado à 
autoridade acima da autoridade coatora ex. se a.c delegado – juiz, se a.c juiz – tribunal 
 Se a.c for Turma Recursal do JECRIM – conforme súmula 690 a competência é do STF. Mas o 
supremo a deixou de aplicar, entendendo que a competência é do TJ ou TRF 
 Justiça do Trabalho pode julgar HC, mas não significa que julgará matéria penal EC 45/04 
 
.Ação gratuita 
 
Obs. Na CF de 1891, o HC tutelava quaisquer direitos e não apenas a liberdade de locomoção – teoria 
brasileira do habeas corpus 
 
HABEAS-DATA . 
 
Para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante constante em 
banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público, ex. SPC (garante o acesso a 
informações pessoais – é diferente do direito de certidão e informação) 
 
 Também para retificação de dados , quando não se prefira fazer por processo sigiloso, judicial, 
administrativo (corrigir informações se incorretas) 
 Também para fazer anotações nos dados pessoais quando estiverem corretos (acrescido pela lei 
9507/97 – ex. justificar o porquê do nome constar no SPC) 
 
Obs. Necessita esgotamento (negativa ou demora) da via administrativa para impetrar o HD 
 
13 
 
Sujeito Ativo 
 
 Pessoa física ou jurídica 
 A pessoa do impetrante. Ação personalíssima 
 
Sujeito Passivo 
 
 Entidades estatais (detentor da informação) 
 Agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público 
 
.Ação Gratuita 
.Não admite ser impetrada por terceiros 
.Precisa de advogado. O único remédio que não precisa, é o HC 
 
MANDADO DE SEGURANÇA . 
 
Para proteger direito líquido e certo, não amparado por HC e HD, por ilegalidade ou abuso de 
poder de sujeito passivo 
 
 Liquido e certo é o direito já provado, que não precisa dilação probatória 
 Prazo decadencial: 120 dias (6 meses) desde o conhecimento do ato Lei 12.016/09 
 
Sujeito Ativo 
 
 Pessoa física e jurídica 
 
Sujeito Passivo 
 
 Autoridade pública 
 Agente de pessoa jurídica no exercício de função pública 
 
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO . 
 
Para proteger direito líquido e certo, não amparado por HC e HD, por ilegalidade ou abuso de 
poder de sujeito passivo 
 
 Difere do MS individual quanto ao direito tutelado e sujeito ativo (legitimados) 
 Direitos tutelados: direitos coletivos - pertencem a uma coletividade determinável de pessoas e é 
um direito indivisível, ex. associados de sindicato + direitos individuais homogêneos – pertencem a 
uma coletividade determinável de pessoas e é divisível, ex. familiares vítimas de acidente aéreo 
 
Sujeito Ativo 
 
 Partido político com representação no Congresso Nacional (1 deputado e 1 senador) 
 Organização sindical, entidade de classe ou associação 
 associação legalmente constituída e em funcionamento há 1 ano 
 em defesa de seus membros ou associados 
14 
 
Sujeito Passivo 
 
 Autoridade pública 
 Agente de pessoa jurídica no exercício função pública 
 
Obs. O MS coletivo não produzirá litispendência quanto às ações individuais. Para aquele que impetrou MS 
individual, e queira se beneficiar do MS coletivo, deverá desistir da sua ação no prazo de 30 dias, a contar do 
conhecimento da medida coletiva 
 
MANDADO DE INJUNÇÃO . 
 
Quando a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos constitucionais 
(direitos e liberdades individuais + prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania, à 
cidadania). Exemplos: 
 
 Art. 37 VII – Direito de greve do servidor público condicionado a regulamentação por lei – inexiste 
tal lei 
 
Sujeito Ativo 
 
 Pessoa física ou jurídica 
 STF admite o Mandado de Injunção Coletivo – mesmas partes do MS Coletivo 
 STF admite o Município impetrar MJ – informativo 466 STF 
 
Efeitos 
 
 STF adota uma posição concretista – produzirá efeitos concretos, dividindo-se em a) individual – 
beneficia a pessoa do impetrante ou b) geral – produziráefeitos para além das partes 
 
 
AÇÃO POPULAR . 
 
Utilizado para anular ato lesivo (evitar ou reparar lesão) ao: 
 
. patrimônio público 
. à moralidade administrativa 
. meio ambiente 
. patrimônio histórico e cultural 
 
Sujeito Ativo 
 
 Cidadão, aquele que está no gozo dos direitos políticos – eleitor, ainda que fora de seu domicílio 
eleitor - em outra cidade 
 Eleitor com 16 anos, não precisa da assistência dos pais – entendimento doutrinário 
 Estrangeiro não pode, pois não tem direitos políticos, salvo o português equiparado 
 
.O autor é isento de custas e sucumbência, salvo má-fé 
 
15 
 
DIREITO DE PETIÇÃO 
 
Direito de peticionar aos poderes públicos para: 
 
. defesa dos direitos 
. contra ilegalidade ou abuso de poder 
.independe do pagamento de taxas 
 
DIREITO DE CERTIDÃO 
 
Utilizado para obtenção de certidões em repartições públicas, para: 
 
. defesa de direitos 
. esclarecimentos de situações de interesse pessoal 
.independe do pagamento de taxas 
 
Obs. violado o direito de certidão, cabe Mandado de Segurança 
 
DIREITOS SOCIAIS 
 
São direitos de 2ª dimensão, no qual o Estado tem o dever principal de fazer, previstos no 
art. 6º da CF, mas que são regulamentados pela própria CF no título Ordem Social 
 
 Art. 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o 
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a 
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição 
 
As normas definidoras dos direitos sociais (previstas no título ordem social) não produzem 
todos seus efeitos, são programáticas. Mas, o Estado é obrigado a assegurar um mínimo 
existencial desses direitos sociais, dentro do limite “reserva do possível” já reconhecido 
pelo STF e STJ 
 
Obs. o art. 7º dita sobre os direitos individuais dos trabalhadores. O art. 8 ao 11 dita sobre os direitos 
coletivos dos trabalhadores (sindicalização e greve) 
 
 
NACIONALIDADE 
 
Nacionalidade é o vínculo jurídico-político de um indivíduo com um estado. 
 
Nacionalidade originária / primária 
Adquire-se com o nascimento; brasileiro nato 
 
Nacionalidade derivada / secundária 
Adquire-se por opção, com a naturalização; brasileiro naturalizado 
16 
 
Existem pessoas sem nacionalidade, chamadas de apátridas ou heimatlos, fato pouco 
evidente hoje, já que a nacionalidade constitui direito fundamental. Importante verificar 
também os conceitos de: 
 
Povo – conjunto de nacionais, não importando aonde estejam 
População – conjunto de pessoas em um lugar, independente das nacionalidades 
Nação – conjunto de pessoas ligadas por laços históricos, culturais e linguísticos 
 
Critérios para adquirir nacionalidade primária em um Estado: 
 
Jus Solis: territorialidade 
Jus Sanguinis: por ascendência 
 
Obs. Brasil adotou o sistema misto 
 
Critérios para adquirir nacionalidade originária no Brasil: 
 
1. os nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que não estejam a serviço 
de seu país 
 
2. os nascidos no estrangeiro, filhos de pai ou mãe brasileiro, que qualquer esteja à 
serviço do Brasil 
 
3. os nascidos no estrangeiro, filhos de pai ou mãe brasileiro, desde que sejam registrados 
em órgão competente* OU venham a residir no Brasil e optem, em qualquer tempo, 
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira – *inserido pela EC 54/2007 
que suprimiu a lacuna de 94 a 2007 quando a CF não admitia o registro no exterior – 
norma retroativa – mais informações: www.brasileirinhosapatridas.org 
 
 No segundo caso, o STF entende que a nacionalidade será adquirida já com a fixação da residência, 
nacionalidade esta precária, se tornando definitiva com a opção 
 O TSE dita que, o alistamento eleitoral não depende de prova de opção pela nacionalidade 
brasileira – Resolução 21385/2003 
 
Critérios para adquirir nacionalidade derivada (naturalização) 
 
Expressa 
 
.Naturalização ordinária (se cumprir requisitos de lei infraconstitucional – Estatuto do 
Estrangeiro) 
 
 Se originários de países de língua portuguesa, exige-se residência por um ano ininterrupto 
e idoneidade moral 
 Não constitui direito subjetivo do lusoparlante. Neste caso a concessão da naturalização é 
17 
 
ato discricionário 
 Para os não originários de países de língua portuguesa, o estatuto do estrangeiro possui 
outros requisitos, ex. residência por 4 anos contínuos no Brasil antes do pedido 
 
.Naturalização extraordinária ou quinzenária (se cumprir requisitos da CF) 
 
 Exige-se residência de 15 anos ininterruptos, sem condenação criminal, desde que 
requeiram 
 Preenchidos os requisitos, constitui direito subjetivo do requerente à naturalização 
 
.Radicação precoce (estatuto do estrangeiro) 
 
 Estrangeiro admitido no Brasil, até idade 5 anos, radicado definitivamente no Brasil, desde 
que requeira a naturalização até 2 anos após a maioridade (ex. Fernando Menigeni) 
 
.Conclusão de curso superior (estatuto do estrangeiro) 
 
 Estrangeiro que tenha vindo residir no Brasil antes da maioridade, e haja feito curso 
superior no Brasil, se requerida a naturalização até 1 ano após a formatura 
 
Tácita 
 
.Naturalização tácita ou grande naturalização (prevista na CF de 1891, art. 60 §4º) – não 
existe mais, já ocorreu 
 
 Devido a proclamação da República em 1889, todos no Brasil seriam brasileiros, a não ser 
que declararem o contrário em até 6 meses da vigência daquela CF 
 
.Portugueses com residência permanente no Brasil: se houver reciprocidade em favor 
dos brasileiros, são atribuídos os direitos inerentes aos brasileiros naturalizados. 
(português não precisa se naturalizar) – também conhecida como “quase nacionalidade” – 
a vantagem do português não se naturalizar, é que não perderá sua nacionalidade de 
origem; outras vantagens constam no Tratado de Amizade Brasil Portugal – Dec. 3927/01 
 
DIFERENÇAS ENTRE BRASILEIRO NATO E NATURALIZADO 
 
É vedado o tratamento diferenciado para brasileiro nato e naturalizado, salvo os casos 
previstos na Constituição federal: (portanto só a CF pode estabelecer diferenças) 
 
1. Cargo privativo de brasileiro nato: 
 
 Presidente da república 
 Vice-Presidente da república 
 Presidente da Câmara dos deputados 
18 
 
 Presidente do Senado federal 
 Ministro do STF 
 Ministro da Defesa 
 Oficial das forças armadas 
 Carreira diplomática 
 
2. Os seis cidadãos que integram a bancada do conselho da República (Cuidado! O conselho da 
república não é composto exclusivamente de brasileiros natos, pois também é composto de 
deputado, senador e ministro da justiça, que podem ser naturalizados) 
 
3. Extradição 
 
.Conceito: é a remessa de uma pessoa para outro país para que lá seja processado ou 
cumpra pena 
.O brasileiro nato jamais será extraditado 
.O naturalizado será em caso de cometimento de crime comum antes da naturalização ou 
envolvimento em tráfico de drogas 
 
4. Propriedade de empresa de rádio, jornal, TV, é privativa de brasileiro nato e de naturalizado a 
mais de 10 anos. 
 
PERDA DA NACIONALIDADE 
 
A. Por cancelamento da naturalização 
 
Dá-se o cancelamento da naturalização por sentença transitado em julgado, em razão de 
atividades nocivas ao Interesse Nacional - só para naturalizados 
 
.Competência da ação para cancelamento é da JF 
.Ajuizada pelo MPF 
.Momento da perda: quando da sentença transitado em julgado 
.A nacionalidade cancelada pode ser readquirida por ação rescisória 
 
B. Por naturalização voluntária de outra nacionalidade – para brasileiro nato e 
naturalizado. Esta é a regra, portanto se o nacional escolher outra nacionalidade perderá a 
sua, exceto: 
 
se houver reconhecimento da nacionalidade originária pelo país em sua lei 
se foi imposta a naturalização como condição de permanência ou para o exercício dos 
direitos civis 
 
.Momento da perda: por Decreto Presidencial – Lei 818/49, mas atualmente 
(conforme Dec. 3453/2000) tal ato fora delegadoao Ministro da Justiça 
.Brasileiro nato que perde a nacionalidade pode readquiri-la ou somente sob a 
forma derivada, ou na forma anterior, conforme polêmica doutrinária, sempre 
após requerimento ao Ministro da Justiça 
19 
 
DEPORTAÇÃO, EXPULSÃO, EXTRADIÇÃO 
 
Deportação - Retirada de um estrangeiro, do território brasileiro, se aqui entrou ou 
permaneceu irregularmente. Ex. entra com visto de turista e fica aqui permanentemente, 
ou ilegal 
 
 Ato unilateral – não precisa de requerimento ou participação do outro país 
 Poderá ser deportado para: país de sua nacionalidade, procedência ou outro que consinta 
 Prisão administrativa - o estrangeiro em via de ser deportado, pode ser preso – prisão 
decretada por juiz (prazo de 60 dias prorrogável por + 60 se não identifica-lo ou demora 
na retirada de documentos para deportação) 
 Despesas – serão arcadas pelo próprio estrangeiro, exceto se não tiver condições. Se ele 
arcar com tais despesas, pode regressar ao Brasil 
 
Expulsão – retirada do estrangeiro do território brasileiro, se aqui praticou ato atentatório 
ao Interesse Nacional 
 
 Ato unilateral – não precisa de requerimento ou participação do outro país 
 Feita por decreto presidencial – o judiciário não poderá apreciar o mérito da expulsão 
apenas a legalidade 
 Prisão administrativa – o estrangeiro em vias de ser expulso, pode ser preso – (90 dias 
prorrogáveis por igual período) 
 É vedado a expulsão – a) quando a extradição for vedada, b) estrangeiro com cônjuge 
brasileiro a mais de 5 anos c) estrangeiro com filho brasileiro que dele dependa 
 
Súmula 421 STF – Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando casado com 
brasileira ou ter filho brasileiro – impede a expulsão 
 
Extradição – envio de uma pessoa para outro país, para que lá seja processada ou cumpra 
pena 
 
 Ato bilateral – divide-se em ativa (quanto o Brasil pede) e passiva (um país pede ao Brasil) 
 Requisitos da extradição passiva – é analisado pelo STF (competência originária, análise 
só dos requisitos, nunca do mérito), se possível, Presidente da República deverá decretá-la 
 Requisitos – existência de tratado de extradição entre os 2 países ou acordo de 
reciprocidade; o estado deve ter competência para julgar o crime; 
 
É vedada a extradição a: 
 
.Brasileiros, salvo exceções (naturalizado) 
.Crime político ou de opinião 
.Se não for crime nos dois países 
.Se crime com pena igual ou inferior a 1 ano, conforme lei brasileira 
.Se o Brasil for competente para julgar o crime, exceto se tráfico internacional de drogas 
.Se extinta a punibilidade segundo a lei de um dos países 
.Para cumprimento de pena de morte – necessário que o país se comprometa a aplicar PPL 
20 
 
Obs. Conforme STF, só é possível extradição em caso de prisão perpétua, se o país assumir o 
compromisso de comutar essa pena em PPL máxima de 30 anos 
 
 
DIREITOS POLÍTICOS 
São os direitos destinados a realizar a Soberania Popular que será exercida pelo sufrágio 
universal (votar e ser votado), voto direto e secreto, plebiscito, referendo e iniciativa 
popular: 
Obs. A democracia brasileira é semidireta, na qual o povo a exerce indiretamente, por meio de 
representantes e em algumas hipóteses diretamente, ex. iniciativa popular; fundamento no art. 1º Parágrafo 
Único da CF – Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, 
nos termos desta Constituição. 
Plebiscito: Consulta prévia ao povo sobre determinado tema, dependendo será 
editado alguma medida legislativa (lei) ou administrativa. 
.Competência exclusiva do Congresso nacional em convocar plebiscito, via decreto 
legislativo, por iniciativa de 1/3 dos parlamentares 
Referendo: Consulta posterior ao povo, depois de editado a medida já aprovada, 
para que o povo a confirme ou rejeite. 
.Competência exclusiva do Congresso nacional em autorizar referendo, via 
decreto legislativo, por iniciativa de 1/3 dos parlamentares 
Iniciativa Popular: Capacidade do povo encaminhar projeto de lei para ser 
apreciado ao legislativo. Obs. Não pode ser rejeitado por vício de forma, devendo ser 
corrigido pela Câmara. Não é possível iniciativa popular para emenda const. 
Lei federal: deverá ser submetida a câmara dos deputados, o projeto de lei, 
subscrito por no mínimo 1% do eleitorado nacional, distribuído por pelo menos 5 
Estados, cada qual com 0,3% de seus eleitores 
Lei municipal: deverá ser submetida a câmara dos vereadores, o projeto de lei, 
com no mínimo 5% do eleitorado municipal 
Lei estadual: Não é a CF que disporá sobre o assunto e sim a Constituição Estadual 
DIREITO DE SUFRÁGIO (direito de votar e ser votado) 
CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA / ALISTABILIDADE 
Direito de votar. Adquire-se por alistamento eleitoral na Justiça Eleitoral 
.Obrigatório: + de 18 até 70 anos 
. Facultativo: de 16 até 18, + de 70 anos e analfabetos 
.São inalistáveis: estrangeiros (exceto português equiparado), menores de 16 anos e 
21 
 
conscritos (militar em serviço obrigatório) 
CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA / ELEGIBIIDADE 
Direito de se eleger, ser votado. São condições para a elegibilidade: 
- Nacionalidade brasileira (também português equiparado) 
- Pleno exercícios dos direitos políticos 
- Alistamento eleitoral 
- Domicílio eleitoral na circunscrição 
- Filiação partidária 
- Idade mínima de: 
35 anos: Presidente, Vice e Senador 
30 anos: Governador e vice 
21 anos: deputados federal/ estadual, prefeito, vice, juiz de paz 
18 anos: vereador 
Obs. Momento de aferição das condições de elegibilidade: Regra – no momento do registro da candidatura; 
Exceção – idade mínima que será apurada na data da posse 
CASOS DE INELEGIBILIDADE 
Absoluta: a mesma que a dos inalistáveis (estrangeiros, conscritos) + analfabetos + os que 
perderam seus direitos políticos – vale para todos os cargos, legislativo e executivo 
Relativa: 
 Reeleição ou motivo funcional – chefe do executivo só pode se reeleger uma vez 
consecutiva (ter 2 mandatos). Para reeleição, no mesmo cargo, não é necessária a 
desincompatibilização (renunciar ao cargo atual 6 meses antes da eleição), se for 
se candidatar a outros cargos, deve se desincompatibilizar – somente para chefe 
do executivo. No legislativo não há limites de reeleições nem hipótese de 
desincompatibilização 
inelegibilidade reflexa: são inelegíveis no território de jurisdição do titular, o 
cônjuge e parentes consanguíneos até 2 grau ou por adoção, do presidente, de 
governador, de prefeito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à 
reeleição. A desincompatibilização do titular beneficia o parente, que fica liberado 
para concorrer aos cargos antes vetados, exceto ao mesmo do titular que havia 
sido reeleito – somente para parentes do chefe do executivo 
 A inelegibilidade reflexa visa impedir a formação de monopólios na política local. 
Súmula Vinculante nº 18: A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no 
curso do mandato, não afasta a inelegibilidade do §7º art. 14 da CF 
 Ex. Parente de Presidente – não pode se candidatar a nada; Parente de Governador – não 
a governador, senador, deputado, prefeito ou vereador; Parente do prefeito – não pode a 
prefeito ou vereador 
22 
 
por razoes militares: militar conscrito não pode ser eleito. Militar alistável (não 
conscrito) é elegível tendo menos de 10 anos de serviço, mas deverá ser afastado. 
Com mais de 10 anos pode se candidatar, mas será agregado; eleito, ficará inativo. 
por razões elencadas em lei complementar, ex. Lei da ficha limpa 
 
PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS 
É vedado expressamente a cassação dos direito políticos (retirada arbitrária). Admite-se: 
Perda – se dá por prazo indeterminado, não necessariamente para sempre 
 cancelamento de naturalização por sentença transitado em julgado 
 recusa em cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa (escusa de 
consciência – art. 5º VIII da CF) – Alguns doutrinadores acreditam ser suspensão aquisição voluntária em outra nacionalidade, pois deixará de ser brasileiro 
 
Suspenção – se dá por prazo determinado 
 Incapacidade civil absoluta – alguns doutrinadores acreditam ser perda 
 condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos 
 improbidade administrativa 
 
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE/ANUALIDADE ELEITORAL 
A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se 
aplicando à eleição que ocorra até 1 ano da data de sua vigência – só para eleições 1 ano 
depois da sua vigência – o art. 16 constitui direito individual do eleitor, portanto 
consequente cláusula pétrea (STF) 
PARTIDOS POLÍTICOS 
Os partidos políticos tem personalidade jurídica de direito privado na forma da lei civil 
(criados com registro na junto comercial) e após tal registro, deverão registrar seus 
estatutos no Tribunal Superior Eleitoral 
 Tem acesso ao fundo partidário e acesso gratuito à radio e TV, na forma da lei, sendo 
vedada a utilização pelos partidos políticos paramilitares 
 Possuem autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento, bem 
como para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais 
 Escolher suas coligações sem obrigatoriedade de vinculação de candidaturas no âmbito 
federal, estadual, distrital e municipal (no âmbito federal podem se coligar X e Y no 
estadual Y e Z) 
 
23 
 
Preceitos: 
- Ter caráter nacional; 
- Jamais receber recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou estar 
subordinado a eles; 
- Prestar contas à justiça eleitoral; 
- Funcionamento parlamentar de acordo com a lei. 
É livre a criação, a fusão, incorporação ou extinção de partidos políticos, resguardados a 
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais 
da pessoa humana. 
 
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 
 
Forma de Estado 
 
 Federação: união de vários Estados, cada um com uma parcela de autonomia (forma 
Brasileira, constitui cláusula pétrea) 
 Unitário: comando central único, que pode ser descentralizado administrativa e 
politicamente 
 
Forma de Governo 
 
 República: do latim res publica (coisa pública). O governante é um representante do povo, 
por ele escolhido, para um mandato determinado (não é clausula pétrea expressa na CF, 
trata-se de cláusula pétrea implícita) 
 Monarquia: o governante adquire o poder pela sucessão hereditária 
 
Sistema de Governo 
 
 Presidencialismo: chefe de governo é um presidente escolhido pelo povo para um 
mandato determinado (não é clausula pétrea) 
 Parlamentarismo: chefe de governo é o primeiro ministro, escolhido pelo parlamento e 
sem mandato determinado ex. Inglaterra 
 
Regime Político: Democrático 
 
Obs. Brasil é um estado Federado, sob a forma republicana e sistema presidencialista 
 
 
 
24 
 
FEDERAÇÃO 
Durante a monarquia, o Brasil era um Estado unitário. Com a proclamação da República, 
em 1889, o Brasil transformou-se em uma Federação. Ressalte-se que nas constituições de 
1937 e 1967, o federalismo era aparente, vez que o poder era centralizado no governo 
central, que inclusive nomeava os governadores dos Estados. 
 Federação por agregação – vários estados independentes se unem para formar um país, 
ex. EUA. Doutrina alega haver um movimento centrípeto, voltando-se para o centro 
 Federação por segregação ou desagregação – já existe um país, que é dividido em Estados 
relativamente autônomos, ex. Brasil. Doutrina dita haver um movimento centrífugo, poder 
sai do centro. Características do federalismo brasileiro: 
 Assimétrico – pois os entes federativos buscam harmonia, disputando 
competências 
 Cooperativo – os entes se auxiliam reciprocamente 
 De 2º grau – além dos Estados, temos os municípios como entes federativos 
 
Elementos do Estado: 
 Povo 
 Território 
 Soberania / governo soberano 
 
 
ENTES DA FEDERAÇÃO 
 
A organização político-administrativa do Brasil compreende a União, Estados, DF e 
Municípios, todos autônomos nos termos desta constituição - Art.18 da CF 
 Território não é ente da federação, embora possa ser criado por lei complementar, integra 
a União e não goza de autonomia 
É vedado a secessão dos entes da federação (separação de algum deles tornando-se 
independente), mas é possível a formação de novos estados e territórios 
 Art. 1º CF - A república federativa do brasil é formada pela união indissolúvel dos estados, 
municípios e do distrito federal 
AUTONOMIA DOS ENTES 
A autonomia dos entes se expressa pela: 
auto-organização: competência legislativa conferida aos entes. Constituições Estaduais 
25 
 
auto-administração: competência administrativa e tributária conferida aos entes 
auto-governo: possibilidade de cada ente eleger seu governante 
 
VEDAÇÕES 
É vedado a todos os entes da federação: 
a) estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o 
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de 
dependência ou aliança, ressalvada na forma da lei, a colaboração de interesse 
público 
b) recusar fé aos documentos públicos 
c) criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si 
 
CRIAÇÃO DE NOVOS ESTADOS, TERRITÓRIOS E MUNICÍPIOS 
 
Os estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou formarem novos Estados ou 
Territórios federais; requisitos: 
Plebiscito da população diretamente interessada 
Aprovação do congresso nacional por lei complementar 
Os municípios podem realizar fusão, incorporação e desmembramentos; requisitos: 
Realizado por lei estadual, no prazo determinado por lei complementar federal 
Estudo de viabilidade municipal, na forma da lei 
Plebiscito dos interessados (municípios envolvidos) 
Obs. Atualmente na prática, não é possível a criação de novos municípios, pois inexiste a lei 
complementar do Congresso Nacional, requisito para tanto 
Os territórios integram a união, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração 
ao Estado de origem serão: 
 reguladas por lei complementar 
 
DESCENTRALIZAÇÃO DE COMPETÊNCIAS 
Na federação há descentralização com repartição de competências 
26 
 
União 
Possui dupla personalidade 
 Plano interno: é pessoa jurídica de direito público interno, com autonomia, 
responsável pelo Governo central 
 Plano internacional: representa a República Federativa do Brasil, exercendo a 
soberania. Ela não é soberana, exerce a soberania! 
Distrito Federal 
 Unidade federada cujo é vedado sua divisão em município 
 Suas competências legislativas englobam a estadual e municipal 
Territórios 
 Não é ente da federação. Considerados autarquias territoriais, são meras divisões 
administrativas da União 
 Atualmente não existe território no Brasil, mas a CF prevê sua divisão em 
municípios 
 
COMPETENCIAS DA UNIÃO 
 
Competências Administrativas (materiais), portanto não legislativas, dividem-se em: 
Exclusiva – pertence a União e não pode ser delegada – ex. emitir moeda, declarar 
guerra, autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico – art. 21 
Comum – pertencem a todos os entes - ex. proteger o meio ambiente, preservar as 
florestas, cuidar da saúde, etc – art. 23 
 
Competência Legislativa dividem-se em: 
Privativa – pertence a União mas pode ser delegada aos Estados, por meio de lei 
complementar – Art. 22 p.u “Lei complementar poderá autorizar Estados a legislar 
questões específicas da competência privativa da União” – ex. direito penal, civil, 
ou trabalho, transito e transporte, competência da PF, PFF, e PRF 
 
Concorrente – a União faz a lei geral, e o Estado lei específica – Art 24. Parágrafos: 
 
 A competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais, o que não exclui a 
competência suplementar dos Estados 
 Inexistindo lei federal sobre normas gerais: os Estados exercerão competência 
legislativa plena até que sobrevenha lei federal (estado poderá fazer a lei geral) 
 Com a superveniênciade lei federal sobre normas gerais, suspende a eficácia da lei 
27 
 
estadual, no que lhe for contrário 
 
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE 
 
Compete à União, Estados e DF legislar concorrentemente: 
 
1. direito tributário, financeiro, econômico, penitenciário e urbanístico 
2. orçamento 
3. juntas comerciais 
4. produção e consumo 
5. educação, cultura, ensino e desporto 
6. custas dos serviços forenses 
7. criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas 
8. procedimentos em matéria processual 
9. assistência jurídica e defensoria pública 
10. proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência 
11. proteção à infância e juventude 
12. previdência social, proteção e defesa da saúde 
13. proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turísticos e paisagístico 
14. florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos 
recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; 
15. responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos 
de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico 
16. organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis 
 
COMPETÊNCIA DOS ESTADOS 
Competência administrativa 
 Comum – art. 23 da CF 
 Residual - a que não for da União nem dos Municípios 
Competência legislativa – art. 25 
a) Para fazer sua constituição Estadual 
b) Competência legislativa residual, que não seja da União ou do município 
c) Na competência privativa da União, o Estado pode receber delegação 
d) Na competência concorrente, o Estado faz a lei específica 
 
§2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás 
canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação 
28 
 
§4º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, 
aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de Municípios limítrofes, 
para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum 
 
BENS DA UNIÃO 
 
1. Os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos 
2. As terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e 
construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental 
definidas em lei 
3. os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio ou que 
banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países ou se estendam a 
território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias 
fluviais 
4. as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; 
as praias oceânicas e as costeiras, excluídas destas, as que contenham sede de município, 
exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal 
5. os recursos naturais das plataformas continentais e da zona econômica exclusiva 
6. o mar territorial 
7. os terrenos de marinha e seus acrescidos 
8. os potenciais de energia hidráulica 
9. os recursos minerais inclusive os do subsolo 
10. as cavidades naturais subterrâneas, os sítios arqueológicos e pré-históricos 
11. as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios 
 
Observações 
A. É assegurado aos estados, DF, municípios e aos órgãos da adm. direta da união, 
participação no resultado da exploração de petróleo, gás natural, energia hidráulica, 
outros minerais, ou compensação financeira. 
B. A faixa de até 150 km das fronteiras terrestres, é considerada fundamental para a 
defesa do território nacional e sua ocupação e utilização serão reguladas por lei 
 
29 
 
INTERVENÇÃO FEDERAL 
 
Os entes federados possuem autonomia, portanto a regra é a não intervenção, que pode 
ser realizada excepcionalmente em alguns casos. Seu objetivo é suprimir 
temporariamente esta autonomia para preservar o pacto federativo 
Quem pode intervir? 
 União: nos Estados, Distrito Federal e Municípios localizados em territórios 
 Estados: nos Municípios 
 
HIPÓTESES (taxativas) 
INTERVENÇÃO FEDERAL 
ESPONTÂNEA 
Presidente da República de ofício decretará a intervenção para (art. 34, I, II, III,V) 
1. Manter a integridade nacional 
2. Repelir invasão estrangeira ou entre as unidades da federação 
3. Pôr termo a grave comprometimento da ordem pública 
4. Reorganizar as finanças da unidade da federação 
5. garantir o livre exercício de qualquer dos poderes nas unidades da federação 
Obs. tais hipóteses dependem de aprovação do Congresso Nacional para posteriormente o 
Presidente executar o decreto aprovado – controle político 
PROVOCADA (art. 34 IV, VI, VII) 
Por solicitação 
Executivo ou legislativo se declarem ameaçados ou impedidos de exercerem suas funções 
 .após a solicitação, a decretação de intervenção é ato discricionário do Presidente 
Por requisição 
30 
 
1. Judiciário se declarar ameaçado ou impedido de exercer sua função 
 .requisição do STF 
2. Se algum Estado ou DF desobedecer ordem ou decisão judicial 
 .requisição do STF, STJ, TSE 
3. Por violação dos princípios constitucionais sensíveis ou recusa à execução de lei federal 
 .depende de provimento do STF após representação do PGR 
 
Obs. Após requisição, Presidente da República é obrigado a decretar a intervenção. Casos [2 e 3] 
não dependem de aprovação pelo Congresso Nacional (controle político). Nestes casos, o decreto 
limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado se bastar ao restabelecimento da 
normalidade 
Obervações 
.O decreto de intervenção especificará: amplitude, prazo as condições de execução e se couber, 
nomeará interventor 
.Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, 
salvo impedimento legal 
.Nos casos que houver controle político do decreto de intervenção, o Congresso/Assembleia 
deverá decidir num prazo de 24 horas 
 
INTERVENÇÃO ESTADUAL EM MUNICÍPIOS ou da UNIÃO NOS MUNICÍPIOS DO 
TERRITÓRIO 
 
Será efetivada por decreto do governador do Estado, podendo ou não indicar um 
interventor. Hipóteses: 
ESPONTÂNEA / DE OFÍCIO 
1. Não pagamento da dívida fundada, por dois anos sem motivo 
2. Não forem prestadas contas devidas, na forma da lei 
3. Não for aplicado o mínimo exigido em ensino / saúde 
Obs. tais casos necessitam aprovação da Assembleia Legislativa do Estado (controle político) 
31 
 
POR REQUISIÇÃO 
1. Assegurar a observância de princípios da constituição estadual ou prover a execução de 
lei ou ordem/decisão judicial 
 .requisição do Tribunal de Justiça, após prover representação do PGJ, no caso de 
 intervenção estadual 
 .não necessita controle político 
 
ESTADO DE DEFESA 
 
 
O presidente da república pode decretar estado de defesa, depois de: 
 
ouvir o conselho da república 
ouvir o conselho de defesa nacional 
 
Ainda deverá 
 
em 24 horas submeter o ato com a justificação ao Congresso Nacional (que irá 
referendar; não autorizar) 
o congresso decidirá por maioria absoluta, se em recesso, há convocação 
extraordinária em 5 dias 
 
 deverá apreciar o decreto em 10 dias de seu recebimento 
 continuará funcionando enquanto durar o estado de defesa 
 rejeitado o decreto, cessa o estado de defesa 
 
Motivos 
 
preservar ou restabelecer a ordem pública ou a paz social 
ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por 
calamidades de grandes proporções. 
 
*Somente em locais restritos e determinados (não terá âmbito nacional) 
 
Tempo de duração 
 
.30 + 30 (prorrogação única, se continuarem as razões) 
 
Medidas Coercitivas 
 
32 
 
Restrições: 
reunião (em associações também) 
sigilo de correspondência 
sigilo de comunicação telegráfica e telefônica 
+ 
ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos (na hipótese de calamidade 
pública) 
 
 neste caso, a união responderá pelos danos e custos decorrentes 
 
Prisão durante estado de defesa.Prisão por crime contra o estado: 
 
.deverá ser comunicada ao juiz competente, que relaxará a prisão se ilegal 
.preso pode requerer corpo e delito 
.a comunicação será acompanhada de declaração físico e mental do detido no momento da prisão 
.Tempo de duração: no máximo 10 dias; salvo quando autorizada pelo poder judiciário 
.é vedada a incomunicabilidade do preso 
 
 
ESTADO DE SÍTIO (possui âmbito nacional) 
 
 
O presidente da república pode decretar estado de sítio, depois de: 
 
ouvir o conselho da república 
ouvir o conselho de defesa nacional 
pedir autorização ao Congresso nacional (autorização por maioria absoluta) 
 
Motivos 
 
1. comoção grave de repercussão nacional / ineficácia do estado de defesa 
.prazo: 30 + 30 infinitamente enquanto durarem os efeitos 
 
2. declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira 
.prazo: no tempo que durar a guerra 
 
Autorização do Congresso 
.Se em recesso, deverá ser convocado pelo presidente do sendado em até 5 dias 
.O congresso permanecerá em funcionamento enquanto durar o estado de sítio 
 
Medidas coercitivas 
 
1. obrigação de permanência em localidade determinada (toque de recolher; não poder viajar para outro 
33 
 
município...) 
2. detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns (civil pode ficar preso 
em prisão militar) 
3. restrições a todas as comunicações 
 
.inviolabilidade de correspondência 
.sigilo de comunicações 
.prestações de informações 
.tv, radio, liberdade de imprensa 
 
*Não se incluí restrição aos pronunciamentos de parlamentares em sua Casa, desde que liberado pela Mesa. 
4. suspenção da liberdade de reunião 
5. busca e apreensão em domicílio 
6. intervenção nas empresas de serviços públicos (telefonia, energia, água, gás..) 
7. requisição de bens 
 
Acompanhamento pelo Congresso 
 
A mesa do congresso, ouvido os líderes partidaros, criará comissão de 5 membros para: 
acompanhar e fiscalizar as medidas do estado de defesa e de sítio 
 
Finalizado 
 
Sessado o estado de defesa ou de sítio, cessa seus efeitos. 
 
. Os agentes e executores serão responsabilizados pelos ilícitos cometidos. 
. Será relatado ao Presidente da república, em mensagem ao Congresso, as medidas 
aplicadas, sua justificação, etc. 
 
SEGURANÇA PÚBLICA 
 
 Dever do estado 
 Direito e responsabilidade de todos 
 
Exercida para: 
.Preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, pelas: 
 
.PF 
.PRF 
.PFR 
.Polícia civil 
.Polícia militar 
.Corpo de bombeiros 
 
PF, PRF, PFR: Órgãos permanentes, organizados e mantidos pela união, estruturados em 
carreira. 
34 
 
 
 PF: instituída por lei 
 PRF, PFR: polícias ostensivas com atividade defina em lei 
 
PC: dirigida por delegado de carreira, apura infrações penais que não sejam da união e 
militares 
 
PM: polícia ostensiva, preserva a ordem pública 
 
Bombeiros: além das atividades definidas em lei, exerce atividades de defesa civil 
 
*PC, PM, Bombeiro + força auxiliares do exército (além da PM e bombeiro), são subordinadas aos 
governadores (dos estados, DF, Territórios) 
 
Municípios: 
 
Podem instituir a guarda municipal para proteger, na forma da lei, seus: 
 bens 
 serviços 
 instalações 
 
Competência da Polícia Federal: 
 
1. Apurar infrações contra: 
a união e suas entidades 
a ordem política e social 
 
2. Crimes internacionais e interestaduais que necessitem repressão uniforme da repressão 
3. Tráfico, contrabando e descaminho sem prejuízo de outros órgãos 
4. Polícia judiciária exclusiva da união 
5. Polícia de fronteira, marítima e aeroportuária 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
SEPARAÇÃO DOS PODERES 
 
A doutrina dita que o nome ideal seria separação das funções Estatais, vez que o poder 
do Estado é uno, um só, na realidade o que se pode dividir são as funções de legislar, 
julgar ou administrar. Mas a CF se utiliza da nomenclatura “separação dos poderes” por 
vezes, como no art. 60 § 4º , III e art. 2º. 
Finalidade – evitar a concentração do poder – em resposta às monarquias absolutistas, 
cujo objetivo era evitar tal concentração nas mãos de uma só pessoa 
 Baseada na teoria da tripartição de poderes (de Montesquieu) que fora adotada em quase 
todo mundo 
Art. 2º CF - São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o 
Executivo e o Judiciário. Constitui: 
 Princípio fundamental da República 
 Cláusula Pétrea 
Características da separação dos poderes 
1. Independência – embora haja relações entre eles, um poder não será subordinado ao outro 
2. Harmonia – os três poderes devem ter uma convivência harmônica 
3. Indelegabilidade – via de regra, um poder não pode delegar sua função ao outro. Há exceções, 
ex. lei delegada 
 
FUNÇÕES DOS PODERES 
Cada poder exerce uma função principal, chamada de típica, bem como exerce as outras 
funções de forma atípica. Funções: 
Poder Função Típica Função Atípica 
Executivo Administrar Legislar (MP) Julgar (processo administrativo) 
Legislativo Legislar e fiscalizar Julgar (Crimes de responsabilidade do Pres.) Administrar (licitação) 
Judiciário Julgar Legislar (regimento interno dos tribunais) Administrar (contrata) 
 
SISTEMA DE CONTROLES RECÍPROCOS 
Existe na CF um sistema de freios e contrapesos (checks and balances) entre os poderes 
Legislativo aprova PL  Executivo Veta PL 
Executivo edita MP  Legislativo Rejeita a MP 
36 
 
Legislativo aprova PL  Judiciário declara lei Inconstitucional 
Executivo escolhe Ministros do STF 
 
PODER EXECUTIVO 
 
A CF adotou o sistema de governo presidencialista, de modo que o Executivo é exercido 
em sua plenitude pelo Presidente da República (auxiliado pelos Ministro de Estado) que 
possui as funções de: 
.Chefe de Estado – representa a nação nas relações exteriores 
.Chefe de Governo – governa o país, chefe do executivo 
.Chefe de Administração 
Obs. pode desempenhar também funções atípicas, legislativa (medidas provisórias e leis 
delegadas) e judiciárias (contencioso administrativo) 
ELEIÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Será eleito junto do Vice com ele registrado no: 
 1º domingo de outubro (se primeiro turno) 
 Último domingo de outubro (se segundo turno) 
 
Sendo necessário, ser registrado por partido político, e obter a maioria absoluta de votos, 
não computados os em branco e os nulos 
2º turno - quando nenhum candidato alcançar a maioria absoluta, será realizada nova 
eleição c/ 2 mais votados, e eleito quem obtiver a maioria dos votos válidos 
.antes de realizado o segundo turno, se ocorrer morte, desistência ou impedimentos: 
assumirá o mais votado, se empatar, o mais idoso 
POSSE 
 Ocorrerá no Congresso Nacional, junto com o Vice, sob compromisso 
 Caso não assuma em 10 dias, salvo força maior, o cargo será declarado vago 
 O mandato será de 4 anos, e terá início em 1º de janeiro do ano seguinte a eleição 
 
37 
 
SUBSTITUIÇÃO E SUCESSÃO 
Substituição - caráter provisório, em caso de férias, doença, licença. Substitutos por 
ordem: 
 1. Vice Presidente 
 2. Presidente da Câmara 
 3. Presidente do Senado 
 4. Presidente do STF 
Sucessão - caráter definitivo, em caso de vacância do cargo por impeachment, morte, 
renúncia. Neste caso só o Vice Presidente poderá sucedê-lo 
VACÂNCIA DOS CARGOS DE PRESIDENTE E VICE! 
Se 2 primeiros anos do mandato - Eleições diretas - até 90 dias de aberta última vaga 
Se 2 últimos anos do mandato - Eleições indiretas, pelo Congresso Nacional - até 30 dias 
Obs. em qualquer dos casos, os eleitos apenas completarão o período do seus antecessores. 
 O Presidente e Vice não poderão ausentar-se do país, sem licença do Congresso, por mais 
de 15 dias sob pena de perda do cargo 
 
RESPONSABILIDADES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Nas infrações penais comuns, não poderá ser preso em flagrante, só com sentença 
condenatória 
 Não será responsabilizado por atos estranhos ao exercício de sua função, na vigênciade 
seu mandato 
CRIMES DE RESPONSABILIDADE 
Infrações político-administrativas, que podem sujeitar um processo de impeachment. São 
atos do Presidente que atentem contra a Constituição e contra: 
 A existência da União 
 O livre exercício do legislativo, judiciário, MP, e dos poderes constitucionais dos 
entes da Federação 
 Exercício dos direitos políticos individuais e sociais 
 A segurança interna do país 
 A probidade da administração 
38 
 
 A lei orçamentária 
 O cumprimento das leis e das decisões judiciais 
 
Obs. Tais crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e 
julgamento 
 
PROCESSO 
Crime de responsabilidade:  admissão da Câmara por 2/3  julgado no Senado 
presidido pelo presidente do STF [Instaurado processo pelo senado, Presidente é 
suspenso por 180 dias, após instauração] 
Crime comum:  PGR ou vítima denuncia,  admissão da Câmara por 2/3,  STF recebe 
ou rejeita [Recebida a denúncia/queixa pelo STF, Presidente é suspenso por 180 dias] 
 
ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Compete privativamente ao Presidente da República: 
 Nomear e exonerar os ministros de Estado 
 Exercer, com auxílio dos Ministros, a administração superior da administração 
federal 
 Iniciar o processo legislativo, na forma e casos previstos na CF 
 Sancionar, promulgar, e fazer publicar as leis bem como expedir decretos e 
regulamentos para sua fiel execução 
 Vetar projetos de lei, total ou parcialmente 
 
 
ATRIBUIÇÕES QUE CABE DELEGAÇÃO AO PGR, AGU, E MINISTROS DE ESTADO: 
 
 Organização e funcionamento da Adm federal, quando não implicar na criação e 
extinção de órgãos e aumento de despesa (disporá mediante decreto) 
 Extinção de funções ou cargos públicos quando vagos (disporá mediante decreto) 
 
 + 
 Conceder indulto e comutar penas 
 Promover e extinguir os cargos públicos federais na forma da lei 
 
39 
 
MINISTROS DE ESTADO - Auxiliares do Presidente da República, por ele escolhidos, 
devendo ser brasileiros com mais de 21 anos 
CONSELHO DA REPÚBLICA - Órgão de consulta do Presidente 
Deve se pronunciar sobre: 
 intervenção federal, estado de sítio e defesa 
 questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas 
 
Compõe o Conselho da República: 
.Vice Presidente 
.Presidente da Câmara 
.Presidente do Senado 
.líderes da maioria e minoria da Câmara e do Senado 
.Ministro da Justiça 
.6 Brasileiros natos, com mais de 35 anos, mandato de 3 anos, vedada a recondução sendo: 
 
 .2 nomeados pelo Presidente 
 .2 eleitos pelo Senado 
 .2 eleitos pela Câmara 
 
CONSELHO DE DEFESA NACIONAL - Órgão de consulta do Presidente sobre questões de 
defesa do Estado democrático e soberania nacional 
Deve se pronunciar sobre: 
 intervenção federal, estado de sítio e defesa 
 declaração de guerra e celebração da paz 
 utilização de áreas indispensáveis para a segurança do território nacioonal 
 iniciativas para garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
PODER JUDICIÁRIO 
 
FUNÇÃO 
Sua função típica é a jurisdicional, ou seja, a de julgar, aplicando a lei a um caso concreto 
que lhe é posto, resultante de um conflito de interesses e por fim, substituindo a vontade 
das partes. 
 Assim como os outros poderes, o Judiciário também exerce funções atípicas como a de 
legislar (ex. elaborar regimentos internos) e administrar (ex. prover os cargos de juiz) 
GARANTIAS 
Para que o Judiciário possa exercer livremente e com independência a jurisdição, isento 
de pressões, a CF prevê garantias ao referido poder: 
Institucionais (da instituição) 
a) Autonomia orgânico administrativa – art. 96 da CF cabe ao próprio Poder Judiciário 
sua organização e administração 
b) Autonomia financeira e orçamentária 
Funcionais (dos membros) 
a) Vitaliciedade – após 2 anos no exercício da função, o Juiz torna-se vitalício no 
cargo, só o perdendo por sentença transitada em julgado (difere portanto da 
estabilidade, cujas hipóteses de perda do cargo se dá por sentença transitada em 
julgado, processo administrativo e avaliação periódica de desempenho, ambas 
assegurada a ampla defesa) 
 
 Antes de se tornar vitalício (antes dos 2 anos), o juiz poderá perder o cargo por 
deliberação do Tribunal a que estiver vinculado 
 Exige-se atualmente, além dos lapso temporal, a participação obrigatória em 
cursos de aperfeiçoamento para a aquisição da vitaliciedade 
 Exceção a regra: os magistrados dos tribunais superiores, e aqueles que 
ingressarem no Judiciário através do quinto constitucional, adquirirão 
vitaliciedade imediatamente no momento da posse 
 
41 
 
b) Inamovibilidade – o magistrado não será removido do foro onde atua contra a sua 
vontade, portanto nunca ex officio 
 
 Exceto por motivo de interesse público, com voto da maioria absoluta do tribunal 
ou do CNJ, assegurada a ampla defesa 
 
c) Irredutibilidade de subsídios – o subsídio (valor nominal) não pode ser reduzido 
como forma de pressão, garantindo-lhe assim o livre exercício de suas atribuições 
VEDAÇÕES AO JUÍZES 
Também denominadas garantias de imparcialidade, tais vedações importam: 
1. exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério 
2. receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo 
3. dedicar-se à atividade político-partidária 
4. receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, 
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei 
5. exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos 
do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração (quarentena/triênio) 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
É composto por 11 ministros escolhidos (livremente pelo Presidente com aprovação da 
maioria absoluta do Senado) entre os cidadãos desde que: 
 Brasileiro nato 
 + de 35 anos e - de 65 anos de idade 
 de notável saber jurídico e reputação ilibada 
Competência do STF – art. 102 
.Originária (ações que iniciam no STF) – Adin, ADPF, Extradição passiva, Presidente e vice 
nos crimes comuns, etc 
.Recursal – Recurso ordinário constitucional (Roc), Recurso extraordinário, etc 
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA – CNJ 
É um órgão do Poder Judiciário, declarado constitucional pelo STF, já que não fere a 
separação dos poderes, que exerce função de fiscalizar o Judiciário na sua atividade 
financeira, administrativa, bem como os deveres funcionais dos juízes, além de outras 
atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura 
42 
 
 Não exerce controle externo, já que é órgão do próprio judiciário 
Integrantes 
Compõe-se de 15 membros com mandato de 2 anos, admitida 1 recondução, sendo: 
 9 do Judiciário 
 6 fora do judiciário (2 advogados, 2 promotores, 2 cidadãos) 
 O presidente do CNJ será o do STF, na sua ausência e impedimentos, será o vice do STF 
 
PODER LEGISLATIVO 
 
 
A função típica do poder legislativo é legislar e fiscalizar. Está presente em todas as 
unidades da federação (União – Congresso Nacional; DF – Câmara Legislativa; Estados – 
Assembléia legislativa; Municípios – Câmara de vereadores) 
 
Via de regra o poder legislativo é unicameral (possui uma só casa) exceto na União que é 
bicameral (possui duas casas, Senado e Câmara dos deputados) 
 
 É exercido pelo Congresso nacional, composto da Câmara e do Senado 
 
Congresso nacional 
 
O congresso nacional reunir-se-á na capital federal em dois períodos legislativos: 02/02 à 
17/07 e 01/08 à 22/12 (Sessão legislativa ordinária) 
 
 Se algumas dessas datas caírem em feriados ou finais de semana, serão transferidas para o 
primeiro dia útil 
 
 Em 1 de fevereiro, no primeiro ano de uma legislatura, cada uma das casas deverá 
reunir-se em sessão preparatória para posse de seus membros e para eleição das 
respectivas mesas que tem mandato de 2 anos(Sessão legislativa preparatória) 
 
.A mesa do Congresso nacional será presidida pelo Presidente do Senado 
 
.Sessão legislativa: 1 ano 
.Legislatura: período de mandato 4 anos 
.Período legislativo: Semestre legislativo 
 
DOS DEPUTADOS 
 
Representantes do povo 
43 
 
Eleitos pelo sistema: proporcional 
Número: estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população 
 
 mínimo 8 e máximo 70 por estado e DF 
 Territórios: 4 deputados e 0 senadores 
 
Mandato: 4 anos 
Renovação: integral a cada 4 anos (1 legislatura) 
 
DOS SENADORES 
 
Representantes dos estados e do DF 
Eleitos pelo sistema: majoritário 
Número: 3 por estado e DF 
Mandato: 8 anos (2 legislaturas) 
Renovação: 1/3 e 2/3 alternadamente a cada 4 anos 
Obs. cada senador será eleito com dois suplentes 
 
SESSÃO PLENÁRIA 
 
.Deliberativas - ordinárias ou extraordinárias 
.Não deliberativas - comunicações / pronunciamentos 
.Especiais - comemorar / homenagear 
.Quórum mínimo para realização (1/20 = 4) Se não houver é denominada reunião. 
 
REUNIÃO 
 
.quando não há quórum mínimo na sessão plenárias 
.reunião das comissões 
.reuniões preparatórias 
 
RECESSO 
 
No recesso parlamentar o congresso só funcionará em sessão legislativa extraordinária 
 
 O recesso só pode ocorrer com a aprovação do projeto de lei das diretrizes orçamentárias 
 
CONVOCAÇÃO EXTRAORDINÁRIA DO CONGRESSO 
 
1. far-se-á pelo Presidente do Senado Federal 
 
estado de defesa ou intervenção federal 
autorizar estado de sítio 
posse do Presidente e Vice da república 
44 
 
 
2. far-se-á pelo Presidente da República, Presidente da Câmara E do Senado, ou, por 
maioria dos membros de ambas as casas em conjunto 
 
caso de urgência ou interesse público relevante 
esta convocação deve ser aprovada por maioria absoluta de cada uma das casas 
o congresso deverá deliberar com maioria absoluta de votos em todos estes casos 
 
Deliberações durante a convocação extraordinária: 
 
 .matéria para qual foi convocado 
 .medida provisória em vigor na data da convocação 
Obs. É vedado o pagamento de parcela indenizatória aos congressistas, em razão de convocação 
 
SESSÃO LEGISLATIVA CONJUNTA 
 
As sessões legislativas podem ser ordinárias, extraordinárias, preparatórias e conjuntas. 
Sessão conjunta é aquela que as 2 casas do Congresso votarão conjuntamente 
 
 Sessão conjunta é diferente de sessão unicameral, que não mais existe prevista no ADCT 
para revisão constitucional 
 Votos dos deputados e senadores serão computados separadamente, ainda que reunidos 
no mesmo local 
 
Hipóteses 
 
a) Para inaugurar a sessão legislativa 
b) Para elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas casas 
c) Receber o compromisso do Presidente da República e Vice 
d) Conhecer do veto e sobre ele deliberar (apreciar o veto presidencial; pois o CN pode 
rejeitar o veto presidencial no prazo de 30 dias, por votação secreta de maioria absoluta) 
 
COMISSÕES 
 
O Congresso nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias 
 
 Forma e atribuições definidas conforme regimento ou do ato de sua criação 
 Na composição das mesas, é assegurada (dentro do possível) a representação 
proporcional dos partidos 
 
IMUNIDADES DO PARLAMENTAR 
 
Conjunto de garantias destinadas a assegurar o livre exercício da função parlamentar. Não 
fere o princípio da igualdade, pois se trata de uma prerrogativa (diz respeito à função) e 
45 
 
não de um privilégio (que diz respeito a pessoa). 
 
 Parlamentar licenciado para ser Ministro ou secretário, não gozará de imunidade 
parlamentar, já que tal é relativa ao cargo. A imunidade não se estenderá ao coautor sem 
essa prerrogativa 
 Os vereadores possuem imunidade, apenas dentro da circunscrição do seu município 
 
Material 
 
Os congressistas são imunes civil e penalmente, pelas suas opiniões, palavras e 
votos durante a legislatura. (não responderão civil ou criminalmente; pode ser 
responsabilizado politicamente por quebra de decoro parlamentar) 
Desde a diplomação 
 
Prerrogativa de foro 
 
Processos serão submetidos a julgamento perante o STF 
Desde a diplomação 
Processos anteriores à diplomação, deverão ser remetidos ao STF também 
 
Imunidade à prisão 
 
Não podem ser presos, salvo flagrante de crime inafiançável. Se preso, os autos 
deverão ser remetidos em 24 horas à casa respectiva para que, pela maioria de 
seus membros, resolva sobre a prisão. 
Desde à diplomação 
 
Imunidade formal (processo) 
 
Recebida denúncia de crime praticado por congressista, o STF dará ciência à casa 
respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado, e pelo voto da 
maioria de seus membros, poderá até a decisão final, sustar o processo. 
Caso seja sustado, enquanto durar o mandato, ficará suspensa a prescrição. 
Só para crime praticado após a diplomação 
 
Imunidade para testemunhar 
 
Os congressistas não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas 
ou prestadas em razão do exercício de mandato, nem sobre as pessoas que lhe 
confiaram ou deles receberam informações. 
 
SUSPENSÃO DAS IMUNIDADES 
 
46 
 
.As imunidades subsistirão em estado de sítio 
.Somente serão suspensas por: 
 
2/3 de votos dos membros da Casa respectiva 
se ato praticado fora do recinto do Congresso e incompatível com a medida 
 
 
VEDAÇÕES 
 
Desde diplomação, não poderão: 
 
1. firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, direta ou indireta e 
exercer cargo, função e emprego remunerado nestas 
 
Desde a posse: 
 
1. ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente 
de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada 
 
2. ocupar cargo ou função que sejam demissíveis ad nutum nas entidades públicas da adm. 
direta ou indireta 
 
3. patrocinar causa que seja interessada entidades públicas da adm. direta ou indireta 
 
4. ser titular de mais de um cargo de mandato público eletivo 
 
PERDA DO MANDATO 
 
O congressista (deputado ou senador) perderá o mandato: 
 
1. infringir as vedações dispostas acima 
2. cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar 
3. que deixar de comparecer em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da 
Casa que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada 
4. que perder ou tiver suspenso os direitos políticos 
5. quando a Justiça Eleitoral decretar, nos casos previstos na CF 
6. que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado 
 
 
 
 
47 
 
ESPÉCIES NORMATIVAS 
 
O processo legislativo compreende a elaboração de: 
.Emendas à Constituição 
.Leis Complementares 
.Leis Ordinárias 
.Leis Delegadas 
.Medidas Provisórias 
.Decretos Legislativos 
.Resoluções 
 
Obs. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis – 
vide LC 95/1998 
Emendas à Constituição 
São normas constitucionais emanadas do Poder Constituinte Reformador, que tem por 
finalidade a modificação formal da CF (a modificação informal se dá através da mutação 
constitucional) 
LIMITES AO PODER REFORMADOR 
Limites materiais 
Não será objeto de deliberação a PEC tendente a abolir (chamadas cláusulas pétreas): 
1. forma federativa de Estado 
2. voto direto, secreto, universal e periódico 
3. a separação dos poderes 
4. direitos e garantias individuais 
Limitações implícitas: o titular do poder constituinte; modificar o procedimento de 
emenda; suprimir as limitações; forma de governo republicana 
Limites circunstanciais 
Não poderá ser editar emendas na vigência de: 
A. intervenção federal 
B. estado de defesa 
C. estado de sítio 
48 
 
Limites formais ou de procedimento 
Iniciativa 
 1/3, no mínimo, dos membros da Câmara ou do Senado 
 Presidente da República 
 Mais da metade das assembleias legislativas dos estados, cada uma por maioria 
relativa/simples 
 
Obs. Prevalece o entendimento que esse

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