Buscar

Assistência de Enfermagem no Pós operatório Cardíaco

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Profª Vanessa Emille Carvalho
Mestre em Enfermagem 
Especialista em Enfermagem em Emergências
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO CARDÍACO
 
*
 
OBJETIVOS 
Compreender o processo fisiológico, fatores de risco e consequências decorrentes de um evento cardíaco;
Conhecer a assistência sistematizada ao paciente cardiológico, estabelecendo os principais Diagnósticos e planejando as Intervenções de Enfermagem fundamentais ao paciente no pós-operatório cardíaco;
Conhecer a abordagem assistencial à família e cuidadores.
*
 
O QUE PROVOCA AS DOENÇAS CARDIOVASCULARES?
 
*
 
DEVEM-SE ESSENCIALMENTE À ACUMULAÇÃO DE GORDURAS NA PAREDE DAS ARTÉRIAS = ATEROSCLEROSE
Formação da placa aterosclerótica
Normal
 
*
 
Artéria coronária humana parcialmente obstruída
Lúmen da artéria
Depósitos de colesterol
 
*
 
FORMAÇÃO DE COÁGULOS
Muitas vezes as placas tornam-se instáveis e levam ao rompimento das paredes. A migração de plaquetas forma coágulos sanguíneos que ajudam à obstrução da artéria.
*
 
Formação de coágulos
 
*
 
ARTÉRIA CARÓTIDA OBSTRUÍDA
Através de uma técnica especial de contraste (angiograma), é possível visualizar o fluxo sanguíneo no interior das artérias.
Nesta técnica é inserido um catéter na virilha ou no braço do paciente (consoante o local a observar) que é empurrado até chegar aos vasos a observar. O catéter serve para transportar e libertar no local uma tintura de contraste que permite observar os vasos sanguíneos quando se faz uma radiografia posterior.
Pode no entanto induzir problemas secundários se o doente for alérgico ao meio de contraste, ou eventualmente provocar problemas cardíacos se passar por artérias já obstruídas.
*
 
CONSEQUÊNCIAS DA OBSTRUÇÃO DAS ARTÉRIAS
 
*
 
Se o fornecimento de O2 for insuficiente para as necessidades dos tecidos pode ocorrer:
Morte celular (necrose)
(ex: Infarto do miocárdio)
Dores fortes
(ex: Angina de peito)
 
Quer a angina de peito quer o enfarte do miocárdio são devidos à obstrução das artérias coronárias (que irrigam o miocárdio). A angina de peito é provocada por uma obstrução parcial que permite a passagem de algum sangue, embora insuficiente e o enfarte é provocado pela obstrução total, em que não há passagem de sangue. Daí a morte celular (ou necrose).
*
 
 
*
 
ALGUMAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Dependendo das artérias obstruídas, assim vão variando os sintomas das doenças
*
 
TRATAMENTO
Angioplastia, Factores de Risco, Prevenção
 
*
 
ANGIOPLASTIA COM STENT
Permite o alargamento da parede das artérias
 
É inserido um catéter com um balão e uma rede metálica através da axila e empurrado até chegar à artéria em causa.
Uma vez chegado ao destino o balão é insuflado, alargando a parede da artéria. A placa esclerótica fica comprimida e a rede metálica expande.
O balão é desinsuflado novamente e o catéter retirado. A rede permanece no local expandida permitindo um maior fluxo de sangue através da artéria.
*
 
Artéria coronária antes da intervenção
Artéria coronária após a intervenção
Artéria bloqueada
Stent expandido
*
 
FATORES DE RISCO
Hipertensão arterial
Colesterol elevado
Má alimentação
Tabaco
Stress
Vida sedentária
Diabetes
Obesidade
Idade
Sexo
Hereditariedade
*
 
Implicam grande percentagem de açúcares, sais e gorduras em circulação, aumentando o risco da ocorrência de depósitos na parede das artérias.
Hipertensão arterial
Colesterol elevado
Diabetes
Má alimentação
*
 
Não existindo consumo de gorduras, aumenta o risco de se depositarem nas artérias.
Obesidade
Vida sedentária
Stress
Tabagismo
São situações que implicam um esforço acrescido por parte do coração, aumentando o risco de ocorrência de isquemias e arritmias.
*
 
À medida que a idade avança, aumenta o risco, pois o número de placas depositadas é maior.
Idade
Sexo
Hereditariedade
Indivíduos do sexo masculino e mulheres após a menopausa são mais propensos a ter problemas.
Pode determinar uma maior propensão para a ocorrência de doenças cardiovasculares.
*
 
PREVENÇÃO
Fazer exercício físico regularmente
Cuidar a alimentação
Mudar o estilo de vida
*
 
DETECÇÃO PRECOCE
A detecção precoce é importante pois a terapia trombolítica é eficaz apenas nas primeiras 3 horas pós-evento trombótico;
 
*
 
Dor precordial, do tipo aperto, pressão ou peso, muitas vezes com irradiação para o braço esquerdo, mandíbula e/ou costas; 
Dor desencadeada por esforço físico, estresse emocional ou após uma refeição exagerada;
Sudorese intensa, dispnéia, palidez, inquietação, náuseas e vômitos. 
SINTOMAS DE UM EVENTO ISQUÊMICO
*
 
Atenção! Muitas vezes não há dor e os sintomas se resumem a cansaço intenso, náuseas ou um desconforto inespecífico no peito/abdômen. São os pacientes que mais demoram a procurar atendimento médico e por isso, os que têm maior risco de óbito.
SINTOMAS DE UM EVENTO ISQUÊMICO
*
 
APLICAÇÃO DA SAE AO PACIENTE CARDIOLÓGICO
 
*
 
QUEM É O ENFERMEIRO
	
 É um grande agente de mudanças: através das atividades da enfermagem ele visa encontrar relações entre o homem e o ambiente, no processo vital. Visa incorporar novos conhecimentos e processos instrucional para o encontrar uma maneira de ação. O enfermeiro de amanhã será diferente do de hoje e o de hoje é diferente do de anos passados.
*
 
FUNÇÕES DO ENFERMEIRO
Específica 
Assistir o ser humano 
no atendimento de
suas necessidades 
básicas e ensinar 
o autocuidado.
Social 
Ensino, pesquisa
Administração
 Responsabilidade 
legal, 
Participação na
Associação 
de classe.
Interdependência e 
Colaboração 
Manter, promover
e recuperar a saúde.
*
 
O QUE FAZ A ENFERMAGEM? 
	É a arte de assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, de torna-lo independente dessa assistência, quando possível, pelo ensino do auto cuidado, de recuperar, manter e promover a saúde em colaborações com outros profissionais.
*
 
1ª FASE: LEVANTAMENTO DE DADOS
 Deve contemplar:
Dados de admissão (Tipo de afeccção cardíaca; Dia e hora em que se iniciaram os sintomas; Tempo decorrido após o evento em horas, Cirurgia realizada, Evolução dos tempos cirúrgicos, etc.);
Patologias de base;
Internações anteriores;
Tratamentos prévios ou intercorrentes (medicações em uso, realização de cirurgias prévias, etc.);
*
 
Antecedentes familiares;
Indicadores de risco (Hábitos de vida: alimentação, exercícios físicos e fatores de risco);
Exame físico completo (realizar no sentido céfalo-caudal e contemplar pele, cabeça e pescoço, tórax, abdome, aparelho geniturinário e extremidades, enfatizando os sinais vitais e o equilíbrio hidro-eletrolítico).
1ª FASE: LEVANTAMENTO DE DADOS
*
 
2ª FASE: DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
Domínio I: Funcional
Classes:
Atividade/exercício:
1. Intolerância à atividade
2. Mobilidade física prejudicada
3. Deambulação prejudicada
4. Risco de quedas
*
 
Classes:
Autocuidado:
5. Déficits no autocuidado (banho, vestir-se, alimentação e higiene íntima)
Conforto:
6. Dor aguda
7. Conforto prejudicado
2ª FASE: DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
*
 
Nutrição:
8. Nutrição desequilibrada: menos do 
que as necessidades corporais
9. Deglutição prejudicada
2ª FASE: DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
*
 
Domínio II: Fisiológico
Classes:
Funções cardíaca e respiratória:
10. Débito cardíaco diminuído
11. Padrão respiratório ineficaz
12. Desobstrução ineficaz de vias aéreas
13. Perfusão tissular periférica ineficaz
14. Resposta disfuncional ao desmame ventilatório
2ª FASE: DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
*
 
15. Risco de choque
16. Risco de aspiração
Líquidos e eletrólitos:
17. Risco de sangramento
18. Volume de líquidos excessivo
2ª FASE: DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
*
 
Eliminação:
19. Constipação
20. Eliminação urinária prejudicada
Sensação / percepção:
21. Percepção sensorial
perturbada
2ª FASE: DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
*
 
Integridade tissular:
22. Risco de Integridade da pele
 prejudicada
Regulação física:
23. Risco de Infecção
2ª FASE: DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
*
 
Domínio III: Psicossocial
Classes:
Autopercepção
24. Baixa auto-estima situacional
Comunicação
25. Comunicação verbal prejudicada
Emocional
26. Tristeza crônica
27. Ansiedade e Ansiedade relacionada à morte
2ª FASE: DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
*
 
Monitorizar o estado de saúde;
Reduzir os riscos;
Resolver, prevenir ou controlar um problema;
Facilitar a independência ou auxiliar nas atividades da vida diária/autocuidado;
Promover a otimização do sentimento de bem-estar físico, psicológico e espiritual.
3ª FASE: PLANEJAMENTO
*
 
Avaliar padrão respiratório;
Mensurar débito cardíaco;
Proporcionar nutrição adequada;
Registrar eliminações vesicais e intestinais;
Ajudar o paciente a apresentar uma melhor mobilidade física;
3ª FASE: PLANEJAMENTO
*
 
Proporcionar medidas que aliviem a dor;
Estimular o paciente a melhorar seu autocuidado;
Avaliar a audição e a visão do paciente;
Incentivar o paciente a melhorar o processo de pensamento;
Incentivar o paciente a estabelecer uma forma de comunicação mais eficiente.
3ª FASE: PLANEJAMENTO
*
 
É a concretização do plano de atendimento ou assistencial pelo roteiro aprazado que coordena a ação da equipe de Enfermagem na execução dos cuidados adequados ao atendimento das necessidades básicas e específicas do ser humano;
O momento da realização pode ser: admissional, complementar, diária ou de alta;
4ª FASE: IMPLEMENTAÇÃO
*
 
Pode ser dividida para fins didáticos em 2 etapas distintas e interdependentes:
- Prescrição de Enfermagem (Enfermeiro)
- Execução da prescrição (Equipe de enfermagem)
4ª FASE: IMPLEMENTAÇÃO
*
 
Dirigida pelos diagnósticos de enfermagem (DE)
Utilizar verbos no infinitivo e de ação: 
 Fazer/ Orientar/ Encaminhar
Numerada de acordo com o DE
Atividade privativa do enfermeiro
Letra legível e sem rasura
4ª FASE: IMPLEMENTAÇÃO
*
 
Validade do horário de acordo com período
Deve determinar detalhadamente a ação 
 (o que/ quem/ como/ quando/ onde)
Divisão de trabalhos por período
Checagem com rubrica
Data, nome e COREN (utilizar carimbo)
4ª FASE: IMPLEMENTAÇÃO
*
 
É o relato aprazado das mudanças sucessivas que ocorrem no ser humano enquanto está sob assistência profissional;
É a avaliação global da Prescrição de Enfermagem;
É a análise das respostas do cliente frente aos cuidados de Enfermagem prescritos em função dos resultados obtidos no prazo determinado
5ª FASE: EVOLUÇÃO
*
 
A avaliação determina se:
1. Os resultados foram atingidos;
2. Se as intervenções de enfermagem foram efetivas e se são necessárias de modificação.
OBS. O registro deve ser feito diariamente, ou refeito, na vigência de alteração no estado de saúde.
5ª FASE: EVOLUÇÃO
*
 
E AGORA ?????
VOCÊS NÃO VÃO DORMIR!!! VAMOS EM FRENTE...
*
 
ASSISTÊNCIA À FAMÍLIA E CUIDADORES
*
 
ORIENTAÇÕES À FAMÍLIA E CUIDADORES
Desmistificar o conceito de insuficiente
Explicar os sintomas de recidiva:
 - Edema periférico
 - Tosse persistente
 - Cansaço
 - Perda de apetite
 - Nictúria
 
*
 
Tomar a terapêutica prescrita e ressaltar os seus efeitos colaterais
Pesar diariamente (Portadores de ICC)
 
ORIENTAÇÕES À FAMÍLIA E CUIDADORES
*
 
Planear o reinício das atividades:
- Aumentar a marcha e outras atividades progressivamente
- Alternar o exercício com o repouso
- Evitar ultrapassar o nível de tolerância
- Evitar excesso de alimentos e bebidas
- Evitar temperaturas extrema
 
ORIENTAÇÕES À FAMÍLIA E CUIDADORES
*
 
Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível....
São Francisco de Assis
*
 
OBRIGADA!
 
*

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais