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Investigação de Campo e 
Remediação 
1 
Investigação de Campo e Remediação 
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA 
 A informação solicitada nem sempre é a informação necessária. 
 A informação necessária nem sempre pode ser obtida. 
 A informação obtida nem sempre é suficiente 
 A informação suficiente nem sempre é economicamente viável 
CUSTOS E RISCOS 
O ambiente físico descrito a partir das condições do subsolo constitui-se 
em pré-requisito para projetos geotécnicos seguros e econômicos. No 
Brasil, o custo envolvido na execução de sondagem de reconhecimento 
normalmente varia entre 0,25% e 0,5% do custo total de obras 
convencionais, podendo ser mais elevado em obras especiais ou em 
condições adversas de subsolo. 
As informações geotécnicas assim obtidas são indispensáveis à previsão 
dos custos fixos associados ao projeto e sua solução. 
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Investigação de Campo e Remediação 
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA 
• Quanto aos riscos, aspectos relacionados à investigação das 
características do subsolo são as causas mais frequentes de problemas 
de fundações. 
• A experiência internacional faz referência frequente ao fato de que o 
conhecimento geotécnico e o controle de execução são mais 
importantes para satisfazer aos requisitos fundamentais de um projeto 
do que a precisão dos modelos de cálculo e os coeficientes de 
segurança adotados. 
• Investigação geotécnica insuficiente e interpretação inadequada de 
resultados contribuem para erros de projeto, atrasos no cronograma 
executivo, custos associados a alterações construtivas, necessidade de 
jazidas adicionais para materiais de empréstimo, impactos ambientais, 
gastos em remediação pós-construtiva, além de risco de colapso da 
estrutura e litígio subsequente. 
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Investigação de Campo e Remediação 
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA 
• A prática inglesa estabelece que (Weltman; Head, 1983): 
• Investimentos suficientes devem ser alocados para garantir um 
programa geotécnico extensivo, destinado a reduzir custos e minimizar 
riscos, restringindo a possibilidade de confrontar o engenheiro com 
condições geotécnicas imprevistas que, frequentemente, resultam em 
atrasos no contrato. Esses atrasos podem resultar em custos elevados, 
muito superiores aos valores que deveriam ser alocados no programa 
de investigação. 
• Reconhecida a importância de caracterizar o subsolo e determinar 
suas características geológicas, geotécnicas e geomorfológicas, faz-se 
necessário estabelecer a abrangência do programa de investigação, 
contextualizando-se a aplicabilidade de cada técnica e os parâmetros 
de projeto passíveis de obtenção. 
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Investigação de Campo e Remediação 
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA 
Programa de investigação 
• A abrangência de uma campanha de investigação depende de fatores 
relacionados às características do meio físico, à complexidade da obra 
e aos riscos envolvidos que combinados, deverão determinar a 
estratégia adotada no projeto. 
Orientações apresentadas por Peck (1969), de categorizar os programas 
de investigação em três métodos, servem de orientação preliminar: 
• Categoria I: estruturas simples e de pequeno porte, nas quais o projeto 
é baseado em experiência e investigação geotécnica qualitativa. 
• Categoria II: estruturas convencionais que não envolvem riscos 
excepcionais, em condições geotécnicas normais e cargas dentro de 
padrões conhecidos. 
• Categoria III: estruturas que não pertencem às categorias I e II, 
incluindo estruturas de grande porte associadas a risco elevado, 
dificuldades geotécnicas excepcionais, cargas elevadas e eventos 
sísmicos, entre outros fatores. 
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Investigação de Campo e Remediação 
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA 
Programa de investigação 
• Esses conceitos foram incorporados a várias normas internacionais, 
inclusive no Código Europeu (Eurocode 7, 1997), ao recomendar que a 
caracterização geotécnica deve ser precedida de uma classificação 
preliminar da estrutura, dividida em três categorias. 
• Categoria I: estruturas simples e de pequeno porte, nas quais o projeto 
é baseado em experiência e investigação geotécnica qualitativa. 
• Categoria II: estruturas convencionais que não envolvem riscos 
excepcionais, em condições geotécnicas normais e cargas dentro de 
padrões conhecidos. 
• Categoria III: estruturas que não pertencem às categorias I e II, 
incluindo estruturas de grande porte associadas a risco elevado, 
dificuldades geotécnicas excepcionais, cargas elevadas e eventos 
sísmicos, entre outros fatores. 
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Investigação de Campo e Remediação 
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA 
Programa de investigação 
• O planejamento de uma campanha de investigação geotécnica deve 
ser, portanto, concebido por engenheiro geotécnico experiente, que 
possa ponderar os custos e as características da obra com base nas 
complexidades geológica e geotécnica do local de implantação. No que 
se refere à complexidade da obra, consideram-se aspectos como: 
tamanho, cargas, topografia, escavações, rebaixamento do nível 
freático, obras vizinhas, canalizações etc. 
• Aspectos geológico-geotécnicos referem-se à gênese do solo; 
geomorfologia, hidrogeologia, sismicidade presença de solo moles, 
colapsáveis ou expansivos, ocorrência de substâncias agressivas, 
cavidades subterrâneas, entre outros fatores. 
• Familiaridade com equipamentos, técnicas e procedimentos de 
ensaios são também requisitos indispensáveis ao engenheiro 
responsável pela concepção da campanha de investigação. 
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Investigação de Campo e Remediação 
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA 
• Independentemente da abordagem, projetos de geotécnicos de 
qualquer natureza são, em geral, executados com base em ensaios de 
campo, cujas medidas permitem uma definição satisfatória da 
estratigrafia do subsolo e uma estimativa realista das propriedades de 
comportamento dos materiais envolvidos. 
• Resumo das técnicas de ensaios de campo e suas aplicações é 
apresentados no quadro abaixo como os parâmetros: ângulo de atrito 
interno do solo - ø’, Su = resistência ao cisalhamento não drenada, Dr = 
densidade relativa, mv = módulo de variação volumétrica, cv = 
coeficiente de consolidação, K0 = coeficiente de empuxo no repouso, 
G0 = módulo cisalhante a pequenas deformações, δh = tensão 
horizontal, OCR = razão de pré-adensamento, δ-ϵ = relação tensão-
deformação. 
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INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA 
Aplicabilidade e usos de ensaios in situ 
 
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Grupo Equipamento 
Tipo de 
Solo 
Perfil u ø’ Su Dr mv cv K0 G0 δh OCR δ-? 
Penetrômetro 
Dinâmicos C B - C C C - - - C - C - 
Mecânicos B A/B - C C B C - - C C C - 
Elétricos (CPT) B A - C B A/B C - - B B/C B - 
Piezocone 
(CPTU) 
A A A B B A/B B A/B B B B/C B C 
Sísmicos 
(SCPT/SCPTU) 
A A A B A/B A/B B A/B B A B B B 
Dilatômetro 
(DMT) 
B A C B B C B - - B B B C 
Standard 
Penetration 
Test (SPT) 
A B - C C B - - - C - C - 
Resistividade B B - B C A C - - - - - - 
Pressiômetro 
Pré-furo B B - C B C B C - B C C C 
Autoperfurante 
(SBP) 
B B A B B B B A B A A/B B A/B 
Cone-
pressiômetro 
(FDP) 
B B - C B C C C - A C C C 
Outros 
Palheta B C - - A - - - - - - B/C B 
Ensaio de Placa C - - C B B B C C A C B B 
Placa helicoidal C C - C B B B C C A C B - 
Permeabilidade C - A - - - - B A - - - - 
Ruptura 
hidraulica 
- - B - - - - C C - B - - 
Sísmicos C C - - - - - - - A - B - 
Aplicabilidade: A = alta, B = moderada, C = baixa - = inexistente 
Parâmetros u = poropressão in situ, ø’= ângulo de atrito efetivo, Su = resistência ao cisalhamento não drenada, Dr = densidade relativa, mv = módulo de 
variação volumétrica, cv = coeficiente de consolidação, K0 = coeficiente de empuxo no repouso, G0 = módulo cisalhante a pequenas deformações, δh = tensão 
horizontal, OCR = razão de pré-adensamento,δ-? = relação tensão-deformação. 
 
Investigação de Campo e Remediação 
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA 
Ensaios e Técnicas já implantadas no Brasil 
 
 
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Investigação de Campo e Remediação 
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA 
O fluxograma apresentado na Fig. 1.2 foi elaborado Com o objetivo de 
orientar o engenheiro quanto à seleção do tipo de ensaio e à identificação 
das abordagens disponíveis para a interpretação de ensaios de Campo. 
Dada a natureza predominantemente investigativa da atividade 
geotécnica, alguns ensaios são realizados visando somente à identificação 
da estratigrafia do subsolo e dos materiais que compõem as diferentes 
camadas. Essas informações podem orientar os profissionais envolvidos 
nas áreas de planejamento urbano e ambiental, auxiliando na avaliação 
de impactos ambientais decorrentes do crescimento das cidades e na 
implantação de parques industriais, entre outras aplicações. 
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INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA 
 
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Investigação de Campo e Remediação 
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA 
Por outro lado, a analise dos resultados com vistas a um projeto 
geotécnico especifico pode ser realizada segundo duas abordagens 
distintas 
a) Métodos diretos de natureza empírica ou semi-empírica, têm 
fundamentação estatística, a partir da qual as medidas de ensaio são 
correlacionadas diretamente ao desempenho de obras geotécnicas. O SPT 
constitui-se no mais conhecido exemplo brasileiro de uso de métodos 
diretos de previsão, aplicado tanto à estimativa de recalques quanto à 
capacidade de carga de fundações. 
b) Métodos indiretos: os resultados de ensaios são aplicados à previsão 
de propriedades constitutivas de solos, possibilitando a adoção de 
conceitos e formulações clássicas de Mecânica dos Solos como 
abordagem de projeto. 
 
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Investigação de Campo e Remediação 
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA 
A escolha da abordagem (direta ou indireta) depende da técnica de 
ensaio utilizada, do tipo de solo investigado, de normas e códigos 
específicos, bem como de práticas regionais. 
Em geral o uso de uma abordagem semi-empírica, em detrimento de 
um método racional de análise, reflete a dificuldade em modelar as 
complexas condições de contorno decorrentes do processo de penetração 
e carregamento do ensaio. 
Cabe ao engenheiro definir, para o atual estado do conhecimento, qual o 
procedimento de análise mais apropriado. 
Nesta obra, recomenda-se apenas o uso de métodos consagrados, ou 
seja, métodos de consenso de especialistas brasileiros e internacionais. 
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Investigação de Campo e Remediação 
Projeto geotécnico 
Em decorrência da diversidade de equipamentos e procedimentos 
disponíveis no mercado brasileiro, o estabelecimento de um plano 
racional de investigação constitui-se na etapa crítica de projeto. 
Conhecimento, experiência, normas e práticas regionais devem ser 
considerados durante o processo de "julgamento geotécnico" de 
seleção dos critérios necessários à solução do problema. As 
recomendações quanto às etapas que compõem um plano de 
investigação racional são listadas a seguir. 
I - Projeto conceitual 
Alternativas e necessidades destinadas a produzir soluções de 
engenharia viável técnica e economicamente são atributos de um 
projeto conceitual. 
Constitui no primeiro passo do projeto, no qual se definem os 
princípios envolvidos com base em pressupostos técnicos e legais. 
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Investigação de Campo e Remediação 
Projeto geotécnico 
A escolha da solução adequada para a execução de um projeto deve ser 
apoia em informações preliminares baseadas em: 
 levantamento de escritório para reconhecimento hidrogeológico e 
geotécnico da área; 
 sondagens geotécnicas esparsas para a caracterização do subsolo. 
A tomada de decisões, entre as alternativas possíveis, é realizada segundo 
critérios de maior eficiência, menor risco ou menor custo. Naturalmente, 
essas informações são preliminares e deverão ser refinadas, nas etapas de 
Projeto Básico e Executivo por meio de programas de investigação 
complementares. 
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Investigação de Campo e Remediação 
Projeto geotécnico 
II - Projeto básico 
O projeto básico (ou anteprojeto) consiste em um conjunto de elementos 
necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para 
caracterizar a obra ou serviço, elaborado com base nas indicações dos 
estudos técnicos preliminares, destinados a assegurar a viabilidade técnica 
do empreendimento e seu adequado tratamento ambiental bem como 
possibilitar a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do 
prazo de execução. 
Implica o desenvolvimento de solução técnica concebida na fase de 
projeto conceitual, de forma a fornecer uma visão global da obra e a 
identificar todos os seus elementos construtivos. 
Como requisito fundamental o projeto básico deve caracterizar todas as 
unidades que compõem o meio físico e as propriedades do subsolo 
dessas unidades, compatibilizando a investigação com as 
particularidades da obra presença de materiais compressíveis, 
fundações submetidas a grandes carregamentos, existência de 
obras de arte, taludes e escavações, entre outras. 
 
 
O nível de abrangência do programa de investigação deve ser 
definido em função das características da superestrutura e das 
condições do subsolo. Em estruturas convencionais (Categorias I e II 
do Eurocode 7), quando da ocorrência de solos resistentes e 
estáveis, não há necessidade de estudos geotécnicos mais 
elaborados, mas apenas das informações rotineiras de ensaios SPT 
ou CPT. Na ocorrência de solos compressíveis, de baixa resistência, 
a solução deve ser produzida com base em informações de 
diferentes técnicas de ensaio, visando caracterizar de forma 
adequada e 
 
 
 
 
representativa as características do solo. 
 
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Investigação de Campo e Remediação 
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA 
Projeto geotécnico 
II - Projeto básico 
O nível de abrangência do programa de investigação deve ser 
definido em função das características da superestrutura e das 
condições do subsolo. 
Em estruturas convencionais (Categorias I e II do Eurocode 7), 
quando da ocorrência de solos resistentes e estáveis, não há 
necessidade de estudos geotécnicos mais elaborados, mas apenas 
das informações rotineiras de ensaios StandardPenetrationTest ou 
ConePenetrationTest (Ensaios de penetração de cone). 
Na ocorrência de solos compressíveis, de baixa resistência, a 
solução deve ser produzida com base em informações de 
diferentes técnicas de ensaio, visando caracterizar de forma 
adequada e representativa as características do solo. 
 
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Investigação de Campo e Remediação 
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA 
Projeto geotécnico 
III – Projeto executivo 
Segundo a NBR 12722/1992, o projeto executivo consiste na 
orientação para análise, cálculo e indicação de métodos de 
execução dos serviços relacionados à Mecânica dos Solos e 
obras de terra, incluindo desmonte e escavação, rebaixamento 
do nível freático, aterros, estabilidade de taludes naturais, 
estruturas de contenções e ancoragens, drenagem superficial e 
profunda, e injeções no terreno. 
Na engenharia de fundações, inclui a escolha do tipo de fundação, cota 
de assentamento (caso de fundação rasa ou especial), comprimento 
dos elementos (caso de fundação profunda ou especial), taxas e 
cargas admissíveis pelo terreno para a fundação. 
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INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA 
Projeto geotécnico 
III – Projeto executivo 
Na etapa de projeto executivo, a programação de sondagens 
deve satisfazer a exigências mínimas que garantam o 
reconhecimento detalhado das condiçõesdo subsolo. Normas 
específicas devem ser observadas para projetos de diferentes 
naturezas. 
Por exemplo, a Norma Brasileira NBR 8036/1983 regulamenta as 
recomendações quanto ao número, localização e profundidade de 
sondagens de simples reconhecimento. Algumas considerações são 
reproduzidas, posteriormente, buscando assegurar a realização 
desses ensaios como procedimento mínimo a ser adotado em 
projetos correntes. 
 
 
 
 
 
 
 
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Investigação de Campo e Remediação 
Projeto geotécnico 
III – Projeto executivo 
O número de sondagens e sua localização em planta dependem 
do tipo de estrutura e das características especificas do 
subsolo, devendo ser alocadas de forma a resolver técnica e 
economicamente o problema em estudo. 
As sondagens devem ser, no mínimo, uma para cada 200 m2 de 
área da projeção do edifício em planta, até 1.200 m2 de área. 
Entre 1.200 m2 e 2.400 m2, deve-se fazer uma sondagem para cada 
400 m2 que excederem aos 1.200 m2. Acima de 2.400 m2, o número 
de sondagens deve ser fixado de acordo com a construção, 
satisfazendo ao número mínimo de: 
(a) duas sondagens para área de projeção em planta do edifício até 
200 m2 e 
(b) três para área entre 200 m2 e 400 m2 
 
 
 
 
 
 
 
Ensaios de campo e suas aplicações à Engenharia de Fundações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Investigação de Campo e Remediação 
Projeto geotécnico 
III – Projeto executivo 
Em casos de estudos de viabilidade ou de escolha do local, o 
número de sondagens deve ser fixado de forma que a distância 
máxima entre elas seja de 100 m, com um mínimo de três 
sondagens. 
A profundidade atingida nas sondagens deve assegurar o 
reconhecimento das características do solo solicitado pelos 
elementos de fundações, fixando-se como critério a profundidade na 
qual o acréscimo de pressão no solo, em decorrência cargas 
aplicadas, seja menor que 10% da pressão geostática efetiva. 
No caso de ocorrência de rochas a pequena profundidade, é 
desejável que alguns furos cheguem a tal profundidade. 
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Investigação de Campo e Remediação 
Projeto geotécnico 
III – Projeto executivo 
Portanto, nem sempre é recomendável e economicamente viável 
determinar todas essas informações ambientais em uma única 
etapa, mas subdividir a campanha de investigação em três fases 
distintas 
(a) investigação preliminar, que buscar elementos para a 
elaboração do projeto básico (ou anteprojeto) e orientar 
investigações complementares; 
(b) investigação complementar, que tem como objetivo determinar 
os parâmetros constitutivos necessários da obra e 
(c) investigação de verificação para confirmar as premissas 
adotadas em projeto (normalmente executada durante a etapa 
construtiva e associada a uma campanha de instrumentação). 
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Investigação de Campo e Remediação 
Projeto geotécnico 
III – Projeto executivo 
A abrangência das informações obtidas determina os fatores de 
seguranças adotados em projeto, estabelecidos com o objetivo de 
compatibilizar os métodos de dimensionamento com as incertezas 
decorrentes 
(a) das hipóteses simplificadoras adotadas nos cálculos, 
(b) da estimativa das cargas permanentes e acidentais de projeto, e 
(c) da previsão de propriedades mecânicas de comportamento do 
solo. 
Um programa de investigação bem concebido, que resulte na 
avaliação precisa dos parâmetros constitutivos do solo, pode 
resultar na otimização da relação custo/benefício da obra. 
 
 
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Investigação de Campo e Remediação 
Projeto geotécnico 
III – Projeto executivo 
O impacto econômico pode ser avaliado a partir da proposição de 
Wright (1969), que condiciona a magnitude do fator de segurança ao 
tipo de o (magnitude do carregamento e possibilidade de ocorrência 
de cargas máximas) e grau de exploração do subsolo conforme 
tabela 1 
 
 
 
 
 
 
 
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Fatores de segurança conforme Wright 
Tipo de estrutura 
Investigação 
precária 
Investigação 
normal 
Investigação 
precisa 
Monumental 3,5 2,3 1,7 
Permanente 2,8 1,9 1,5 
Temporária 2,3 1,7 1,4 
Investigação de Campo e Remediação 
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA 
Projeto geotécnico 
III – Projeto executivo 
Como orientação, obras monumentais são aquelas em que a 
carga máxima ocorre com frequência (p. ex., silos, pontes 
ferroviárias, barragens), em que o colapso pode produzir dano 
ambiental severo (p.ex., reservatórios de combustíveis, barragens), 
ou, ainda, aquelas que constituem serviços urbanos 
indispensáveis à população (p. ex., hospitais, estações de 
transportes público, portos, aeroportos). 
Obras permanentes referem-se a estruturas convencionais, como 
edificações e obras de infraestrutura em geral. 
 
 
 
 
 
 
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Investigação de Campo e Remediação 
Projeto geotécnico 
III – Projeto executivo 
Abordagem semelhante proposta por Vésic (1975) classifica as obras por 
categorias em função do tipo de estrutura e recomenda a adoção de fatores 
segurança de acordo com o nível de exploração subsolo (Tab. 2). A 
racionalidade dessas propostas consiste em reconhecer que, quanto mais 
extensivo o programa de investigação, menor as incertezas de projeto e 
menor o fator de segurança adotado. 
 
 
 
 
 
 
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Categoria Características da Categoria Estruturas Típicas 
Exploração 
do Subsolo 
Exploração 
do Subsolo 
Limitada 
A 
Carga máxima de projeto ocorre 
frequentemente, consequências 
desastrosas, colapso 
Pontes ferroviárias, Silos, 
Armazéns, Estruturas 
hidráulicas e de Arrimo 
3,0 4,0 
B 
Carga máxima ocorre 
ocasionalmente, consequências 
sérias 
Pontes rodoviárias, 
Edifícios públicos e 
Industrias 
2,5 3,5 
C Carga máxima de projeto ocorre raramente 
Edifícios de escritórios e 
residenciais 
2,0 3,0 
Investigação de Campo e Remediação 
Projeto geotécnico 
ENSAIO DE CAMPO 
 
 
 
 
 
 
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Investigação de Campo e Remediação 
Projeto geotécnico 
ENSAIO DE CAMPO 
 
 
 
 
 
 
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Investigação de Campo e Remediação 
Projeto geotécnico 
ENSAIO DE CAMPO 
 
 
 
 
 
 
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Investigação de Campo e Remediação 
Projeto geotécnico 
ENSAIO DE CAMPO 
 
 
 
 
 
 
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Investigação de Campo e Remediação 
Projeto geotécnico 
ENSAIO DE CAMPO 
 
 
 
 
 
 
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A conjugação de diferentes métodos e ensaios de campo & laboratório, usados 
de forma racional, conjugados com experiência prévia com o material 
constituem prática adequada e segura (Milititsky et al 2005 – Patologia das Fundações). 
Investigação de Campo e Remediação 
StandardPenetrationTest - SPT 
Já vimos que: O desenvolvimento de um bom projeto de 
fundação está muito mais dependente do domínio e 
vivência que tenha o projetista na área de solos do que 
em qualquer outra área de conhecimento. 
Projetar fundações é muito mais do que aplicar 
corretamente teorias da Mecânica dos Solos, Concreto 
Armado,... É sim interpretar e fazer um julgamento 
crítico a respeito de vários condicionantes, 
principalmente os relacionados com a “mãe” 
natureza, que nem sempre as teorias lhes 
apresentam soluções. 
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Investigação de Campo e Remediação 
StandardPenetrationTest - SPT 
Reconhecimento do Subsolo 
Para fins de Fundações de Edifícios 
A escolha do tipo de fundação é responsabilidade do engenheiro 
projetista e é feita baseada nas informações geotécnicas,as quais 
devem fornecer dados sobre o terreno de fundação. 
O método mais comum para investigação geotécnica do subsolo de 
fundações de edifícios é o de sondagem à percussão com circulação 
de água, acompanhado pelo ensaio normalizado de penetração 
(SPT) ou sondagem de simples reconhecimento do solo (Normas 
ABNT). Este método fornece um perfil com descrição das camadas 
do solo e a resistência oferecida por elas à penetração de um 
amostrador normalizado. Pode fornecer, ainda, a profundidade do 
nível de água estático. 
 
 
 
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Investigação de Campo e Remediação 
StandardPenetrationTest - SPT 
Reconhecimento do Subsolo 
Para fins de Fundações de Edifícios 
 Vista de um tripé de sondagem: Investigação do subsolo para a futura construção de fundações de 
estrutura de cobertura de quadras poliesportivas 
 
 
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Investigação de Campo e Remediação 
StandardPenetrationTest - SPT 
Reconhecimento do Subsolo 
Para fins de Fundações de Edifícios 
 
Quando a fundação é rochosa, ou parcialmente rochosa, usa-se outro método 
de sondagem, a sondagem rotativa com broca de diamante e extração de 
testemunho de sondagem. A rocha amostrada é descrita e avaliada quanto à 
resistência. 
Em casas ou construções que aplicam baixa tensão sobre o solo (fundações 
diretas – por meio de sapatas), muitas vezes não são realizadas sondagens à 
percussão. Pode-se executar uma sondagem de reconhecimento com o auxílio 
de um trado, sendo válido, neste caso, a experiência do Engenheiro 
responsável, ou mesmo construtor, para estabelecer até onde deve ir a 
escavação para ser colocada a fundação classificada como direta. 
A experiência é reforçada pelo conhecimento dos solos da região, com a devida 
atenção para as diversas condições geotécnicas desfavoráveis para fundações 
diretas. 
 
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Investigação de Campo e Remediação 
StandardPenetrationTest - SPT 
Reconhecimento do Subsolo 
O Standard Penetration Test (SPT) é, reconhecidamente, a mais 
popular, rotineira e econômica ferramenta de investigação 
geotécnica em praticamente todo o mundo. 
Ele serve como indicativo da densidade de solos granulares e é 
aplicado também na identificação da consistência de solos 
coesivos, e mesmo de rochas brandas. Métodos rotineiros de 
projeto de fundações diretas e profundas usam 
sistematicamente os resultados de SPT, especialmente no 
Brasil. 
O ensaio SPT constitui-se em uma medida de resistência 
dinâmica conjugada a uma sondagem de simples 
reconhecimento. A perfuração é obtida por tradagem e 
circulação de água, utilizando-se um trépano de lavagem como 
ferramenta de escavação. 
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Investigação de Campo e Remediação 
StandardPenetrationTest - SPT 
Reconhecimento do Subsolo 
O ensaio SPT (Standard Penetration Test) é realizado na base de um 
furo de sondagem e consiste em cravar no terreno um amostrador com 
dimensões e energia de cravação normalizadas (pilão com 63,5 kg de 
massa e altura de queda de 760mm). 
O ensaio é realizado em três fases com penetrações de 150 mm, 
respectivamente. 
Devido à perturbação do terreno provocada pelos trabalhos de furação, 
desprezam-se os resultados obtidos na primeira fase. 
O número de pancadas necessárias para atingir a penetração de 30cm 
(segunda e terceira fase) define o valor de N (SPT). 
O ensaio é utilizado principalmente para a determinação das 
propriedades mecânicas dos solos arenosos. 
Trata-se de um ensaio expedito e pouco dispendioso e, por isso, é 
talvez o ensaio mais utilizado na prática para o reconhecimento das 
condições do terreno. 
 
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Investigação de Campo e Remediação 
StandardPenetrationTest - SPT 
Reconhecimento do Subsolo 
Amostras representativas do solo são coletadas a cada metro 
de profundidade por meio de amostrador padrão com diâmetro 
externo de 50 mm. O procedimento do ensaio consiste na 
cravação do amostrador no fundo de uma escavação (revestida 
ou não), usando-se a queda de peso de 65 kg de uma altura de 
750 mm. O valor NSPT é o número de golpes necessários para 
fazer o amostrador penetrar 300 mm, após uma cravação inicial 
de 150 mm. 
As vantagens desse ensaio com relação aos demais são: 
simplicidade do equipamento, baixo custo e obtenção de um 
valor numérico de ensaio que pode ser relacionado por meio de 
propostas não sofisticadas, mas diretas, com regras empíricas 
de projeto. 
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Investigação de Campo e Remediação 
StandardPenetrationTest - SPT 
 
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Investigação de Campo e Remediação 
StandardPenetrationTest - SPT 
 
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Investigação de Campo e Remediação 
StandardPenetrationTest - SPT 
 
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Investigação de Campo e Remediação 
StandardPenetrationTest - SPT 
Fator corretivo relacionado com a energia de cravação (ERr/60): 
Considerou-se para efeitos de normalização uma eficiência de 60% 
para o sistema de cravação, isto é, só 60% da energia potencial 
(produto da massa pela altura de queda do pilão) atinge o extremo 
inferior do equipamento. 
Os equipamentos com dispositivo de disparo automático do pilão 
apresentam uma eficiência da ordem dos 60%, enquanto que os 
equipamentos mais antigos em que é necessário elevar e largar o 
martelo através de um dispositivo de corda e roldana, as perdas de 
energia são bastante superiores e a eficiência reduz para valores da 
ordem dos 45%. 
(Nota: 45% / 60% = 0.75 – Assim, por exemplo, um resultado de N=20 
obtido num equipamento de corda e roldana é equivalente a um 
resultado de N=15 num equipamento de disparo automático do pilão. 
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Investigação de Campo e Remediação 
StandardPenetrationTest - SPT 
Assim, 
Consiste na medição do número de golpes necessários à penetração de 
um amostrador padrão de 50,2 mm de ø externo sob a ação de um martelo 
padronizado de 65 kg em queda livre de uma altura padronizada de 75 cm. 
O índice de resistência à penetração (N), correspondente ao número de 
golpes associados à penetração dos últimos 30 cm do amostrador padrão, 
juntamente com a amostra coletada no amostrador ou por outro processo, 
fornece apenas uma indicação qualitativa das propriedades mecânicas e 
estratigráfica solo. Este ensaio é padronizado pela ABNT através da NBR-
6484. 
Através do número de golpes (N), necessários para cravar os últimos 30 
cm do amostrador padrão, pode-se estimar qualitativamente o estado de 
compacidade ou consistência de solos. O valor do número de golpes (N), 
associado em certos casos com a profundidade de execução do ensaio e 
via correlações de natureza empírica, é utilizado para fornecer valores 
estimados do módulo de elasticidade (E) e o valor do ângulo de resistência 
ao cisalhamento (ø) em solos granulares e o valor da resistência ao 
cisalhamento não drenada (Su) em solos coesivos. 
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Investigação de Campo e Remediação 
StandardPenetrationTest - SPT 
Logo, O SPT serve: 
 para medir a profundidade do nível de água; 
 para estimar a resistência do solo; 
 para saber que tipo de solo existe em um terreno; 
 para saber onde termina o solo e começa a rocha; e 
 para saber a espessura de cada camada de solo. 
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Investigação de Campo e Remediação 
Ensaio de Cone (CPT) e Piezocone CPTU 
Os ensaios de cone e piezocone, conhecidos pelas siglas CPT (cone 
penetration test) e CPTU (piezocone penetration test), respectivamente, 
caracterizam-se internacionalmente como uma das mais importantes 
ferramentas de prospecção geotécnica. 
O ensaio de penetração contínua ou estática do cone, também 
conhecido como deepsounding, foi desenvolvido na Holanda com o 
propósito de simular a cravação de estacas e está normalizado pela 
ABNT através da normaNBR 3406. 
Resultados de ensaios podem ser utilizados para a determinação 
estratigráfica de perfis de solos, a determinação de propriedades dos 
materiais prospectados, particularmente em depósitos de argilas 
moles, e a previsão da capacidade de carga de fundações 
O ensaio de CPT permite medidas quase contínuas da resistência de 
ponta e lateral devido à cravação de um penetrômetro no solo, as 
quais, por correlações, permitem identificar o tipo de solo, destacando 
a uniformidade e continuidade das camadas. Permite, também, 
determinar os parâmetros de resistência ao cisalhamento e a 
capacidade de carga dos materiais investigados. 
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Investigação de Campo e Remediação 
Ensaio de Cone (CPT) e Piezocone CPTU 
Consiste na medição do esforço necessário à cravação no solo de um cone 
penetrômetro padronizado sob velocidade constante. Este ensaio indica o valor 
da resistência de ponta (qc ou qT) e o valor da resistência lateral, total ou 
localizada (fs). 
Existem dois tipos básicos de ensaios de penetração quasi-estática do cone: 
descontínuos (penetrômetro ou cone mecânico) e contínuos (penetrômetro ou 
cone elétrico). O cone elétrico (chamado de piezocone) é provido de um sensor 
com duas células de carga e um sensor de poropressão (pressão da água entre 
os grãos de solo). 
Princípio do ensaio: 
- cravação no terreno de uma ponteira cónica (60º de ângulo de abertura) a uma 
velocidade constante de 20 mm/s. 
- a secção transversal do cone apresenta uma área de 10 cm2. 
• No ensaio CPT medem-se as resistência de ponta e lateral: qc e fs. 
• No ensaio CPTU mede-se ainda a pressão intersticial da água. 
• Ensaios de dissipação do excesso de pressão intersticial gerado durante a 
cravação do piezocone no solo podem ser interpretados para a obtenção do 
coeficiente de consolidação na direção horizontal Ch. 
 
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Ensaio de Cone (CPT) e Piezocone CPTU 
 
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Princípio do ensaio: 
- Cravação no terreno de uma 
ponteira cônica (60º de ângulo 
de abertura) a uma velocidade 
constante de 20 mm/s; 
- A seção transversal do cone 
apresenta uma área de 10 cm²; 
- No ensaio CPT medem-se as 
resistências de ponta e lateral: 
qc e fs; 
- No ensaio CPTU mede-se 
ainda a pressão intersticial da 
água. 
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Ensaio de Cone (CPT) e Piezocone CPTU 
 
 
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Ensaio de Cone (CPT) e Piezocone CPTU 
Através dos valores das resistências de ponta (qc ou qT) e/ou 
do atrito lateral localizado (fs), associados com a profundidade 
de execução do ensaio, pode-se estimar: 
a) Via correlações de natureza empírica, o módulo de 
elasticidade (E) dos solos; 
b) Via correlações de natureza semi-empírica, o valor do ângulo 
de resistência ao cisalhamento (ø) de solos granulares e o valor 
da resistência ao cisalhamento não drenada (Su) de solos 
coesivos. 
c) Via associação direta do fenômeno; o comportamento de 
fundações quanto às características de deformação e 
capacidade de suporte. Adicionalmente, através do valor da 
razão de atrito (fs / qc%) pode-se obter o tipo de solo penetrado. 
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Investigação de Campo e Remediação 
Ensaio de Cone (CPT) e Piezocone CPTU 
Através dos valores das resistências de ponta (qc ou qT) e/ou 
do atrito lateral localizado (fs), associados com a profundidade 
de execução do ensaio, pode-se estimar: 
a) Via correlações de natureza empírica, o módulo de 
elasticidade (E) dos solos; 
b) Via correlações de natureza semi-empírica, o valor do ângulo 
de resistência ao cisalhamento (ø) de solos granulares e o valor 
da resistência ao cisalhamento não drenada (Su) de solos 
coesivos. 
c) Via associação direta do fenômeno; o comportamento de 
fundações quanto às características de deformação e 
capacidade de suporte. Adicionalmente, através do valor da 
razão de atrito (fs / qc%) pode-se obter o tipo de solo penetrado. 
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Ensaio de Cone (CPT) e Piezocone CPTU 
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Ensaios Disponíveis x Parâmetros obtidos 
 
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