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AÇÃO CIVIL PÚBLICA

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AÇÃO CIVIL PÚBLICA
ART. 129, III DA CARTA DA REPÚBLICA DE 1988
CONCEITO
A ação Civil pública é uma ação constitucional que visa à tutela do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. Foi incluída pela Constituição de 1988, de forma não privativa, entre as atribuições do Ministério Público (PINHO, 2001).
FINALIDADE
O interesse protegido na ação é o da proteção jurisdicional ao meio ambiente; consumidor; bens e direito de valor histórico, artístico, estético, turístico e paisagístico; qualquer outro interesse ou direito difuso coletivo ou individuais homogêneos; assim como a defesa da ordem econômica.
Nessa linha, se entende por interesses difusos a espécie do gênero interesses metaindividuais – interesses coletivos lato sensu – e ocupam o topa da escala da indivisibilidade e falta de atributividade a um determinado indivíduo ou grupo determinado, sendo a mais ampla síntese dos interesses de uma coletividade, verdadeiro amálgama de interesses em torno de um bem da vida.
OBJETO
O objeto constitucional da tutela da ação civil pública é a proteção dos interesses difusos e coletivos. O próprio texto constitucional já menciona, entre eles, a proteção do patrimônio público e social e do meio ambiente. A Lei da Ação Civil Pública de maneira expressa alude os direitos do consumidor, os bens e direi tos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a ordem urbanística, a ordem econômica e a economia popular (Lei n. 7.347/85). 
ORIGEM
“A ação civil pública foi introduzida no Brasil com a Lei n. 7.347/85. A Constituição de 1988 veio a inseri-la entre as atribuições do Ministério Público, adequadamente de forma não privativa.” (PINHO, 2001). Depois da edição daquela lei, várias outras foram promulgadas tendendo a proteção de interesses transindividuais específicos, como os mencionados anteriormente.
PROCEDIMENTO E PARTES
A Lei n. 7.347/85 disciplina a ação civil pública. Têm-se várias outras leis específicas, como salientado acima. Legitimidade ativa. A ação civil pública pode ser proposta pelos seguintes órgãos e entidades: 
a) Ministérios Públicos, nesse sentido, é firme a jurisprudência, mutatis mutandis, verbis:
O Ministério Público tem legitimidade processual para a propositura de ação civil pública objetivando a defesa de direitos individuais homogêneos. II- Não é da natureza individual, disponível e divisível que se retira a homogeneidade de interesses individuais homogêneos, mas sim de sua origem comum, violando direitos pertencentes a um número determinado ou determinável de pessoas, ligadas por esta circunstância de fato. III- Agravo Regimental improvido .(AgRg no Ag 1.323.205⁄SP, Rel. Min. SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, DJe 10.11.10).
b) Defensoria Pública; 
c) União, Estados, Distrito Federal e Municípios; 
d) autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; 
e) associação que esteja constituída há pelo menos um ano nos termos da lei civil e que inclua entre suas finalidades institucionais a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência e ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, etc.
Legitimidade passiva. Podem ser réus da ação civil pública tanto pessoas e órgãos da Administração Pública como pessoas físicas e jurídicas particulares. Basta que realizem ato nocivo ou potencialmente prejudicial a um interesse difuso ou coletivo tutelado pela ação civil pública. 
Ministério Público. Como órgão constitucional incumbido da defesa da ordem jurídica e dos direitos sociais e individuais indisponíveis, o Ministério Público intervém obrigatoriamente em todas as ações civis públicas, quer como parte, quer como fiscal da lei. Em caso de desistência da ação pela associação legitimada, ele ou outro órgão legitimado poderá assumir a titularidade ativa. A própria lei admite o litisconsórcio ativo entre o Ministério Público Federal e dos Estados na defesa de interesses coletivos e difusos (Lei n. 7.347/85, art. 5º, § 5º).
INQUÉRITO CIVIL
Inquérito civil é o procedimento administrativo preparatório em que o Promotor de Justiça recolhe evidências que permitam a formação do convencimento sobre a existência ou não da prática de ato nocivo a interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos que justifique a propositura de uma ação civil pública. Essa modalidade de apuração somente pode ser instaurada e presidida por membro do Ministério Público.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA JULGADA PROCEDENTE
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONSUMIDOR. "REESTILIZAÇÃO" DE PRODUTO. VEÍCULO 2006 COMERCIALIZADO COMO MODELO 2007. LANÇAMENTO NO MESMO ANO DE 2006 DE NOVO MODELO 2007. CASO "PÁLIO FIRE MODELO 2007". PRÁTICA COMERCIAL ABUSIVA. PROPAGANDA ENGANOSA. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA. ALEGAÇÃO DE REESTILIZAÇÃO LÍCITA AFASTADA. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO. DIREITO INDIVIDUAL HOMOGÊNEO. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO NO ACÓRDÃO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA PROCEDENTE. 
(STJ - REsp: 1342899 RS 2011/0155718-5, Relator: Ministro SIDNEI BENETI, Data de Julgamento: 20/08/2013, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 09/09/2013)
AÇÃO CIVIL PÚBLICA JULGADA IMPROCEDENTE
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. AQUISIÇÃO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO POR ASSOCIAÇÃO DE BAIRRO COM VALORES REPASSADOS PELO MUNICÍPIO DE JOAÇABA A TÍTULO DE SUBVENÇÃO SOCIAL. FALTA DE DEMONSTRAÇÃO DA MÁ-FÉ, DA CULPA OU DO PREJUÍZO AO ERÁRIO. PLEITO IMPROCEDENTE. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. "A ilegalidade só adquire o status de improbidade quando a conduta antijurídica fere os princípios constitucionais da Administração Pública coadjuvados pela má-fé do administrador. A improbidade administrativa, mais que um ato ilegal, deve traduzir, necessariamente, a falta de boa-fé, a desonestidade, o que não restou comprovado nos autos pelas informações disponíveis“[...] 
(TJ-SC - AC: 20120281872 SC 2012.028187-2 (Acórdão), Relator: Jorge Luiz de Borba, Data de Julgamento: 26/08/2013, Primeira Câmara de Direito Público Julgado)
DIFERENÇAS: AÇÃO POPULAR X AÇÃO CIVIL PÚBLICA
“Distinguem-se ação popular e ação civil pública: a) legitimação ativa – na primeira, legitimado ativo é o cidadão; nesta, há vários co-legitimados ativoss, como Ministério Público, as pessoas jurídicas de direito público interno, as entidades de administração indireta, as fundações, as associações civis, etc,; b) legitimação passiva – a ação civil pública não deverá necessariamente ser proposta contra os mesmos legitimados passivos da ação popular; 
DIFERENÇAS: AÇÃO POPULAR X AÇÃO CIVIL PÚBLICA
c) objeto – enquanto o objeto da ação popular é mais limitado, maior gama de interesses pode ser tutelada na ação civil pública; d) pedido – conseqüentemente, na ação civil pública, o pedido pode ser mais amplo, pois não se limita à anulação de ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente ou ao patrimônio cultural.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA: Qual o prazo prescricional da ação civil pública?  
A resposta advém da Jurisprudência pátria, verbis:
“A Ação Civil Pública e a Ação Popular compõe um microssistema de tutela dos direitos difusos onde se encartam a moralidade administrativa sob seus vários ângulos e facetas. Assim, à míngua de previsão do prazo prescricional para a propositura da Ação Civil Pública, inafastável a incidência da analogia legis, recomendando o prazo quinquenal para a prescrição das Ações Civis Públicas, tal como ocorre com a prescritibilidade da Ação Popular, porquanto ubi eadem ratio ibi eadem legis dispositio. Precedentes do STJ: REsp 890.552/MG, Relator Ministro José Delgado, DJ de 22.03.2007 e REsp 406.545/SP, Relator Ministro Luiz Fux, DJ 09.12.2002”.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA: Qual o prazo prescricional da ação civil pública?
Noutro giro, é comum verificar, ainda, a propositura de ações civis públicas por ato de improbidade administrativa, com fundamento na Lei nº 8.429/92. Nesses casos, as ações prescrevem após cincoanos decorridos do “término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança” (art.23, inc. I, da Lei nº 8.429/92).
AÇÃO CIVIL PÚBLICA: Qual o prazo prescricional da ação civil pública?
Por outro lado, as ações de ressarcimento são imprescritíveis, conforme estabelecido no art. 37, § 5º, da CRFB/88, o que autorizaria, em tese, a imprescritibilidade das ações civis públicas por ato de improbidade administrativa que tenham como objeto o ressarcimento do erário, nesse sentido é firme a jurisprudência.
CONCLUSÃO
É razoável concluir que a Ação Civil Pública funda-se uma garantia fundamental instrumental designada à proteção aos direitos fundamentais transindividuais, prevista no art. 129, III da Lex Fundamentalis (não deixa de ser uma garantia fundamental por estar prevista fora do catálogo constitucional do art. 5º, uma vez que o § 2º do mesmo artigo admite a existência de outros direitos e garantias fundamentais decorrentes, fora do catálogo, ou seja, em outras partes do texto constitucional) e regulada pela Lei nº 7347/85.
A Lei da Ação Civil Pública representou uma importante inovação no sistema processual brasileiro, uma vez que instituiu novas regras para um processo coletivo, adequado à proteção dos novos direitos reconhecidos a partir do Estado Social, os direitos fundamentais transindividuais.
A criação dessa garantia processual admitiu a intervenção do Poder Judiciário na fiscalização e determinação da efetivação dos direitos fundamentais, com o desígnio de garantir a proteção mínima reconhecida aos cidadãos, bem como o respeito e a manutenção da ordem Constitucional.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Gregório Assagra de. Direito Processual Coletivo Brasileiro: um novo ramo do direito processual. São Paulo: Saraiva, 2003. 665 p.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 16. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006. 1026 p.
FIGUEIREDO, Marcelo. Probidade Administrativa, 5ª ed., São Paulo, Malheiros, 2004, p. 328.
MACHADO. Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro.13. ed. Malheiros Editores p. 365.	
MAZZILLI, Hugo Nigro. A defesa dos interesses difusos em juízo: meio ambiente, consumidor, patrimônio cultural, patrimônio público e outros interesses. São Paulo: Saraiva, 2007. p. 144-145. 
PINHO, Rodrigo César Rebello. Teoria geral da constituição e direitos fundamentais, volume 17 - 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2001.

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