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Aula 1 Funções da linguagem (2) (2)

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Comunicação e Expressão
Aula de Apresentação
Plano de Ensino
Profª Drda. Ana Carolina Gallo
Comunicação e Expressão
Elementos da comunicação e funções da linguagem.
Profª Drda. Ana Carolina Gallo
Emissor: é aquele que envia a mensagem (pode ser uma única pessoa ou um grupo de pessoas).
Mensagem: é o conteúdo (assunto) das informações que ora são transmitidas. 
Receptor: é aquele a quem a mensagem é endereçada (um indivíduo ou um grupo), também conhecido como destinatário.
Canal de comunicação: é o meio pelo qual a mensagem é transmitida.
Código: é o conjunto de signos e de regras de combinação desses signos utilizado para elaborar a mensagem: o emissor codifica aquilo que o receptor irá decodificar.
Referente/ contexto: é o objeto ou a situação a que a mensagem se refere.
Ruído: qualquer perturbação na comunicação. 
Elementos da comunicação
Emissor: Função Emotiva.
Mensagem: Função Poética.
Receptor: Função Conativa ou Apelativa.
Canal de comunicação: Função Fática.
Código: Função Metalinguística.
Referente/ contexto: Função Referencial.
	Estamos imersos em meio a um cotidiano estritamente social, no qual interagimos com nossos semelhantes por meio da linguagem. Esta permite-nos revelarmos nossos sentimentos, expressarmos nossas opiniões, trocarmos informações no intuito de ampliarmos nossa visão de mundo, dentre outros benefícios. 
A cada mensagem que enviamos ou recebemos, seja esta de natureza verbal ou não verbal, estamos compartilhando com um discurso que se pauta por finalidades distintas, ou seja, entreter, informar, persuadir, emocionar, instruir, aconselhar, entre outros propósitos. 
O objetivo de qualquer ato comunicativo está vinculado à intenção de quem o envia, no caso, o emissor. Dessa forma, de acordo com a natureza do discurso presente na relação emissor X interlocutor, a linguagem assume diferentes funções, todas elas portando-se de características específicas, conforme analisaremos adiante:
 
Quando o objetivo do emissor é informar, ocorre a função referencial, também chamada de denotativa ou de informativa. São exemplos de função denotativa a linguagem jornalística e a científica. Por exemplo:
A Polícia Civil de Santa Barbara d'Oeste, a 140 quilômetros de São Paulo, encontrou nesta quinta-feira o recém-nascido sequestrado na noite da última terça em um shopping da cidade. O menino, chamado Gabriel, foi levado por uma mulher que dopou sua mãe, uma adolescente de 15 anos. A criança, de 23 dias de idade, foi localizada em uma casa no bairro Santa Maria. 
Função Referencial
Por exemplo:
“Bancos terão novas regras para acesso de deficientes”. O Popular, 16 out. 2008.
Função Referencial
Nesta, há um envolvimento pessoal do emissor, que comunica seus sentimentos, emoções, inquietações e opiniões centradas na expressão do próprio “eu”, levando em consideração o seu mundo interior. 
 
- Nós o amamos muito!
- Sinto a cada dia o peso da idade.
Função emotiva
Por exemplo:
Soneto de Fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinícius de Moraes
Função Emotiva
Não adianta nem tentar 
Me esquecer 
Durante muito tempo em sua vida 
Eu vou viver 
(Roberto Carlos & Erasmo Carlos) 
A ênfase está diretamente vinculada ao receptor, na qual o discurso visa persuadí-lo, conduzindo-o a assumir um determinado comportamento. 
A presente modalidade encontra-se presente na linguagem publicitária de uma forma geral e traz como característica principal, o emprego dos verbos no modo imperativo.
Função Conativa/ Apelativa
Função Conativa/ Apelativa
O objetivo do emissor é estabelecer o contato, verificar se o receptor está recebendo a mensagem de forma autêntica, ou ainda visando prolongar o contato. 
Há o predomínio de expressões usadas nos cumprimentos como: bom dia, Oi!. Ao telefone (Pronto! Alô!) e em outras situações em que se testa o canal de comunicação (Está me ouvindo?). 
Função Fática
O objetivo do emissor é estabelecer o contato, verificar se o receptor está recebendo a mensagem de forma autêntica, ou ainda visando prolongar o contato. 
Há o predomínio de expressões usadas nos cumprimentos como: bom dia, Oi!. Ao telefone (Pronto! Alô!) e em outras situações em que se testa o canal de comunicação (Está me ouvindo?). 
Função Fática
Alô, alô marciano 
Aqui quem fala é da Terra. 
(Rita Lee & Roberto de Carvalho) 
Blá, Blá, Blá, Blá, Blá 
Blá, Blá, Blá, Blá 
Ti, Ti, Ti, Ti, Ti, 
Ti, Ti, Ti, Ti 
Tá tudo muito bom, bom! 
Tá tudo muito bem, bem! 
(Evandro Mesquita)
Função Fática
A linguagem tem função metalinguística quando o uso do código tem por finalidade explicar o próprio código. 
Ex: Dicionário
Cine Paradiso
Aula Culinária
Função Metalinguística
Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã. 
(Carlos Drummond de Andrade) 
A palavra é o homem mesmo, Estamos feitos de palavras. Elas são a única realidade ou, ao menos, o único testemunho de nossa realidade. 
(Octávio Paz) 
“Anuncie seu produto: a propaganda é a arma do negócio.”
Função Metalinguística
Nesta modalidade, a ênfase encontra-se centrada na elaboração da mensagem. 
Há um certo cuidado por parte do emissor ao elaborar a mensagem, no intuito de selecionar as palavras e recombiná-las de acordo com seu propósito. 
É a linguagem das obras literárias, principalmente das poesias, em que as palavras são escolhidas e dispostas de maneira que se tornem singulares. Por exemplo:
 
Função Poética
CLÍMAX
No peito a mata
aperta o pranto
do olhar do louco
pra meia-lua.
O clímax da noite,
escorrendo orvalho como estrelas,
refletindo nas águas
da cachoeira gelada.
Cabeça caída, cabelos escorridos,
pelos eriçados pela emoção nativista.
Segurem as florestas, mãos fortes,
decididas!
Ficar o vazio é não ter a noite
é não ter o clímax.
O clímax da vida!
(Dílson Catarino)
Função Poética
Em um mesmo texto podem aparecer 
várias funções da linguagem. 
O importante é saber qual é a função predominante no texto.
Observações:
Exercícios
Reconheça nos textos a seguir, as funções da linguagem:
a) "O risco maior que as instituições republicanas hoje correm não é o de se romperem, ou serem rompidas, mas o de não funcionarem e de desmoralizarem de vez, paralisadas pela sem-vergonhice, pelo hábito covarde de acomodação e da complacência. Diante do povo, diante do mundo e diante de nós mesmos, o que é preciso agora é fazer funcionar corajosamente as instituições para lhes devolver a credibilidade desgastada. O que é preciso (e já não há como voltar atrás sem avacalhar e emporcalhar ainda mais o conceito que o Brasil faz de si mesmo) é apurar tudo o que houver a ser apurado, doa a quem doer." (O Estado de São Paulo)
b) O verbo infinitivo
Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar
Para poder nutrir-se; e despertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então ouvir
E então sorrir para poder chorar.
E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito
E esquecer tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito... (Vinícius de Morais)
c) "Para fins de linguagem a humanidade se serve, desde os tempos pré-históricos, de sons a que se dá o nome genérico de voz, determinados pela corrente
de ar expelida dos pulmões no fenômeno vital da respiração, quando, de uma ou outra maneira, é modificada no seu trajeto até a parte exterior da boca." (Matoso Câmara Jr.)
d) " - Que coisa, né?
- É. Puxa vida!
- Ora, droga!
- Bolas!
- Que troço!
- Coisa de louco!
- É!"
e) "Fique afinado com seu tempo. Mude para Col. Ultra Lights."
f) "Sentia um medo horrível e ao mesmo tempo desejava que um grito me anunciasse qualquer acontecimento extraordinário. Aquele silêncio, aqueles rumores comuns, espantavam-me. Seria tudo ilusão? Findei a tarefa, ergui-me, desci os degraus e fui espalhar no quintal os fios da gravata. Seria tudo ilusão?... Estava doente, ia piorar, e isto me alegrava. Deitar-me, dormir, o pensamento embaralhar-se longe daquelas porcarias. Senti uma sede horrível... Quis ver-me no espelho. Tive preguiça, fiquei pregado à janela, olhando as pernas dos transeuntes." (Graciliano Ramos)
g) " - Que quer dizer pitosga?
- Pitosga significa míope.
- E o que é míope?
- Míope é o que vê pouco."
h) "Gastei trinta dias para ir do Rossio Grande ao coração de Marcela, não já cavalgando o corcel do cego desejo, mas o asno da paciência, a um tempo manhoso e teimoso. Que, em verdade, há dois meios de granjear a vontade das mulheres: o violento, como o touro da Europa, e o insinuativo, como o cisne de Leda e a chuva de ouro de Dânae, três inventos do padre Zeus, que, por estarem fora de moda, aí ficam trocados no cavalo e no asno." (Machado de Assis)
i) "Meu canto de morte
Guerreiros, ouvi.
Sou filho das selvas
Nas selvas cresci.
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante.
Guerreiros, nasci:
Sou bravo, forte,
Sou filho do Norte
Meu canto de morte, 
Guerreiros, ouvi." 
(Gonçalves Dias)
j) Uma jovem Yazidi capturada pelo Estado Islâmico revelou ao jornal italiano La Repubblica os abusos sofridos sob a condição de escrava sexual dos extremistas. "Eles nos tratam como escravas, somos 'dadas' a diferentes homens, alguns deles chegados direto da Síria. Eles nos ameaçam e nos batem se tentamos resistir. Às vezes desejo que eles me batam muito forte para que eu possa morrer, mas eles são covardes. Nenhum deles tem coragem de acabar com o nosso sofrimento. Mesmo que eu sobreviva, não acredito que serei capaz de remover esse horror da minha mente. Eles já mataram meu corpo, agora estão matando minha alma", finaliza.
k) A torcedora do Grêmio flagrada pelas câmeras da ESPN Brasil chamando o goleiro Aranha de macaco há duas semanas, em Porto Alegre, revelou: “quando eu era pequena, eu torcia para o Inter. Eu era colorada. Aí, com uns sete anos, o meu tio que é gremista chegou para mim e falou: ‘vira gremista que eu te dou uma bicicleta’. Eu aceitei. Foi aí que eu me tornei gremista”, explicou, causando surpresa em todos.
n) subalterno 
su.bal.ter.no 
adj (lat subalternu) 1 Que está sujeito ou sob as ordens de outro: Classes subalternas. 2 Que tem autoridade ou graduação inferior à de outro. 3 Subordinado. 4 Inferior. sm Indivíduo subalterno.

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