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* PLANEJAMENTO E CONTROLE JUST IN TIME UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO Prof. M.Sc. Carlos David Feitor * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor Entender os princípios do JIT e como difere das práticas de gestão tradicional; Compreender os principais elementos da filosofia JIT; Discutir as principais técnicas de JIT; Verificar a adoção do JIT para o planejamento e controle das operações. OBJETIVOS 01 * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 1. O que é Just in Time 01 significa produzir bens e serviços exatamente no momento em que são necessários; não antes para que não formem estoque, e não depois para que seus clientes tenham que esperar. o JIT visa atender à demanda instantaneamente, com qualidade perfeita e sem desperdícios; é uma abordagem disciplinada, que visa: aprimorar a produtividade e eliminar desperdícios; possibilitar a produção eficaz em termos de custo; fornecer apenas na quantidade correta, no momento e locais corretos, utilizando o mínimo de instalações, equipamentos, materiais e recursos humanos. * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 03 o JIT requer o envolvimento total dos funcionários e trabalho em equipe; uma filosofia-chave do JIT é a simplificação. existem muitos termos e frases para descrever a abordagem JIT, como por exemplo: manufatura enxuta; manufatura de fluxo contínuo; manufatura de valor agregado; produção sem estoque; guerra ao desperdício; manufatura veloz; manufatura de temo de ciclo reduzido. 1. O que é Just in Time * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 04 a melhor maneira de compreender como o JIT difere da abordagem tradicional – é analisar o contraste entre os dois sistemas: 1. O que é Just in Time Estágio A Estágio B Estágio C Estoque amortecedor Estoque amortecedor Estágio A Estágio B Estágio C Pedidos Pedidos Entregas Entregas Abordagem tradicional: estoques separam estágios Abordagem JIT: entregas são feitas contra solicitação * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 05 cada estágio no processo de manufatura envia os componentes que produz para um estoque, que “isola” aquele estágio do próximo; o próximo estágio irá suprir-se dos componentes desses estoque, processá-los e enviá-los aos próximo estoque isolador; esse estoque faz com que cada estágio seja independente, de modo que, se o estágio A interrompe a produção, o estágio B deve continuar trabalhando; esse isolamento é conseguido ao custo de estoque e com altos tempos de atravessamento. 1. O que é Just in Time Abordagem tradicional * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 06 o principal argumento contra essa abordagem recai exatamente sobre a “independência entre os estágios produtivos”; quando um problema ocorre em dado estágio, este problema não se torna imediatamente aparente em outros estágios do sistema; a responsabilidade pela resolução do problema estará centralizada no pessoal desse estágio. 1. O que é Just in Time Abordagem tradicional * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 07 Já no JIT, os componentes são produzidos e passados diretamente para o próximo estágio “exatamente no momento” em que serão processados; se o estágio A interrompe sua produção, o estágio B perceberá imediatamente e o estágio C logo depois; o problema do estágio A é agora rapidamente exposto a todo sistema e todo o sistema é afetado pelo problema; uma conseqüência disso é que a responsabilidade pela resolução do problema não está mais confinada ao pessoal do estágio A. 1. O que é Just in Time Abordagem JIT * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 08 evitando o acúmulo de estoques entre estágios, a empresa amplia as chances de a eficiência intrínseca da fábrica ser aprimorada; o JIT vê os estoques como um “manto negro” que fica sobre a produção, evitando que os problemas sejam descobertos; 1. O que é Just in Time Abordagem JIT * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 09 ambas visam à alta eficiência na produção, porém tomam caminhos diversos para conseguir isso; a abordagem tradicional busca a eficiência protegendo cada parte da produção de possíveis distúrbios; a abordagem JIT, expõe os problemas ao sistema, tornando-os mais evidentes; alterando a “estrutura motivacional” de todo o sistema em direção à solução dos problemas. 1. O que é Just in Time Abordagem JIT x Tradicional * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 10 1.1 O que o JIT requer alto desempenho em todos os objetivos de desempenho da produção; qualidade: deve ser alta; velocidade: em termos de rápido fluxo de materiais; confiabilidade: fornecimento de componentes ou equipamentos não confiáveis; flexibilidade: flexibilidade de mix e de volume; custos: como resultado da excelência dos objetivos de desempenho anteriores, o custo é reduzido. * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 11 mesmo num ambiente avançado de JIT, o atingimento de altos padrões em todos os objetivos de desempenho requer alguns sacrifícios; 1.2 JIT e utilização da capacidade No JIT, o principal aspecto sacrificado é a utilização da capacidade * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 12 1.3 JIT – uma filosofia e um conjunto de técnicas para entender o JIT, deve-se analisá-lo em dois níveis; no primeiro, o JIT é chamado de uma filosofia de manufatura; pode ser utilizada para guiar as ações dos gerentes de produção. no segundo, é uma coleção de várias ferramentas e técnicas; fornecem as condições operacionais para suportar a filosofia. * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 13 1.3 JIT – uma filosofia e um conjunto de técnicas JIT como uma filosofia eliminar desperdícios envolvimento de todos aprimoramento contínuo JIT como um conjunto de técnicas práticas básicas de trabalho projeto para manufatura foco na produção máquinas pequenas e simples arranjo físico e fluxo TMP redução de set-up envolvimento total das pessoas visibilidade fornecimento JIT JIT como um método de planejamento e controle programação puxada controle kanban programação nivelada modelos mesclados sincronização * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 14 2. FILOSOFIA DE OPERAÇÕES DO JIT três razões-chaves definem o coração da filosofia JIT: a eliminação de desperdício, o envolvimento dos funcionários na produção e o esforço de aprimoramento contínuo; Eliminar desperdícios desperdício pode ser definido como qualquer atividade que não agrega valor; identificar desperdícios é o primeiro passo para eliminá-los; a Toyota identificou sete tipos de desperdício; * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 15 Eliminar desperdícios Superprodução: produzir mais do que é imediatamente necessário para o próximo processo; Tempo de espera: eficiência de máquina e eficiência de mão-de-obra; Transporte: movimentação de materiais dentro da fábrica, assim como dupla ou tripla movimentação do estoque em processo não agrega valor; Processo: no próprio processo, projeto ruim de componentes ou manutenção ruim; * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 16 Eliminar desperdícios Estoque: todo o estoque torna-se um alvo para a eliminação (atacando suas causas); Movimentação: a simplificação do trabalho é uma rica fonte de redução do desperdíciode movimentação; Podutos defeituosos: o desperdício de qualidade é significativo nas empresas, sendo importante atacar as causas da má qualidade; * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 17 Envolvimento de todos a filosofia JIT visa fornecer diretrizes que incluem todos os funcionários e todos os processos na organização; o envolvimento de todos incentiva: a resolução de problemas por equipes; o enriquecimento de cargos; a rotação de cargos e multi-habilidades. a intenção é encorajar alto grau de responsabilidade pessoal, engajamento e ownership do trabalho. Aprimoramento Contínuo Kaizen * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 18 a “casa de máquinas” do JIT é uma coleção de ferramentas e técnicas que representam os meios para a eliminação do desperdício. 2.1 Técnicas JIT Práticas básicas de trabalho formam a preparação básica para a organização e para seus funcionários Disciplina: os padrões de trabalho devem ser seguidos por todos e por todo o tempo. Flexibilidade: dos colaboradores e remover as barreiras à flexibilidade como as estruturas e práticas restritivas. * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 19 Práticas básicas de trabalho Igualdade: políticas de recursos humanos injustas e separatistas devem ser descartadas. Autonomia: delegar cada vez mais responsabilidades às pessoas envolvidas nas atividades: autoridade para parar a linha; programação de materiais; coleta de dados; resolução de problemas. Desenvolvimento de pessoal; Qualidade de vida no trabalho; Criatividade. * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 20 Projeto para manufatura aprimoramento do projeto podem reduzir dramaticamente o custo do produto por meio de mudanças no número de componentes e submontagens; além do melhor uso de materiais e métodos. Foco na operação simplicidade, a repetição e a experiência trazem competência. conjunto limitado e gerenciável de produtos, tecnologias, volumes e mercados; estruturar políticas básicas de manufatura e serviços de suporte. * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 21 Máquinas simples e pequenas utilizar máquinas pequenas, em vez de uma máquina grande; equipamento barato e feito em casa pode ser utilizado para modificar máquinas universais; máquinas pequenas são também movidas facilmente. Arranjo físico podem ser utilizadas para promover um fluxo suave de materiais, de dados e de pessoas na operação * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 22 Arranjo físico longas rotas e processos fornecem oportunidades para a geração de estoques, não agregam valor ao produto e reduzem a velocidade de processamento; os princípios de arranjo físico que o JIT particularmente recomenda são: situar os postos de trabalho uns dos outros; tornar o fluxo transparente para todas as partes da linha; usar linhas em forma de U; adotar arranjo físico celular. * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 23 Manutenção produtiva total (TPM) a TPM visa eliminar a variabilidade em processos de produção; isso é alcançado por meio do envolvimento de todos os funcionários na busca de aprimoramentos na manutenção. os colaboradores são incentivados a assumir a responsabilidade por suas máquinas e a executar as atividades rotineiras de manutenção e reparo simples. * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 24 Redução de Set-Up tempo decorrido na troca do processo do final da produção de um lote até a produção da primeira peça boa do próximo lote; o tempo de set-up pode ser reduzido por meio: eliminar o tempo necessário para a busca de ferramentas e equipamentos; a pré-preparação de tarefas que retardam as trocas e a constante prática de rotinas de set-up. converter o set-up interno em set-up externo. * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 25 Envolvimento total das pessoas são treinados, capacitados e motivados a assumir total responsabilidades, no uso de suas habilidades para o benefício de toda companhia, com autonomia. Visibilidade problemas, projetos de melhoria de qualidade e listas de verificação são visíveis de forma que possam ser compreendidas por todos os funcionários. exibição de medidas de desempenho no local do trabalho; luzes coloridas indicando paradas; exibição de gráficos de controle de qualidade. * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 26 uma das fontes de desperdício, é causada pela programação dos estoques; uma programação de estoques ruim causa imprevisibilidade numa operação; a programação dos estoques pode ser governada por uma das duas escolas de pensamento; planejamento e controle “puxado” e o planejamento e controle “empurrado”; o planejamento e controle JIT é baseado no príncipio de um “sistema puxado”. 2.2 PLANEJAMENTO E CONTROLE JIT * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 27 2.2 PLANEJAMENTO E CONTROLE JIT empurrado: cada centro de trabalho empurra o trabalho, sem levar em consideração se o centro de trabalho seguinte pode utilizá-lo; pode resultar: tempo ocioso, estoque e filas. puxado: o que é feito são estabelecidos pela estação de trabalho do “consumidor” que “puxa” o trabalho da estação de trabalho antecedente (fornecedor). Controle empurrado e puxado * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 28 2.2 PLANEJAMENTO E CONTROLE JIT Controle empurrado e puxado * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 29 2.2.1 Controle KABAN é um método de operacionalizar o sistema de planejamento e controle puxado; kanban é a palavra japonesa para cartão ou sinal, é algumas vezes chamado de “correia invisível”; essa correia controla a transferência de material de um estágio a outro da operação; é um cartão utilizado por um estágio cliente, para avisar seu estágio fornecedor que mais material deve ser enviado. * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 30 2.2.1 Controle KABAN os kanbans podem tomar muitas formas; marcadores plásticos, bolas de pingue-pongue coloridas; existem diferentes tipos de Kanban; kanban de movimentação ou transporte: é usado para avisar o estágio anterior que o material pode ser retirado do estoque e transferido para uma destinação específica; kanban de produção: é um sinal para um processo produtivo de que ele pode começar a produzir um item para que seja colocado em estoque; * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 31 2.2.1 Controle KABAN kanban de produção: a informação contida nesse tipo de kanban inclui: número e descrição do processo, materiais necessários para a produção do componente, além da destinação para a qual o componente deve ser enviado. kanban fornecedor: são usados para avisar o fornecedor que é necessário enviar material ou componentes para um estágio da produção. qualquer que seja o tipo de kanban o princípio é o mesmo; * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 32 2.2.1 Controle KABAN o recebimento de um kanban dispara o movimento, a produção ou o fornecimento de uma atividade ou de um contenedor-padrão de unidades; se dois kanbans são recebidos, isso dispara o transporte, a produção ou o fornecimento de duas unidades ou dois contenedores; os kanbans são apenas meios pelos quais o transporte, a produção ou o fornecimento podem ser autorizados; algumas empresas utilizam “quadrados kanban”: espaços demarcados no chão de fábrica, para conter um ou mais contenedores; * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 33 2.2.1 Controle KABAN a existência de um quadrado vazio dispara a produção no estágio que abasteceo quadrado; qudrados cheios significam que o processo precedente deve parar; há dois procedimentos que podem governar o uso dos kanbans; eles são conhecidos como sistema de cartão único e sistema de dois cartões; * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 34 2.2.1 Controle KABAN A operação de sistema kanban de cartão único para programação puxada. * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 35 2.2.1 Controle KABAN o sistema de cartão único utiliza somente kanbans de movimento; o sistema de dois cartões utiliza tanto o kanban de transporte como o de produção; a sequência de ações e o fluxo de kanbans podem, à primeira vista, parecer complicados; entretanto, na prática seu uso fornece um método transparente e simples de solicitar material; somente quando necessário e limitar a quantidade de estoque que poderia acumular-se entre os estágios. * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 36 2.2.1 Controle KABAN o número de kanbas que são colocados nos ciclos entre os estágios, é igual ao número de contenedores no sistema e; representa o estoque que pode ser acumulado. retirar um kanban do ciclo tem o efeito de reduzir o estoque. as regras que governam o uso dos kanbans são as seguintes: cada contenedor deve ter um cartão kanban indicando o número e a descrição do componente, a quantidade e a localização do centro produtor e do centro usuário; * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 37 2.2.1 Controle KABAN as regras que governam o uso dos kanbans são as seguintes: os componentes são sempre puxados pelos processos seguintes nenhum componente é fabricado sem um cartão kanban; todos os contenedores contêm exatamente o número de componentes determinado no kanban; nenhum componente defeituoso pode ser enviado ao processo seguinte; o centro de trabalho produtor só pode produzir componentes suficientes para repor os que foram retirados; * ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO MSc. Carlos David Feitor 38 2.2.1 Controle KABAN as regras que governam o uso dos kanbans são as seguintes: o número de kanbans deve ser gradualmente reduzido; o período de tempo deve ser constantemente reduzido (de meses para semanas; para dias e para horas).
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