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Resumo Ascaris lumbricoides

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Ascaris lumbricoides
Introdução:
> Parasita do intestino delgado humano.
> Popularmente conhecido como lombriga, causando a doença denominada ascaridíase, ascaridiose ou ascariose.
> É encontrado em quase todos os países do mundo e ocorre com frequência variada em virtude das condições climáticas, ambientais e do grau de desenvolvimento sócio-econômico da população.
2. Morfologia: 
Machos: 
> Quando adultos, medem cerca de 20 a 30 cm de comprimento e apresentam cor leitosa.
> A boca ou vestíbulo bucal está localizada na extremidade anterior e é contornada por 3 lábios com serrilhas de dentículos.
> O reto é encontrado próximo à extremidade posterior, separando da cloaca (que também se localiza próximo a essa extremidade).
> A extremidade posterior encurvada para a face ventral é o caráter sexual externo que o diferencia da fêmea.
Fêmeas:
> Medem cerca de 30 a 40 cm, quando adultos, sendo mais robustas que os exemplares de machos.
> Cor, boca e aparelho digestivo são semelhantes aos dos machos.
> extremidade posterior da fêmea é retilínea.
Ovos: 
> São originalmente brancos e adquirem cor castanha devido ao contato com as fezes.
> Frequentemente podemos encontrar nas fezes ovos inférteis. Estes são mais alongados.
3. Biologia: 
Hábitat:
> Em infecções moderadas, os vermes adultos são encontrados no intestino delgado, principalmente no jejuno e íleo.
> Em infecções intensas, podem ocupar toda a extensão do intestino delgado.
> Podem ficar presos à mucosa, com auxílio dos lábios ou migrarem pela luz intestinal.
Ciclo Biológico:
> Ciclo monoxeno.
> Cada fêmea fecundada é capaz de colocar, por dia, cerca de 200 mil ovos não-embrionados, que chegam ao ambiente juntamente com as fezes.
> A primeira larva (L1) forma dentro do ovo e é o tipo rabditóide (possui esôfago com duas dilatações, uma em cada extremidade).
> Após uma semana, ainda dentro do ovo, essa larva sofre muda, transformando-se em L2 e, em seguida, nova muda transformando-se em L3 infectante com o esôfago tipicamente filarióide (retilíneo).
> A larva L3 é a forma larvar infectante dentro do ovo. Estas formas permanecem infectantes no solo por vários meses podendo ser ingeridas pelo hospedeiro.
> O mecanismo de transmissão é passivo-oral.
> Após a ingestão, os ovos contendo a L3 atravessam todo o trato digestivo e as larvas eclodem no intestino delgado.
> Uma vez liberadas, as larvas atravessam a parede intestinal na altura do ceco, caem nos vasos linfáticos e nas veias, e invadem o fígado. Em 2 ou 3 dias chegam ao coração, através da veia cava, e 4 ou 5 dias após são encontradas no pulmão (ciclo de LOSS).
> Cerca de 8 dias após a infecção, as larvas sofrem muda para L4, rompem os capilares e caem nos alvéolos, onde sofrem muda para L5. Sobem pela traquéia, chegando até a faringe, onde podem ser liberadas por expectoração ou serem deglutidas, atravessando o estômago e fixando-se no intestino delgado. 
> Transformam-se em adultos jovens de 20 a 30 dias e, após 60 dias, adquirem maturidade sexual. A partir daí, são encontrados ovos nas fezes do hospedeiro.
4. Transmissão: 
> Ocorre através da ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos contendo a larva L3. 
> Poeira, aves e insetos são capazes de veicular mecanicamente os ovos de A. lumbricoides.
> Devido a grande capacidade de aderência que esses ovos possuem, o uso de substâncias que tenham capacidade de inviabilizar o desenvolvimento dos ovos em ambientes e alimentos é de grande importância para o controle da transmissão.
5. Patogenia: 
Larvas:
> Em infecções de baixa intensidade, normalmente não se observa nenhuma alteração. Em infecções maciças, encontramos lesões hepáticas e pulmonares.
> A migração das larvas pelos alvéolos pulmonares, dependendo do número de formas presentes, pode determinar um quadro pneumônico com febre, tosse, dispnéia e eosinofilia.
> Na tosse produtiva o catarro pode ser sanguinolento e apresentar larvas do helminto.
Vermes adultos:
> Em infecções de baixa intensidade, o hospedeiro não apresenta manifestação clínica. Já nas infecções médias, podem apresentar: ação espoliadora (consumo de quantidade significativa de nutrientes do organismo do hospedeiro), ação tóxica (edema, urticária, convulsões, quadros alérgicos em geral), ação mecânica (irritação na parede intestinal e até obstrução da luz do órgão) e até migração do verme para outros órgãos (acontecem em quadros que alta carga parasitária).
> Em crianças, o aparecimento de manchas cutâneas é muito comum.
6. Diagnóstico:
 > Comumente é feito por testes e exames laboratoriais, utilizando a pesquisa de ovos nas fezes (Kato-Katz).
7. Epidemiologia:
> Helminto mais frequente nos países pobres.
> Atinge cerca de 70% a 90% das crianças com idades entre 1 e 10 anos.
> Apresenta baixa prevalência de ocorrência em regiões áridas e altíssima prevalência em regiões de clima úmido e quente.
> Áreas com ausência de saneamento básico ou condições precárias de saneamento também são mais propícias para o aumento da carga da doença.
> A infecção humana por esta espécie de helminto está relacionada com a interação de diversas características que asseguram o processo de transmissão, como o parasito, o hospedeiro, o meio ambiente e a falta de noções ou condições de higiene.
> O contato de crianças portadoras com crianças sadías no peridomicílio ou na escola, aliado ao fato de que suas brincadeiras são sempre relacionadas com o solo e com o hábito de levarem a mão suja à boca, são os fatores que fazem com que a faixa etária de 1 a 12 anos seja a mais prevalente.
> Crescimento desordenado da população, baixo poder econômico, social e educacional, somados a hábitos pouco higiênicos são os mais relevantes e que influenciam de maneira direta no crescimento desta parasitose.
8. Profilaxia: 
> Dar destino adequado às fezes humanas.
> Saneamento básico (tratamento de água e de esgoto).
> Medidas de educação em saúde (lavagem correta das mãos após usar o banheiro, após o contato com a terra e antes das refeições; lavar bem os alimentos antes do consumo; cobrir bem os alimentos do contato com insetos e poeira).
> Tratar os doentes (com o uso de drogas ovicidas). 
Resumo Ascaris lumbricoides
Parasitologia Humana (11ª edição): Capítulo 29.
Páginas 253 a 259.

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