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Preparações parenterais Introdução Preparações que apresentam esterilidade – são isentas de micro- organismos viáveis. Podem ser produzidas e dispensadas em pequeno ou grande volume. Líquidos de irrigação: destinados a banhar ou lavar ferimentos, incisões cirúrgicas ou tecidos corporais (ex.: água, solução de NaCl 0,45% ou 0,9%, solução de ringer). Soluções de diálise: soluções hipertônicas (dextrose) contendo eletrólitos em concentrações fisiológicas utilizadas para remover substâncias tóxicas normalmente excretadas pelos rins. Preparações biológicas: incluindo vacinas, toxóides e antitoxinas. Injetáveis Preparações estéreis, livres de pirogênios, destinadas à administração parenteral (via diferente da oral). Pirogênios: derivam de micro-organismos (mogs) e são capazes de induzir febre. Utilidade da via parenteral: • Pacientes inconscientes ou impossibilitados de tolerar via oral; • Falta de eficácia por outra via; • Emergência. Tipos oficiais de injetáveis Injeção: preparação líquida constituída de fármacos ou soluções destes. Para injeção: pó adicionado a veículo adequado para gerar solução que esteja em conformidade com as exigências referentes a injetáveis. Emulsão injetável: preparação líquida de fármaco dissolvido ou disperso em meio emulsionado adequado. Suspensão injetável: preparação líquida de sólidos suspensos em um meio líquido adequado. Para suspensão injetável: pó adicionado a veículo adequado para gerar suspensão. Formas disponíveis para uso parenteral Podem conter tampões, conservantes e outros adjuvantes. Fármacos instáveis podem ser preparados como: • Pós seco destinado à reconstituição. • Suspensões não aquosas. Fármacos insolúveis podem ser preparados como: • Suspensão ou solução em veículo não-aquoso, como óleo vegetal. Soluções aquosas ou miscíveis com sangue podem ser administradas por via intravenosa. Soluções e suspensões aquosas tem início de ação mais rápido do que soluções e suspensões oleosas, respectivamente. Critérios para o preparo Solvente ou veículo devem possuir padrão de pureza especial. É vetado o uso de corante. Adjuvantes como tampões, conservantes e estabilizantes devem atender as diretrizes específicas de uso, e são restritos a alguns produtos parenterais. Devem ser estéreis e livres de pirogênios. Devem atender às exigências de materiais particulados – partículas estranhas, bolhas de gás etc. Acondicionamento em recipiente hermético especial de alta qualidade. Critérios para o preparo Pós também devem ser estéreis e liofilizados. Volume restrito para recipientes de doses múltiplas, assim como o tipo de recipiente. São preparados em áreas ambientalmente controladas. Cada recipiente é preenchido com volume ligeiramente superior ao indicado no rótulo, para permitir fácil retirada e administração do conteúdo exato – na prática é impossível retirar todo conteúdo do frasco. Solventes e veículos para injetáveis Água para injeção: Purificada por destilação ou outro método validado e monitorado. Condutividade: 0,1 a 1,3 mS/cm a 25°C + 0,5°C Sólidos totais: não mais que 1 mg em 100 mL. COT: < 0,5 mg/L. Contagem microbiana: <10 UFC/100mL Livre de pirogênios e não-estéril – para produção de injetável com esterilização terminal. Endotoxinas: <0,25 UI/mL Validade: 24 h Solventes e veículos para injetáveis Água estéril para injeção: Estéril e isenta de conservantes/adjuvantes. Livre de pirogênios e nível de endotoxinas: <0,25 UI/mL Acondicionada em recipiente de dose única (máx 1L) Veículo para reconstituição de pós estéreis – inadequado para administração intravenosa. Pode conter sólidos totais pouco maior que a anterior. Solventes e veículos para injetáveis Água bacteriostática para injeção: Estéril, contém conservantes e adjuvantes. Livre de pirogênios e de endotoxinas. Acondicionada em frascos de no máximo 30 mL. Veículo para preparação de injetáveis em pequeno volume ( uso em grande volume restrito por causa do alto potencial de toxicidade). Considerar compatibilidade entre fármaco e conservante. Não usar em neonatos se for álcool benzílico – pode causar síndrome da respiração ofegante. Solventes e veículos para injetáveis Injeção de Cloreto de Sódio: Solução isotônica estéril de NaCl em água para injeção. Isenta de conservantes e adjuvantes. Veículo para preparação de soluções e suspensões de fármaco para administração parenteral. Lavagem de cateteres ou linhas intravenosas. Solventes e veículos para injetáveis Injeção de Cloreto de Sódio bacteriostático: Solução isotônica estéril de NaCl em água para injeção. Contém conservantes que devem ser especificados no rótulo. O NaCl é o agente de isotonicidade. Acondicionada em frascos de no máx. 30 mL - uso em grande volume restrito por causa do alto potencial de toxicidade do conservante e incerteza da proteção. Considerar compatibilidade entre fármaco e conservante, e fármaco e NaCl. Lavagem de cateteres ou linhas intravenosas. Não usar em neonatos se for álcool benzílico. Solventes e veículos para injetáveis Solução de Ringer injetável: Solução isotônica estéril de NaCl, KCl e CaCl2 em água para injeção – concentrações fisiológicas. Isenta de conservantes. Veículo para medicamentos, ou isolada,como repositora de eletrólitos e expansoras de volume plasmático. Solução de Ringer Lactato: Solução isotônica estéril de NaCl, KCl ,CaCl2 e Lactato de Sódio em água para injeção – concentrações fisiológicas. Isenta de conservantes. Repositora de eletrólitos e alcalinizante sistêmico. Solventes e veículos para injetáveis Veículos não-aquosos: Óleos vegetais fixos (oliva, algodão,milho, amendoim, gergelim e rícino – citado no rótulo), glicerina, PEG, PPG,etanol, oleato de oleíla, miristato de isoropila, dimetilacetamida e outros. Empregados em fármacos instáveis ou insolúveis em água. Não devem ser irritantes, tóxicos, sensibilizantes, apresentar atividade farmacológica própria ou afetar a atividade do fármaco. Possuem estabilidade física e química em ampla faixa de pH. A viscosidade deve permitir o uso da seringa. Fluidez mantida fixa em faixa ampla de temperatura. Solventes e veículos para injetáveis Veículos não-aquosos: Ponto de ebulição deve ser alto e baixa pressão de vapor, para permitir esterilização pelo calor. Devem possuir miscibilidade em líquidos corporais. Pureza constante ou facilidade de purificação/padronização. Nenhum solvente está livre de todas as limitações: avaliar de acordo com a vantagem/desvantagem de cada caso. Restrições: permanecer límpidos quando resfriados a 10°C; isentos de parafina e óleo mineral (não absorvíveis); satisfazer níveis de iodo e saponificação estabelecidos pela USP. Adição de adjuvantes Desde que permitido para tal fármaco, adjuvantes podem ser adicionados para assegurar a estabilidade da formulação. Devem possuir baixa toxicidade e baixo potencial de interação com o fármaco. O ar no interior do produto é substituído por gás inerte, como o nitrogênio, para aumentar a estabilidade e prevenir a oxidação. Recipientes em doses múltiplas devem conter conservantes. Limites máximos: 0,01%: compostos de mercúrio e tensoativos catiônicos. 0,5%: clorobutanol, cresol e fenol. 0,2%: para sulfitos. Métodos de esterilização Por vaporou calor úmido. Por calor seco. Por filtração. Por gás. Por radiação ionizante. Remoção de pirogênios por oxidação. Supositórios Supositórios e Óvulos Introdução Formas farmacêuticas destinadas à inserção em orifícios corporais onde se fundem, amolecem ou se dissolvem. Denominação genérica para óvulos (vaginal) e velas (uretal). Exercem ação local ou sistêmica. Supositórios retais • Dimensões: 32 mm de comprimento e ~2 g (manteiga de cacau) – adulto. • Infantil: metade das medidas Supositórios vaginais ou pessários* • ~5 g • São inseridos com auxílio de aplicadores. • Tamponados em pH ácido (4,5) Supositórios uretrais ou bougies • Forma de lápis. • Feminino (70 mm e 2 g) • Masculino tem o dobro da medida. Ação sistêmica As membranas da mucosa do reto e vagina permitem a absorção de fármacos para a obtenção de efeitos sistêmicos, sendo o segundo caso uma via menos comum. As substâncias aplicadas no reto podem ser absorvidas por difusão para a circulação geral pelas veias hemorroidais inferiores, além da circulação linfática auxiliar. Fármacos destruídos ou inativados pelo pH do TGI Episódios de vômito Pacientes incapazes de deglutir Fármacos irritantes da mucosa gástrica. Fármacos que sofrem extenso metabolismo de primeira passagem A mucosa retal: • Não apresenta microvilosidades. • Existe vascularização abundante na submucosa e em repouso. • Não apresenta motilidade • Quando vazia, apresenta 2 a 3 mL de fluido inerte. Fatores que afetam a absorção Fatores que afetam a absorção Conteúdo colônico: vazio há maior absorção. Qualquer obstrução ou situações de diarreia pode alterar a velocidade de absorção. Via sanguínea desvia da circulação portal. Fluido retal é neutro e não possui capacidade tamponante efetiva. Fatores físicos e químicos Tamanho da partícula – fármacos não dissolvidos Partição água/óleo do fármaco Natureza da base – interação com o fármaco e potencial de irritação Bases para supositório Requisitos: permanecer sólido à temperatura ambiente; dissolver ou amolecer após inserção, ter boa capacidade de liberação do fármaco; e possuir faixa pequena entre o ponto de solidificação e fusão. Bases lipofílicas ou oleaginosas: Compostos hidrofóbicos que se fundem após inseridos. Podem vazar após inserção. Ex.: Manteiga de Cacau, AG’s hidrogenados de óleos vegetais, monoestearato de glicerila e monopalmitato de glicerila. Manteiga de cacau: funde-se a 30-36°C. Devido ao seu teor de triglicerídeos exibe acentuado polimorfismo (forma alfa < PF do que beta forma-se sob aquecimento excessivo). Bases para supositórios Bases solúveis e miscíveis em água - Gelatina glicerinada: mais utilizada em supositórios vaginais. Amolece e mistura-se mais lentamente com fluidos fisiológicos do que a manteiga de cacau. Higroscopia da glicerina: tendência a absorver umidade e irritar os tecidos por efeito desidratante. Polietilenoglicóis: Combinações de PEG’s por fusão. Não se fundem na temperatura corporal, mas dissolvem-se nos fluidos. Liberação mais lenta dos fármacos. Sem a necessidade de refrigeração e sem o inconveniente de derreter nos dedos. Bases diversas: Misturas de materiais oleaginosos e solúveis/miscíveis em água. Emulsões pré-formuladas (+ comum A/O) ou são capazes de dispersar-se em contato com os fluidos corporais (ex.: tensoativo polioxil 40). Preparação MOLDAGEM 1) Fusão da base em banho-maria ou microondas. 2) Incorporação dos ativos com parte da base fundida, sob agitação. 3) Lubrificação do molde. 4) Inserção da base fundida continuamente nos moldes até extravasamento. Caso o fármaco seja insolúvel na base, agitação constante é necessária. 5) Resfriamento e congelamento dos moldes. 6) Remoção. *O material sólido permanece suspenso quando o preenchimento é realizado com a temperatura da base próxima à de seu congelamento. Alternativa é a adição de sílica gel (25 mg/unidade). **Após solidificar o excesso de base fundida é raspado. Preparação COMPRESSÃO O atrito amolece a mistura da base com o fármaco até a obtenção de consistência pastosa. O aquecimento do recipiente facilita o amolecimento da base. Adequado para fármacos termolábeis ou insolúveis na base. Neste processo, a formação do supositório se dá por extrusão da massa através de moldes ou matrizes. A preparação de supositórios envolve perdas – é feito o cálculo com 1 ou 2 supositórios excedentes. Calibração Os supositórios de um mesmo molde podem variar em densidade, de acordo com a base empregada e o fármaco adicionado. A calibração é feita preparando-se um lote de supositórios sem substância ativa, a partir de uma base de densidade conhecida. O volume do molde pode ser obtido por fusão dos supositórios e determinação de volume em vidraria volumétrica. Para assegurar que a quantidade correta de fármaco esteja contida em cada supositório, o volume ocupado pelo fármaco e a quantidade de base do supositório deslocada devem ser considerados. Caso a quantidade de substância ativa seja menor que 5% da massa total de um supositório, o volume ocupado pelo pó provavelmente é insignificante e pode não ser levado em consideração. Acondicionamento e cuidados Supositórios de glicerina e PEG: recipientes que protejam da umidade, podem ser mantidos à temperatura ambiente. Umedecer para aumentar a lubrificação. Supositórios de manteiga de cacau: embalados individualmente para prevenir a adesão. Sob refrigeração e deixar atingir a temperatura ambiente para inserção. Esfregá-los para torná-los lubrificados. Fármacos sensíveis à luz: embalados em material opaco.
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