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Estrutura organizacional e o processo decisório Quando o assunto é a tomada de decisão no cenário das organizações, geralmente é considerada individualmente, quando técnicas e ferramentas variadas são empregadas de maneira que se chegue a uma decisão. Muitas decisões, entretanto, possuem um nível mais amplo, são decisões organizacionais e, para que possam ser efetivas, é necessário que haja uma harmonização das decisões de unidades menores da organização, como divisões, departamentos ou simplesmente pessoas, de acordo com seus respectivos limites de autoridade e responsabilidades. Na medida em que a análise decisória sai de uma esfera individual para outra mais ampla, como a organizacional, passa-se a enxergar importantes influências de variáveis inerentes ao ambiente na decisão: tarefas, tradição e políticas, além das pressões do ambiente externo, que resultam da interação da organização com o ambiente em que ela atua. Tendo em vista a influência desses fatores na maneira como os indivíduos inseridos na hierarquia organizacional tomam decisões, seja em benefício dela, seja em benefício próprio, é razoável inferir que a estrutura organizacional está embebida no processo de tomada de decisão e vice-versa. Uma das prioridades de qualquer administração – a partir da autoridade que lhe foi atribuída e da liderança – é estruturar a organização sobre a qual ela age. Basicamente, a estrutura de qualquer organização é entendida como o conjunto das diferentes maneiras de se subdividir um trabalho em diferentes tarefas e sua coordenação, e é a partir dela que os objetivos e metas organizacionais são atingidos. Como a estrutura contribui para que as metas e os objetivos institucionais sejam atingidos? Em primeiro lugar, a estrutura não só aloca formalmente as pessoas e os recursos de acordo com as tarefas que devem ser cumpridas, mas também fornece mecanismos para a sua coordenação. Em segundo lugar, ela pode mostrar claramente aos membros de uma organização o que se espera deles de acordo com critérios predefinidos; e, finalmente, a estrutura pode facilitar não só a tomada de decisão, mas também a necessidade de se processar informações, seja esse processamento contínuo ou uma resposta específica a algum estímulo de fora da organização. Assim, a estrutura possui uma intensa relação com o processo decisório no âmbito da organização. Quais os impactos de uma estrutura organizacional deficiente para as decisões organizacionais? Desmotivação dos seus membros, decisões lentas e inadequadas, conflitos e falta de coordenação, elevação dos custos e capacidade deficiente em agir sobre novas oportunidades ou a mudanças externas. Ao considerarmos a estrutura de uma organização ou de um conjunto de organizações, compreendemos melhor como ela(s) opera(m), independente de sua natureza. Em outras palavras, temos condições de saber como as decisões são tomadas no seu âmbito para que seus propósitos sejam atingidos. Por outro lado, ao analisarmos decisões em determinada estrutura organizacional podemos averiguar em que velocidade e como os problemas são identificados, definidos e categorizados em níveis de importância; identificar quem e como são geradas alternativas para trabalhar os diferentes problemas; verificar como se dá a coleta de informações e quem são os responsáveis pelo entendimento dessas informações; e, por último, compreender o processo de raciocínio da(s) pessoa(s) responsável(is), suas motivações e implicações. LIMA, Afonso Carneiro. Estrutura organizacional e processo decisório. In: YU, Abraham Sin Oih (coord.) et al. Tomada de decisão nas organizações: uma visão multidisciplinar. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 23-50.
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