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Apostila Atividades Aquaticas

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2012 
Leonardo Delgado 
Escola de Natação Aquabarra 
11/11/2012 
INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO 
 
 
 
 
I N T R O D U Ç Ã O A O E S P O R T E A Q U Á T I C O – L e o n a r d o D e l g a d o 
 
Página 1 
 
INSTITUTO PARÂMETRO DE EDUCAÇÃO - IPAE 
CURSO: LICENCIATURA PLENA EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO (PÓLO BARRA DO CORDA/MA) 
Data: 11/11/2012-01/12/2012 
PROFº: LEONARDO DE ARRUDA DELGADO 
 
PLANO DE CURSO 
 
EMENTA: A importância e a evolução histórica das Atividades Aquáticas. Os demais desportos 
aquáticos, suas regras, suas técnicas, habilidades e metodologias de ensino. As técnicas e 
treinamentos necessários para a aplicação do resgate aquático. 
 
OBJETIVOS: 
- Conhecer a importância dos Desportos e atividades aquáticas no contexto da 
Educação Física atual, bem como sua evolução. 
- Conhecer metodologias para o processo de ensino-aprendizagem das 
atividades aquáticas 
- Demonstrar habilidades motoras básicas no deslocamento aquático usando os 
nados utilitários, as remadas e sustentações básicas, os nados híbridos e as 
habilidades de nado sincronizado. 
- Conhecer e demonstrar habilidades de resgate aquático e no uso de técnicas 
especificas de natação em águas abertas. 
 
CONTEÚDOS: 
- Adaptação ao meio liquido 
- Sobrevivência e resgate aquático. 
- Natação em Águas Abertas. 
- Hidroginástica. 
 
METODOLOGIA 
 Os conteúdos serão desenvolvidos em aulas expositivas e práticas, onde serão 
analisados de forma individualizada cada estilo que compõe a natação. 
 
AVALIAÇÃO 
 Será realizada através de análise escrita e práticas desenvolvidas pelo professor e 
pelos próprios alunos de forma a comporem duas notas, sendo condição para aprovação por 
média a obtenção de média igual ou maior que 7,0 (sete). Se a média for superior a 4,0 
(quatro), o aluno tem direito a prestar exame final, após o qual se sua média final for igual ou 
superior a 5,0 (cinco) será considerado aprovado. 
Frequência mínima às aulas: 75% do total de aulas ministradas. 
 
 
 
 
 
 
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Página 2 
Índice 
Introdução ................................................................................. Erro! Indicador não definido. 
Capitulo 01: Adaptação ao Meio Liquido .............................................................................. 5 
Diferenças entre Meio Terrestre e Meio Aquático ................................................................... 5 
Desenvolvimento das Habilidades Aquáticas ........................................................................... 6 
Componentes Fundamentais das Habilidades Aquáticas Básicas e Combinações ................... 8 
Capitulo 2: Salvamento Aquático ....................................................................................... 14 
Conceito .................................................................................................................................. 14 
Prevenção de afogamentos..................................................................................................... 14 
Acidentes no meio líquido....................................................................................................... 14 
O Sistema Respiratório ............................................................................................................ 14 
Tipos de acidentes no meio líquido ........................................................................................ 15 
Resgate e Salvamento Aquático .............................................................................................. 20 
Manobras de Salvamento ....................................................................................................... 22 
Capitulo 03: Dicas para Nadar em Águas Abertas ................................................................ 30 
Capitulo 04: Hidroginástica ................................................................................................ 32 
Conceito .................................................................................................................................. 32 
Origem ..................................................................................................................................... 32 
Diferentes Metodologias em Exercícios Aquáticos (Evolução Histórica) ................................ 33 
Características da Hidroginástica ............................................................................................ 34 
Situação ideal: ......................................................................................................................... 34 
Divisão em grupos de mesmo nível ........................................................................................ 35 
Finalidades .............................................................................................................................. 35 
Objetivos ................................................................................................................................. 36 
Benefícios ................................................................................................................................ 36 
Desvantagens .......................................................................................................................... 37 
Contra - Indicações .................................................................................................................. 37 
Público ..................................................................................................................................... 37 
Onde Praticar? ......................................................................................................................... 38 
Capitulo 05: Recreação Aquática ........................................................................................ 39 
A Importância da Natação Recreativa ..................................................................................... 39 
O Envolvimento Lúdico: Aspecto Motivacional do Ensino da Natação Recreativa ................ 39 
Procedimentos Pedagógicos Criativos ou Motivações Especiais ............................................ 40 
Jogos e Brincadeiras ................................................................................................................ 41 
Regras para utilização segura da piscina: ............................................................................ 53 
Conclusão: ......................................................................................................................... 53 
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ............................................................................................ 54 
 
 
 
 
 
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Página 3 
Apresentação 
 
 Na disciplina INTRODUÇÃO AO ESPORTE AQUÁTICO pretende-se proporcionar aos 
alunos uma oportunidade conhecer os principais esportes aquáticos e as atividades aquáticas 
no contexto da Educação Física atual, bem como sua evolução. 
 O conceito de esportes aquáticos foi cunhado recentemente em nossa sociedade, 
pois ao longo da história a água foi entendida sobre diferentes concepções, das quais a mais 
conhecida foi o termo natação. Antes de abordamos a nossa proposta pedagógica, devemos 
primeiro saber diferenciar "Natação" de "Nadar". 
O nadar é entendido como “qualquer ação motora que o indivíduo realiza 
intencionalmente para propulsionar-se através da água” (LANGENDORFER, 1986, p. 63). Esse 
conceito amplia o escopo do ensino tradicional da natação, uma vez que não considera os 
estilos – crawl, costas, peito e borboleta – como único referencial, abrindo a possibilidade de 
estabelecerum ponto de chegada mais abrangente (estilos, nado sincronizado, mergulho, pólo 
aquático, saltos ornamentais etc.) (FREUDENHEIM et al., 1996). 
 Natação é "esporte ou competição que reúne um determinado número de 
pessoas, que objetivam a performance por distância ou em determinado tempo, que consiste 
em manter-se sobre a superfície da água, movendo braços e pernas, e utilizando para isso os 
estilos crawl, peito, borboleta e costas". 
 Por tanto, e a partir desta definição, a natação não deve confundir-se, de jeito 
nenhum, com o resto de atividades que se desenvolvem nas instalações e meios aquáticos. 
 Logo, podemos definir atividades aquáticas como: “todo tipo de programas que 
se desenvolvem no meio aquático”, seguindo os critérios de finalidades, temos os seguintes 
tipos de atividades aquáticas; 
 
Educativa: 
- Educação infantil; 
- Ensino fundamental; 
- Ensino médio; 
- Educação de Jovens e Adultos; 
- Ensino superior; 
 
Utilitário e Escola de natação: 
- Adaptação; 
- Aprendizagem; 
- Aperfeiçoamento; 
- Treinamento; 
 
Saúde e performance: 
- Atividades terapêuticas e alterações na coluna; 
- Atividades aquáticas para a terceira idade; 
- Atividades aquáticas para pessoas com necessidades especiais; 
- Atividades aquáticas para gestantes e hidroginástica. 
 
Desporto e competição: 
- Treinamento desportivo da natação; 
- Pólo aquático; 
- Nado sincronizado; 
 
 
 
 
 
 
 
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Página 4 
Os benefícios das atividades aquáticas 
 
 A vantagem de se praticar esportes e exercícios na água é, acima de tudo, a 
redução de todo e qualquer tipo de impacto. A água exerce uma resistência que reduz a força 
da gravidade e faz com que o esforço seja grande, mas de baixo impacto, diminuindo o risco de 
lesões e beneficiando a saúde como um todo. 
 A pressão da água durante a atividade física também exerce um papel importante 
na circulação favorecendo a drenagem linfática, isso significa que atividades aquáticas podem 
melhorar a circulação sanguínea, prevenindo e melhorando quem sofre de edemas (inchaço) e 
celulite. Se você animou e pretende fazer exercícios na água, vá em frente, mas antes, uma 
avaliação física e um exame médico são importantes. 
 
Natação: É considerada uma das atividades físicas mais completas. Indicada para todas as 
idades, inclusive gestantes e bebês. Além de trabalhar com todo corpo ativando vários 
músculos de maneira bastante equilibrada, a prática desse esporte beneficia a capacidade 
respiratória e melhora o condicionamento físico. A prática desta atividade trás vários 
benefícios para o corpo otimizando as capacidades físicas, motoras e cognitivas. 
 
Hidroginástica: Atividade aquática alternativa para seu programa tradicional de exercícios com 
o benefício de diminuir o impacto e esforço nas articulações. Melhora a circulação, a 
capacidade respiratória, flexibilidade, força e resistência muscular. A hidroginástica pode ser 
praticada por homens, mulheres, jovens e idosos que buscam se exercitar; gestantes e pessoas 
que estão se recuperando de alguma lesão e necessitam praticar uma atividade física sem 
impacto. 
 
Recreação Aquática: É uma modalidade de exercícios na água que promove um gasto 
energético de uma maneira divertida e bastante descontraída com atividades em grupo na 
água, onde o foco principal é o lazer e a descontração. Indicada para Hotéis, Condomínios e 
eventos de empresas. 
 
 
 
 
 
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Capitulo 01: Adaptação ao Meio Liquido 
 
 Para que possa realizar atividades ou mesmo 
desporto no meio liquido é preciso um processo de adaptação, 
que favoreça a tomada de consciência do aluno em relação a si, 
ao meio, ao grupo e à sociedade, contribuindo no seu 
desenvolvimento e favorecendo o desenvolvimento de todas as 
suas aptidões. 
 O meio aquático cria novas sensações, modifica o 
equilíbrio abrindo um largo campo de experiências á capacidade motora sob o efeito de certa 
ausência de gravidade. 
 A Etapa de Adaptação ao Meio Líquido, diz respeito aos primeiros contatos com a 
água, até a aquisição dos ajustamentos que permitam, posteriormente, a aprendizagem das 
técnicas padronizadas. Essa etapa de aprendizagem independe da idade, mas tem relação 
direta com a vivência aquática do aluno, o aluno somente estará preparado para o 
aprendizado da natação se estiver totalmente ambientado ao meio e com bom 
relacionamento com o professor 1. 
 O conceito de adaptação ao meio aquático, 
usualmente, identifica-se com a 1ª fase da formação do nadador 
enquanto outros autores denominam esta fase de 
“aprendizagem”. Esta é a fase de aquisição das habilidades 
aquáticas básicas, cujo desenvolvimento possibilitará em fases 
posteriores alcançar diferentes níveis de aprendizagem. 
 Um indivíduo pode-se dizer adaptado à água quando consegue estar à vontade 
dentro dela, não se incomodando com água em seu rosto, apresentando equilíbrio e um bom 
deslocamento vertical e horizontal. 
 Na fase de adaptação devemos dar confiança ao aluno, afim de que ele aprenda a 
dominar este meio, deslocando-se e movimentando-se com facilidade. As adaptações: 
1. ADAPTAÇÃO PSICOLÓGICA: visa familiarizar o aluno ao meio líquido de uma 
maneira mais lúdica, através de jogos e brincadeiras que busquem contato direto 
com a água. 
2. ADAPTAÇÃO FISIOLÓGICA: visa ambientar o aluno a partir da imersão 
(mergulho) do rosto e/ou cabeça. Nesta fase, inicia a respiração principalmente a 
expiração que favorece tremendamente o acesso ao fundo. Esta fase depende 
muito de um bom trabalho durante a fase de adaptação psicológica. 
 
Diferenças entre Meio Terrestre e Meio Aquático 
 
 Segundo MOURA (2010, p.17) as dificuldades de 
ambientação ao meio aquático têm influência direta do 
comportamento adquirido em meio não-aquático. Quando um 
indivíduo entra num meio líquido, fica sujeito a um conjunto de 
estímulos que não existem da mesma forma fora do mesmo. 
Assim, quando um aluno (seja de que idade for) resolve iniciar a 
sua atividade física na água, vê nisso implicado um conjunto de 
alterações que passam por: 
 
 
 
1
 CORRÊA & MASSAUD (1999, p.158,159) 
 
 
 
 
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Página 6 
- Alterações do equilíbrio; 
- Alterações da visão; 
- Alterações da audição; 
- Alterações da respiração; 
- Alterações das informações recebidas do meio – proprioceptivas; 
- Alterações do sistema termo – regulador do organismo. 
 
Tabela 1: Alterações ocorridas durante a fase de adaptação 
Alterações Em terra Na água 
DESLOCAMENTOS 
- o equilíbrio é vertical; 
- os apoios são fixos; 
- os braços equilibram; 
- as pernas deslocam. 
- o equilíbrio é horizontal; 
- os apoios não são fixos; 
- os braços deslocam; 
- as pernas deslocam e equilibram. 
RESPIRAÇÃO 
- automatismo nato; 
- não condicionado. 
- de início é voluntária 
- condicionada pelos movimentos e pela 
água. 
VISÃO 
- normal; 
- o ar não é agressor para os olhos; 
- limitada pelo fenômeno de refração; 
- a água pode conter agentes agressores; 
AUDIÇÃO 
- normal -limitada pela água nos ouvidos e pelas 
condições a acústicas das Instalações 
TERMO-REGULAÇÃO 
- contato com a atmosfera (frio – calor). - contato com a água (frio) 
- grande apelo do sistema termo–
regulador. 
INFORMAÇÕES PROPRIOCEPTIVAS / 
NOÇÃO DO ESQUEMA CORPORAL 
- informações vindas da planta do pé; 
- informações vindas do ouvido interno; 
- informações vindas dos músculos; 
- interpretação tanto mais difícil quanto 
o é o movimento. 
- informações do ouvido internosão 
alteradas; 
- informações vindas dos músculos; 
- maior dificuldade de interpretação do 
movimento. 
 
Desenvolvimento das Habilidades Aquáticas 
 
 O desenvolvimento motor 
caracteriza-se por mudanças contínuas, ao longo 
da vida, no caso específico do desenvolvimento 
motor aquático, ou das habilidades aquáticas 
sua estrutura está relacionada a tarefa motora 
nadar. Nesse aspecto, são identificados os 
fatores que compõem uma tarefa, como a 
utilização de instrumentos, características do 
ambiente físico, a previsibilidade dos eventos 
associados à tarefa etc. 
 
 No meio aquático, tal como no meio 
terrestre, a aquisição de habilidades motoras mais complexas e específicas depende da prévia 
aquisição, apropriação e domínio de habilidades mais simples. 
 
 O desenvolvimento do comportamento motor aquático pode ser visto com um 
modelo que compreende níveis ou fase: 
 
- Movimentos Reflexos Natatórios; 
- Fase de habilidades aquáticas básicas 
- Fase de combinação das habilidades aquáticas básicas, técnicas de nado 
rudimentar ou aprendizagem dos nados 
- Fase de aperfeiçoamento técnico; 
- Fase de especialização técnica 
 
Especialização 
 Técnica 
Aperfeiçoamento 
Técnico 
Técnica de Nado 
Rudimentar 
Habilidades Aquáticas Básicas 
Movimentos Reflexos Natatórios 
 
 
 
 
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Página 7 
Fase dos Movimentos Reflexos Natatórios 
 
 É observável quando o bebê é colocado em contato 
com a água total ou parcialmente. Consiste em movimentos 
segmentares alternados com acentuado caráter rítmico. Foram 
observados pela primeira vez por McGraw (1966) na segunda 
semana de vida e são registrados até cerca do 5º mês. No início 
um reflexo de bloqueio respiratório pode ser visto associado a 
este reflexo. 
 
Fase de Habilidades Aquáticas Básica 
 
 As habilidades motoras básicas são pré-requisitos para a aquisição, posterior, de 
habilidades mais complexas, mais específicas, como são as desportivas. Para BARBOSA (2001, 
p.3) a aquisição das habilidades aquáticas básicas terá como objetivo: 
(i) Promover a familiarização do sujeito com o meio aquático; 
(ii) Promover a criação de autonomia no meio aquático e; 
(iii) Criar as bases para posteriormente aprender habilidades motoras 
aquáticas específicas. 
 
Fase de Combinação das Habilidades Aquáticas Básicas 
 
 Nessa fase objetiva-se o aperfeiçoamento das 
habilidades aquáticas básicas, enfocados na fase anterior e o 
desenvolvimento de combinações em nível de complexidade 
progressivamente maior. 
 Têm-se como objetivo primordial desde 
combinações intratarefas, por exemplo, combinar movimentos 
de equilíbrio estático e dinâmico com controle respiratório em 
diferentes posições de braços e pernas, para chegar à flutuação, até combinações intertarefas, 
como realizar salto combinado com deslocamento submerso, passando, em decúbito dorsal, 
dentro de um arco. O controle dessa e de várias outras formas de combinações, sem que haja 
quebra de continuidade do movimento, é a essência dessa fase. Para que esse objetivo seja 
alcançado, deve-se enfatizar a percepção corporal, sua verbalização, a relação com o grupo e a 
iniciativa para resolver problemas. 
 
Fase dos Movimentos Culturalmente Determinados 
 
 O objetivo nessa fase é o desenvolvimento de combinações 
mais complexas e específicas. Aqui, como nas demais fases, a prática deve 
ser um tipo particular de repetição sem repetição, em outras palavras, a 
prática consiste em repetir o processo de solução dos problemas motores, 
e não os meios para solucioná-los, e, se esta posição for ignorada, se 
tornará meramente mecânica (TANI, 1995). 
 
 
 
 
 
 
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Página 8 
Fase de Especialização Técnica 
 
 É nesta fase de desenvolvimento de talentos que a presença do treinador torna-se 
fundamental para que se inicie o treinamento limitado da prática deliberada. 
 Entende-se por prática deliberada as 
atividades altamente estruturadas, intensas e com 
objetivos direcionados, cujos níveis de exigência são 
específicos e demandam alto esforço do praticante, não 
sendo praticadas como lazer, à medida que exigem alto 
nível de dedicação. A função do treinador é procurar 
usar todos os esforços para monitorar o ambiente da 
prática para manter o treinamento nesse nível. Para 
isso, é necessário que minimize todos os problemas 
(restrições) que possam impedir a sua ação pedagógica 
de treinador e, consequentemente, o desenvolvimento 
ideal do atleta. A aquisição de materiais necessários, 
tais como equipamentos suficientes, equipe de trabalho 
qualificada e área de treinamento para um trabalho 
eficiente e seguro (restrições de recursos), garantirá ao 
atleta meios suficientes para desenvolver suas 
potencialidades atuais e futuras carreiras esportivas. O 
treinador precisa estar alerto aos momentos de perda de motivação decorrentes da dedicação 
e da demanda do treinamento (restrições de motivação). 
 Outro aspecto importante diz respeito a como o treinador conduz as etapas de 
treinamento, procurando superar os níveis baixos de motivação do atleta provocados pela 
repetição intensa e enfadonha, através da execução das técnicas, esquemas táticos e correção 
dos movimentos que necessitam ser treinados para melhorar a sua execução. O tempo gasto 
durante uma prática deliberada (restrições de esforço) requer dimensionamento adequado 
para que o atleta possa recuperar-se devidamente e continuar treinando efetivamente no 
prazo estipulado para cada fase do treinamento. Os melhores atletas têm uma capacidade 
superior de permanecerem treinando por um período maior de tempo do que os outros 
atletas, todavia a preocupação com o supertreinamento evitará que o atleta se esgote ou 
ocorra o perigo de contusões que possam atrasar todo o seu processo de treinamento. 
Contudo, o comprometimento do treinador e do atleta é crítico, pois ambos devem ter total 
devoção e paixão pelo esporte que procurar e pela missão a que se propuserem. 
 
Componentes Fundamentais das Habilidades Aquáticas Básicas e 
Combinações 
 
 Para se alcançar uma boa técnica de nado, saídas e viradas, é primordial que haja 
anteriormente o ensino de habilidades básicas no desenvolvimento motor da criança. O aluno, 
ao longo da sua aprendizagem, deve ser submetido a uma variedade de exercícios, de forma a 
adquirir determinadas competências de extrema importância para um bom desempenho 
posterior como nadador. 
 Apresentamos nesta secção, a nossa proposta de classificação para as Habilidades 
Aquáticas Básicas e seus componentes para o desenvolvimento da Fase de Adaptação. 
 As componentes da proposta estão divididas e classificadas para efeito de 
ordenamento didático e facilitação do estudo e aplicação. Porém o processo se realiza de 
forma que as várias habilidades estão se desenvolvendo paralela e concomitantemente, sendo 
 
 
 
 
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Página 9 
muitas vezes, um comportamento de uma habilidade, pré-requisito de outro comportamento 
de outra diferente habilidade. 
 Em nosso programa de Adaptação ao Meio Aquático serão abordadas as 
seguintes Habilidades Aquáticas Básicas: 
(i) O equilíbrio, incluindo a flutuação e as rotações; 
(ii) A propulsão, onde se integram os saltos; 
(iii) A respiração; e 
(iv) As manipulações, que também abrangem os lançamentos e as recepções. 
 Todas estas competências ajudarão o aluno a melhor desenvolver a noção de 
corpo, a coordenação global, a estruturação espaço-temporal e a noção de ritmo, ou seja, 
ajudará o aluno a melhor compreender o efeito da água sobre o seu corpo no meio aquático.Equilíbrio 
 
 O domínio do equilíbrio no meio aquático está intimamente ligado com o domínio 
da propulsão (MOTA, 1990). Para nadar se torna imprescindível o domínio do Equilíbrio 
Horizontal, sem o qual as ações motoras não podem ser exercidas de uma forma conveniente, 
essa alteração implica em mudanças apreciáveis na propriocepção do corpo no tempo e 
espaço, devido às mudanças das sensações labiríticas, do tônus de sustentação, da posição da 
cabeça, além de não poder se desligar das componentes: respiração, propulsão e empuxo. 
Assim, será necessário que o indivíduo refaça um conjunto de referências, procurando-se 
adaptar à nova posição. 
 A tabela 2 aponta uma comparação das alterações de comportamento no meio 
terrestre e no meio aquático com relação ao equilíbrio. 
 
Tabela 2: Comparação das alterações de comportamentos no meio terrestre e no meio 
aquático, em termos de equilíbrio (adaptado de Mota, 1990). 
Meio Terrestre Meio Aquático 
Posição do corpo Vertical Posição do Corpo Horizontal 
Cabeça Vertical Cabeça Horizontal 
Olhar Horizontal Olhar vertical 
Apoios plantares Perda de apoios plantares 
Ação exclusiva da força da gravidade Ação das forças da gravidade e empuxo hidrostático 
 
 Quanto ao Equilíbrio dividimos este fundamento em 3 principais componentes 
básicos. 
- Equilíbrio Vertical; 
- Equilíbrio Horizontal - Flutuação ventral e dorsal; 
- Equilíbrio Misto e Dinâmico: deslizes, giros, balanços e inversões; 
 
Equilíbrio Vertical 
 
 O primeiro desafio do professor é fazer com a criança perca os apoios fixos no 
solo. O equilíbrio vertical na água é ponto muito importante para que o principiante possa se 
sentir calmo, sem medo de afundar na água por qualquer coisa. 
 Fases de desenvolvimento do equilíbrio vertical: 
- Reconhecimento do ambiente externo da piscina; 
- Apresentação da piscina e entrada na água; 
- Reconhecimento do ambiente interno da piscina com apoio das mãos; 
- Equilíbrio vertical sem apoio das mãos; 
- Equilíbrio em locais profundos, com auxílio de implementos flutuadores; 
 
 
 
 
 
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Equilíbrio Horizontal 
 
 Nesta etapa da aprendizagem será trabalhada a horizontalidade do corpo no meio 
líquido, tanto em posição dorsal como ventral. Ambas se fundamentarão na manutenção 
permanente do equilíbrio do corpo, incluindo as múltiplas posições que oferece a atividade 
aquática, o que representa um marco da passagem do não nadador para o nadador pela 
possibilidade de utilização dos membros em ações propulsivas. 
 No equilíbrio horizontal ocorrem mudanças apreciáveis na propriocepção, 
habilidade de percepção do seu corpo no tempo e espaço, devido às mudanças das sensações 
labirítimicas, do tônus de sustentação, da posição da cabeça, além de não poder se desligar 
das componentes: respiração, propulsão e empuxo. 
 As formas clássicas para o desenvolvimento desta habilidade são: 
- Atividades de deitar em colchões ou tapetes de diversas espessuras e 
flutuabilidade, partindo dos mais para os menos flutuantes até sua total 
retirada; 
- Atividades que incluem a ultrapassagem de obstáculos superiores e inferiores 
em que o corpo perde o contato parcial ou total dos pés com o chão; 
- Progressão do trabalho com implementos flutuadores até o apoio nas mãos, 
com posterior retirada gradativa destes; 
- Experimentações das posições de flutuação com auxílio corporal e retirada 
destes gradativamente; 
- Atividades de deitar e deslizar até algum elemento deixando o corpo em 
suspensão, em distâncias gradativas; 
 
 Equilíbrio Misto e Dinâmico 
 
 Esta componente é identificada pelas posturas e movimentações com variações 
nos diferentes planos e nos três eixos corporais: longitudinal, transversal e ântero-poterior. Os 
deslizes, balanços, giros e inversões se tornam também importantes componentes aquáticas, 
pois à medida que as crianças dominam suas execuções em diversos planos estão ampliando 
suas possibilidades de domínio espacial aquático em suas três dimensões. 
 Ao realizá-los, os estímulos sensoriais oferecidos aos sistemas proprioceptivos 
labiríntico e cinestésico são muito intensos, fornecendo assim importantes informações que 
estarão contribuindo para a aquisição da consciência corporal, da precisão de movimentos, de 
atitudes corporais adequadas nos movimentos, além da aquisição de vários conceitos relativos 
à percepção do espaço. Podemos considerar ainda que a aprendizagem e prática de giros e 
balanços poderá servir como um pré-requisito para técnicas futuras como respiração lateral, 
giro do corpo nos nados, viradas simples e olímpicas, assim como os deslizes e as inversões 
são pré-requisitos para as saídas e as viradas. 
 As atividades estimuladas para desenvolvimento destas componentes aquáticas 
são: 
- Manuseios dos corpos das crianças que provocam os balanços e giros; 
- Exploração na utilização de implementos flutuadores que facilitam ou 
provocam os balanços, as quedas e os giros em diferentes eixos; 
- Exploração na utilização de equipamentos que facilitam ou provocam as 
quedas, os deslizes e as inversões em diferentes planos e eixos; 
- Atividades que estimulam os balanços, os giros e as inversões sem auxílio de 
implementos em torno dos vários eixos corporais e nas três dimensões do 
espaço aquático. 
 
 
 
 
 
 
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Saltos da Borda 
 
 São as formas da criança penetrar na piscina. Os 
padrões de entrada na água variam com a idade e a 
experiência da criança. Implica em uma seqüência de 
desequilíbrios e equilíbrios posturais desde a fase aérea até 
o final da fase subaquática. Portanto, esta componente tem 
íntima relação com as anteriores, ou seja, é necessário a 
aquisição do controle corporal no ar e na água para a 
efetivação dos saltos. 
 Nessa etapa é importante o aumento progressivo dos planos de partidas dos 
saltos para a adaptação gradativa à visão de profundidade. 
 As atividades e condutas estimuladas são: 
- Entradas na água saltando da posição assentada graduando a altura dos 
planos de partida; 
- Entradas na água saltando da posição de pé graduando a altura dos planos de 
partida; 
- Entradas na água saltando de diversas formas graduando a altura dos planos 
de partida; 
- Entradas na água saltando de cabeça de planos progressivos abaixo da 
superfície até acima dela, utilizando elementos que direcionam o movimento e 
direção da cabeça e do corpo; 
 
Respiração 
 
 A respiração é uma das fases mais importantes 
neste período de aprendizagem. Toda dificuldade do nadador 
em executar a natação reside apenas no fato de não poder de 
início, controlar a forma de respiração. 
 A utilização de músicas, exercícios de assoprar a 
água ou qualquer material em princípio são importantes, 
passando posteriormente para colocação do rosto, cabeça na 
água e procura de objetos no fundo da piscina. 
 Antes de solicitarmos á criança executar atividades mais específicas, devemos 
conscientizá-la da respiração (entrada do ar nos pulmões deverá ser feita pela boca - 
Inspiração, e a saída, pela boca, nariz ou ambos - Expiração). 
 Essa conscientização poderá ser feita com exercícios dirigidos, através de 
materiais simples, como bexigas, canudos com pequeno diâmetro, bolas de pingue-pogue ou 
ainda cachimbo de brinquedo com bolinha (através da expiração controla-se a elevação da 
bolinha). 
 Algumas crianças podem apresentar dificuldades ocasionadas por problemas 
internos, como desvio de septo, e ou obstrução parcial das vias respiratórias, etc.. Assim 
caberá ao professor tentar detectar, comunicando aos responsáveis, a fim de tomarem as 
devidas providências.A apropriação do comportamento desejado para o meio aquático não é 
instantâneo. Esta aquisição passa por um conjunto de comportamentos previsíveis e 
sequenciáveis (LANGENDORFER e BRUYA, 1995). Os referidos autores consideram como 
componentes básicas da prontidão motora associadas à habilidade "respiração" o controlo 
respiratório. A tabela 3 apresenta a sequência de comportamentos tendo em vista o domínio 
desta componente, segundo LANGENDORFER e BRUYA (1995). 
 
 
 
 
 
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Tabela 3 Sequência de comportamentos tendo em vista o domínio das componentes 
associadas à habilidade "respiração" (adaptado de LANGENDORFER e BRUYA, 1995). 
Controle Respiratório 
Nível Etapa Componentes críticos 
1. Bloqueio respiratório 1. Bloqueia a respiração quando a face é imersa 
2. Adaptação à mucosa da boca 
e do nariz 
2. Introduz e expele voluntariamente a água da boca 
3. Imersão voluntária da face 3. Permite a imersão parcial da face, bloqueando por curtos 
períodos a respiração 
4. Ciclos respiratórios 4. Pode e consegue imergir completamente a face, 
controlando a respiração 
5. Ciclos respiratórios ritmados 5. Combina a respiração com o movimento dos quatro 
membros propulsivos. 
 A sequência metodológica para desenvolvimento dessa habilidade motora 
aquática básica pode ser a seguinte: 
- Descontração facial 
- Imersão da cabeça 
- Apnéia voluntária 
- Visão subaquática 
- Expiração no meio líquido 
- Respiração vertical 
- Respiração frontal associada ao movimento de pernas 
- Respiração lateral com prancha 
- Respiração lateral com braço girando 
- Respiração bilateral com prancha e braço. 
- Ritmo respiratório 
- Controle respiratório 
 
Propulsão 
 
 A propulsão está intimamente relacionada com o equilíbrio. Só aquisição do 
equilíbrio horizontal permite a capacidade de utilização dos membros, braços e pernas, em 
ações motoras convenientes. A tabela 4 apresentam as alterações em termos de propulsão 
que se verificam no meio aquático, segundo MOTA (1990). 
 
Tabela 4: Comparação das alterações de comportamentos no meio terrestre e no meio aquático, em 
termos de propulsão (adaptado de MOTA, 1990). 
Meio Terrestre Meio Aquático 
Dominantemente 
equilibradores 
Membros superiores Dominantemente propulsivas 
Dominantemente propulsivas Membros inferiores Dominantemente 
equilibradores 
 
A Força Propulsiva Efetiva, em condições de escoamento estável, decorre da 
componente na direção do deslocamento da resultante entre a Força de Arrasto Propulsivo e 
da Força Ascensional (SCHLEIHAUF, 1979). Já em condições de escoamento instável, a 
propulsão explica-se devido à produção de vórtices (COLWIN, 1992). 
Acresce-se que quanto menor for a intensidade da Força de Arrasto Hidrodinâmico 
oposta à direção de deslocamento do sujeito, maior será a velocidade de nado para uma dada 
intensidade de Força Propulsiva. Assim, o aumento da velocidade de nado decorre do 
aumento da intensidade da Força Propulsiva e da diminuição da intensidade das diversas 
componentes da Força de Arrasto Hidrodinâmico oposta à direção do deslocamento do 
sujeito, isto é, do Arrasto de Fricção, do Arrasto de Pressão e do Arrasto de Onda. 
 
 
 
 
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 A sequência metodológica para desenvolvimento dessa habilidade motora 
aquática básica pode ser a seguinte: 
 
- Deslocamentos submersos; 
- Propulsão de membros inferiores; 
- Tração de membros superiores; 
- Sobrevivência Aquática; 
- Propulsão rudimentar de braços; 
- Sustentação da cabeça fora d’água (Cachorrinho); 
- Crawl rudimentar; 
 
Manipulações 
 
As manipulações consistem em manter uma relação de interação entre o 
indivíduo e um ou vários objetos, permitindo explorá-lo(s) e, simultaneamente, explorar todas 
as suas possibilidades (MORENO e SANMARTÍN, 1998). No caso concreto das atividades 
aquáticas, esses objetos são usualmente materiais auxiliares como, por exemplo, as placas, as 
barras para efetuar imersões ou, os flutuadores. 
São considerados casos particulares de manipulações aquelas que são realizadas 
com as bolas, como sejam os lançamentos, os passes e as recepções. Os lançamentos podem 
ser realizados a um determinado alvo - ou não - com o próprio corpo ou com outro(s) 
objeto(s). No caso do objeto ser lançado a um outro indivíduo que por sua vez o recebe, 
denomina-se de passe. Já as recepções poderão ser efetuadas com determinada parte do 
corpo, parado ou em movimento. 
A apresentação destas habilidades é especialmente benéfica para a posterior 
abordagem de habilidades desportivas características de determinados jogos desportivos 
coletivos realizados no meio aquático, como é o caso do Pólo Aquático. 
 
 
 
 
 
 
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Capitulo 2: Salvamento Aquático 
Conceito 
 Compreende-se por salvamento aquático todas as operações realizadas em rios, 
lagoas, represas, mar, enchentes, piscinas e outros mananciais de água, visando à 
prevenção da integridade física de pessoas que se envolvam em ocorrências em que a 
água seja o agente causador de acidentes. 
 
Prevenção de afogamentos 
 
 Abrange todas as medidas necessárias para se prover a segurança de banhistas de 
modo a se evitar afogamentos. 
 Nos dias mais quentes, a população de forma geral procura piscinas, rios, lagoas, 
represas e praias, para se banhar ou mesmo andar de barcos, esquecendo muitas vezes 
dos perigos de afogamentos que sempre surgem para aqueles que, além de não 
saberem nadar, são imprudentes e não respeitam as normas de segurança. 
 Em locais de maior afluência popular, como represas e praias, o Corpo de 
Bombeiros designa Guarda-vidas para prevenção de afogamentos e para a realização 
de salvamentos. 
 Na periferia das cidades, especialmente as crianças, quase sempre sem o 
conhecimento dos pais, procuram qualquer buraco que tenha água para nadar, e é 
principalmente nesses locais mais isolados que o Policial Militar deve intervir, visando 
à segurança da população, através da interdição da área de perigo. 
 Basicamente uma adequada prevenção de afogamentos se faz através de 
sinalização e orientação, treinamento, observação dos banhistas, emprego de 
equipamentos adequados, advertências e campanhas educativas e de esclarecimento. 
 
Acidentes no meio líquido 
 
 Todo ser vivo é constituído de células ou por grupamentos de células, 
que se diferenciam, entre si, para formar diversos tecidos e esses tecidos sofrem adaptações 
para formar os órgãos. 
 Para manutenção da célula e também para garantir uma vida saudável, é 
necessário que o indivíduo apresente uma boa Função Cardiorrespiratória, a fim de que a 
célula seja abastecida com oxigênio e também para que dela seja retirado o Gás 
Carbônico. 
 
O Sistema Respiratório 
 
 É através da respiração que o organismo obtém o O2 e elimina o CO2, 
sendo que tal troca gasosa é realizada pelos órgãos e estruturas do aparelho 
respiratório, que é constituído por: 
1) fossas nasais; 
2) faringe; 
3) laringe; 
4) traquéia; 
5) pulmões (brônquios, bronquíolos e alvéolos). 
 
 
 
 
 
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 Na inspiração, o ar entra pelas vias aéreas, e vai até os alvéolos pulmonares, quesão completamente envolvidos por finos vasos sangüíneos, denominados capilares. É 
entre os capilares e os alvéolos que ocorre a troca gasosa, onde o O2 passa para o 
sangue (hematose) e o CO2 sai do sangue e vai para os alvéolos. Uma vez no sangue, o 
O2 junta-se a uma proteína chamada HEMOGLOBINA e é transportado, pela 
circulação, até o coração e depois para todas as células do corpo. Uma vez 
dentro da célula, o O2 é captado pelas mitocôndrias, que irão utilizá-lo na produção de 
energia. 
 Como resultado dessa produção temos o CO2 que é expelido da célula, cai na 
corrente sangüínea, vai até o coração e de lá, chega novamente aos pulmões, e é jogado 
para fora do corpo através da expiração, e então novamente inicia-se o ciclo. 
 Os movimentos de inspiração e expiração ocorrem graças aos movimentos dos 
músculos entre as costelas (intercostais) e ao diafragma, que separa o tórax do abdome. 
 
Tipos de acidentes no meio líquido 
Síndrome da Imersão 
 
 Também conhecida como hidrocussão ou choque térmico, ainda não tem 
suas causas totalmente explicadas, mas sabemos que ela causa uma arritmia cardíaca, devido 
a uma súbita exposição à água fria, podendo levar a uma Parada Cardiorrespiratória ( PCR) e 
consequente morte. 
 Este tipo de acidente pode ser evitado se antes de entrarmos na água 
molharmos o rosto. 
 Nos casos de Síndrome de Imersão em que não houve afogamento, 
deve-se sempre monitorar os sinais vitais da vítima, pois ela pode entrar em 
colapso a qualquer momento, necessitando então de uma rápida intervenção do 
socorrista a fim de que sejam restabelecidas suas funções vitais (pulso e 
respiração). 
 
Hipotermia 
 É a diminuição da temperatura corpórea devido à exposição a 
temperaturas acima ou abaixo do ponto de congelamento, podendo causar arritmia 
cardíaca, seguida de PCR, perda da consciência e consequente afogamento. 
 Uma vítima pode sofrer de congelamento caso seu corpo perca mais 
calor do que ele produz. Os casos de morte por hipotermia variam entre 20 a 
85%. 
 Os tipos de hipotermia variam de acordo com a temperatura da vítima, 
sendo que para se medir a temperatura é necessário que se tenha um 
termômetro que indique temperaturas baixas, ou seja, que possuam espectro maior 
do que os convencionais, pois os últimos somente indicam temperaturas entre 35 e 
44º C. O termômetro mais indicado é o retal, pois possui espectro entre 28,6 e 44º C. 
 Na hipotermia suave (acima de 32º C) a vítima apresenta tremedeira, 
discurso incompreensível, lapsos de memória, mãos atrapalhadas. Devido à queda da 
temperatura corpórea, teremos uma vaso constrição periférica, o que irá causar a cianose das 
extremidades e mucosas. Enquanto o congelamento atinge mãos e pés as vítimas de 
hipotermia queixam-se de dores nas costas e abdome. 
 Na hipotermia profunda: (abaixo de 32º C) não há tremedeira, ao 
contrário, ocorre na maioria das vezes o enrijecimento dos músculos (similar à 
“rigidez cadavérica”). A pele da vítima apresenta uma coloração azulada e não 
 
 
 
 
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responde à dor. O pulso e a respiração diminuem sensivelmente e as pupilas 
dilatam-se, aparentando a vítima estar morta. Geralmente entre 50 e 80% das 
vítimas de hipotermia morrem. 
 Como sabemos, a temperatura média do corpo varia entre 36 e 37º C, o quadro 
de hipotermia inicia-se quando a temperatura do corpo cai abaixo dos 35º C, o que pode variar 
de organismo para organismo. 
 O socorrista que irá atender vítimas desse tipo de acidente deverá, tão 
breve quanto possível, aquecer a vítima, conduzir ao PS e sempre monitorar os 
sinais vitais. 
 
Afogamento 
 Entende-se por afogamento a aspiração de líquido não corporal causando 
asfixia, o que pode se dar pela aspiração de água, causando um encharcamento 
dos alvéolos pulmonares, ou pelo espasmo da glote, que pode vir a fechar-se violentamente 
obstruindo a passagem do ar pelas vias aéreas, sendo que tais espasmos tão violentos são 
extremamente raros. 
 No caso de asfixia com aspiração de água, ocorre uma diminuição ou 
mesmo a paralisação da troca gasosa, devido o liquido postar-se nos alvéolos, não 
deixando assim que o O2 passe para a corrente sangüínea, e impedindo também 
que o CO2 saia do organismo. A partir daí as células que produziam energia com a 
presença de O2 (aerobicamente), passarão a produzir energia sem a presença dele 
(anaerobicamente), causando várias complicações no corpo, como, por exemplo, a 
produção de ácido lático, que vai se acumulando no organismo proporcionalmente 
ao tempo e ao grau de hipóxia (diminuição da taxa de O2). 
 Associado à hipóxia, o acúmulo de ácido lático e CO2, causam vários 
distúrbios no organismo, principalmente no cérebro e coração, que não resistem sem a 
presença do O2. Soma-se também a esses fatores a descarga adrenérgica, ou seja, a liberação 
de adrenalina na corrente sangüínea, devido à baixa de O2, o estresse causado pelo acidente e 
também pelo esforço físico e pela luta pela vida, causando um sensível aumento da 
freqüência cardíaca, podendo gerar Arritmias Cardíacas (batimentos cardíacos 
anormais), que podem levar à parada do coração. A adrenalina provoca ainda uma 
constrição dos vasos sangüíneos da pele que se torna fria podendo ficar azulada, tal 
coloração é chamada de cianose. 
 A água aspirada e deglutida provoca pequenas alterações no sangue, tais 
como aumento ou diminuição na taxa de Sódio e de Potássio, além do aumento 
ou diminuição do volume de sangue (hiper ou hipovolemia), (dependendo do tipo 
de água em que ocorreu o acidente), e destruição das hemáceas. Com o início 
da produção de energia pelo processo anaeróbio, o cérebro e o coração não resistem 
muito tempo, pois bastam poucos minutos sem oxigênio (anóxia), para que ocorra a morte 
desses órgãos. 
 Levando-se em consideração que a água do mar possui uma 
concentração de 3% de NaCl (Cloreto de Sódio), e que o plasma sanguíneo possui 
uma concentração de apenas 0,9% de NaCl, caso seja aspirada água do mar, ela por 
ser mais densa que o sangue, promove uma “infiltração”, por osmose, do plasma 
no pulmão, que fica encharcado, além de ocorrer a hemoconcentração, tornando 
ainda mais difícil a troca gasosa. 
 Caso o afogamento ocorra em água doce, que possui concentração de 0% 
de NaCl, ocorre exatamente o contrário, devido o plasma ser mais denso que a água doce, 
fazendo com que a água passe para a corrente sanguínea causando uma 
hemodiluição e hipervolemia. Além desses fatores, a vítima de afogamento, tanto 
em água doce como salgada, geralmente desenvolverá um quadro de Inflamação 
 
 
 
 
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Pulmonar,podendo evoluir para um quadro de Pneumonia (Infecção Pulmonar), devido 
à água aspirada e também pelas impurezas e microorganismos nela encontrados. 
 Apenas para conhecimento, em caso de anóxia, as células do coração 
podem resistir de 5 min até 01 hora, mas os neurônios, que são as células 
cerebrais, não resistem mais que 3 a 5 min. 
 
INCIDÊNCIA DE MORTES POR AFOGAMENTO: 
- Mundial =150.000 casos por ano. 
- Brasil EM 1998=7.183 mortes. 
 
Divisões do afogamento: 
1. Afogamento primário 
 É aquele decorrente diretamente do afogamento, sem que haja qualquer 
fator determinante anterior ao acidente. 
 
2. Afogamento secundário 
 É aquele em que a causa imediata da morte é o encharcamento alveolar, mas que 
isto decorreu de um fator determinante anterior. Exemplos: uma convulsão, um AVC, um 
infarto do miocárdio, um tiro, um suicídio, a embriaguez, a queda de uma costeira com 
consequente inconsciência, etc. 
 
Principais Causas de Afogamento 
 
- Abuso de álcool e drogas durante a natação recreativa; 
- Saltos de cabeça em locais desconhecidos ou em águas rasas; 
- Superestimar a própria condição técnica e física. Acontece quando o nadador 
nada demais, vai para longe e não consegue retornar, ocorrendo 
principalmente com os mais jovens que mais frequentemente tem dificuldades 
de reconhecer seus limites. Segundo Szpilman (Timerman, 2000), quase 50% 
dos mortos no município do Rio de Janeiro achavam que sabiam nadar; 
- Cair de repente em água funda. Pode ocorrer com as pessoas que estão perto 
da água, por exemplo, com pescadores amadores, ou mesmo no mar em locais 
que há desníveis; 
- Acidentes envolvendo barcos pequenos e médios; 
- Emergências médicas tais como ataques cardíacos; 
- Acidente que pode surgir após uma refeição exagerado; 
- Tentativa de salvamento de outra pessoa sem os conhecimentos técnicos 
necessários; 
 
 Outras causas de acidentes aquáticos podem ser citadas como o pânico, a 
hipotermia, e o “apagamento”, ou seja, um desmaio ocasionado pela hiperventilação antes de 
atividades de submersão (Amaral & Rocha, s/d.). 
 
Graus de afogamento 
Afogamento Grau 1 
 
 As vítimas que apresentam esse grau de afogamento, aspiraram uma 
quantidade mínima de água, suficiente para produzir tosse. Geralmente têm um 
aspecto geral bom, e a ausculta pulmonar normal ou com sibilos ou roncos, sem o 
aparecimento de estertores sendo que seu nível de consciência é bom com a vítima 
apresentando lucidez, porém podem estar agitadas ou sonolentas. 
 
 
 
 
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 Tais vítimas sentem frio e têm suas freqüências cardíacas e respiratórias 
aumentadas devido ao esforço físico, estresse do afogamento e também pela 
descarga adrenérgica. Não apresentam secreções nasais e bocais e podem ainda estar 
cianóticas devido ao frio e não devido à hipóxia. 
 
TRATAMENTO: 
- Verificação dos sinais vitais; 
- Fazer a vítima repousar; 
- Tranquilizar; 
- Aquecer; e 
- Conduzir ao hospital caso necessário. 
 
Afogamento Grau 2 
 
 É apresentado pelas vítimas que aspiram quantidade de água suficiente para 
alterar a troca gasosa (O2 – CO2). São vítimas lúcidas, agitadas ou desorientadas, e 
se for constatada cianose2, nos lábios e dedos, temos o comprometimento do 
sistema respiratório. Verifica-se também o aumento das frequências cardíacas e 
respiratórias, sendo notada também a presença de estertores3 durante a auscultação 
pulmonar de intensidade leve a moderada, em alguns campos do pulmão. 
 
TRATAMENTO: 
- Verificação dos sinais vitais; 
- Aquecimento corporal; 
- Apoio psicológico; 
- Tratar estado de choque; e 
- Atendimento médico especializado. 
 
Afogamento Grau 3 
 
 Neste grau de afogamento a vítima aspira uma quantidade importante de 
água, apresentando sinais de insuficiência respiratória aguda, com dispneia intensa 
(dificuldade respiratória), cianose de mucosas e extremidades, estertoração intensa, 
indicando um edema pulmonar agudo, e também a presença de secreção nasal e 
bocal. Deve-se tomar cuidados com as vítimas no que tange à vômitos, pois pode 
ser um fator de agravamento caso não sejam tomadas medidas para evitar a 
aspiração. Para evitar que haja aspiração de vômito, deve-se virar a cabeça da vítima 
para o lado. 
 No grau 3 a vítima apresenta nível de consciência de agitação 
psicomotora ou torpor (acorda se estimulado intensamente) e apresenta também 
taquicardia (freqüência cardíaca acima de 100 batimentos por minuto), contudo sem 
hipotensão arterial (pressão arterial sistólica menor que 90mmHg). 
 
TRATAMENTO: 
- Verificação dos sinais vitais; 
- Ministrar O2 de 10 a 15 Lpm, devido à dispnéia; 
- Aquecimento corporal; 
 
2
 Cianose é um sinal ou um sintoma marcado pela coloração azul-arroxeada da pele, leitos ungueais ou 
das mucosas. Ocorre devido ao aumento da hemoglobina não oxidada (desoxi-hemoglobina) ou de 
pigmentos hemoglobínicos anormais. 
3
 Agonia, respiração anormal e ruidosa dos moribundos. 
 
 
 
 
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Página 19 
- Tratar o estado de choque; e 
- Atendimento médico especializado. 
 
Afogamento Grau 4 
 
 Afogamento de grau 4 assemelha-se muito com o de grau 3, no que 
tange à quantidade de água aspirada, porém o nível de consciência pode variar de 
agitação ao coma sendo que a vítima quando em coma não desperta mesmo com 
estímulo doloroso intenso. 
 A vítima apresenta taquicardia e também um quadro de hipotensão ou 
choque. 
 Cabe lembrar que as diferenças entre o grau 3 e o grau 4 só serão 
importantes para o atendimento hospitalar, sendo que para o socorrista o 
procedimento não difere muito de um caso para o outro. 
 
TRATAMENTO: 
- Verificar sinais vitais; 
- Ministrar O2 de 10 a 15 Lpm; 
- Aquecer a vítima; 
- Tratar o estado de choque; e 
- Atendimento médico especializado. 
 
Afogamento Grau 5 
 
 Nos casos de afogamento em grau 5, a vítima apresenta-se em apnéia (parada 
respiratória), contudo apresenta pulso arterial, indicando atividade cardíaca. 
Apresenta um quadro de coma leve a profundo (inconsciente) com cianose intensa 
grande quantidade de secreção oral e nasal. 
 
TRATAMENTO: 
- Verificação dos sinais vitais; 
- Efetuar ventilação na vítima (boca a boca, AMBU); 
- Aquecer a vítima; 
- Tratar o estado de choque; e 
- Atendimento médico especializado. 
 
Afogamento Grau 6 
 
 Trata-se da Parada Cardiorespiratória, representada pela apnéia e pela ausência 
de batimentos cardíacos. 
 
TRATAMENTO: 
- Efetuar Reanimação Cardio Pulmonar; 
- Em se obtendo sucesso na RCP deve-se aquecer a vítima; 
- Tratar o estado de choque; e 
- Atendimento médico especializado. 
 
 
 
 
 
 
 
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Página 20 
Apagamento: 
 
 O apagamento, como é conhecido na área de salvamento aquático, é uma forma 
de desmaio, que ocorre em exercícios de apnéia em submersão, e caso a vítima não seja 
retirada imediatamente pode ocorrer um quadro de asfixia violenta e aguda por afogamento. 
Antigamente, ouvia-sefalar sobre esses casos somente com mergulhadores de caça 
submarina; hoje sabe se de casos em piscinas, onde na maioria dos casos, a pessoa competia 
consigo mesma ou com outros indivíduos para aumentar a distância percorrida debaixo d’água 
ou a duração de apnéia subaquática. 
 
 Hiperventilando, ou seja, inspirando profundamente e por diversas vezes 
seguidas faz com que o dióxido de carbono seja liberado, baixando o seu nível, diminuindo 
assim o reflexo involuntário da respiração, e assim o aviso da necessidade de respirar vem 
tarde, e o indivíduo “apaga”,ou seja, pode ocorrer assim uma forma de desmaio, denominado 
apagamento (Silva, 1995; Tafuri, 1997 e Mc Ardle, 1998). 
 As investigações demonstram que esses indivíduos hiperventilam antes de 
mergulhar, reduzindo sua pCO2 arterial a níveis em torno de 20 mmHg, durante o período de 
submersão, a pCO2 pode elevar-se apenas aos valores alveolares usuais de 40 a 44 mmHg, 
enquanto a pO2 arterial se precipita a níveis de 30 a 40 mmHg, daí resultando hipóxia cerebral 
e perda de consciência. Essa prática de hiperventilação é, pois, perigosa e deve ser 
desencorajada (López, 1979). 
 
Complicações do Afogamento: 
 
 Se a vítima sobrevive aos cuidados imediatos, deverá ser acompanhada, pois nos 
próximos minutos, horas ou dias, poderá apresentar alguma complicação decorrente do 
afogamento como: febre, pneumonia, coma, edema pulmonar, arritmia cardíaca, abscesso 
pulmonar, entre outras. Eles devem ser internados e vigiados cuidadosamente. 
 Duas complicações importantes, que podem ser fatais são: o edema agudo do 
pulmão e as infecções respiratórias (pneumonia e broncopneumonia). Nos afogados em água 
doce podemos assinalar hemólise com hemoglobinúria que poderia ser a causa de uma 
necrose tubular aguda. Havendo danos no sistema nervoso pela falta de oxigênio, poderemos 
ter seqüelas nervosas (Alves, 1980). O mecanismo de morte no afogamento é um ponto 
controvertido, e que pode depender de mais de um fator. 
 
Resgate e Salvamento Aquático 
 
 É um dever de todo profissional que lida com o meio aquático utilizar se de 
algumas medidas preventivas para minimizar os acidentes. Destacamos as seguintes medidas 
preventivas: 
 
1) Aprender nadar é a regra básica para prevenir acidentes na água. A água não é o ambiente 
do homem, e essa inadaptação pode ser causa de acidentes. A prevenção consiste 
principalmente no desenvolvimento de programas educacionais e de treinamento em natação, 
sobretudo nas escolas e clubes esportivos. 
2) Conscientização dos riscos da prática de natação e esportes aquáticos após ingestão de 
drogas e bebidas alcoólicas. Além de produzir a incoordenação dos atos de defesa, propicia 
condições especiais, metabólicas, que facilitam o êxito asfíxico. 
3) Não nadar após refeição exagerada, em pleno período de digestão. Após uma refeição 
exagerada, grande quantidade de sangue acumula-se nos vasos do aparelho digestivo. O 
esforço físico exigido na natação aumentará as necessidades de oxigenação do corpo, que não 
 
 
 
 
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será suficiente, principalmente ao cérebro, devido a sobrecarga funcional dos órgãos 
digestivos. Poderá ocorrer um desmaio resultante da deficiência no funcionamento normal do 
cérebro. A asfixia decorrente do afogamento vai agravar o quadro, aumentando ainda mais a 
deficiência de oxigênio ao cérebro e daí, sobrevir lesões graves ou a morte. Segundo Szpilman 
(2001)89% dos afogamentos ocorrem na hora do almoço ou logo após. 
4) Nunca nadar sozinho, pode acontecer algum imprevisto como cãibra, problema cardíaco, 
por exemplo, e não haverá ninguém para ajudar ou pedir por socorro. 
5) Crianças não devem ser deixadas à vontade em locais onde exista água, elas não possuem 
noção do perigo, nem mesmo que seja uma poça. Segundo Szpilman (2001) 89% das crianças 
afogadas não tem supervisão de adulto. 
6) Boias de braço e objetos flutuantes proporcionam uma falta sensação de segurança na 
água. 
7) Evite deixar brinquedos próximos da piscina, isto atrai as crianças. 
8) Ensine as crianças a nadar com 2 anos ou o mais cedo possível. 
9) Não mergulhar de cabeça sem colocar as mãos à frente, se a água for pouco profunda, a 
cabeça estará desprotegida, podendo machucá-la ou ainda prejudicar a coluna. 
10) Conhecer a temperatura e as condições locais da água. É bom escolher locais seguros para 
participar de atividades recreativas, verificando se pode haver perigo como ondas, correntes, 
vida aquática, objetos debaixo d’água, diversas profundidades, condições ruins do tempo, etc. 
11) Não tentar percorrer grande distância a nado a menos que um barco contendo uma bóia 
ou um cinto salva-vidas acompanhe todo o percurso, pois poderá ocorrer esgotamento físico. 
12) Não realizar hiperventilação, para evitar o “apagamento”. 
13) Conhecer algumas noções de socorros de urgência. Szpilman (2001) 40% dos responsáveis 
de piscinas não sabem realizar primeiros socorros. 
14) Vestir-se apropriadamente para a atividade aquática, a sunga e o maiô é o ideal. Nadar 
com roupas é mais difícil e cansativo, além de ficar pesada quando está molhada. 
15) Aprender a sair de situações de emergência individual, como, por exemplo, a cãibra. 
16) Saber como agir para ajudar a tirar outras pessoas destas situações, tomando cuidados 
para também não se tornar uma segunda vítima, pois muitas pessoas morrem desta forma. 
17) Canos, bóias, cordas, pranchas de salvamento, devem ser sempre colocados à vista e de 
fácil acesso para ser usado imediatamente em caso de necessidade. 
18) Utilizar-se do colete salva-vidas em embarcações aquáticas, sabendo ou não nadar, pois 
no caso da embarcação virar, alguém pode ficar inconsciente ou bater a cabeça e é mais 
provável que se salve. 
19) Como o afogamento é responsável por grande número de morte entre epilépticos, 
estes devem receber uma atenção especial. 
20) Barreiras adequadas em torno de piscinas, grades de 1.50 metros e 12 cm isolando a 
piscina, diminuem em 50 a 70% o número de afogamento. 
21) Na maioria dos casos, as primeiras pessoas a chegar ao local onde ocorreu o acidente são 
amigos ou parentes da vítima, o que salienta a importância de se treinar uma substancial parte 
da população nas técnicas de recuperação e de respiração boca-a-boca. 
22) Conhecer e respeitar a regras locais. 
23) Não superestimar sua capacidade conhecendo suas limitações. 46.6% dos casos de 
afogamentos as vítimas achavam que sabiam nadar. 
24) Só pedir ajuda quando realmente necessitar. 
25) Não saltar, correr ou perseguir outros em volta da piscina para não correr o risco de 
escorregar ou chocar-se com alguém. 
26) Antes de mergulhar ou saltar na água verificar se não há outros nadadores por perto para 
não pular em cima deles e ocasionar acidentes. 
 
 
 
 
 
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 O profissional deve preocupar-se sempre em adicionar conhecimentos sobre 
regras de uso e prevenções de acidentes em locais fora da piscina, como rios, praias, lagos, 
etc. Passar aos alunos informações como essas são de grande importância. 
Manobras de Salvamento 
 
 A rapidez no socorro é importante, porém qualquer precipitação poderá frustar o 
salvamento e colocar a vida do socorrista em perigo. Se uma pessoa que não tem condições, 
ou não sabe nadar, localizar uma vítima, deverá anotar o local exato onde ela se encontra e 
procurar ajuda, preservando assim sua vida. 
 
 Se possível, deve-se alcançar a vítima da margem com a mão, toalha, corda ou 
bastão, ou ainda o aquatubs (macarrão ou minhocão), que é um material utilizado na natação 
e na hidroginástica. 
 
 O socorrista poderá atirar qualquer objeto flutuante para a vítima e mantê-lo 
entre eles,para evitar que seja agarrado. Poderemos utilizar outros materiais flutuantes como 
uma prancha de isopor, material próprio para surf, câmaras de ar infladas, boias, um pedaço 
de pau, tábua ou uma corda, para que o acidentado se acalme até a chegada do socorrista. 
Para maior segurança o socorrista pode no resgate manter-se ligado a uma corda presa em 
algum lugar ou em alguém na margem. 
 
 
 
ENTRADA NA ÁGUA 
 O tipo de entrada deve depender da profundidade da água, do conhecimento das 
condições do fundo, da claridade da água, da altura do local e da distância da vítima. 
 
 Apesar do mergulho de cabeça proporcionar uma chegada mais veloz até a vítima, 
pode ser fatal em águas turvas e/ou pouco profundas. 
 
 
 
 
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 Existem outros três tipos de entrada na água. O primeiro é o abaixamento que 
deve ser utilizado para não movimentar muito a água, é útil quando a vítima pode submergir e 
tornar difícil encontrá-la, e quando há riscos de fraturas onde a movimentação da água poderá 
agravar o caso. Este consiste em ir abaixando-se lentamente até chegar à água, em seguida 
deve, se possível, caminhar ou nadar cuidadosamente com a cabeça alta. 
 
 A segunda maneira de entrar na água é o salto com as pernas afastadas, tem a 
vantagem de se conseguir manter a cabeça acima da água podendo continuar observando a 
vítima inclusive no salto. Este consiste em saltar para frente como se tivesse caminhando na 
água, com uma perna à frente da outra. 
 
 O terceiro caso é classificado de salto compacto, que será mais aconselhável 
quando você tiver que saltar de uma altura maior. Como podemos observar na figura acima, o 
corpo adquire uma posição vertical (em pé, com os pés unidos, com os braços junto ao corpo 
ou abduzidos na lateral para aumentar o equilíbrio e saltar para cima e para frente). 
 
APROXIMAÇÃO 
 
 É muito importante manter a calma na aproximação e executar movimentos com 
segurança e destreza. Algumas características importantes para uma aproximação eficiente 
são: chegar rapidamente até a vítima para que o caso não se agrave mais e manter a vítima a 
vista para que possa localizá-la com precisão caso haja sua submersão. 
 Para aproximar-se da vítima pode-se utilizar o nado crawl com a cabeça alta, 
como no pólo. Ele permitirá uma ótima visualização e uma chegada rápida até a vítima, porém 
é extremamente cansativa. Com o intuito de diminuir a resistência causada pela água e não 
cansar tanto, pode se utilizar o crawl com a cabeça baixa e levantá-la de vez em quando para 
não perder a vítima de vista. 
 
 O nado peito, apesar de mais lento, é menos cansativo e ideal para águas agitadas 
porque permite uma maior visualização da vítima. 
 Uma das características da vítima é o desespero. Por esta razão deve-se evitar o 
"agarramento", que será inevitável se o socorrista estiver ao alcance da mesma. Por isso é 
importante que a aproximação seja pelas costas. Algumas palavras de apoio podem ajudar, 
transmitindo segurança e tranqüilidade para o acidentado. 
 Existe outra maneira de aproximação é em submersão pela frente, segurando por 
fora e entre as pernas da vítima, virando-a de costas para o socorrista. Este movimento é 
facilmente executado na água. 
 
 
 
 
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DESVENCILHAMENTO 
 
 Desvencilhamento é a técnica que o salva-vidas utiliza para se soltar da vítima em 
pânico, imobilizá-la e rebocá-la até o local desejado. A vítima tenta respirar de qualquer 
maneira e agarra qualquer coisa que esteja ao seu alcance. Isso acontece pelo seu instinto de 
conservação, tendo suas forças redobradas pelo pânico. Quando agarrados teremos a 
preocupação de nos livrar sem machucar a vítima. 
 Caso a vítima agarre o socorrista em um dos braços este poderá utilizar-se deste 
agarre para rebocá-lo, utilizando o outro braço para nadar. 
 Uma das maneiras de desvencilhamento seria ir em direção ao fundo. Como a 
intenção da vítima é ir a procura de oxigênio, ela não irá acompanhá-lo. 
 
 Se tivermos os dois braços agarrados podemos soltar um deles fazendo pressão 
para baixo e para fora do lado de seu polegar. Esta técnica é muito utilizada no judô, e parte 
do princípio de que o dedo polegar é mais fraco do que a pegada dos outros quatro dedos. Ao 
mesmo tempo utilizamos o outro braço que continua agarrado e viramos a vítima de costas 
para rebocá-la. 
 Se a vítima agarrá-lo pela frente com os dois braços, o socorrista deverá, passar 
uma das mãos entre os braços da vítima e pressionar seu queixo para trás. 
 
 Caso o agarre seja pelas costas com ambos os braços no pescoço, o socorrista 
deverá agir segurando com uma das mãos no pulso e a outra no cotovelo do braço da vítima 
que está por baixo, empurrando-o para cima. Nesta situação a vítima poderá apertar o 
pescoço do socorrista o que causaria uma dificuldade de respiração, se o socorrista virar o 
pescoço para a lateral estará se protegendo da asfixia. 
 
REBOQUE 
 
 O indivíduo flutua naturalmente, devido ao ar que está nos pulmões. É preciso 
colocá-lo de costas, em posição horizontal com a boca e o nariz fora da água para que ele 
possa respirar e também para facilitar a flutuação. 
 
 
 
 
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 Para transportar um acidentado inconsciente é melhor segurá-lo pela parte 
posterior do pescoço e na testa. 
 Se a vítima for um nadador cansado ou com cãibra, seria conveniente, colocá-lo 
de decúbito dorsal, com as pernas afastadas prendendo as pernas no quadril do rebocador e 
segure em seus ombros com os braços estendidos, utilizando nesta situação o nado peito 
como reboque. 
 A técnica de reboque mais utilizada é chamada de reboque de peito cruzado, que 
propicia uma permanência da cabeça do acidentado mais alta. Esta técnica consiste em colocar 
a vítima de costas para o socorrista em decúbito dorsal passando o braço por cima do ombro 
do rebocado, no peito e por baixo do braço contrário. Deverá nadar com o braço livre, 
lateralmente e pernas com movimento de tesoura, ou com o movimento que tiver maior 
facilidade. 
 
TRAUMATISMO 
 
 A principal preocupação quando uma pessoa cai ou mergulha em águas rasas é o 
traumatismo. Em caso de dúvida devemos considerar que há uma lesão na coluna vertebral 
com possível trauma medular. Assim não devemos movimentar o pescoço da vítima. 
 O Dr. Szpilman (2001) diz que sempre que for realizar um salvamento com vítima 
inconsciente em água rasa, deve-se imobilizar a coluna cervical e tomar todas as medidas 
como se houvesse uma fratura. Caso a vítima esteja inconsciente e com ferimentos ao redor 
da cabeça e da face, causado pelo contato de algum objeto, ela também deverá ser tratada 
como se estivesse com lesão na coluna. Caso a vítima esteja consciente é importante 
perguntar se ela apresenta falta de sensibilidade nas extremidades, sofre paralisia ou 
formigamento de braços e pernas. 
 Se a vítima estiver inconsciente ou, paralisada, ou ainda, se queixando de dor no 
pescoço deve-se utilizar para retira-la da água, uma tábua comprida e larga, que poderá ser 
uma prancha de surf ou um banco de madeira. Enquanto a vítima flutua colocar este objeto 
por baixo dela. Depois transporte-a para fora da água sobre a prancha. 
 Caso o socorrista não tenha nenhuma tábua ou qualquer material semelhante, 
deverá utilizar ajuda de três ou mais pessoas para segurar ao longo do corpo da vítima (nuca, 
vértebras torácicas, quadril, fêmur, pernas e pés) para removê-la, ou caso não tenha ajuda e o 
estado da vítima esteja estável, o socorrista deverá aguardá-la mantendo o fraturado 
flutuando na água. 
 
RETIRADA DO ACIDENTADODA ÁGUA 
 
 Depois de ter rebocado a vítima é necessário assegurar que ela saia com 
segurança da água. Existem dois tipos de retirada, uma que serve para o sujeito consciente e 
prestativo e outra para o sujeito que esteja inconsciente. 
 
 O sujeito consciente e prestativo, não requer muita habilidade do resgatador, 
consiste em dar apoio para os pés da vítima auxiliando para que ela suba com mais facilidade. 
 
 
 
 
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 No segundo caso o resgatador deverá auxiliar a flutuação da vítima apoiando-a na 
perna, colocando-a de frente para a borda da piscina, colocar as mãos do acidentado na borda, 
uma em cima da outra, o resgatador deve apoiar sua mão acima das mãos da vítima para que 
ela não volte a cair na água, saindo da piscina sem soltá-la. Ao puxá-la para fora, os braços da 
vítima deverão estar cruzados, e serão descruzados ao subi-la, virando-a de costas para a 
borda e colocando-a deitada próxima a piscina. A grande vantagem desta saída é que a vítima 
estará em posição que beneficiaria as manobras de ressuscitação. 
 
 
RCP – REANIMAÇÃO OU RESSUSCITAÇÃO CARDIO-RESPIRATÓRIA 
 
 A vítima consciente não precisará da ressuscitação cardio-respiratória (RCP), esta 
deve ser encorajada a tossir para remover qualquer obstrução. A tosse permite que a vítima 
utilize seus músculos brônquicos e da parede torácica produzindo pressão no ar que ainda 
permanece nos pulmões desobstruindo as vias aéreas. 
 
 A sobrevivência da vítima dependerá do estado de saúde desta, da duração da 
imersão, da quantidade de líquido aspirada e dos cuidados de emergência. A ressuscitação 
cardio-respiratória é um procedimento de emergência nos casos em que existe parada cardio-
respiratória e o cérebro não recebe oxigenação, como pode ocorrer no caso do afogamento. 
 Se a vítima apresentar rigidez cadavérica, estar em decomposição corporal ou 
permanecer em submersão à mais de uma hora, nenhuma manobra será eficiente (Szpilman, 
2001). 
 
 
 
 
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 Os procedimentos de ressuscitação cardio-respiratória, ou ABC do socorro básico 
possui três etapas: 
"A"- abertura das vias aéreas (desobstrução); 
"B"- respiração boca-a-boca e; 
"C"- circulação artificial (compressão torácica externa). 
 Quando a vítima está inconsciente é preciso certificar-se de que tenha suas vias 
aéreas desobstruídas. Para determinar se estão ou não, devemos seguir alguns passos. 
 Primeiro observar se há movimentos respiratórios, depois ouvir os sons da 
respiração, aproximando a cabeça do socorrista na da vítima, e sentir se o ar está sendo 
expelido. 
 É essencial que não se esqueça da possibilidade de um traumatismo na coluna 
cervical. Nestes casos deve-se evitar a extensão do pescoço. 
 Caso a vítima esteja respirando, colocá-la na posição que permite maior 
drenagem: deite-a em decúbito lateral com um dos braços sob a cabeça, se estiver 
inconsciente flexione a perna de cima da vítima para evitar que ela role. 
 Caso o paciente não esteja respirando é necessário iniciar imediatamente a 
respiração artificial. A respiração boca-a-boca é de grande importância neste momento. No 
entanto, a questão de segurança do socorrista tem que ser levada em conta. O uso de 
bocarilha apropriada permite que o socorrista possa executar a respiração artificial com 
conforto e segurança. No caso de uma pessoa conhecida e que o socorrista opte pela 
respiração boca-a-boca sem bocarilha, deve-se inspirar profundamente, selar os lábios da 
vítima firmemente com os seus, fechar o nariz desta, expirar observando se o tórax da vítima 
se expande e afastar a cabeça observando a saída do ar. 
 Nas crianças (entre 01 a 08 anos de idade) deve-se ter o cuidado para não exceder 
a quantidade de ar insuflado; para tal, assim que o tórax da criança começar a erguer cessar a 
insuflação. Nos bebês, envolver simultaneamente a boca e o nariz e insuflar os pequenos 
pulmões apenas com o ar contido no interior de sua boca, através de um curto sopro (Corpo 
de Bombeiros, 1997). 
 Conforme os procedimentos utilizados pelo corpo de bombeiros em um paciente 
adulto deve-se executar a ventilação uma vez a cada 5 segundos, se for uma criança com idade 
de 1 à 8 anos a cada 4 segundos e se tratar de um bebê com idade de 0 à 1 ano será à cada 3 
segundos (Corpo de Bombeiros, 1997). 
 Após duas insuflações, permitindo que o tórax se esvazie totalmente entre cada 
respiração, o socorrista deverá verificar se há freqüência cardíaca, se não houver, deverá dar 
início à massagem cardíaca, caso haja pulsação deverá continuar a respiração artificial até que 
a vítima volte a respirar espontaneamente (Evans, 1987). 
 Para verificação da freqüência cardíaca deve-se utilizar o pulso carotídeo, ou 
femoral (no caso de existir ferimentos no pescoço). Utilizar os dedos indicador e médio para 
esta verificação. No caso de bebês utilizar o pulso braquial (Corpo de Bombeiros, 1997). 
 Se a freqüência cardíaca estiver presente, a vítima somente necessitará de 
respiração artificial, numa freqüência de 12 à 16 por minuto. Quando o paciente passar a 
respirar espontaneamente, colocá-lo na posição de drenagem (Evans, 1987). 
 Caso a freqüência cardíaca esteja imperceptível, a massagem cardíaca deve ser 
executada com uma mão sobre a outra, apoiando a parte inferior da palma da mão, fazendo 
compressões no tórax na altura do esterno, utilizando-se do peso do seu corpo. 
 Em crianças com idade entre 1 à 8 anos a pressão deve ser exercida com uma das 
mãos, e em bebês de 0 à 1 ano, a pressão é realizada com apenas 2 dedos (Corpo de 
Bombeiros, 1997). 
 As mãos devem estar posicionadas dois dedos acima da base do processo xifóide, 
no esterno. 
 Quando a vítima necessita de respiração artificial e massagem cardíaca 
concomitantemente, estando em apenas um socorrista deverá utilizar-se de 30 compressões 
 
 
 
 
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cardíacas para cada 2 respirações, utiliza-se uma freqüência de 80 à 100 vezes por minuto. A 
reanimação cardio-pulmonar ao se tratar de uma criança deve ser composta 100 vezes por 
minuto, e se for um bebê a freqüência passa a ser de 100 à 120 por minuto (Corpo de 
Bombeiros, 1997). 
 Quando se dispõe de dois socorristas, um torna-se responsável pelas insuflações 
pulmonares e o outro pelas compressões torácicas, podendo estes trocar de cargo para tornar 
menos desgastante. 
 A reavaliação da presença da freqüência cardíaca e da respiração espontânea é 
aconselhada após 4 à 5 ciclos de compressão e ventilação, repetindo-se as reavaliações à cada 
5 minutos. Se as condições da vítima se estabilizarem, está deverá ser colocada na posição de 
drenagem. 
 Se o atendente for capaz e houver necessidade, a respiração artificial deverá ser 
iniciada ainda dentro da água. Szpilman (2001) relata que a ventilação realizada ainda dentro 
da água diminui a mortalidade em quase 50%. 
 A respiração artificial não deverá ser interrompida durante o transporte da vítima 
ao hospital. Após iniciada a RCP ela nunca deverá ser paralisada por mais de cinco segundos 
consecutivos. Só deverá ser interrompida quando a circulação ou respiração retornar, ou um 
médico assumir o caso (Corpo de Bombeiros, 1999). 
 É indispensável que a vítima passe por um médico para receber cuidados 
posteriores após a reanimação, pois sem tratamento adequado esta poderá vir a sofrer 
distúrbios cardíacos, circulatórios, pulmonares, renais e cerebrais. A síncope que poderá 
acontecer após alguns minutos, horas ou dias, a ressuscitação poderá causar danos 
irreparáveis ao sistema nervoso. 
 Tanto o resgate, quanto o procedimento de RCP, exigem muito mais

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