Aula 11. Suspensões

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Suspensões 
Introdução 
 Sistema de duas fases que consiste em um sólido dividido em partes finas 
(suspensoide – fase dispersa), disperso em outro sólido, um líquido ou um 
gás (fase dispersante). 
 Principal: sólido disperso em líquido 
 
 As partículas sofrem sedimentação gradual quando deixadas em repouso. 
 Os sólidos apresentam dimensões de 0,1 µm ou maiores. 
Razões para o uso 
 Oferecimento de formulação na forma líquida. 
 Fácil ajuste de dose. 
 Mascaramento de sabor. 
 Estabilidade química (uso de éster ou sal insolúvel para algumas 
preparações). 
Características das suspensões 
1. A fase dispersa deve sedimentar-se vagarosamente e novamente 
dispersa (ressuspensa) com facilidade após agitação suave. 
2. O tamanho da partícula do suspensoide deve permanecer constante por 
longos períodos, possuindo estreita distribuição de tamanho, não 
devendo endurecer quando sofrer sedimentação. 
3. A suspensão deve escoar rápida e uniformemente do recipiente. 
4. O produto deve ter aparência agradável e ser resistente à contaminação 
microbiana. 
Velocidade de sedimentação das partículas – Lei de Stokes 
 Obtida em situação ideal: partículas uniformes perfeitamente esféricas em 
suspensão diluída sem turbulência, sem colidir com outras partículas 
suspensas, sem atração química, física ou afinidade pelo meio dispersante. 
 
 Mesmo que seja condição não usual, a equação oferece indicações válidas dos 
fatores envolvidos, dando orientações dos ajustes que podem ser feitos para 
diminuir a velocidade de sedimentação. 
 
 Quanto maior o tamanho da partícula, maior a sua velocidade de 
sedimentação – quando os outros fatores permanecem constantes. 
 
 A estabilidade física parece ser ajustada de forma mais adequada pela 
alteração da fase dispersa, do que por grandes alterações na fase dispersante. 
 
 A fase dispersante suporta mais ajustes na fase dispersa: variação no tamanho 
da partícula, uniformidade de dimensões, separação entre ela (para que não 
formem massa sólida – cake- não redispersível após repouso). 
Composição 
 Droga/princípio ativo 
 Umidificante 
 Floculante 
 Agente controlador de viscosidade 
 Tamponante 
 Aromatizante 
 Edulcorante 
 Corante 
 Conservante 
 
Composição 
 Umidificante: surfactante adequado como polissorbatos e poloxâmeros, 
que são usados em baixa concentração (0,05 a 0,5%) para permitir o 
deslocamento de ar do material hidrofóbico e permitir que o líquido 
envolva as partículas e ofereça dispersão adequada. 
 
 Floculante: < 1% de eletrólitos como cloreto de sódio ou potássio. 
 
 Agente controlador de viscosidade: < 0,1% gomas naturais (acácia e 
xantano) e derivados de celulose (Na-CMC e HPMC) como coloides 
protetores, ou em concentração mais elevada como agente que aumenta a 
viscosidade, diminuindo a taxa de sedimentação ou oferecendo 
estabilidade para preparação floculada. 
 Depende do uso do produto (externo ou interno), da preparação e da 
duração do armazenamento. 
 
 
Composição 
 Tamponante: utilizado caso a droga apresente grupos ionizáveis, 
para se manter uma baixa solubilidade da droga. Controlam também 
a ionização dos conservantes, dos agentes de viscosidade iônica e 
para manter o pH em faixa adequada. 
 
 Aromatizante, Edulcorante, Corante: escolhidos de acordo com a 
fase externa/dispersante 
 Geralmente água, álcool ou glicerina. 
 Preparações Externas: hidrocarbonetos alifáticos e ésteres 
gordurosos. 
 
 Conservante: Adequado para reduzir a contaminação microbiana. 
 
Preparo 
 Obtenção de partículas finas com diâmetro na ordem de micrômetros 
(moagem) 
 Uso oral: não deve ser áspera 
 Uso tópico: suave ao toque 
 Injetáveis: não produza irritação aos tecidos. 
 
 Umidificação dos pós com pequena quantidade de solvente miscível em 
água – para diminuir a tensão superficial entre líquido e ar.