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* UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTA MENTO DE ANÁLISES CLÍNICAS Doença Celíaca Diagnóstico Clínico-Laboratorial * Sinônimos: enteropatia induzida pelo glúten, espru não-tropical, espru celíaco e alergia à farinha; Sinônimos * Epidemiologia * Celíacos cadastrados na Associação dos Celíacos do Brasil (ACELBRA), divididos por estado: Fonte: (http://www.acelbra.org.br/2004/estatisticas.php, acesso em 27/05/2008) Epidemiologia * Definição A doença celíaca (DC) caracteriza-se por uma inflamação crônica da mucosa e da submucosa do intestino delgado, causando atrofia das vilosidades intestinais e diminuição na absorção de nutrientes, vitaminas, sais minerais e água. A DC deve ser integrada no diagnóstico diferencial de múltiplas doenças gastrointestinais. * Definição Enteropatia auto-imune desencadeada pela combinação de fatores: Ingestão de cereais contendo glúten. Indivíduos positivos para o antígeno leucocitário humano (HLA), haplótipos DR-3 e DQ-2. Anticorpos, sistema complemento, citocinas. * Os componentes humorais e celulares da resposta imunológica participam ativamente no processo de lesão da mucosa intestinal. Imunopatogenia da DC * Os componentes humorais e celulares da resposta imunológica participam ativamente no processo de lesão da mucosa intestinal. Imunopatogenia da DC Gliadina Produto da degradação do glúten por enzimas do lúmen intestinal; Atualmente sabe-se que a gliadina inicia a lesão na mucosa intestinal que envolve todo o processo imunológico em indivíduos geneticamente predispostos. * É reconhecida pelo anticorpo antiendomísio (AAE) → diretamente envolvida na patogênese da DC; A tTG é liberada de: Fibroblastos, leucócitos, células endoteliais, células do músculo liso e das mucosas. A tTG é considerada o principal auto-antígeno da DC e tem sido associada a várias doenças; Imunopatogenia da DC Transglutaminase Tecidual Humana (tTG) * Imunopatogenia da DC Fonte: Adaptado de http://www.pediatria.univ.trieste.it/archi/CD/comuni/deamin.htm * Imunopatogenia da DC * Imunopatogenia da DC Estudos destacam o anticorpo anti-tTG, no processo de patogênese da doença, devido a inibição do fator de crescimento beta (TGF-), que ocorre quando esse anticorpo se liga à tTG. * Imunopatogenia da DC * Os AAE reagem contra a substância que envolve as miofibrilas da musculatura lisa (endomísio), a qual pode corresponder a uma estrutura semelhante à reticulina ou a um componente da superfície das miofibrilas. Esses anticorpos correlacionam-se positivamente com a gravidade da lesão na doença celíaca. Imunopatogenia da DC Reticulina e anticorpos antiendomísio * O sistema complemento tem grande importância na lesão celíaca, uma vez que a lesão gerada pela ativação do sistema complemento co-existe com a resposta imune celular em pacientes celíacos não-tratados, isto pode representar o principal fator responsável pela redução nos enterócitos e pela desorganização das microvilosidades intestinais. Imunopatogenia da DC Participação do Sistema Complemento Fig. :Mucosa na DC * Tecido conjuntivo Rede de filamentos que faz parte do tecido conjuntivo Gliadina se liga seletivamente à reticulina. Imunopatogenia da DC * Diagnóstico Clínico O quadro clínico da doença celíaca é mais expressivo em crianças e mais discreto em adultos. Sintomas na infância podem desaparecer na adolescência e reaparecer na maturidade ou mesmo na velhice. * Crianças: Diarréia; Déficit no crescimento; Dor abdominal; Vômitos; Constipação; Distensão abdominal. Diagnóstico Clínico * Aumento da freqüência de DC em crianças Dermatites herpertiformis; Defeito no esmalte dental; Diabetes mellitus tipo I; Deficiência de IgA; Síndromes de: Down, Turner e Williams; Parentes de primeiro grau de portadores da DC; Crianças com estatura baixa; Crianças com doença da tireóide. Diagnóstico Clínico * Considerando o espectro de sinais e sintomas observa-se: - Indivíduos com a forma ativa da DC, nos quais é evidente a má absorção, deficiências nutricionais e mesmo manifestações clínicas atípicas. - Pacientes assintomáticos, portadores de DC silenciosa, detectados através de programas de triagem para a DC. Tanto na forma ativa como na forma silenciosa encontra-se uma enteropatia severa. Diagnóstico Clínico * Considerando o espectro de sinais e sintomas observa-se: - Indivíduos com a forma ativa da DC, nos quais é evidente a má absorção, deficiências nutricionais e mesmo manifestações clínicas atípicas. - Pacientes assintomáticos, portadores de DC silenciosa, detectados através de programas de triagem para a DC. Tanto na forma ativa como na forma silenciosa encontra-se uma enteropatia severa. Diagnóstico Clínico * Considerando o espectro de sinais e sintomas observa-se: - Indivíduos com a forma ativa da DC, nos quais é evidente a má absorção, deficiências nutricionais e mesmo manifestações clínicas atípicas. - Pacientes assintomáticos, portadores de DC silenciosa, detectados em programas de triagem para a DC. Tanto na forma ativa como na forma silenciosa encontra-se uma enteropatia severa. Diagnóstico Clínico * Considerando o espectro de sinais e sintomas observa-se: - Indivíduos com a forma ativa da DC, nos quais é evidente a má absorção, deficiências nutricionais e mesmo manifestações clínicas atípicas. - Pacientes assintomáticos, portadores de DC silenciosa, detectados através de programas de triagem para a DC. Tanto na forma ativa como silenciosa encontra-se uma enteropatia severa. Diagnóstico Clínico * Os anticorpos presentes na DC são principalmente da classe IgA, que, por sua vez, são mais sensíveis. Os testes imunológicos disponíveis para o diagnóstico sorológico da DC são: Pesquisa de anticorpos anti-transglutaminase tecidual humana (IgA/IgG tTG) – ELISA; Pesquisa de anticorpos anti-gliadina (AAG IgA e IgG) – ELISA; Pesquisa de anticorpos antiendomísio (AAE) – IFI. Diagnóstico Laboratorial * Algorítmo para o diagnóstico laboratorial da Doença celíaca. Fonte: adaptado de http://www.genericassays.com/eng/prod/PI/GA_PI_E_Celiac_v04_06_03_10.pdf acesso em 02 de dezembro de 2007. Sendo a DC uma doença imunológica complexa, existe uma sequência, representada por um algorítimo, para auxiliar no diagnóstico da mesma. * Algorítmo para o diagnóstico laboratorial da Doença celíaca. Fonte: adaptado de http://www.genericassays.com/eng/prod/PI/GA_PI_E_Celiac_v04_06_03_10.pdf acesso em 02 de dezembro de 2007. * Algorítmo para o diagnóstico laboratorial da Doença celíaca. Fonte: adaptado de http://www.genericassays.com/eng/prod/PI/GA_PI_E_Celiac_v04_06_03_10.pdf acesso em 02 de dezembro de 2007. * Algorítmo para o diagnóstico laboratorial da Doença celíaca. Fonte: adaptado de http://www.genericassays.com/eng/prod/PI/GA_PI_E_Celiac_v04_06_03_10.pdf acesso em 02 de dezembro de 2007. * Algorítmo para o diagnóstico laboratorial da Doença celíaca. Fonte: adaptado de http://www.genericassays.com/eng/prod/PI/GA_PI_E_Celiac_v04_06_03_10.pdf acesso em 02 de dezembro de 2007. Biópsia Intestinal O exame microscópico do material colhido pela biópsia endoscópica da mucosa do jejuno, quando demonstra diminuição das vilosidades, faz o diagnóstico de Doença Celíaca. Fonte: http://www.ufrgs.br/alimentus/pao/curiosidades/celiaca.htm * Algorítmo para o diagnóstico laboratorial da Doença celíaca. Fonte: adaptado de http://www.genericassays.com/eng/prod/PI/GA_PI_E_Celiac_v04_06_03_10.pdf acesso em 02 de dezembro de 2007. * Algorítmo para o diagnóstico laboratorial da Doença celíaca. Fonte: adaptado de http://www.genericassays.com/eng/prod/PI/GA_PI_E_Celiac_v04_06_03_10.pdf acesso em 02 de dezembro de 2007. * Reação de imunofluorescência indireta positiva utilizando-se substrato de esôfago de macaco A - endomísio positivo B - músculo liso positivo C - núcleo celular da musculatura lisa positiva Fonte: adaptado de INOVA http://www.inovadx.com/Products/di_files/708940.html Acesso em: 27 de abril de 2008. * Reação de imunofluorescência indireta positiva utilizando-se substrato de esôfago de macaco A - endomísio positivo B - músculo liso positivo C - núcleo celular da musculatura lisa positiva Fonte: adaptado de INOVA http://www.inovadx.com/Products/di_files/708940.html Acesso em: 27 de abril de 2008. * Algorítmo para o diagnóstico laboratorial da Doença celíaca. Fonte: adaptado de http://www.genericassays.com/eng/prod/PI/GA_PI_E_Celiac_v04_06_03_10.pdf acesso em 02 de dezembro de 2007. * Algorítmo para o diagnóstico laboratorial da Doença celíaca. Fonte: adaptado de http://www.genericassays.com/eng/prod/PI/GA_PI_E_Celiac_v04_06_03_10.pdf acesso em 02 de dezembro de 2007. * Algorítmo para o diagnóstico laboratorial da Doença celíaca. Fonte: adaptado de http://www.genericassays.com/eng/prod/PI/GA_PI_E_Celiac_v04_06_03_10.pdf acesso em 02 de dezembro de 2007. * Algorítmo para o diagnóstico laboratorial da Doença celíaca. Fonte: adaptado de http://www.genericassays.com/eng/prod/PI/GA_PI_E_Celiac_v04_06_03_10.pdf acesso em 02 de dezembro de 2007. [IgA] negativa → quantificar a IgA sérica Cerca de 12% dos pacientes celíacos apresentam deficiência de IgA e poderão apresentar resultados falso-negativos (Romaldini et. al. 1999; Kotze 2006). A deficiência seletiva de IgA é mais comum em pacientes com doença celíaca (2,5%) que na população em geral (0,25%) (Green et. al. 2007). * Algorítmo para o diagnóstico laboratorial da Doença celíaca. Fonte: adaptado de http://www.genericassays.com/eng/prod/PI/GA_PI_E_Celiac_v04_06_03_10.pdf acesso em 02 de dezembro de 2007. * Interpretação dos resultados laboratoriais O diagnóstico dos casos suspeitos de doença celíaca (DC) é confirmado pela presença de testes sorológicos e biópsia intestinal positivos para DC. A presença somente de alterações celulares na biópsia intestinal não é diagnóstico para DC; Pacientes assintomáticos, que tenham parentes de primeiro-grau com DC, e aqueles com doença auto-imune e não auto-imune confirmadas associadas à DC testes sorológicos. * Teste sorológico negativo inicial para DC não exclui a possibilidade do indivíduo desenvolver DC; As crianças celíacas devem ser monitoradas por visitas periódicas para a avaliação dos sintomas, crescimento, exames físicos e aderência à dieta. Interpretação dos resultados laboratoriais * Teste positivo sugere revisão dietética. Teste negativo sugere que os sintomas não estão relacionados à DC, mas não se exclui completamente a possibilidade de DC. Se, depois da avaliação de outras condições, nenhuma alternativa para os sintomas for constatada, é possível considerar a repetição dos testes para determinar se ainda há alguma alteração que seja compatível com DC. Interpretação dos resultados laboratoriais * Tratamento A dieta permanece sendo o único tratamento disponível aprovado cientificamente para indivíduos com DC. É recomendado que o tratamento se inicie apenas depois do diagnóstico confirmado pela biópsia intestinal; A dieta livre de glúten pode reverter a desmineralização óssea em crianças com DC; Dieta livre de glúten. Eventualmente, está indicado o uso de "pancreatina" e de corticosteróide, bem como de ciclosporina A no controle de fase diarréica. * Alimentos proibidos e permitidos para pacientes celíacos Proibidos Trigo; Aveia; Centeio; Cevada; Malte; Cerveja, whisky, café com cevada. * Alimentos proibidos e permitidos para pacientes celíacos Permitidos Arroz; Milho e amido; Batata e féculas; Mandioca e féculas (polvilho); Soja; Vinho, água ardente, café com selo ABIC. * * Conclusão A doença celíaca é uma enteropatia grave e seu diagnóstico clínico e laboratorial é complexo devido a grande variabilidade das suas formas de apresentação e da sua associação com outras enfermidades; Os testes sorológicos tornaram-se importantes marcadores da doença e imprescindíveis antes da realização obrigatória da biópsia intestinal para confirmar o diagnóstico; Novos estudos, em relação aos testes laboratoriais e a descoberta de novos fármacos, devem ser realizados na tentativa de auxiliar o clínico no diagnóstico da DC, bem como no tratamento desta patologia. * Conclusão A doença celíaca é uma enteropatia grave e seu diagnóstico clínico e laboratorial é complexo devido a grande variabilidade das suas formas de apresentação e da sua associação com outras enfermidades; Os testes sorológicos tornaram-se importantes marcadores da doença e imprescindíveis antes da realização obrigatória da biópsia intestinal para confirmar o diagnóstico; Novos estudos, em relação aos testes laboratoriais e a descoberta de novos fármacos, devem ser realizados na tentativa de auxiliar o clínico no diagnóstico da DC, bem como no tratamento desta patologia. * Conclusão A doença celíaca é uma enteropatia grave e seu diagnóstico clínico e laboratorial é complexo devido a grande variabilidade das suas formas de apresentação e da sua associação com outras enfermidades; Os testes sorológicos tornaram-se importantes marcadores da doença e imprescindíveis antes da realização obrigatória da biópsia intestinal para confirmar o diagnóstico; Novos estudos, em relação aos testes laboratoriais e a descoberta de novos fármacos, devem ser realizados na tentativa de auxiliar o clínico no diagnóstico da DC, bem como no tratamento desta patologia.
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