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FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO

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RESUMO DE FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO.
Efeitos da Decretação de Falência em Relação aos Credores do Falido:
- Qual o principal objetivo do processo falimentar? É a reunião de todos os credores do devedor e de todos os seus bens, para que, vendidos estes, sejam pagos aqueles, na ordem de preferência dos seus respectivos créditos. 
- O que ocorre com isso? Instauração do juízo universal de falência, a suspensão de novas ações e a atração de quase todas as ações (envolvendo o devedor) em andamento para o juízo falimentar (aptidão atrativa do juízo falimentar).
1º EFEITO: A formação da massa: (Habilitação dos credores e apuração dos bens da sociedade).
Massa falida Objetiva A arrecadação dos bens. (Apura-se o patrimônio para vendê-lo depois.)
 Subjetiva Reunião dos credores. 
OBS: a arrecadação dos bens da origem à massa falida objetiva.
A reunião dos credores, forma a denominada massa falida subjetiva, que concorrerá ao produto da venda dos bens do falido segundo a ordem de classificação estabelecida na própria lei, em obediência ao princípio da par conditio creditorium (tratamento igual aos credores de uma mesma categoria). 
Ex.: Sociedade Varig S/A antes da decretação da Falência. É administrada por seus sócios.
Sociedade Varig S/A Após a decretação da falência existirá um conjunto: patrimônio de bens e credores reunidos. Com isso, passa a se chamar MASSA FALIDA VARIG S/A.
OBS: Antes da decretação de falência: os sócios administram. Depois da decretação de falência, os sócios ficam inabilitados e quem assume é o administrador Judicial. (Mudança do exercício da empresa). 
2º EFEITO: Suspensão da prescrição e das ações individuais e execuções dos credores contra o falido a partir da sentença declaratória de falência. 
 Falência
ILIQUID. Torna-se LÍQUIDO.
LIQUID. SEM
EXECUÇÃO / INÍCIO Habilito em uma daquelas camadas. 
LIQUID. + FINAL DA Continua para o pagamento.
EXECUÇÃO Não será atraído para o regime falimentar. 
Exceções (Não são suspensas): ações que versem sobre quantia ilíquida, execuções fiscais, demandas em curso na Justiça do Trabalho, ações em que a União ou algum ente público federal sejam partes, etc... (Os valores a serem pagos para essas ações, serão reservados, não podendo ser utilizados para o pagamento do passivo).
3º EFEITO: Vencimento dos créditos antecipados contra o falido (dívidas), abatidos proporcionalmente os juros legais. OBS: Convertem-se todos os créditos em moeda estrangeira para moeda nacional, pelo câmbio do dia da decisão judicial (Art. 77, Lei 11.101/2005).
 Dívida vencida A. Dívida vencida B. Dívida que vencerá: C. Dív.que vencerá: D.SENTENÇA DECLAR. FAL.
 
1990 2030
 1995 1998 2000 2010 2020 
O que acontece com as dívidas C (que vence em 2010) e D (que vence em 2020)? Essas dívidas vencem antecipadamente, ou seja, vencem no momento da sentença declaratória falimentar. Com isso, os juros serão abatidos proporcionalmente.
 
4° EFEITO: A suspensão da fluência de juros:
APENAS os juros devidos antes da data da decretação da falência podem ser cobrados da massa. (Juros 1 e 2) 
Se o ativo apurado não bastar para o pagamento dos credores subordinados (lucro ou pro labore dos sócios ou administradores) NÃO são exigíveis contra a massa falida os juros vencidos (juros 3) após a decretação de falência, (só ocorrendo o pagamento deles se a massa suportar). 
 2010DECLARADA A FALÊNCIA
 Dívida 1 Dívida 2 Dívida 3 
2000 2020
 Juros: 3 (ainda vai vencer) 
 Juros 1 e 2. 
-> Assim, realizado o ativo e verificando-se que a massa possui recursos suficientes para saldar todos os seus credores, inclusive os subordinados, computam-se os juros normalmente e a massa falida deve pagá-los (Entendimento do Supremo Tribunal Federal).
	
Efeitos da Decretação de Falência em Relação aos Atos já Realizados:
Um dos temas mais polêmicos em relação à instauração do juízo da falência diz respeito às execuções ajuizadas anteriormente ao decreto de falência nas quais já houve a realização de atos de constrição de bens (meios pelo qual o títular da coisa perde o domínio ou sua disposição), por exemplo, a penhora.
DOUTRINA ATUAL ENTENDE: que o valor apurado dos bens arrematados antes da decretação de falência, não serão remetidos para o juízo falimentar. OBSIMP:Deve ser privilegiado, nesse caso, o credor da execução individual, que teve todo o trabalho de conduzir o processo executivo até seus atos finais.
- Assim, somente o eventual saldo remanescente deve ser enviado para a massa falida. 
- Caso, em contrapartida, ainda não tenha ocorrido a venda do bem, deve-se proceder de forma diversa. Com efeito, será realizada hasta pública – para que não sejam desperdiçados os atos processuais praticados até aquele momento -, enviando-se apenas o produto arrecadado para o juízo falimentar (Aqui, o credor, será de certa forma prejudicado).
	
Conclusão: Decretada a falência, a execução de quaisquer créditos, contra o devedor falido deve ser feita no juízo universal da falência, ainda que se trate de crédito trabalhista ou tributário. (Entendimento do Superior Tribunal de Justiça).
PROCEDIMENTO FALIMENTAR - INTRODUÇÃO
Uma vez sendo a sentença de procedência e não tendo sido realizado o deposito elisivo, a falência do devedor será decretada, o que iniciará o procedimento falimentar propriamente dito, ou seja, a execução concursal do empresário individual ou da sociedade empresária.
O objetivo principal do processo falimentar é promover o afastamento do devedor de suas atividades visando preservar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, da empresa.
O grande responsável pelo bom andamento do processo falimentar será o ADMINISTRADOR JUDICIAL, que deverá:
1- Proceder a arrecadação dos bens do devedor falido (massa falida objetiva) e
2- Proceder a verificação e habilitação dos créditos (massa falida subjetiva).
ARRECADAÇÃO DOS BENS DO DEVEDOR
Em princípio, serão atingidos os bens da sociedade, e não dos sócios que a integram (salvo em caso de responsabilidade ilimitada, em caso de desconsideração etc).
Os bens serão vendidos para o pagamento dos credores. Esses bens arrecadados constituem a massa falida objetiva.
A arrecadação será formalizada por meio de LAVRATURA DE AUTO ARRECADAÇÃO, que será composto do inventário e do laudo de avaliação dos bens de forma individualizada.
Obs: Bens que podem ser guardados em depósito sobre responsabilidade do administrador judicial: Art. 112. Os bens arrecadados poderão ser removidos, desde que haja necessidade de sua melhor guarda e conservação, hipótese em que permanecerão em depósito sob responsabilidade do administrador judicial, mediante compromisso.
Se os bens forem perecíveis, de fácil deterioração, de difícil conservação, o juiz poderá autorizar a VENDA ANTECIPADA, depois de ouvir o comitê de credores (se houver) e o falido no prazo de 48 horas.
Outra medida importante é que, ouvido o comitê de credores erespeitada a ordem de classificação, pode ser dada autorização para que alguns dos credores adquiram os bens arrecadados pelo valor da avaliação. Assim evita-se o leilão e acelera o trâmite do processo falimentar.
O administrador judicial poderá também ALUGAR ou CELEBRAR OUTRO CONTRATO referente aos bens da massa falida (colocar o dinheiro da conta corrente da massa falida em uma conta poupança), com objetivo de produzir renda extra para a massa falida, desde que autorizado pelo comitê de credores.
INVESTIGAÇÃO DO PERÍODO SUSPEITO
O devedor pode se desfazer dos bens antes da decretação da quebra da sociedade para evitar que tais bens sejam arrecadados no procedimento falimentar. 
Vão ser analisados atos ilegais anteriores a sentença declaratória de falência. 
Esses patrimônios que foram desfeitos ilegalmente antes da falência vão ser restituídos, ou seja, o juiz vai retirar a eficácia/efeito do ato ilegal.
ATOS OBJETIVAMENTE INEFICAZES- Lista de situações indicadas na lei. O JUIZ VAI FIXAR PRAZO MÁXIMO ANTERIOR A SENTENÇA PARA ANÁLISE DESSES ATOS.
Se alguma dessas situações for constatada o ato vai ser desconstituído imediatamente (o juiz pode fazer de ofício), NÃO SENDO NECESSÁRIO PROVAR A FRAUDE. Os atos objetivamente ineficazes são:
- o pagamento de dívidas não vencidas pelo devedor
- o pagamento de dívida vencida, mas por forma diversa estabelecida no contrato (ex: ao invés de pg uma dívida de 500 mil com dinheiro pago com uma máquina que vale 1 milhão)
- constituir uma dívida sem garantia e depois dar uma garantia pra essa dívida (se não foi exigida garantia, por que dar?)
- prática de atos gratuitos desde 2 anos antes da decretação da falência (é estranho estar em crise e fazer doações, exceto valores irrisórios como brindes, doações pequenas etc).
- renuncias herança até 2 anos antes da falência
- venda ou transferência de estabelecimento sem anuência dos credores e não restando patrimônio para pagar suas dívidas. 
- Registro de venda de imóvel após a decretação, salvo se tiver anotação prévia indicando que o imóvel já tem indicação de venda no RGI mas ainda não foi registrado definitivamente). 
ATOS DO FALIDO SUBJETIVAMENTE INEFICAZES PERANTE A MASSA – Se a situação NÃO está na listagem acima indicada na lei, só pode ser reconhecida a ineficácia do ato se forem provados:
- A intenção de prejudicar os credores
- O conluio fraudulento entre devedor e o terceiro que contratou com ele
- O real prejuízo da massa
ESSES 3 ELEMENTOS DEVEM SER COMPROVADOS, SE FOREM COMPROVADOS 2 OU APENAS 1 NÃO HÁ INEFICÁCIA DO ATO.
NESSE CASO NÃO HÁ PERÍODO MÁXIMO, PODENDO SER PROVADO A QUALQUER TEMPO.
AÇÃO REVOCATÓRIA
Ao contrário do que acontece com os ATOS DE INEFICÁCIA OBJETIVA (que podem ser declarados de ofício pelo juiz) a declaração de INEFICÁCIA SUBJETIVA não poderá ser reconhecida de ofício. 
Quem vai provocar o juiz? O administrador judicial, qualquer credor ou o MP através da AÇÃO REVOCATÓRIA, no PRAZO DE 3 ANOS contado da decretação da falência.
Sendo procedente a ação revocatória, o juiz determinará o retorno dos bens para a massa falida em espécie ou o valor do mercado, acrescidos de perdas e danos. 
ESSA AÇÃO PODE ATINGIR QUALQUER ATO, A QUALQUER TEMPO, ANTERIORES A SENTENÇA DECLARATÓRIA. 
Pedidos de Restituição: Após a arrecadação de todos os bens do falido, será feita a restituição dos bens que estejam em seu poder, mas não de sua propriedade. 
Exemplo: Algum imóvel que o falido seja mero locatário, os descontos de INSS feitos e ainda não recolhidos, etc... Os autores costumam chamar a arrecadação dos bens de fase de integração e a restituição dos bens aos reais proprietários de fase de desintegração.
Verificação e Habilitação dos Créditos: É a fase de formação da massa falida subjetiva, ou seja, a verificação dos créditos feita pelo administrador judicial (Até a venda dos bens, se houver interesse, a sociedade pode continuar funcionando sobre a gestão do administrador judicial).
OBS: Aqui serão verificados os prazos de: 5 dias, para que o credor apresente a relação completa de todos os seus credores.
E 15 dias para que seja feita a habilitação dos créditos perante o administrador judicial (Ambos os prazos contados a partir da sentença que declarou a falência - Art. 9, LRE).
- Qual o prazo do administrador para publicar o edital (contendo a relação dos credores) após o término do prazo de habilitação? 45 dias. 
- E se houver algum equívoco? as partes insatisfeitas poderão apresentar impugnação ao juiz, no prazo de 10 dias, contados da publicação do edital.
Observação: Se o credor perdeu o prazo para a habilitação, não significa que ele perdeu o direito de receber seu crédito no processo falimentar (Art. 10, LRE). Nesse caso, as habilitações serão recebidas como retardatárias, gerando algumas consequências negativas ao credor. Ex: Arcará com as custas processuais, perderá direito a voto nas assembleias, etc.
- Na habilitação todos os credores devem demonstrar a origem do crédito visando dar mais segurança a massa falida. (Art. 9, II, LRE).
Realização do Ativo ou Venda dos Bens da Massa (Arts. 139 e seguintes, LRE): Inicialmente deve ser tentada a venda em bloco, ou seja, vender o estabelecimento como um todo (trespasse) para se tentar a continuidade da atividade “nas mãos” de outro empresário (Art. 140, I, LRE). Não sendo possível, tenta se vender isoladamente para tentar aproveitar a continuidade das filiais isoladamente (Art. 140, II, LRE).
- Não conseguindo um bom preço na venda de todo o estabelecimento empresarial (trespasse), nem na venda autônoma das filiais, a terceira melhor solução é tentar vender os bens do estabelecimento em bloco, sempre na busca de se conseguir arrecadar o máximo de recursos (Art. 140, III, LRE).
- Por fim, a última alternativa é alienar os bens de forma individual (Art. 140, IV, LRE).
Publicação e Venda: 
Modalidades de venda: 
a) Leilão (Lances Orais);
b) Propostas Fechadas (Envelopes Lacrados): Anuncia-se no jornal o leilão. Os interessados entregarão envelopes contendo o valor da oferta pelo bem indicado. Nessa modalidade, não se paga taxa do leiloeiro. OBS: Demora mais do que o leilão.
c) Pregão (Procedimento Misto: Primeira fase - propostas fechadas, sendo aprovada a melhor proposta e as que forem igual ou superior a 90% desta e Segunda fase – lances orais) - (Art. 142, LRE).
OBS: Pregão 1ª fase (envelopes) 
 2ª fase (leilão) 
OBS: O pregão é um procedimento misto. Primeira fase: recebem as propostas fechadas e classificam-se os envelopes, feito isso é aprovada a melhor: 
1º A ENVELOPE: C
R$ 92 mil
ENVELOPE: B 
R$ 85 mil
ENVELOPE: A 
R$ 100 mil
2º C
3º B 
A partir daí, eliminam-se todas as propostas 90% abaixo da vencedora. 
Na segunda fase: As propostas A e C se transformam em leilão até que alguém vença. Diz-se que o pregão é um regime híbrido. 
OBS: Prazo mínimo entre a publicação e o dia da venda: 
a) bem móvel: 15 dias 
 
b) bem imóvel: 30 dais 
OBSIMP: O anuncio será publicado, em jornal de grande circulação, com 15 dias de antecedência (em caso de bens móveis) e com 30 dias de antecedência (em caso de bens imóveis). Havendo em um único lote, os dois bens (móvel e imóvel) o prazo é de 30 dias.
Pagamento dos Credores 
- Qual é a finalidade da realização do ativo? é a arrecadação de recursos para pagar os credores (que serão habilitados na execução concursal).
- Para que serão utilizados os recursos obtidos? Para o pagamento dos credores depois de feitas as devidas restituições e de pagos os créditos extraconcursais (art.84, LRE).
Habilitamos os credores. Vendemos o que conseguimos. Hora de pagar.
OBSIMP:Existem situações que devem ser pagas IMEDIATAMENTE: 
1ª Categoria: pago imediatamente os SUPER CRÉDITOS 
OBS: SUPER CRÉDITOS 1º crédito: relativos às despesas do processo.
 2º crédito: os últimos 3 meses de salário mínimo (atrasados) no valor máximo de 5 salários.
SENTENÇA DECLARATÓRIA FALIMENTAR
Ex: 
 3 meses atrasados.
Aqui, os créditos trabalhista de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 meses anteriores a decretação da falência, até o limite de 5 salários mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa.
2ª Categoria: CREDORES EXTRACONCURSAIS 1- Administrador judicial + auxiliares e créditos trabalhistas pós falência.
 2- Devolução do valor emprestado por um credor à sociedade.
 3- Custas gerais presentes e passadas do processo. Ex: custas do leilão. 
 4- Custas judiciais de outros processos que a massa já foi vencida.
 5- Custas futuras e obrigações posteriores à falência. 
	
Os créditos Extraconcursais (Art. 84, I a V, LRE): Devem ser pagos antes dos créditos concursais.
I – Remuneração devida ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho relativos a serviços prestados posteriores a decretação de falência;
II – Quantias fornecidas à massa pelos credores;
III – Despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição de seu produto, bem como custas do processo de falência;
IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa tenha sido vencida;
V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos, praticados durante a recuperação judicial ou após a decretação de falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência.
E AGORA? Realizados os pagamentos que a lei determina, as restituições em dinheiro e os créditos extraconcursais, resta fazer o pagamento dos credores concursais, seguindo a ordem do artigo 83 LRE.
CRÉDITOS CONCURSAIS:
1º - crédito TRABALHISTA 
2º - créditos COM GARANTIA REAL
3º - créditos FISCAIS SEGURO.
4º - crédito DE PRIVILÉGIO ESPECIAL BENFEITORIA.
5º - créditos COM PRIVILÉGIO GERAL 
6º - créditos QUIRIOGRAFÁRIOS (dívida comum) + sobras das outras camadas.
7º - PENAS e MULTAS
8º - SUBORDINADOS
1 - Créditos Trabalhistas e Equiparados: 
 Patrimônio da massa falida: R$ 150 mil. CREDOR 1 R$100 mil 
CREDOR 3 R$ 150 mil
CREDOR 2 R$50 mil
 OBS: Pago proporcionalmente o valor da dívida:
CREDOR 3 R$75 mil
CREDOR 2 R$25 mil
CREDOR 1 R$50 mil
 R$ 300 mil.
 
- Como serão pagos? Serão pagos créditos trabalhistas limitados a 150 salários mínimos por credor e os decorrentes de acidentes de trabalho (são chamados de créditos preferenciais). 
- Em relação aos acidentes de trabalho não são limitados ao valor de 150 salários mínimos, sendo pagos na sua integralidade.
- E o que eventualmente ultrapassar desse valor? Será reclassificado na categoria dos credores quirografários (6ª camada).
Observação: Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros são considerados quirografários. Isso foi feito para evitar o chamado “câmbio negro” de transferência de crédito.
2 - Créditos com Garantia Real: São os créditos gravados em garantia. Estes créditos não estão sujeitos a rateio, isso significa que o produto da venda do bem dado em garantia real à dívida será usado para o pagamento do credor garantido. 
OBS: Se o produto da venda for SUPERIOR à dívida, o saldo restante será usado para o pagamento dos demais credores, na ordem de classificação. Caso NÃO SEJA SUFICIENTE, o restante do crédito a receber será classificado como quiriografário.
- Exemplos: os hipotecários, os caucionados, os créditos derivados de penhor, etc.
Observação: Se algumas das camadas anteriores não forem pagas e não sobrarem bens não gravados para o pagamento das mesmas, esses bens gravados com garantias reais serão vendidos e usados para o pagamento dos créditos dos credores anteriores.
3 - Créditos Fiscais: São os créditos tributários Municipais, Estaduais e Federais (Preferencialmente se paga primeiro a União e suas Autarquias depois os Estados, DF e suas Autarquias e, por fim, os Municípios e suas Autarquias)
Observação: Em relação às multas derivadas desses créditos, elas são pagas mais a frente, abaixo dos créditos quirografários.
4- Créditos com Privilégio Especial: Créditos estabelecidos em situações específicas da lei.
- Caso esse produto da venda do bem que recai o privilégio seja superior à dívida, o saldo restante será usado para o pagamento dos demais credores, na ordem de classificação. 
- Caso não seja suficiente, o restante do crédito a receber será classificado como quirografário.
Exemplo: Créditos sobre a coisa beneficiária (o credor das benfeitorias necessárias ou úteis), Créditos sobre a coisa salvada (o credor das despesas relativas do salvamento), etc.
5 - Créditos com Privilégio Geral: São créditos devidos por determinadas situações indicadas em lei, mas que não são especiais.
Exemplo: despesas com funeral do credor, despesas com o luto do cônjuge sobrevivo e dos filhos do falecido, etc.
6 – Créditos Quirografários: são todos os créditos que não possuem nenhuma espécie de privilégio ou garantia. 
Exemplo: indenização por ato ilícito, créditos derivados de uma obrigação cambial inadimplida, créditos derivados de uma obrigação contratual não hornada.
Observação: Aqui se incluem os créditos não pagos nas camadas “1”, “2” e “4”. PODE CAIR NA A2!
7 - Multas e penas pecuniárias: são as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração de leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias.
8- Créditos Subordinados: São os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício com a sociedade falida (Não incluem valores de ações e de quotas). Trata-se, por exemplo, de um empréstimo contraído pela sociedade junto ao sócio.
Observação: Em relação às quotas ou ações, esses valores serão pagos aos sócios SE todas as camadas acima forem pagas e sobrar algum crédito.
Encerramento do Processo Falimentar:
O que ocorre após os pagamentos aos credores? Feitos os pagamentos conforme a classificação legal e a disponibilidade de recursos da massa caberão ao administrador judicial apresentar suas contas ao juiz (prazo de 30 dias). 
- Após isso, o juiz colocará as contas à disposição dos interessados para que eles possam oferecer impugnação, se assim entenderem, no prazo de 10 dias.
 
- Posteriormente, os autos serão enviados ao Ministério Público, que oferecerá parecer em 5 dias.
- Se as contas forem rejeitadas, o juiz fixará as responsabilidades do administrador e o sequestro de bens para possível restituição. 
- Se as contas estiverem em ordem, o administrador apresentará relatório final no prazo de 10 dias.
- A falência se encerra mas a responsabilidade das obrigações do falido ainda não, essa só encerrará quando: houver o pagamento integral de todos os créditos, o pagamento de mais de 50% dos créditos quirografários, o decurso do prazo de 5 anos após o encerramento da falência se não condenado por crime falimentar ou o decurso de prazo de 10 anos se o falido foi condenado por crime falimentar. CAI NA A2!
- Alcançada uma das hipóteses acima, o falido irá requerer ao juiz uma sentença indicando a extinção de suas obrigações. Sem isso,não é possível voltar a praticar atividade.
Recuperação de Empresas
	Com base nos princípios da função social da empresa e da preservação da empresa, é utilizada, em certas situações a figura da recuperação (Podendo ser Judicial ou Extrajudicial).
Objetivo da recuperação judicial: viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo a preservação da empresa, sua função social e estímulo à atividade econômica (Art. 47 LRE).
Pedido da Recuperação Judicial: É requerida antes de a crise do empresário chegar a uma situação irreversível. Geralmente é feito antes de algum credor pedir a falência do devedor (É possível, entretanto, que se faça após um credor pedir a falência do devedor mas antes da declaração desta por sentença).
	
Requisitos Básicos: CAI NA A2!
- exercer a atividade regularmente há mais de 2 anos;
- não seja considerado falido;
- não ter obtido recuperação judicial há menos de 5 anos;
- não ter obtido recuperação judicial com base em plano especial há menos de 5 anos;
- não ter sido condenado ou não ter administrador ou sócio controlador pessoa condenada por crimes previstos nessa lei.
Observação: O empresário individual ou sociedade empresária irregular não podem se valer da recuperação judicial.
Observação 2: O foro competente para o pedido é o do principal estabelecimento do devedor (local de maior volume de negócios).
Exemplo: A VARIG era uma sociedade sediada em Porto Alegre-RS, mas teve seu pedido de recuperação judicial no Rio de Janeiro-RJ por ter, nesse local, seu maior volume de negócios.
Observação 3: No processo de recuperação judicial o devedor não perde (regra), em princípio, a administração da empresa (Art. 64, LRE). Já no processo de falência, o sócio perde (exceção) o controle e quem administra é o administrador judicial. 
Fases:
a) Postulatória: A sociedade empresária, em crise, apresenta seu requerimento do benefício (pede autorização ao juiz para apresentar o plano para os credores). 
-> Se deferido o pedido a sociedade tem até 60 dias para apresentar ao juízo seu plano de recuperação.
-> Podem ser propostas no plano algumas medidas: concessão de prazos e condições especiais para o pagamento das dívidas, a alteração (por cisão, fusão, incorporação, etc.) da sociedade, alteração do controle societário, trespasse ou arrendamento do estabelecimento, venda parcial dos bens, redução salarial (de acordo com as leis trabalhistas), usufruto da empresa, etc.
	
b) Deliberativa: Verifica quem são os credores e quanto se tem de crédito -> discute-se a situação do devedor, a análise do requerimento e a aprovação do plano de reorganização. As objeções ao plano devem ser feitas no prazo de 30 dias após a publicação preliminar da lista de credores. Se o plano não convencer aos credores, o juiz decretará a falência.
c) Execução: É a fase em que se fiscaliza o cumprimento do plano aprovado (No prazo máximo de 2 anos).
Observação: Plano especial de recuperação é o plano que concede benefícios especiais para microempresa e pequena empresa em caso de recuperação judicial. (Arts. 70 e 72, LRE). Esse plano especial contará, por exemplo, com melhores condições para pagar os créditos quirografários.
Encerramento da Recuperação Judicial: A recuperação judicial durará até o cumprimento das obrigações previstas no plano que tiverem vencimento no período de ATÉ 2 ANOS após a concessão da recuperação pelo juiz. Se houver descumprimento de obrigação dentro desse prazo, se convola a recuperação em falência, se houver descumprimento após o prazo será solicitada a falência de forma direta.
	
Recuperação Extrajudicial 
Modo: (Art. 161, LRE): Ao invés do devedor propor a recuperação direta ao Poder Judiciário, ele poderá convocar seus credores propondo e negociando diretamente com eles um plano de recuperação extrajudicial. (Desde que preenchidos os requisitos do art. 48 LRE).
Prazo de carência: o devedor não pode requerer a HOMOLOGAÇÃO do plano de recuperação extrajudicial, se estiver pendente pedido de recuperação judicial ou se houver obtido recuperação judicial ou homologação de outro plano de recuperação extrajudicial há menos de 2 anos.
Créditos contemplados com o plano: garantia real, com privilégio especial, com privilégio geral, quirografários e os subordinados. Os demais créditos são excluídos, pois devem passar pelo crivo do Poder Judiciário.
Procedimento: o plano apresentado aos credores e assinado por eles será levado para a HOMOLOGAÇÃO junto ao Poder Judiciário (via petição). OBS: homologação judicial é mera formalidade, não sendo condição essencial para a execução do plano. PODE CAIR NA A2
- Após a distribuição da petição (com o pedido de homologação), os credores não poderão desistir da adesão ao plano, salvo com a anuência expressa dos demais signatários.
Observação: Nem sempre será preciso que todos os credores submetidos ao plano concordem com o mesmo. O devedor poderá requererá a homologação do plano de recuperação extrajudicial, que obriga a todos os credores por ele abrangidos, desde que assinado por representantes por mais de 3/5 de todos os créditos de cada espécie (de cada camada).
- Recebida a homologação do pedido, o juiz ordenará a publicação de uma convocação no edital (publicado em jornal de grande circulação e imprensa oficial) para que os credores ali citados apresentem impugnações no prazo de 30 dias. Havendo impugnação o devedor se manifestará no prazo de 5 dias.
ATENÇÃO: A principal diferença entre a recuperação e extrajudicial e judicial é que sendo indeferido o plano de recuperação extrajudicial, não será convolada em falência (pode ser modificado e apresentado novamente). Na recuperação judicial converte em falência se o plano for indeferido.
Deferindo o plano, serão produzidos os efeitos da homologação.

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