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Apostila 1a Fase XXII Ambiental

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Curso Jurídico 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
CONCEITO DE DIREITO AMBIENTAL ________________________________________________________ 4 
1. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO AMBIENTAL ________________________________________________________ 4 
2. CONCEITO JURÍDICO DE MEIO AMBIENTE __________________________________________________________ 4 
3. OBJETO DO DIREITO AMBIENTAL _________________________________________________________________ 4 
4. BENS AMBIENTAIS ____________________________________________________________________________ 4 
5. BENEFICIÁRIOS DA PROTEÇÃO AMBIENTAL ________________________________________________________ 4 
HISTÓRICO DO DIREITO AMBIENTAL ________________________________________________________ 4 
1. A CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO DE 1972 _________________________________________________________ 4 
2. RELATÓRIO BRUNDTLAND DE 1987 _______________________________________________________________ 4 
3. CONFERÊNCIA MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO (RIO OU ECO 92) __________________ 4 
3.1 Agenda 21 __________________________________________________________________________________ 4 
4. RIO +10 OU CÚPULA MUNDIAL SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (2002) _________________________ 5 
5. RIO +20 _____________________________________________________________________________________ 5 
6. CONVENÇÃO-QUADEO SOBRE MUDANÇAS DO CLIMA ________________________________________________ 5 
PRINCÍPIOS FORMADORES DO DIREITO AMBIENTAL ___________________________________________ 5 
1. PRINCÍPIO DO MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO COMO UM DIREITO FUNDAMENTAL (ART. 225, 
CRFB) _________________________________________________________________________________________ 5 
1. PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ___________________________________________________ 5 
2. PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO ______________________________________________________________________ 5 
3. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO ______________________________________________________________________ 5 
4. PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO ____________________________________________________________________ 5 
5. PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL _____________________________________________________________ 5 
6. PRINCÍPIO DO POLUIDOR - PAGADOR (PPP) ________________________________________________________ 5 
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE ___________________________________________________ 6 
1. DIMENSÃO DA POLÍTICA AMBIENTAL _____________________________________________________________ 6 
2. SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (SISNAMA) - ART. 6º _________________________________________ 6 
3. INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (ART. 9º) _________________________________ 6 
3.1 Licenciamento Ambiental ______________________________________________________________________ 6 
A) Licença Prévia ________________________________________________________________________________ 6 
B) Licença de Instalação __________________________________________________________________________ 6 
C) Licença de Operação __________________________________________________________________________ 6 
ESTUDOS AMBIENTAIS ___________________________________________________________________ 6 
1. AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL (AIA) ________________________________________________________ 6 
2. ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) ____________________________________________________ 6 
2.1 Conteúdo do EIA - Requisitos Técnicos ___________________________________________________________ 6 
2.2 Requisitos Formais do EIA _____________________________________________________________________ 6 
2.3 Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) __________________________________________________________ 6 
3. DEFINIÇÃO PARA O ÓRGÃO AMBIENTAL LICENCIADOR (LEI COMPLEMENTAR 140) _________________________ 7 
4. AUDIÊNCIAS PÚBLICAS _________________________________________________________________________ 7 
DANO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE AMBIENTAL _________________________________________ 7 
1. DANO AMBIENTAL ____________________________________________________________________________ 7 
2. POLUIÇÃO - QUEM É O POLUIDOR? _______________________________________________________________ 7 
3. REPONSABILIDADE AMBIENTAL __________________________________________________________________ 7 
3.1 Responsabilidade Civil pelo Dano Ambiental ______________________________________________________ 7 
3.2 Responsabilidade Administrativa pelo Dano Ambiental ______________________________________________ 7 
3.3 Responsabilidade Penal pelo Dano Ambiental _____________________________________________________ 7 
ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS _________________________________________ 8 
 
 
1. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP) ______________________________________________________ 8 
2. RESERVA LEGAL _______________________________________________________________________________ 8 
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO _____________________________________________________________ 8 
1. CONCEITO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ______________________________________________________ 8 
2. CRIAÇÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO _______________________________________________________ 8 
3. UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL ______________________________________________________________ 8 
4. UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL ________________________________________________________________ 8 
4.1 CONCESSÃO FLORESTAL (LEI Nº 11.284, DE 2 DE MARÇO DE 2006) ____________________________________ 9 
5. GESTÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ________________________________________________________ 9 
5.1 Plano de Manejo _____________________________________________________________________________ 9 
6. COMPENSAÇÃO AMBIENTAL ____________________________________________________________________ 9 
REFERÊNCIAS __________________________________________________________________________ 9 
Questões ____________________________________________________________________________ 10 
Gabarito _____________________________________________________________________________ 12 
 
 
 
 
CONCEITO DE DIREITO AMBIENTAL 
Direito Ambiental lida com o contexto do homem no planeta, visando prevenir, proteger (princípio da precaução) o ambiente 
físico, econômico, social e culturalpara que a vida do homem se desenvolva de forma saudável. Todo o foco da discussão 
advém da Constituição da República Federativa do Brasil, em seu art. 5º. Sua titularidade é indeterminada, sendo impossível 
identificar, com precisão, todos os titulares do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
Além de constituir um conjunto de normas que disciplinam as atividades humanas, possui, em sua essência, um objetivo que 
lhe dá sentido e fundamento: garantir o máximo de proteção possível ao meio ambiente. O objetivo do Direito Ambiental é 
garantir o uso dos bens naturais em níveis de qualidade ambiental que permitam que o homem possa se perpetuar, assim 
como as demais espécies, sem chegar à exaustão dos recursos. É matéria de direito público, na medida em que seu objeto 
constitui bem de interesse comum de todos - bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida -, conforme 
o art. 225, CRFB/88: tem por finalidade a tutela jurídica de um meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum 
do povo e essencial à sadia qualidade de vida. 
1. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO AMBIENTAL 
a) Transindividuais -> seus titulares constituem uma coletividade. 
b) Indivisíveis -> prescinde-se da adoção de soluções individualizadas. 
2. CONCEITO JURÍDICO DE MEIO AMBIENTE 
A) Período anterior a 1972: o conceito jurídico de meio ambiente baseava-se no antropocentrismo (homem como centro do 
universo). 
B) Período durante e pós 1972: Conferência de Estocolmo (primeira grande discussão sobre a questão ambiental). Conclui-
se que as questões ambientais são difusas, emergindo o princípio da cooperação. Declaração de Estocolmo: obrigação dos 
governantes a proteção do meio ambiente (princípio da prevenção). Com base nesta Declaração, os países tiveram que 
regulamentar, pela primeira vez, a questão ambiental. Alterou-se o conceito de meio-ambiente: homem integra o conceito 
de meio-ambiente (antropocentrismo alargado, moderado), inserindo-se no planeta, com abrangência à qualidade de vida e 
bem-estar. Assim, emergiram quatro aspectos embasando a questão ambiental, formando o CONCEITO JURÍDICO DE MEIO 
AMBIENTE: 
1. Natural: toda a natureza. Direito ambiental, ecologia, ciências das formas de vida está no espaço territorial do planeta. 
2. Artificial: criações do homem físicas e intelectuais no meio natural. Ex. cidades; direito urbanístico. 
3. Cultural: essência psicológica do homem, de maneira individual. Resgatar tudo que o homem já fez. Ex. dano moral 
ambiental. 
4. Trabalho: resguardar a dignidade do ser humano (crescimento físico, social, mental e cultural). O impacto da Conferência 
de Estocolmo, no Brasil, fora a criação da Política Nacional do Meio-Ambiente, de acordo com a Lei 6938/81. 
3. OBJETO DO DIREITO AMBIENTAL 
O conceito de meio ambiente, conforme definido na Lei 6938/81, revela uma situação de equilíbrio entre as condições, leis, 
influências e interações de ordem física, química e biológica. O bem protegido pelo Direito Ambiental é o estado de equilíbrio 
entre os meios físico e biótico, responsável por abrigar e reger todas as formas de vida. 
Assim, o objeto do Direito Ambiental é, de fato, o equilíbrio entre os meios físico e biótico, conjugado às suas relações e 
processos ecológicos. 
4. BENS AMBIENTAIS 
O meio ambiente é formado pelos bens ambientais, materiais ou corpóreos, tais como o solo, e também pelos processos 
ecológicos- elementos de suporte do equilíbrio ambiental, ou da qualidade do meio ambiente, objeto da tutela legal. São 
componentes do patrimônio ambiental, tendo valores intrínsecos de interesse público, difuso, coletivo e do usuário. 
5. BENEFICIÁRIOS DA PROTEÇÃO AMBIENTAL 
A proteção ambiental teve, de início, um único destinatário, o homem, repousando o interesse em seu próprio proveito. Aos 
poucos, todavia, essa forma de ver o meio ambiente alterou-se, reconhecendo sua importância intrínseca. Em decorrência, o ser 
humano passou a buscar a proteção do meio ambiente, por intermédio de leis que e, no mesmo sentido, garantir sua própria 
preservação. Hodiernamente, nota-se a presença do componente futuro, ancorada principalmente no desenvolvimento 
sustentável, levando-se em consideração as gerações futuras (característica transgeracional do Direito Ambiental). 
HISTÓRICO DO DIREITO AMBIENTAL 
1. A CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO DE 1972 
Primeira grande Conferência mundial para discussão dos temas ambientais, estabelecendo regras para que a atividade 
econômica não causasse danos irreparáveis ao meio ambiente. A necessidade de cooperação entre países desenvolvidos e 
em desenvolvimento ficou evidenciada, como meio de buscar soluções adequadas a todos. 
2. RELATÓRIO BRUNDTLAND DE 1987 
O Relatório Brundtland, ou Relatório Nosso Futuro Comum, sistematizou o conceito de desenvolvimento sustentável: 
aquele que atende às necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade de as futuras gerações terem 
suas próprias necessidades atendidas. 
Art. 225, CRFB/88 (Capítulo VI): todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo 
e essencial à sadia qualidade de via, impondo-se ao poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para 
as presentes e futuras gerações -> aqui, diferentemente do relatório, não se considera como sendo o princípio do 
desenvolvimento sustentável. Considera-se como sendo o princípio da solidariedade intergeracional (FGV). 
3. CONFERÊNCIA MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO (RIO OU ECO 92) 
Seu objetivo era coletar os resultados dos 20 anos pós-Conferência de Estocolmo. Entendeu-se que a preocupação deve 
se dar com o meio ambiente e, também, com o próprio desenvolvimento. É o momento mais importante na esfera 
internacional no que tange à proteção ambiental, resultando na Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente. 
Esta Declaração estabelece uma estreita conexão entre a pobreza mundial e a degradação do planeta, buscando maior 
equilíbrio entre os Estados no campo do desenvolvimento sustentável. 
3.1 Agenda 21 
A Agenda 21 consiste em um documento programático (plano de ação, com as diretrizes para o desenvolvimento 
sustentável) para o século XXI. Vai do âmbito global para o âmbito local. Não é um documento vinculante (soft law). Traça 
as diretrizes para o desenvolvimento sustentável. 
No Brasil, a Agenda 21 desdobrou-se em Agendas 21 locais - nacional, estudais e municipais -, cabendo a cada ente 
 
 
federado brasileiro formular as suas metas. Tais agendas locais estabelecem planos de ações concretas para a realização 
dos objetivos descritos na Agenda 21, indicando, inclusive, as fontes de financiamento e as entidades responsáveis pela 
realização de cada atividade. 
4. RIO +10 OU CÚPULA MUNDIAL SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (2002) 
Ocorrida na cidade de Johanesburgo, os temas abordados referem-se ao acesso à energia limpa e renovável, às 
consequências do efeito estufa, à conservação da biodiversidade, à proteção e uso da água potável, ao saneamento e ao 
controle de substâncias químicas nocivas. 
5. RIO +20 
Um último momento da parte internacional fora a Rio +20 (2012), sendo realizada no Rio de Janeiro. Editou-se um documento 
chamado de O Futuro Que Queremos: 
6. CONVENÇÃO-QUADEO SOBRE MUDANÇAS DO CLIMA 
A Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima estabelece estratégias de combate ao efeito estufa e à destruição da camada 
de ozônio. É uma hard law. Coube ao Protocolo de Kyoto (1997) definir, com maior precisão, o compromisso global de 
redução das emissões de gases que causam o efeito estufa. 
O Brasil assumiu, voluntariamente, o compromisso de redução de gases de efeito estufa, aprovando a Política Nacional de 
Mudanças do Clima (Lei 12.187/09) ->art. 12: para alcanças os objetivos da PNMC, o País adotará, como compromisso 
nacional voluntário, ações de mitigação das emissões de gases de efeitos estufa,com vistas em reduzir entre 36,1% e 38,9% 
suas emissões projetadas até 2020. -> Este índice é importante, devendo reduzir o desmatamento e a questão do rebanho 
bovino. 
PRINCÍPIOS FORMADORES DO DIREITO AMBIENTAL 
1. PRINCÍPIO DO MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO COMO UM DIREITO FUNDAMENTAL (ART. 
225, CRFB) 
É o princípio matriz do Direito Ambiental: a partir dele que se irradiará, em nível constitucional e infraconstitucional, a 
proteção ambiental. Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, sem o meio ambiente, não se consegue efetivar 
os demais direitos. 
1. PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
As atividades humanas devem considerar, à luz da disponibilidade dos recursos naturais utilizados, a possibilidade de manter-
se para as gerações futuras. Se uma determinada atividade pressupõe esgotamento dos recursos naturais envolvidos, 
devem ser redobrados os cuidados na autorização de sua implantação, chegando-se ao limite de restringi-la. 
É, em síntese, a compatibilização entre as atividades econômicas (art. 170, CRFB) e a proteção ao meio ambiente (art. 225, 
CRFB). Na impossibilidade de compatibilização entre a atividade econômica e o meio ambiente, prevalece o meio ambiente 
(STF - ADI 3540: direito à preservação do meio ambiente como sendo um dos mais significativos direitos fundamentais. A 
atividade econômica não pode ser exercida em desarmonia com os princípios destinados a tornar efetiva a proteção do meio 
ambiente). 
2. PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO 
Prevenir significa agir antecipadamente. Na verdade, este princípio é o do risco conhecido: têm-se ados, pesquisas e 
informações ambientais. Quer-se reduzir, mitigar os impactos ambientais da atividade, agindo antecipadamente. 
Ex. a precaução tende a não autorizar de determinado empreendimento, se não houver certeza científica de que ele não 
causará no futuro um dano irreversível. A prevenção versa sobre a busca da compatibilização entre a atividade a ser 
licenciada e a proteção ambiental, mediante a imposição de condicionantes ao projeto. 
Com base no princípio da prevenção, havendo uma análise prévia dos impactos que um determinado empreendimento possa 
causar ao meio ambiente, é possível, adotando-se medidas compensatórias e mitigadoras, e mesmo alterando-se o projeto 
em análise, assegurar a sua realização, garantindo-se os benefícios econômicos, sem causar danos ao meio ambiente. 
O referido princípio é justificado por: 
a) Impossibilidade de retorno ao status quo 
b) Eliminação de uma espécie da flora ou fauna 
3. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO 
Indica uma atuação racional para com os bens ambientais, com a mais cuidadosa apreensão possível dos recursos naturais, 
que vai além das simples medidas para afastar o perigo. Na verdade, é uma precaução contra o risco, que objetiva prevenir 
uma suspeição de perigo ou garantir uma suficiente margem de segurança. O princípio da precaução determina que não se 
licencie uma atividade, toda vez que não se tenha certeza de que ela não causará danos irreversíveis ao ambiente. 
Princípio da Prevenção X Princípio da Precaução: a diferença está na avaliação do risco que ameaça o meio ambiente. A 
precaução é considerada quando o risco é elevado - tão elevado que a total certeza científica não deve ser exigida antes 
de se adotar uma ação corretiva, devendo ser aplicado naqueles casos em que qualquer atividade possa resultar em danos 
duradouros ou irreversíveis ao meio ambiente, assim como naqueles casos em que o benefício derivado da atividade é 
completamente desproporcional ao impacto negativo que essa atividade pode causar ao meio ambiente. 
4. PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO 
Na luta contra a poluição e a degradação do meio ambiente, e considerando que, por sua natureza, os recursos naturais não se 
submetem necessariamente às fronteiras políticas, cabe aos Estados que os compartilham atuar de forma coordenada, mesmo 
no que se refere às ações internas, para evitar ocorrência de danos, assim como racionalizar as medidas de proteção que se 
fizerem necessárias. 
No caso do direito brasileiro, a cooperação em matéria ambiental transparece no art. 23, CRFB, que dispõe sobre a competência 
comum da União, Estados, DF e Municípios para proteger o meio ambiente e combater a poluição. 
5. PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL 
Este princípio representa o exercício da cidadania ambiental pelo indivíduo. Vincula a informação, a publicidade e a educação 
ambiental. 
6. PRINCÍPIO DO POLUIDOR - PAGADOR (PPP) 
Significa que o poluidor deve arcar com os custos relativos às medidas de prevenção e luta contra a poluição. Por este 
princípio, o custo destas deve repercutir no preço dos bens e serviços, acabando por ser um princípio econômico de proteção 
ambiental. 
Cabe ser dito que, em nenhuma hipótese, o princípio do poluidor-pagador significa pagar para poluir. Seu significado refere-
 
 
se aos custos sociais externos, que acompanham atividade econômica que devem ser internalizados. É um princípio 
preventivo e corretivo. 
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
1. DIMENSÃO DA POLÍTICA AMBIENTAL 
A Lei 6938/81, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente, refletiu a preocupação da sociedade brasileira em 
assegurar o desenvolvimento do país, garantindo a preservação dos recursos naturais. Essa norma mudou definitivamente a 
forma de tratar as atividades humanas, estabelecendo-se um vínculo de natureza legal entre o desenvolvimento e a proteção 
do meio ambiente. A partir deste momento, entendeu-se pela necessidade de uniformização da questão ambiental pelas 
políticas públicas. 
2. SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (SISNAMA) - ART. 6º 
O SISNAMA é o conjunto de órgãos e entidades federais, estaduais e municipais da Administração Pública (vinculado ao 
Poder Executivo), instituídos por leis que fixaram as respectivas atribuições relativas à proteção ambiental. 
Compõe-se pelos seguintes órgãos: Conselho de Governo (órgão superior), Conselho Nacional do Meio Ambienta (órgão 
consultivo e deliberativo), Ministério do Meio Ambiente (órgão central), IBAMA (órgão executor) e pelos órgãos ambientais 
estaduais (órgãos seccionais). 
3. INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (ART. 9º) 
Buscando o controle e a redução dos riscos de poluição ambiental, a Política Nacional do Meio Ambiente criou 13 
instrumentos. A aplicação dos instrumentos é feita por meio de processos administrativos sistemáticos inerentes à 
Administração Pública. 
3.1 Licenciamento Ambiental 
Segundo o art. 1º, I, Resolução CONAMA 237/1997, o licenciamento ambiental é um procedimento administrativo pelo qual o 
órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades 
utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, 
possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis 
ao caso. 
Atividades Sujeitas ao Licenciamento Ambiental - é exigível para as atividades efetiva ou potencial mente poluidoras. Não é 
preciso que a atividade seja causadora de significativo impacto ambiental. Basta que altere adversamente o meio ambiente. 
São três as modalidades de licenças ambientais (licenciamento ambiental ordinário) que poderão ser expedidas, isolada ou 
sucessivamente, de acordo com a natureza, característica e fase do empreendimento ou atividade: 
1. Licença Prévia 
2. Licença de Instalação 
3. Licença de Operação 
A) Licença Prévia (local) -> licença da fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade, aprovando sua 
localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem 
atendidos nas próximas fases de sua implementação. Significa que aprova a localização do projeto e, igualmente, atesta a 
viabilidade ambientaldo projeto. Não se pode construir com a licença prévia. Seu prazo é não superior a 5 anos. 
B) Licença de Instalação -> é a segunda licença ambiental, objetivando a efetiva construção. Destina-se a autorizar a 
instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos 
aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes. É uma licença condicionante, sendo que o 
órgão ambiental só concederá a próxima licença caso estejam cumpridas as condicionantes da licença de instalação. Seu 
prazo é não superior a 6 anos. 
C) Licença de Operação -> Autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo 
cumprimento do que consta das licenças anteriores. É o efetivo funcionamento da atividade econômica. Seu prazo mínimo 
é de 4 anos e seu prazo máximo é de 10 anos (quanto mais poluidora é a atividade, menor é o prazo da licença de operação). 
ESTUDOS AMBIENTAIS 
1. AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL (AIA) 
A avaliação de impactos ambientais é um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente. Consiste num sistema 
complexo e aberto de estudos, projetos e laudos destinados à proteção e recuperação ambiental. Todos os procedimentos 
avaliatórios existentes no Direito Ambiental integram esse sistema, sem exceção. 
2. ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) 
Instrumento de caráter constitucional, o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EPIA), nova denominação do Estudo de 
Impacto Ambiental (EIA), ocorre no âmbito do processo de licenciamento ambiental. O EPIA constitui detalhamento adicional 
do próprio procedimento do licenciamento, nos casos em que a Administração Pública entender necessário. Tem como 
objetivos a prevenção de impactos, consultas, motivações das decisões, entre outros. Cabe ao órgão licenciador, ou ao 
Ministério Público, determinar a execução do EIA/RIMA de acordo com a complexidade do projeto. 
2.1 Conteúdo do EIA - Requisitos Técnicos 
O EIA deve conter o diagnóstico ambiental da área de influência do projeto e contemplar as 
alternativas tecnológicas e de localização deste, confrontando-o com a hipótese de sua não execução, inclusive quanto ao 
aspecto socioeconômico. 
a) Diagnóstico Ambiental: da área de influência do projeto e completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas 
interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto. 
b) Análise dos Impactos Ambientais: do projeto e de suas alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e 
interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes. 
c) Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos. 
d) Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos positivos e negativos. 
2.2 Requisitos Formais do EIA 
Equipe Multidisciplinar: o empreendedor é o responsável pela feitura do estudo de impacto prévio, contratando uma equipe 
multidisciplinar que elaborará o EIA-RIMA. Quem banca a equipe multidisciplinar é o empreendedor. Quem elabora o estudo 
ambiental está sujeito à responsabilização civil, penal e administrativa. 
2.3 Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) 
A partir do Estudo Prévio de Impacto Ambiental, deve ser elaborado um Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), que constitui 
 
 
em um resumo do EIA, abordando os pontos fundamentais do estudo, com linguagem acessível. A finalidade do RIMA é facilitar 
o acesso à informação acerca do projeto proposto. 
3. DEFINIÇÃO PARA O ÓRGÃO AMBIENTAL LICENCIADOR (LEI COMPLEMENTAR 140) 
1. União -> neste caso será o IBAMA (órgão ambiental federal): 
a. Obra ou atividade localizada ou desenvolvida conjuntamente no Brasil e em país limítrofe. 
b. Localizado ou desenvolvido em dois ou mais Estados (na divisa). 
c. Localizado ou desenvolvido em terras indígenas. 
d. Localizado ou desenvolvido no mar territorial, na plataforma continental 
e na zona econômica exclusiva. 
e. Empreendimentos militares. 
f. Material radioativo 
g. Unidade de Conservação instituída pela União, exceto a área de proteção ambiental. 
h. Que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional. 
2. Estado-Membro -> a. atividade efetiva ou potencialmente poluidora, ressalvada as da União e dos Municípios. 
b. unidade de conservação instituído pelo Estado, exceto a área de proteção ambiental (APA). 
3. Município -> a. em caso de impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos 
Estaduais de Meio Ambiente. 
b. unidade de conservação instituída pelo Município, exceto a área de proteção ambiental (APA), que tem regras próprias. 
4. AUDIÊNCIAS PÚBLICAS 
Realiza-se a audiência pública sempre que o órgão de meio ambiente licenciador julgar necessário, quando for solicitado por 
entidade civil, pelo Ministério Público ou por 50 ou mais cidadãos. Se solicitada a audiência e o órgão licenciador não a realizar, 
a licença concedida não terá validade, sendo vedado, pois, o início da implantação do empreendimento, enquanto essa 
situação não for regularizada. 
DANO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE AMBIENTAL 
1. DANO AMBIENTAL 
O dano ambiental seria um prejuízo causado ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. A definição do dano ambiental 
equilibra-se com duas vertentes: i) não se trata de um retorno à natureza intacta pelo homem; ii) trata-se de regras para que as 
atividades do homem não venham a causar prejuízos ao equilíbrio ambiental. 
A caracterização do dano, sob o prisma legal, consiste na degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das 
características do meio ambiente. Resta verificar os graus em que ocorre essa alteração adversa ao meio ambiente, 
configurando o conceito jurídico de dano, cuja ocorrência pode gerar a responsabilidade do agente. 
A lei 6938/81 conceitua o poluidor como sendo a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta 
ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental. 
2. POLUIÇÃO - QUEM É O POLUIDOR? 
I) Poluidor Direito -> é quem efetivamente causou o dano ambiental. 
II) Poluidor Indireto -> é, a título de exemplo, a instituição financeira que projeta uma atividade, obra, que é poluidora direta. 
Caso ocorra um dano ambiental, o banco responderá como poluidor indireto, pois sem seu dinheiro, não haveria obra. Há 
uma solidariedade entre poluidor direto e o poluidor indireto. 
3. REPONSABILIDADE AMBIENTAL 
O art. 225, §3º, CRFB, estabelece que as pessoas físicas e jurídicas estão sujeitas a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos que tenham causado ao meio ambiente. 
Cuida-se, assim, de um regime de tríplice responsabilidade por conduta ou atividade considerada lesiva ao meio ambiente 
na esfera penal, administrativa e civil. Em outras palavras, a poluição pode ser entendida como crime, como infração 
administrativa ou como dano. As diferentes instâncias são independentes: eventual absolvição do infrator na esfera penal 
não o exonera automaticamente do dever de reparação ao dano causado (responsabilidade civil), nem tampouco das 
sanções administrativas. Da mesma forma, o simples pagamento de uma multa ambiental não desobriga o poluidor de reparar 
civilmente o dano que causou. 
Há, porém algumas situações em que estas instâncias se intercomunicam. Se, por exemplo, no processo penal, o juiz 
absolver o réu, reconhecendo a prova de inexistência do fato (art. 386, I, CPP), não poderá subsistir a condenação na 
esfera administrativa. Todavia, se a absolvição decorrer do reconhecimento de que o fato não constitui infração penal (art. 
386, III, CPP), a sentença criminal não trará nenhuma repercussão na esfera cível. 
3.1 Responsabilidade Civil pelo Dano Ambiental 
Em matéria ambiental, a responsabilidade civil é fundada na responsabilidadeobjetiva (art. 14, §1º, Lei 6938/81), tendo por 
consequências: 
1. Prescindibilidade da culpa para o dever de indenizar 
2. Irrelevância da ilicitude da atividade 
3. Irrelevância do caso fortuito ou da força maior e da cláusula de não indenizar 
A) Teorias do Risco Integral ->é majoritariamente aplicada: a existência da atividade é equiparada à causa do dano. Adota-
se a Teoria da Equivalência das Condições e, ainda, não admite excludentes. O simples fato de existir a atividade se 
equipara à causa do dano. 
3.2 Responsabilidade Administrativa pelo Dano Ambiental 
Sua base legal dar-se-á nos arts. 70 a 76 da Lei 9.605/98, sendo considerada infração administrativa ambiental toda ação ou 
omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente. A responsabilidade 
administrativa também vem a ser objetiva. 
3.3 Responsabilidade Penal pelo Dano Ambiental 
Os crimes contra o meio ambiente estão descritos no Capítulo V (arts. 29 a 69-A) da Lei 9605/98 e subdividem-se em: crimes 
contra a fauna, crimes contra a flora, poluição e outros crimes ambientais, crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio 
cultural e crimes contra a administração ambiental. 
Não há que se aplicar analogicamente a responsabilidade sem culpa (válida para os aspectos cíveis do Direito Ambiental) no 
campo penal. Assim, para que seja configurada a responsabilidade penal, seja de pessoas físicas ou jurídicas, será 
necessário apurar o dolo ou a culpa dos agentes responsáveis. 
 
 
As circunstâncias atenuantes estão descritas no art. 14, Lei 9605/98: 
1. Baixo grau de instrução ou escolaridade do agente 
2. Arrependimento do infrator 
3. Comunicação prévia 
4. Colaboração 
ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS 
1. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP) 
Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, 
a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das 
populações humanas. 
As Áreas de Preservação Permanente, quanto ao domínio, acompanham a propriedade do solo, o que significa que ocorre 
APP em áreas de propriedade privada e pública, assim como nas Unidades de Conservação e outros espaços protegidos. 
Em termos de normas aplicáveis, prevalece a legislação mais restritiva, com vistas à maior proteção dos elementos que 
exercem as funções ambientais da APP. 
Pela limitação administrativa imposta ao uso, não se prevê nenhum tipo de indenização aos respectivos proprietários, tendo em 
vista ser a proteção dessas áreas um reflexo da função social e ambiental da propriedade. Deve-se atentar à diferença entre 
APP e Reserva Legal: a APP não pode ser explorada economicamente. Já nas áreas de reserva legal devidamente 
averbadas é possível essa exploração, desde que tenham elas plano de manejo sustentável aprovado pelos órgãos ambientais. 
É possível o acesso de pessoas e animais em uma área de preservação permanente (ex. para matar a sede), não 
desconfigurando a proteção desta área. 
2. RESERVA LEGAL 
Área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, com a função de assegurar o uso econômico de modo 
sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover 
a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção da fauna e flora nativa. 
A sistemática da imposição da Reserva Legal, prevista na Lei 12.651/12, determina que todo imóvel rural deve manter área 
com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de 
Preservação Permanente. 
A localização e a delimitação da área destinada à Reserva Legal são propostas pelo proprietário ou posseiro, e devem ser 
aprovadas pelo órgão ambiental estadual competente. 
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 
1. CONCEITO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), instituído pela Lei 9985/2000, não apenas fixa critérios e regras 
para a criação e implantação desses espaços, como também estabelece as condições para a gestão dos mesmos, com vistas 
a dar efetividade à sua proteção. 
A Unidade de Conservação é o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com 
características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites 
definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. 
2. CRIAÇÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 
As Unidades de Conservação são criadas por ato do Poder Público, mediante lei ou por decreto, nas esferas federal, estadual 
ou municipal. O ato de criação de uma Unidade de Conservação deve fundamentar-se em estudos técnicos e em consulta 
pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados parta a unidade. 
Há uma exceção: na criação da estação ecológica e da reserva biológica é necessário, previamente, somente os estudos 
técnicos. 
3. UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL 
Objetivam a preservação da natureza, admitindo apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, basicamente relacionado 
com a pesquisa. Em princípio, nas Unidades de Proteção Integral, em níveis maiores ou menores, de acordo com a 
caracterização de cada subcategoria, é restrita a atividade humana, não se admitindo a presença nem das populações 
tradicionais. 
Tem-se por objetivo a preservação da natureza, mantendo-a intocável. O objetivo básico é preservar a natureza, sendo 
admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos na Lei 9985/00. 
Uso direto X Uso Indireto -> o uso indireto é aquele que não tem colheita, não tem extração. Ex. pesquisas científicas; 
observação do meio ambiente; etc. Já no uso direto há retirada, há exploração. Nas unidades de proteção integral se 
trabalha apenas com o uso indireto, salvo quanto às exceções. 
Espécies de Unidades de Conservação de Proteção Integral: 
i. Estação Ecológica 
ii. Reserva Biológica 
iii. Parque Nacional (foi a primeira unidade de conservação da história) 
iv. Monumento Natural 
v. Refúgio de Vida Silvestre 
4. UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL 
As Unidades de Uso Sustentável têm por objetivo básico a compatibilização da conservação da natureza com o uso 
sustentável de parcela dos seus recursos naturais.. Pode haver a exploração, ou seja, o seu uso direto. 
Composição das Unidades de Uso Sustentável: 
i. Área de Proteção Ambiental (APA) 
ii. Área de Relevante Interesse Ecológico (é uma área pequena) 
iii. Floresta Nacional (podem ser exploradas) 
iv. Reserva Extrativista 
v. Reserva de Fauna 
vi. Reserva de Desenvolvimento Sustentável 
vii. Reserva Particular do Patrimônio Natural (aqui tem dono) 
 
 
4.1 CONCESSÃO FLORESTAL (LEI Nº 11.284, DE 2 DE MARÇO DE 2006) 
A concessão florestal insere-se na logística advinda pela Lei de Gestão de Florestas Públicas, que criara, por sua vez, o 
Serviço Florestal Brasileiro. Deve-se atentar que a normatização visou o manejo para a produção sustentável e manejo 
florestal, com a consequente concessão florestal, das florestas públicas do Brasil. 
Deve-se atentar que todos os entes federativos, em sua devida competência, poderão elaborar normas para 
estabelecimento da gestão florestal, sendo que estas últimas poderão estar igualmente no domínio da União, dos Estados, 
do Município, do Distrito Federal e, ainda, das entidades da Administração Pública Indireta. 
Segundo o art. 3o, inciso VII, da Lei 11.284/02, a concessão florestal é a delegação onerosa, feita pelo poder concedente, 
do direito de praticar manejo florestal sustentável para exploração de produtos e serviços numa unidade de manejo, 
mediante licitação, à pessoa jurídica, em consórcio ou não, que atentaàs exigências do respectivo edital de licitação e 
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado. 
Assim, fica clara a possibilidade de um particular, descrito nos termos da lei, e mediante prévia licitação, realizar, por 
intermédio de manejo florestal sustentável, a exploração de uma floresta pública. 
5. GESTÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 
A responsabilidade pela gestão das Unidades de Conservação é dos órgãos e entidades do Sistema Nacional de Meio 
Ambiente (SISNAMA). 
Embora a atribuição para gerir as Unidades de Conservação seja do Poder Público, a Lei 9985/2000 prevê a hipótese de 
gestão compartilhada por Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), com objetivos afins aos da unidade 
mediante instrumento a ser firmado com o órgão responsável por sua gestão. A OSCIP é uma qualificação que o Ministério 
da Justiça outorga a pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sociais tenham além de 
observado o princípio da universalização dos serviços no respectivo âmbito de atuação, pelo menos uma das normas 
fixadas no art. 3º da referida lei. 
5.1 Plano de Manejo 
O principal instrumento de gestão das Unidades de Conservação constitui o Plano de Manejo, documento técnico mediante o 
qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma Unidade de Conservação, estabelecem-se o zoneamento e as normas que 
devem presidir o uso da área, bem como manejo dos recursos naturais, inclusive a implementação das estruturas físicas 
necessárias à gestão da unidade. Diz, de fato, o que pode e o que não pode em uma unidade de conservação. 
A responsabilidade pela elaboração e implantação do Plano de Manejo é do Poder Público, a quem compete aplicar recursos 
humanos e financeiros na formulação desses documentos. Todavia, a lei garante a ampla participação da população 
residente na elaboração, atualização e implementação. 
Há alguns conteúdos a se considerar no Plano de Manejo, sendo eles: 
i) Área da unidade de conservação: não são apenas os limites terrestres, físicos. O espaço aéreo e o subsolo, quando influir 
na estabilidade do ecossistema, podem integrar os limites da unidade de conservação (art. 24). 
ii) Zona de amortecimento: é o entorno de uma unidade de conservação onde as atividades humanas estão sujeitas a normas 
e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade. Trata-se de uma limitação 
administrativa ao exercício do direito de propriedade, sob o argumento da proteção ambiental, evitando-se a ocorrência de 
danos a esses espaços em decorrência das atividades desenvolvidas nas proximidades. Apenas para área de proteção 
ambiental e a reserva particular do patrimônio natural. 
iii) Zona de Transição (Decreto 99274/90): nas áreas circundantes das Unidades de Conservação, num raio de 10 km, qualquer 
atividade que possa afetar a biota ficará subordinada às normas editadas pelo CONAMA. Não se confunde com a zona de 
amortecimento, em que não há tamanho predefinido. 
iv) Corredores ecológicos: são porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando Unidades de Conservação, que 
possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota. Não é obrigatório, apenas se se demonstrar necessário. 
v) Medidas de integração à vida econômica e social das comunidades vizinhas que serão afetadas. 
6. COMPENSAÇÃO AMBIENTAL 
Quando se tem uma obra que causa significa degradação do meio ambiente, deve ser feito o EIA-RIMA. Em tais obras, 
algumas delas não se consegue mitigar, reduzir os impactos ambientais, ainda que ocorram tais estudos. Nessa lógica, 
surge a compensação ambiental: dinheiro para as unidades de conservação ambiental de proteção integral, em regra. Se 
afetar outra área de unidade de conservação que não seja de proteção integral, também será uma das beneficiadas pela 
compensação. 
 
REFERÊNCIAS 
FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. Curso de Direito Ambiental. 6 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013. 
GRANZIERA, Maria Luiza Machado. Direito Ambiental. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. São Paulo: Malheiros, 2011. 
 
 
Questões 
XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 – BRANCA 
Questão 35. O Município Z deseja implementar política pública ambiental, no sentido de combater a 
poluição das vias públicas. Sobre as competências ambientais distribuídas pela Constituição, assinale a 
afirmativa correta. 
A)União, Estados, Distrito Federal e Municípios têm competência material ambiental comum, devendo leis 
complementares fixar normas de cooperação entre os entes. 
B)Em relação à competência material ambiental, em não sendo exercida pela União e nem pelo Estado, o 
Município pode exercê-la plenamente. 
C)O Município só pode exercer sua competência material ambiental nos limites das normas estaduais 
sobre o tema. 
D)O Município não tem competência material em direito ambiental, por falta de previsão constitucional, 
podendo, porém, praticar atos por delegação da União ou do Estado. 
 
Questão 36. Determinado Município, por intermédio de lei que contemplou questões como potencial 
construtivo, zoneamento de bairros e complexos esportivos, reduziu os limites de uma determinada 
Unidade de Conservação. Considerando o caso hipotético em tela, assinale a opção que se harmoniza 
com a legislação ambiental. 
A)A lei municipal em questão será considerada válida e eficaz, pois a redução dos limites de uma 
Unidade de Conservação pode ser feita até mesmo por Decreto. 
B)A redução de limites, assim como a desafetação de uma Unidade de Conservação, não demanda lei 
específica, exigindo apenas a necessária e prévia aprovação de Estudo de Impacto Ambiental e 
respectivo relatório (EIA-RIMA). 
C)A redução operada pela lei, para produzir efeitos, dependerá da aprovação do Conselho Gestor da 
Unidade de Conservação impactada, garantindo-se a participação pública direta no referido procedimento 
de deliberação e aprovação. 
D)A redução dos limites da Unidade de Conservação, conquanto possa evidenciar os efeitos concretos da 
lei, somente pode ser feita mediante lei específica, regra esta que também se aplica à desafetação. 
 
XVIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 – BRANCA 
Questão 35. Determinada sociedade empresária consulta seu advogado para obter informações sobre as 
exigências ambientais que possam incidir em seus projetos, especialmente no que tange à apresentação 
e aprovação de Estudo Prévio de Impacto Ambiental e seu respectivo Relatório (EIA/RIMA). 
Considerando a disciplina do EIA/RIMA pelo ordenamento jurídico, assinale a afirmativa correta. 
A)O EIA/RIMA é um estudo simplificado, integrante do licenciamento ambiental, destinado a avaliar os 
impactos ao meio ambiente natural, não abordando impactos aos meios artificial e cultural, pois esses 
componentes, segundo pacífico entendimento doutrinário e jurisprudencial, não integram o conceito de 
“meio ambiente”. 
B)O EIA/RIMA é exigido em todas as atividades e empreendimentos que possam causar impactos 
ambientais, devendo ser aprovado previamente à concessão da denominada Licença Ambiental Prévia. 
C)O EIA/RIMA, além de ser aprovado entre as Licenças Ambientais Prévia e de Instalação, tem a sua 
metodologia e o seu conteúdo regrados exclusivamente por Resoluções do Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (CONAMA), podendo a entidade / o órgão ambiental licenciador dispensá-lo segundo critérios 
discricionários e independentemente de fundamentação, ainda que a atividade esteja prevista em 
Resolução CONAMA como passível de EIA/RIMA. 
D)O EIA-RIMA é um instrumento de avaliação de impactos ambientais, de natureza preventiva, exigido 
para atividades/empreendimentos não só efetiva como potencialmente capazes de causar significativa 
degradação, sendo certo que a sua publicidade é uma imposição Constitucional (CRFB/1988).Questão 36. João acaba de adquirir dois imóveis, sendo um localizado em área urbana e outro, em área 
rural. Por ocasião da aquisição de ambos os imóveis, João foi alertado pelos alienantes de que os imóveis 
contemplavam Áreas de Preservação Permanente (APP) e de que, por tal razão, ele deveria buscar uma 
orientação mais especializada, caso desejasse nelas intervir. Considerando a disciplina legal das Áreas 
de Preservação Permanente (APP), bem como as possíveis preocupações gerais de João, assinale a 
afirmativa correta. 
A)As APPs não são passíveis de intervenção e utilização, salvo decisão administrativa em sentido 
contrário de órgão estadual integrante do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA, uma vez que 
não há preceitos legais abstratamente prevendo exceções à sua preservação absoluta e integral. 
B)As hipóteses legais de APP, com o advento do denominado “Novo Código Florestal” – Lei nº 
12.651/2012 –, foram abolidas em âmbito federal, subsistindo apenas nos casos em que os Estados e 
Municípios assim as exijam legalmente. 
C)As APPs são espaços territoriais especialmente protegidos, comportando exceções legais para fins de 
intervenção, sendo certo que os Estados e os Municípios podem prever outras hipóteses de APP além 
daquelas dispostas em normas gerais, inclusive em suas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas, 
sendo que a supressão irregular da vegetação nela situada gera a obrigação do proprietário, possuidor ou 
ocupante a qualquer título de promover a sua recomposição, obrigação esta de natureza propter rem. 
 
 
D)As APPs, assim como as reservas legais, não se aplicam às áreas urbanas, sendo certo que a Lei 
Federal nº 12.651/2012 (“Novo Código Florestal”), apesar de ter trazido significativas mudanças no seu 
regime, garantiu as APPs para os imóveis rurais com mais de 100 hectares. 
 
XIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 – BRANCA 
Questão 35. Pedro, em visita a determinado Município do interior do Estado do Rio de Janeiro, decide 
pichar e deteriorar a fachada de uma Igreja local tombada, por seu valor histórico e cultural, pelo Instituto 
Estadual do Patrimônio Histórico-Cultural – INEPAC, autarquia estadual. Considerando o caso em tela, 
assinale a afirmativa correta. 
A)Pedro será responsabilizado apenas administrativamente, com pena de multa, uma vez que os bens 
integrantes do patrimônio cultural brasileiro não se sujeitam, para fins de tutela, ao regime de 
responsabilidade civil ambiental, que trata somente do meio ambiente natural. 
B)Pedro será responsabilizado administrativa e penalmente, não podendo ser responsabilizado 
civilmente, pois o dano, além de não poder ser considerado de natureza ambiental, não pode ser objeto 
de simultânea recuperação e indenização. 
C)Pedro, por ter causado danos ao meio ambiente cultural, poderá ser responsabilizado administrativa, 
penal e civilmente, sendo admissível o manejo de ação civil pública pelo Ministério Público, demandando 
a condenação em dinheiro e o cumprimento de obrigação de fazer. 
D)Pedro, além de responder administrativa e penalmente, será solidariamente responsável com o 
INEPAC pela recuperação e indenização do dano, sendo certo que ambos responderão de forma 
subjetiva, havendo necessidade de inequívoca demonstração de dolo ou culpa por parte de Pedro e dos 
servidores públicos responsáveis. 
 
Questão 36. Paulo é proprietário de um grande terreno no qual pretende instalar um loteamento, já 
devidamente aprovado pelo Poder Público. Contudo, antes que Paulo iniciasse a instalação do projeto, 
sua propriedade foi integralmente incluída nos limites de um Parque Nacional. Considerando as normas 
que regem o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, é correto afirmar que 
A)Paulo deverá aguardar a elaboração do plano de manejo do parque para verificar a viabilidade de seu 
empreendimento. 
B)Paulo poderá ajuizar ação com o objetivo de ser indenizado pelo lucro cessante decorrente da 
inviabilidade do empreendimento. 
C)Caso seu terreno não seja desapropriado, Paulo poderá ajuizar ação de desapropriação indireta em 
face da União. 
D)Paulo não poderá implementar seu loteamento, mas poderá explorar o ecoturismo na área com 
cobrança de visitação. 
 
XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 – BRANCA 
Questão 35. O prefeito do Município Alfa, que conta hoje com 30 (trinta) mil habitantes e tem mais de 
30% de sua área constituída por cobertura vegetal, consulta o Procurador Geral do Município para 
verificar a necessidade de edição de Plano Diretor, em atendimento às disposições constitucionais e ao 
Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/01). Sobre o caso, assinale a afirmativa correta. 
A)O Plano Diretor não é necessário, tendo em vista a área de cobertura vegetal existente no Município 
Alfa, devendo este ser substituído por Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA). 
B)O Plano Diretor não será necessário, tendo em vista que todos os municípios com mais de 20 (vinte) mil 
habitantes estão automaticamente inseridos em “aglomerações urbanas”, que, por previsão legal, são 
excluídas da necessidade de elaboração de Plano Diretor. 
C)Será necessária a edição de Plano Diretor, aprovado por lei municipal, que abrangerá todo o território 
do Município Alfa, em razão do seu número de habitantes. 
D)O Plano Diretor será necessário na abrangência da região urbana do município, regendo, no que tange 
à área de cobertura vegetal, as normas da Política Nacional do Meio Ambiente. 
Questão 36. No curso de obra pública de construção de represa para fins de geração de energia 
hidrelétrica em rio que corta dois estados da Federação, a associação privada Sorrio propõe ação civil 
pública buscando a reconstituição do ambiente ao status quo anterior ao do início da construção, por 
supostos danos ao meio ambiente. Considerando a hipótese, assinale a afirmativa correta. 
A)Caso a associação Sorrio abandone a ação, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a 
titularidade ativa. 
B)Caso haja inquérito civil público em curso, proposto pelo Ministério Público, a ação civil pública será 
suspensa pelo prazo de até 1 (um) ano. 
C)Como o bem público objeto da tutela judicial está localizado em mais de um estado da federação, a 
legitimidade ativa exclusiva para propositura da ação civil pública é do Ministério Público Federal. 
D)Caso o pedido seja julgado improcedente por insuficiência de provas, não será possível a propositura 
de nova demanda com o mesmo pedido. 
 
XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 – BRANCA SALVADOR 
Questão 35. Hugo, advogado, é consultado pela pessoa jurídica Céu Azul Ltda., indústria química de 
grande porte, acerca da necessidade de redução de emissão de gases de efeito estufa, tendo em vista as 
 
 
disposições da lei que instituiu a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC). Com base na 
hipótese formulada, assinale a opção que apresenta a orientação dada por Hugo ao seu cliente. 
A)A pessoa jurídica Céu Azul Ltda. terá que reduzir a emissão de gases de efeito estufa ou adquirir 
créditos de carbono de outros emissores que reduzirem suas emissões além do legalmente necessário, 
sob pena de imposição de multa de até 2% (dois por cento) sobre suas receitas brutas. 
B)A pessoa jurídica Céu Azul Ltda., por pertencer a ramo industrial inserido no Plano de Desenvolvimento 
Limpo, terá que reduzir a emissão de gases de efeito estufa, não podendo se valer dos mecanismos de 
flexibilização, sob pena de imposição de multa de até 2% (dois por cento) de sua receita bruta. 
C)A pessoa jurídica Céu Azul Ltda. não estará obrigada a reduzir a emissão de gases de efeito estufa 
caso formalmente constituída até a data da vigência da lei que instituiu a Política Nacional sobre Mudança 
do Clima (PNMC), mas terá que pagar pelas emissões além do limite legal, tendo em vista o princípio do 
poluidor-pagador. 
D)A pessoa jurídica Céu Azul Ltda. não tem obrigaçãolegal de redução de emissão de gases de efeito 
estufa, independentemente da data de sua constituição e do seu segmento de atividade, não obstante a 
expressa adoção dos princípios da prevenção e precaução pela lei que instituiu a PNMC. 
 
Questão 36. Luiz Periquito, famoso colecionador de pássaros, é surpreendido pela autoridade ambiental 
municipal em sua propriedade, a qual lavra auto de infração tendo em vista a posse de animais silvestres 
sem autorização legal, objeto de caça, bem como indícios de maus tratos aos animais. Sobre o caso e 
tendo em vista a proteção à fauna no ordenamento jurídico brasileiro, assinale a afirmativa correta. 
A)A atuação da autoridade municipal é inválida, já que a competência legislativa e material para tratar 
sobre caça, pesca e fauna é exclusiva da União Federal. 
B)O auto de infração está irregular, uma vez que a fauna não foi objeto de tutela constitucional e a Lei nº 
5.197/67 (Lei de Proteção à Fauna) não disciplina especificamente o tema de caça e maus tratos. 
C)O auto de infração está correto, uma vez que a Constituição de 1988 veda qualquer forma de caça no 
território brasileiro, seja esportiva ou caça de controle. 
D)A conduta de Luiz Periquito está em desconformidade com a Constituição de 1988, já que há expressa 
vedação constitucional às práticas que submetam os animais à crueldade, na forma da lei. 
 
XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 – BRANCA 
Questão 35. A sociedade empresária Xique-Xique S.A. pretende instalar uma unidade industrial 
metalúrgica de grande porte em uma determinada cidade. Ela possui outras unidades industriais do 
mesmo porte em outras localidades. Sobre o licenciamento ambiental dessa iniciativa, assinale a 
afirmativa correta. 
A)Como a sociedade empresária já possui outras unidades industriais do mesmo porte e da mesma 
natureza, não será necessário outro licenciamento ambiental para a nova atividade utilizadora de recursos 
ambientais, se efetiva ou potencialmente poluidora. 
B)Para uma nova atividade industrial utilizadora de recursos ambientais, se efetiva ou potencialmente 
poluidora, é necessária a obtenção da licença ambiental, por meio do procedimento administrativo 
denominado licenciamento ambiental. 
C)Se a sociedade empresária já possui outras unidades industriais do mesmo porte, poderá ser exigido 
outro licenciamento ambiental para a nova atividade utilizadora de recursos ambientais, se efetiva ou 
potencialmente poluidora, mas será dispensada a realização de qualquer estudo ambiental, inclusive o de 
impacto ambiental, no processo de licenciamento. 
D)A sociedade empresária só necessitará do alvará da prefeitura municipal autorizando seu 
funcionamento, sendo incabível a exigência de licenciamento ambiental para atividades de metalurgia. 
 
Questão 36. O Governo Federal, tendo em vista a grande dificuldade em conter o desmatamento 
irregular em florestas públicas, iniciou procedimento de concessão florestal para que particulares possam 
explorar produtos e serviços florestais. Sobre o caso, assinale a afirmativa correta. 
A)Essa concessão é antijurídica, uma vez que o dever de tutela do meio ambiente ecologicamente 
equilibrado é intransferível a inalienável. 
B)Essa concessão, que tem como objeto o manejo florestal sustentável, deve ser precedida de licitação 
na modalidade de concorrência. 
C)Essa concessão somente é possível para fins de exploração de recursos minerais pelo concessionário. 
D)Essa concessão somente incide sobre florestas públicas estaduais e, por isso, a competência para sua 
delegação é exclusiva dos Estados, o que torna ilegal sua implementação pelo IBAMA. 
 
Gabarito 
 35 36 
XVII A D 
XVIII D C 
XIX C C 
XX C A 
XX Salvador D D 
XXI B B

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