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Questões Estudo para Prova A1 - Farmacologia III FCMS JF

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Questões de Prova A1 - Farmacologia III
 Lucas Silva 1/2017
Professor Celso Matias
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora
1) Julia 45 anos, professora, desquitada, trata artrite reumatoide desde os 35 anos com o corticoide fludrocortisona. Após a consulta de rotina, foi diagnosticada com glicemia de 110mg/gL (VR.80-100) e PA de 140/90mmHg (VR. 120/80). Discuta a respeito das medidas farmacológicas e de ordem geral adotadas pelo médico após tomar ciência dos resultados dos exames. (15 linhas)
Levando em consideração a ação de corticoides antes demais nada devemos ressaltar o metabolismo de carboidratos pelo fígado produzindo mais glicose desencadeando hiperglicemia podendo eventualmente deflagrar um quadro/diabetes isso explica o aumento da glicemia da paciente em relação ao valor de referência. Outra ressalva é a ação sobre o equilíbrio hidroeletrolítico, no qual haverá aumento da reabsorção na+ e h2o elevando a PA. A fludrocortisona é um fármaco com grande potencial mineralo corticoide, ou seja, tem maior atividade sobre a reabsorção de na+ e h2o. Após o resultado do exames a terapia aconselhável é a substituição do fludrocrotisona por um corticoide de menor atividade mineralo corticoide dessa forma equilibrando pressão arterial através de menor reabsorção, poderíamos citar o predinisona. Se tratando dessa indicação e por ele ser menos potente pode-se imaginar que seus efeitos colaterais serão menores, como os efeitos sobre o metabolismo de glicose (levando a diminuição da hipoglicemia).
*** Fludrocortisona é utilizado principalmente como terapia de reposição para mineralocorticoides nas doenças endócrinas nas quais há insuficiência da suprarrenal. 
2) Gilberto Campos, Casado tem um filho de 3 anos chamado Gabriel. Esta família viaja constantemente aos finais de semana. Para evitar episódios de vômito do filho, sua mãe, Raquel, sempre deu a ele uma dose pediátrica de Dimenidrato (dramin). Porém após 7 horas de viagem e muitas horas de sono da criança, ao chegarem ao destino, durante a noite, Gabriel apresentou um quadro de agitação e insônia antes de dormir. Com base nesse relato, explique as ações farmacológicas e o efeito adverso do fármaco. (8 linhas)
Dimenidrato é um fármaco da classe dos anti-histamínicos, os quais são responsáveis por inibir receptores de histamina (principalmente H1). A nível molecular devemos salientar que esse neurotransmissor é liberado na fenda sináptica e tem função superiores no cérebro onde diminuindo a cinetose. Sendo de H1 primeira geração o qual atravessa a barreira hematoencefálico (não sendo indicado para uso pediátrico) pois o mesmo tem muito efeito a nível central promovendo forte sedação, tendo esse efeito adverso, dentre outros. A insônia e agitação se deve ao fato da perturbação do ciclo sono vigília. 
3) Emanuel sofreu um quadro passageiro de isquemia cerebral, que foi diagnosticado a partir da sua consulta com o médico da família, Dr. Felipe. Emanuel relatou um episódio de perda de memória que durou por alguns minutos naquele dia. O médico pediu então exames de coração e de funcionamento cerebral que acusaram normalidade para esses órgãos. Diante disso, Dr. Felipe supõe que ocorreu um quadro de isquemia transitória e prescreveu o uso contínuo de AAS. Escreva a principal ação farmacológica de escolha. (8 linhas)
Ácido Acetil Salicílico se trata de um anti-inflamatório não esteroide, que por sua vez existem seletivos e não seletivos da COX (inibindo essa enzima). Se tratando AAS, é um inibidor não seletivo, portanto atuando sobre a COX 1 e 2, as mesmas que mediam a conversão do ácido aracdônico nas prostaglandinas, de maneira que seus níveis ficam diminuídos e permitem o controle da inflamação que por sua vez desencadeia agregação plaquetária em condições fisiológicas. O ASS atuará principalmente sobre as plaquetas se ligando de forma irreversível promovendo a inibição da agregação, de uma forma profilática assegurando a vida do paciente diante a suspeita da forma de um trombo. O médico deve se atentar ao risco de hemorragia com o uso desse medicamento. 
4) Cerca de dois meses após a cirurgia plástica no abdômen, Cíntia, 23 anos, afrodescendente ficou insatisfeita com a cicatriz protuberante (queloide) resultante desse procedimento. Seu médico fez a retirada da mesma em sua clínica e prescreveu pomada a base de corticoide. Escreva a ação do fármaco que justifica sua escolha pelo cirurgião. (2 linhas)
A prescrição solicitada de um corticosteroide para o saco, se deve pelo fato de sua ação moduladora sobre as interleucinas (IL2, IL12, TNF) e citonas pró inflamatórias de maneira que direciona o ambiente da lesão para regeneração e não para fibrose. 
5) Ricardo sofreu torção no joelho durante uma partida de futebol, procurou um médico o que lhe prescreveu um analgésico a base de paracetamol. Como Ricardo era estudante de medicina, sugeriu que o fármaco melhor indicado seria o diclofenaco.
Ambos se tratam de anti-inflamatório não esteroides, porém, cada uma com suas peculiaridades. Destacando-se a prescrição feita pelo médico do uso de paracetamol podemos dizer que apesar de sua boa ação analgésica e antipirética tem pouco efeito anti-inflamatório o que seria pouco eficaz no caso do estudante que sofreu um trauma (que desencadeia uma resposta inflamatória). A sugestão feita por Ricardo, seria o melhor indicado, pois o diclofenaco tem uma certa seletividade por inibir a COX2 sendo a principal em respostas a estímulos envolvidos em dando ou inflamação.
**Vale ressaltar que temos duas formulações uma a base de potássio outra a base de sódio, caso o paciente seja hipertenso indicar a base de potássio. 
6) Silmara, 30 anos, sofreu uma pancada na canela durante uma partida de futebol com as amigas. A região ficou bastante dolorida, arroxeada, quente e inchada. Isso lhe causou grande preocupação, pois além de doer, estava planejando usar saia no final de semana que aproximava. Ao chegar em casa, sua secretária aconselhou o uso de paracetamol, como viu em uma propaganda na TV, ao contrário da sua irmã que sugeriu um outro grupo de AINES. Descreva os mecanismos de ação dos fármacos envolvidos no caso e compare suas ações farmacológicas.
Inicialmente, trataremos do paracetamol que é um anti-inflamatório não esteroide de bom efeito analgésico e antipirético que por sua vez atua sobre a dor e o calor relatado, porém, tem pouco efeito anti-inflamatório não sendo muito útil sobre o hematoma e edema. Apesar de mídias digitais não ser o indicado e sim um aconselhamento profissional, sua secretária estava certa. Uma outra classe seria mais indicada como o diclofenaco (ácido fenilacetico) que tem uma certa seletividade por inibir a COX2 sendo a principal em respostas a estímulos envolvidos em dando ou inflamação ou seja sendo melhor anti-inflamatório, além de antipirético e analgésico. 
7) Rodrigo, 35 anos, que trabalha de vigia noturno, sofre frequentemente episódios de rinite. Como o tratamento, resolveu medicar-se com o anti-histamínico de primeira geração (prometazina). Seu colega de trabalho comentou que ele deveria procurar uma UPA e que o médico prescreveria um anti-histamínico de segunda geração (Loratadina). Mencione os efeitos adversos de ambas as classes de fármacos relevantes para o paciente (2 linhas).
Prometazina é uma anti-histamínico, antagonista H1 de primeira geração tem seus ônus para ele que trabalha como vigia noturno, pois atravessa a barrereia hematoencefálica permitindo que atuem em nível central e provocando forte sedação. O Segundo medicamento citado, Loratadina, antagonista H1 de segunda geração seria o mais aconselhável para Rodrigo, pois, não passa pela barreira hematoencefálica, pela atividade de uma glicoproteína P que impede sua passagem. Com isso tem pouco efeito central, resultando em pouca sedação. 
8). Os inibidores da ECA, como o captopril, por exemplo, inibem a decomposição de um peptídeo conhecido como bradicinina. Cite duas funções relacionadas a este autacóide(2 linhas).
O acumulo deste autacóide sobre atuação de inibidores de ECA que inibem sua decomposição pode ocasionar: vasodilatação (levando a queda da PA), tosse seca (acumulo de bradicinina nos pulmões), ação cardioprotetora (relacionados com a captação de glicose e melhora de reperfusão pós infarto). 
9) Cientistas conseguem produzir opioide a partir da levedura. Pesquisadores produziram um analgésico opiáceo a partir da manipulação genética da levedura, num processo complexo que permitiu sintetizar em poucos dias um componente do ópio, de acordo com um trabalho publicado nessa quinta feita. Este novo avanço, que segue outro relatado nos últimos meses neste campo de pesquisa, abre o caminho para um novo método de produção muito mais rápido e potencialmente menos caro de medicamentos derivados de plantas, de acordo com os cientistas da Universidade de Stanford. O estudo foi publicado na revista americana Science. Na publicação, os pesquisadores descrevem como conseguiram reprogramar geneticamente a levedura usada há milênios na fermentação de vinho e cerveja para que estas células de crescimento rápido transformassem em apenas três dias o açúcar em hidrocodona, um derivado dos opiáceos. O processo industrial leva atualmente cerca de um ano entre a colheita da papoula legalmente cultivada e a produção de analgésicos por laboratórios farmacêuticos, segundo os pesquisadores. A hidrocodona e produtos químicos similares, tais como a morfina e a oxicodona, fazem parte de uma família de analgésicos derivados do ópio extraído a partir do látex da papoula. As quantidades produzidas ainda são mínimas. São necessários 16600 litros de levedura tratada com ela técnica de engenharia genética para produzir uma única dose de hidrocodona, de acordo com os cientistas. “Este é o processo de biossíntese química mais complexo já realizado com fermento”, segundo a professora Smolke. Sua equipe utilizou e refinou fragmentos de DNA a partir de outras plantas, bactérias e até ratos, que foram inseridos na levedura para a produção de todas as enzimas necessárias para converter as células de açúcar em hidrocodona.
Discuta a respeito do mecanismo de ação e usos terapêuticos e efeitos adversos do grupo de medicamentos abordado texto (15 Linhas) 
 
Tratam-se de fármacos analgésicos mais potentes atualmente. Os opioides ligam-se a receptores opioides, principalmente do tipo mi que promovem inibição da abertura de canais de cálcio e inibem a despolarização do neurônio por mecanismo mediado por adenilil ciclase. Com isso promove inibição da transmissão da via da dor a nível do segundo neurônio do corno dorsal além de inibir a liberação de GABA em níveis mais superiores no cérebro que estaria relacionado com a transmissão da dor. Seu uso terapêutico é feito principalmente para o controle da dor e hiperalgesia (através de via oral, endovenosa ou pulmonar). Seus efeitos adversos são variados, dentre eles: 1) SNC: euforia, sedação, inibição da tosse. 2). Cardiovascular: alterações de PA, ritmo cardíaco. 3) Êmese/Náusea; 4) Miose; 5) TGI (constipação – efeito antimuscarínico) 5) Depressão respiratória. Em casos de overdose utilizar um antagonista receptores de opioides como: Nalotrexona, Naltrexona ou Nalorfina (se opõe a atividade de qualquer opioide). 
10) Corticoides: Discutir os efeitos farmacológicos e efeitos adversos
São moléculas esteroides sintetizados com a finalidade de atuar sobre o sistema imune reduzindo a ativação, proliferação e atividade dos leucócitos de maneira geral. Faz isso através da modulação da produção de interleucinas e citonas pró inflamatórias. Esses corticoides ligam-se a receptores intracelulares e promovem alterações que levam a modulação da resposta por duas maneiras básicas: 1) Mecanismos celulares: diminuindo a migração leucocitária e fagocitose dentre outros. 2) Mecanismos bioquímicos: levando a inibição da fosfolipase A2 que diminui a produção de prostaglandinas e leucotrienos. Diminuição da COX2 e fator ativador de plaquetas e diminuição da produção de interleucinas pró inflamatórias. Os efeitos adversos são os mais variados possíveis, citarei alguns deles: 1) SNC: alterações sobre o humor, comportamento; 2) Equilíbrio hidroeletrolítico atuando sobre a reabsorção de Na+ e H20 nos rins elevando PA; 3) Sistema cardiovascular em função da elevação da PA e eventualmente HAS uma fibrose cardíaca; 4) Metabolismo de carboidratos promovendo produção de glicose pelo fígado e armazenamento hepático podendo levar a hiperglicemia e deflagrar uma diabetes; 5) Metabolismo de lipídeos levando a redistribuição gordura corporal. Por fim, todo tratamento com corticoide superior a 7 dias é necessário o desmame para que o córtex da suprarrenal não sofra de forma abrupta a suspensão da dose terapêutica. 
11) AAS na dengue. Hemorragia
 O ASS trata-se de um anti-inflamatório não esteroide não seletivo, porém quando se liga a COX2 (nas plaquetas) promove sua inibição irreversivelmente. Com isso é diminuída a produção de prostaglandina incluindo as TXA2 (tromboxanos) que media a agregação plaquetária. Em indivíduos com dengue tem diminuição no nível de plaquetas e, portanto, reduzida a coagulação. A diminuição dos níveis de TXA2 ocasionada pela administração de ASS diminui ainda mais a agregação plaquetária e coagulação podendo levar hemorragia ao paciente. 
12). Uma classe usada no tratamento de úlcera gástrica e efeitos colaterais. 
Seriam os anti histamínicos antagonista H2 que inibem a atuação desses receptores nas células parietais da mucosa gástrica, diminuindo a secreção gástrica e portanto a acidez estomacal. Alguns fármacos como exemplo: 1) RANITIDINA – é o mais especifico e potente, promovendo menores efeitos colaterais. **Aumenta Ph do TGI; 2) CIMETIDINA – Inibidor indireto da bomba H+/K+/ATPase (inibe várias enzimas hepáticas aumento os níveis de outros farmacos. Efeitos colaterais: Cefaleia, Constipação (por conta do desequilíbrio do Ph do TGI), Elevação das transminases, elevação da creatinina cérica. 
13) Paciente usa captopril/inalopril. Porque ele tem tosse seca
O captopril é um inibidor da ECA (enzima conversora de angiotensina) sendo responsável por transformar angiotensina 1 em 2. Além disso a ECA faz a degradação da bradicinina em metabolito não ativo. A inibição da ECA promove acumulo da bradicinina, esse autacóide promove ativação de fibras sensitivas que podem desencadear o reflexo da tosse, além disso está relacionada com estimulo a produção de mais citocinas inflamatórias.

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