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Teoria das invalidades

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Teoria das Invalidades
“Tomada em sentido amplo, é forçoso concluir que a invalidade é uma sanção, na medida em que são frustrados os efeitos do ato inquinado de vício”.� 
A invalidade do negócio jurídico abrange: Nulidade Absoluta (nulidade) e Nulidade Relativa (anulabilidade). O negócio jurídico inválido não produz os efeitos desejados pelas partes.
Efeitos da decretação da Nulidade:
O negócio jurídico é desfeito, como se nunca tivesse existido, reconduzindo as partes ao ‘status quo ante’ (estado anterior à sua celebração). Ex.: anulada a compra e venda, o vendedor restitui o preço e o comprador restitui a coisa.
Se não for possível a restituição: Muitas vezes, a restituição não é possível, seja pelo perecimento da coisa ou pela alienação à terceiro de boa-fé, as partes então, serão indenizadas pelo equivalente ao seu valor:
 Art. 182CC: Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente.
Negócio Jurídico Inexistente: 
Ausência completa de vontade.
O ato não existe, pois não reúne elementos necessários à sua formação (o problema aqui, está no plano da existência da escada ponteana, note por exemplo, a ausência completa de vontade, quando o ato é praticado por meio de coação física, não houve qualquer manifestação de vontade).
Não produz qualquer conseqüência jurídica;
Nunca se convalida;
Dispensa ação judicial para retirada de seu efeito;
Não pode ser putativo (ou seja, não pode surtir efeitos válidos em razão da boa-fé de uma ou de ambas as partes)
Sobre o ato inexistente, o professor Cristiano Sobral explica: “é o ato que contém um grau tão elevado de nulidade e esta é tão notória que dispensa ação judicial para ser declarado sem efeito. Na verdade nunca chegou a ser ato jurídico[...]” difere do ato ineficaz porquanto este “é o ato válido e produz efeitos. Só que apenas entre as partes. Não produz efeitos perante terceiros. Quando o ato não produz efeitos em relação a certa pessoa, diz-se que a ineficácia é relativa; quando não produz efeitos perante todas as pessoas, diz-se que a ineficácia é absoluta”.
- CC16 e CC02: não prevêem a inexistência do negócio jurídico. No caso da nulidade e da anulabilidade, o negócio existe, mas é inválido
Espécies de Nulidade:
Nulidade absoluta (nulo) e nulidade relativa (anulável);
Nulidade total (atinge todo negócio jurídico)
Nulidade parcial: afeta somente parte do negócio jurídico, não prejudicando a parte válida, se esta for separável (regra da incomunicabilidade da nulidade, funda-se no Princípio da Conservação do ato ou negócio jurídico. Art. 184, CC: Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.
Nulidade Textual ou expressa: expressa na lei, uso dos termos: “é anulável”; “é nulo”; “é inválido”: Ex.: Art. 1.548, CC. É nulo o casamento contraído [...]; Art. 1.550, CC: É anulável o casamento: [...]
Nulidade Virtual ou implícita: a lei veda a prática, silenciando sobre as conseqüências dessa violação, uso dos termos “não pode”; “não se admite”; “ficará sem efeito”. Ex.: Art. 426, CC: Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva; Art. 380, CC. Não se admite a compensação [...]; Art. 483, CC: A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir [...].
Negócio Jurídico Nulo (nulidade absoluta):
Reúne os elementos necessários à sua existência;
Foi praticado com violação à lei, ofensa à ordem pública, aos bons costumes ou com inobservância à forma legal;
Precisa de decisão judicial para retirar sua eficácia;
A boa-fé das partes é respeitada (atribuindo-se efeito válido ao ato putativo)
Pode ser alegada a nulidade absoluta, por qualquer interessado, devendo ser pronunciada de ofício pelo juiz (CC, art 168, e parágrafo único)
Nulidade absoluta é imediata (desde sua formação), absoluta (porque pode ser alegada por qualquer interessado, inclusive pelo MP, quando lhe couber intervir�; devendo ainda ser decretada de ofício, pelo juiz); incurável (as partes ou o juiz não podem sanar o vício visando a validação do negócio jurídico); perpétua (porque imprescritível); não é suscetível de confirmação nem convalece com o decurso do tempo (art 169, CC).
A Nulidade absoluta (ato nulo) de um negócio jurídico é mais grave, porque viola norma cogente e de ordem pública. Assim, “Todas as formas de nulidade são formas de agressão à ordem pública com expressa previsão legal de nulidade” (F. Figueiredo).
Art. 166, CC: É nulo o negócio jurídico quando:
Este artigo 166, CC, em seus incisos I; II; IV e V, está relacionado aos requisitos de validade do negócio jurídico (art 104, CC).
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
celebrado por pessoa absolutamente incapaz (art 3º. CC) e não conta com a devida representação.
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
Ex.: é absolutamente nulo o negócio jurídico em que se pretenda comprar substância entorpecente (ilícita e juridicamente impossível)
Ex.: é absolutamente nulo o negócio jurídico, atribuindo-se como objeto apenas o termo “coisa” (excessivamente genérico e portanto indeterminável) 
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
Ex.: locação de imóvel para fim de exploração de lenocínio (exploração do comércio carnal alheio), se o locador sabia: negócio jurídico nulo; se o locador não sabia, há boa-fé, e o negócio jurídico é válido.
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
Ex.: quando a lei prescreve a necessidade de forma escrita ou a solenidade de registro, como no caso da compra e venda de casa cujo valor é superior a trinta vezes o salário mínimo (art. 108, CC), por instrumento particular, o negócio jurídico será nulo.
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
Ex.: Casamento: exige-se solenidade que a lei considera especial, como por exemplo “portas abertas” e quanto ao “número de testemunhas”
Art. 1.534, CC. A solenidade realizar-se-á na sede do cartório, com toda publicidade, a portas abertas, presentes pelo menos duas testemunhas, parentes ou não dos contraentes, ou, querendo as partes e consentindo a autoridade celebrante, noutro edifício público ou particular.
§ 1º Quando o casamento for em edifício particular, ficará este de portas abertas durante o ato.
§ 2º Serão quatro as testemunhas na hipótese do parágrafo anterior e se algum dos contraentes não souber ou não puder escrever.
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
Fraudar lei imperativa: fugir de sua aplicação, ex.: para esquivar-se de encargos trabalhistas, contrata assistente por meio de contrato de prestação de serviços e não por meio de contrato de trabalho, verificando-se tratar, na realidade de contrato de trabalho, a prestação de serviços será nula e ficará caracterizado o contrato de trabalho.
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
Ex.: Art. 1.521, CC que proíbe determinadas situações de casamento, sem contudo, determinar qual a sanção:
Art1521, CC: Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
Além desses, há ainda o caso da simulação:
Art. 167, CC: É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistiráo que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado.
nulidade relativa (ato anulável) é menos grave, por violar norma dispositiva (tutela interesse particular), se acham inquinados de vícios capaz de determinar-lhe a invalidade, contudo, que pode ser afastado ou sanado.
Nulidade Relativa (anulabilidade):
É diferida (produz efeitos enquanto não for anulado);
Prescreve com o decurso do tempo;
É relativa, porque somente os interessados poderão alegá-la (é vedado ao juiz pronunciar-se de ofício); desse modo, não havendo argüição judicial de nulidade relativa de um negócio jurídico em tempo hábil, restará o negócio jurídico anulável convalescido pelo decurso do tempo.
É curável ou sanável (o negócio jurídico anulável pode ser confirmado pela parte a quem a lei protege). Ex: ratificação (confirmação): alienação de imóvel por relativamente incapaz sem assistência de seu representante é anulável, MAS, se ao completar 18 (dezoito) anos, ratificar a venda, sana o vício.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
- incapacidade relativa do agente (art 4º. CC), pessoas sujeitas à tutela (art 1728) e à curatela (art 1767, CC)�
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Artigos 138 a 165, CC
Além desses, também são causa de nulidade relativa, os casos expressamente declarados na lei, por exemplo, a falta de assentimento de outrem, que a lei estabeleça como requisito de validade, ex: art 496, CC: É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
	
	Nulidade Absoluta
	Nulidade Relativa
	Previsão Legal
	art. 166, I a VII e 167 CCB/02.
	art. 171, I e II, CCB/02
	Interesse
	Público
	Privado
	Características
	1. Imediata
2. Absoluta
3. Insanável
4. Perpétua
Orlando Gomes, pg. 191;
	1. Diferida
2. Relativa
3. Sanável
4. Provisória
	Sentença
	Ação de nulidade é declaratória e, portanto, a sentença é declaratória (a sentença não desconstitui o ato, mas declara a situação de nulidade)
	Ação anulatória é decidida por sentença de natureza desconstitutiva, pois o ato é válido até que seja desconstituído por sentença judicial.
	Efeito material da sentença
	Ex tunc (retroage desde a data da gênese do ato, que nasce nulo de pleno direito)
	Ex nunc (contamina o ato a partir da sentença)
	Legitimidade
	EX OFFICIO
O juiz pode declarar de ofício, ou pode ser argüida por qualquer interessado, além do MP quando lhe couber intervir (art 82, CPC) 
	Não pode ser alegada por qualquer terceiro, mas apenas pelos interessados (a parte prejudicada). 
A parte que causa a anulabilidade não pode requerer.
	Efeitos
	Opera efeitos erga omnes
	Opera efeitos somente a quem alegar, salvo no caso de solidariedade ou indivisibilidade (art 177, CC)
	Ratificação (confirmação)
	Não admite confirmação, as partes não podem reafirmá-lo. artigo 169 CCB)
	Pode ser confirmado (ratificado), mas a ratificação não pode prejudicar direitos de terceiros (art 172, CC)
Vide ratificação ou execução voluntária do negócio anulável (arts. 172 – 174, CC)
	Aproveitamento:
	O negócio pode ser convertido desde que preencha os requisitos de outro negócio válido e que tenha sido entabulado pelas partes de boa-fé.
CONVERSÃO: princípio da conservação do negócio jurídico 
CC prevê em alguns casos – conversão substancial do negócio jurídico (art 170, CC).
	Não é passível de conversão pois pode ser CONFIRMADO e CONVALESCE pelo decurso do tempo.
	Prescrição:
	Imprescritível (artigo 169 CCB) não convalesce pelo decurso do tempo.
	Prescritível (artigo 178 CCB), sem a declaração de nulidade, o ato convalesce
	
	A sentença declaratória de nulidade tem eficácia ex tunc (retroage)
	a sentença na ação anulatória tem natureza desconstitutiva e possui eficácia ex nunc.
	Conseqüências: 
	1. Opera de pleno direito, ou seja, independe de decisão judicial.
2. Pode ser invocada por qualquer interessado.
3.O negócio nulo não é suscetível de confirmação.
4.O negócio nulo não convalesce com a prescrição.
	1. O negócio subsiste até que seja destruído judicialmente.
2. A anulação só pode ser promovida pela pessoa a quem a lei protege.
3. O negócio jurídico pode ser ratificado ou confirmado.
4. A ação de anulação prescreve
	
	
	
Princípio da Conservação dos Negócios Jurídicos:
Expressa em dispositivos como os artigos 170, 172, 184, 479, além do § 2º do art. 157, todos do Código Civil
CONVERSÃO (NJ NULO)
CONFIRMAÇÃO/CONVALIDAÇÃO/PRESCRIÇÃO (NJ ANULÁVEL)
5.1 Aproveitamento dos Negócios Nulos: Conversão (art 170, CC)
Conceito: “O instituto da conversão reflete o princípio da conservação do negócio jurídico, o qual estabelece a manutenção da atividade negocial para consecução do fim prático perseguido pelos envolvidos” (LOTUFO apud FIGUEIREDO, 2013, p.79), ou seja, se aproveitam os elementos materiais de um negócio inválido, convertendo-o em um negócio válido:
O negócio nulo pode ser convertido noutro válido: Art 170, CC: Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.
Ressalve-se contudo, que as partes têm que consentir com a conversão.
Ex.: Compra e venda de imóvel acima do valor legal (art 108, CC), negócio nulo porque celebrado por instrumento particular, poderá ser convertido em compromisso de compra e venda (se argüida pelas partes ou por terceiro juridicamente interessado); ou a nota promissória nula por inobservância dos requisitos legais de validade pode ser aproveitada (convertida) como confissão de dívida
Neste sentido, o professor Eugênio Kruschewsky :
“Assim, se em processo judicial não será possível, por exemplo, emprestar validade a contrato de compra e venda de imóvel superior a trinta salários mínimos, realizado por instrumento particular, nem por isso será vedado pressupor a vontade de transferir e mesmo atribuir efeitos a essa transferência, próprios da promessa de compra e venda, de modo que compromisso de alienação haverá ainda que um dos pactuantes pretenda negar a sua ocorrência”.
Requisitos para conversão segundo JOSÉ DA SILVA PACHECO:
“Para a incidência do artigo 170 do novo Código Civil exige-se a conjunção dos seguintes elementos:
 1°) que haja um negócio nulo;
 2°) que o negócio nulo contenha os requisitos necessários de outro negócio jurídico, e que esses requisitos necessários sejam apropriados a produzir efeitos jurídicos para satisfazer, razoavelmente, os interesses das partes;
 3°) que o fim a que partes tinham em vista leve à convicção de que elas teriam querido este novo contrato, em lugar daquele, que originariamente fizeram, se houvessem previsto, a sua nulidade.
(Fonte: http://www.gontijo-familia.adv.br/2008/artigos_pdf/Jose_da_Silva_pacheco/conversao.pdf)
5.2 Aproveitamento dos Negócios Anuláveis: 
A convalescença dos negócios anuláveis poderá ocorrer por: confirmação (ratificação), da convalidação e da prescrição.
Confirmação (ratificação): consiste na renúncia ao direito de alegar a anulabilidade (art 175, CC), pode ser expressa (art 173, CC) ou tácita (art 174, CC; pela prática de um ato incompatível com a manifestação de vício, ou seja, pelo cumprimento voluntário do negócio anulável). Ex.: Alienação deimóvel por relativamente incapaz sem assistência de seu representante legal é anulável, mas se ao completar 18 (dezoito) anos, ratificar a venda, está sanado o vício.
Se, porém, ao completar 18 (dezoito) anos, ao invés de ratificar a venda, alienar o mesmo imóvel a um terceiro de boa-fé, não poderá ratificar a primeira venda, porque prejudicaria direitos de terceiros, então o 1º. Negócio (1ª. Venda) é anulável, quando se efetuou negócio jurídico válido com terceiro de boa-fé): Artigo 172, CC: O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.
A confirmação convalesce o ato: convalidação do ato, o defeito é supervenientemente sanado: o requisito faltante à formação do contrato anulável, passa a fazer-se presente. 
O contrato subscrito por relativamente incapaz, sem assistência, pode ser purificado com a posterior anuência do seu assistente, a quem se facultará, inclusive, a reiteração dos atos anteriormente praticados. A anuência posterior convalida o negócio jurídico.
Também convalesce o contrato anulável pela prescrição ou decadência, ou seja: deve ser argüida a nulidade relativa, pelos interessados, pelo decurso do tempo previsto em lei, após, convalesce o ato.
Art. 178, CC. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
Art. 179, CC. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.
Estudo Dirigido:
1) Pontes simulou a doação de sua casa a Rui, dando ao ato, a aparência de uma compra e venda. Muito tempo depois, quando Rui vende a referida casa a Clóvis, o negócio acaba sendo objeto de ação judicial, por uma razão qualquer. Examinando detidamente os autos e os documentos juntados pelas partes, o juiz verifica a ocorrência de simulação, e declara a nulidade daquele ato anterior.
No caso em tela, o juiz pode declarar, de ofício, a nulidade? Justifique.
R: sim, pois trata-se de nulidade absoluta (Simulação, art. 167, CC), é dever do juiz, declarar a nulidade daquele ato anterior, não poderia deixar de fazê-lo nem a requerimento das partes. 
2) Duas pessoas sem acesso à instrução, vivendo em área rural bastante afastada de um cartório, celebram a compra e venda de um sítio, por instrumento particular. 
a) Há alguma causa de nulidade do ato jurídico em tela? 
Sim, nulidade absoluta devido a não observância da forma prescrita em lei (art. 166, IV)
b) Em caso afirmativo, a quem cabe suscitar a nulidade? 
O juiz pode declarar de ofício, ou pode ser argüida por qualquer interessado, além do MP quando lhe couber intervir (art 82, CPC)
O ato praticado ilustrado em tela, convalesce pelo decurso do tempo? Justifique.
Não, nulidade absoluta é Imprescritível (artigo 169 CCB) não convalesce pelo decurso do tempo.
d) De acordo com o princípio da conservação dos negócios jurídicos, há alguma forma de aproveitamento do ato praticado?
Sim, por meio da Conversão (art 170, CC), logo, o ato pode ser tomado como contrato preliminar de compra e venda, e por conseguinte, produzir os efeitos jurídicos deste ato.
3) Mirosmar, menor relativamente incapaz, ao celebrar negócio jurídico, oculta maliciosamente sua idade do sujeito com quem negociou. Robertson, também relativamente incapaz, declarou-se maior, ao celebrar negócio jurídico com Damaceno. 
Nos dois casos hipotéticos, acima descritos, com relação aos atos praticados por menor relativamente incapaz, responda: Os atos praticados são anuláveis? Justifique sua resposta com base no CC/02.
Não são anuláveis por força do artigo 181, CC
4) Silvio, sem se interessar pela idade de Berenice (17 anos), compra-lhe sua bicicleta por R$300,00. Posteriormente, os pais de Berenice pedem a anulação do ato, vez que não autorizaram. 
a) Qual a natureza da sentença proferida?
Sentença desconstitutiva
Silvio pode pedir a repetição (devolução do pagamento)?
Sim, desde que demonstre que o pagamento foi utilizado em proveito do incapaz, por força do Art. 181, CC: Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga.
5) Augusto, Cesar e Berenice herdaram de sua mãe um crédito referente à pintura de uma tela por um pintor famoso, e são coagidos pelo vizinho Caio a ceder-lhe esse crédito. Em razão da coação, podem Augusto, Cesar e Berenice, quaisquer deles ou todos eles, ajuizar a ação anulatória. Supondo que apenas Berenice proponha a ação e que a sentença desta julgue procedente o seu pedido, responda:
Apenas Berenice será beneficiada pela anulação, ou Cesar e Augusto também, mesmo não tendo participado do processo? Justifique a resposta.
Embora apenas Berenice tenha pleiteado em juízo, Cesar e Augusto aproveitarão em razão da indivisibilidade do objeto (tela)
� LIMA, Taísa Maria Macena. Os planos do mundo jurídico e a teoria das nulidades. Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg. - Belo Horizonte, 30 (60): 209-219, Jul./Dez.99, p. 215
� Art 82, CPC
� (art 4º. CC): Os maiores de 16 e menores de 18anos; os ébrios habituais; os viciados em tóxico; os que, por deficiência mental, tenham discernimento reduzido; os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; e os pródigos.

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