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Estrutura dos Sólidos Cristalinos Densidade Atômica Linear e Planar • Análogo ao fator de empacotamento atômico, que corresponde a densidade volumétrica dos átomos, podemos definir a densidade atômica linear: DAL = Comprimento Total de Átomos/Comprimento da Direção • Análogo a DAP podemos definir a Densidade Atômica Planar: DAP = Área Total de Átomos/Área do Plano Densidade Atômica Linear e Planar Ex: Calcule a DAL da direção [001] na rede CFC: Ex: Calcule a DAP do plano (100) na rede CFC: Estruturas Cristalinas Compactas • Tanto a estrutura CFC como a HC possuem FEA iguais a 0,74, o maior possível considerando-se átomos do mesmo tamanho; • Essas duas estruturas cristalinas podem ser descritas em termos de seus planos compactos de átomos (isto é, os planos que possuem uma densidade máxima de empacotamento dos átomos ou esferas); • Ambas podem ser geradas pelo empilhamento dos planos compactos; • Os planos de máxima densidade atômica das duas estruturas são idênticos; • A principal diferença entre a HC e a CFC é a sequência de empilhamento; Estruturas Cristalinas Compactas Estrutura HC com empilhamento de planos ABABABABAABABABABAB... Estruturas Cristalinas Compactas Estrutura CFC com empilhamento de planos compactos da família {111} - ABCABCABCABCABC... Estruturas Cristalinas Compactas Estrutura CFC com empilhamento de planos compactos ABCABCABCABCABC... Monocristais • Quando o arranjo periódico e repetido de átomos no sólido é perfeito se estendendo ao longo da totalidade da amostra, sem interrupções, tem-se um monocristal; • Todas as células unitárias se ligam da mesma maneira e possuem a mesma orientação; • Os monocristais existem na natureza, mas também podem ser produzidos artificialmente; • Artificiais são de difícil crescimento difícil, pois o meio de produção do mesmo deve ser cuidadosamente controlado; Monocristais Monocristais de Fluorita (CaF2) Monocristais • Quando as extremidades de um monocristal crescem sem qualquer restrição externa, o cristal irá assumir uma forma geométrica regular, com faces planas, como acontece com algumas pedras preciosas; • A forma é um indicativo da estrutura do cristal; • Os monocristais são importantes na tecnologia moderna de ponta; Ex: Microcircuitos eletrônicos produzidos à base de monocristais de Si e outros tipos de semicondutores. Policristais • A maioria dos sólidos cristalinos é composta por uma coleção de muitos cristais pequenos ou grãos; • Estes materiais são conhecidos como policristalinos; • A formação de policristais ocorre em diferentes etapas: Policristais 1) Com o avanço da frente de solidificação, pequenos cristais ou núcleos se formam em várias posições, estes possuem orientações cristalográficas aleatórias; 2) Os pequenos grãos crescem mediante a adição sucessiva de átomos, vindos do líquido vizinho, à estrutura de cada um deles; 3) As extremidades dos grãos adjacentes se chocam uns com os outros à medida que o processo de solidificação avança; 4) A orientação cristalográfica varia de grão para grão; 5) Quando os grãos se encontram, surgem algumas más combinações atômicas; esta área é chamada de contorno do grão; Policristais Anisotropia • As propriedades físicas dos monocristais dependem da direção cristalográfica na qual as medições são tomadas; • Material Anisotrópico -> exibe diferentes valores de uma propriedade em função de diferentes direções cristalográficas; Ex: O módulo de elasticidade e o índice de refração podem ter valores diferentes nas direções [100] e [111]. • A direcionalidade das propriedades é conhecida por anisotropia, e é associada à diferença do espaçamento atômico em função da direção cristalográfica; • As substâncias nas quais as propriedades medidas não variam com a direção são conhecidas por isotrópicas; Anisotropia • A anisotropia em materiais cristalinos é função da simetria da estrutura cristalina; a anisotropia aumenta quanto menor for a simetria estrutural; Ex: As estruturas triclínicas são altamente anisotrópicas • Para muitos materiais policristalinos, as orientações cristalográficas dos grãos são totalmente aleatórias; • Embora cada grão individual possa ser anisotrópico, uma amostra composta pelo agregado de grãos se comporta de maneira isotrópica; • A magnitude da propriedade medida representa uma média dos valores direcionais de cada grão; Anisotropia • Os grãos em materiais policristalinos podem exibir uma orientação cristalográfica preferencial. Diz-se que o material possui uma "textura". Sólidos Não Cristalinos • Sólidos não-cristalinos não exibem um arranjo atômico regular e sistemático ao longo de distâncias atômicas grandes; • Possuem Ordens de curto alcance; • Esses materiais também são chamados amorfos, ou líquidos super- resfriados, visto que sua estrutura atômica lembram as de um líquido; • Uma condição amorfa pode ser ilustrada mediante a comparação das estruturas cristalina e não-cristalina do dióxido de silício (SiO2) que pode existir em ambos os estados; Sólidos Não Cristalinos Sólidos Não Cristalinos • A formação de um sólido cristalino ou amorfo depende da facilidade da estrutura atômica no estado líquido se transformar em um estado ordenado durante a solidificação; • Materiais amorfos são caracterizados por estruturas atômicas relativamente complexas e que se tornam ordenadas apenas com alguma dificuldade; • O resfriamento rápido, até temperaturas inferiores à temperatura de solidificação, favorece a formação de um sólido não-cristalino, pois sobra pouco tempo para o processo de ordenação; Sólidos Não Cristalinos • Normalmente, os metais formam sólidos cristalinos; • Alguns materiais cerâmicos são cristalinos, enquanto outros, os vidros inorgânicos, são amorfos; • Os polímeros podem ser completamente cristalinos, totalmente não- cristalinos, ou uma mistura de ambos. Determinação da Estrutura Cristalina • Historicamente, muito da compreensão no que se refere aos arranjos atômicos e moleculares em sólidos resultou de investigações de difração dos raios X; • Os raios X ainda são muito importantes no desenvolvimento de novos materiais; • Veremos uma visão geral do fenômeno da difração, além de como as distâncias atômicas interplanares e as estruturas cristalinas são determinadas ao se utilizarem raios X; Difração de Raios X • Os raios X são uma forma de radiação eletromagnética (radiações da mesma natureza da radiação gama - ondas eletromagnéticas); • São produzidos quando elétrons em alta velocidade, provenientes do filamento aquecido, chocam-se com um anodo produzindo radiação; • O feixe de raios X pode ser considerado como um “chuveiro” de fótons distribuídos de modo aleatório; • Possuem altas energias e curtos comprimentos de onda — comprimentos de onda da ordem de espaçamentos atômicos nos sólidos; Difração de Raios X • Comprimentos de onda da ordem de espaçamentos atômicos nos sólidos: Difração de Raios X • Quando um feixe de raios X incide sobre um sólido, uma fração do feixe se espalha em outras direções pela interação com os elétrons de cada átomo que se encontra na trajetória do feixe; • Considerando planos paralelos de átomos A-A' e B-B‘, com os mesmos índices de Miller (h k l), separados por um espaçamento interplanar (d); • Supondo que um feixe de raios X paralelo, monocromático e coerente (em fase), com comprimento de onda λ incida sobre esses planos com um ângulo de incidência θ; • Os 2 raios do feixe, chamados 1 e 2, são dispersos pelos átomos P e Q. Difração de Raios X X-ray intensity (from detector) q qc d = nl 2 sinq Difração de Raios X • Se a diferença entre os comprimentos das trajetórias entre 1-P-1’ e 2-Q-2' (isto é, S-Q + Q-T) for igual a um número inteiro “n” vezes o comprimento de onda “λ” tem-se uma interferência construtiva entre os raios dispersos 1' e 2‘ em um ângulo θ; • Ou seja, a condição para difração é: n.λ = S-Q + Q-T ou n.λ = d.senθ + d.senθ -> 2.d.senθ • Essa relação é conhecida como Lei de Bragg; Difração de Raios X • “n” é a ordem da reflexão – fator que pode ser qualquer número inteiro (1, 2, 3...); • A Lei de Bragg relaciona o comprimento de onda do raios X, o espaçamento interatômico e o ângulo do feixe difratado: “A diferença de caminho ótico entre duas ondas de raios X deve ser igual ao numero inteiro “n” do comprimento de onda para ocorrer a interação construtiva entre as duas ondas” • Se a lei de Bragg não for satisfeita, a interferência será destrutiva, produzindo um feixe de difração com baixa intensidade; Difração de Raios X • A distância entre os 2 planos paralelos de átomos (espaçamento interplanar “d”) é uma função dos índices de Miller (h k l), bem como dos parâmetros de rede; • O difratômetro é o aparelho usado para determinar os ângulos nos quais ocorre a difração em amostras; • A amostra é sustentada de tal maneira que são possíveis rotações tanto da fonte quanto do detector em torno do eixo da amostra; • O feixe de raios X monocromático é gerado e as intensidades dos feixes difratados são detectadas; Difração de Raios X Difração de Raios X • A intensidade do feixe difratado depende de fatores como: Densidade atômica do plano; Natureza dos átomos; Número de planos; Ângulo de incidência; Temperatura; • Em geral, quanto mais intensos e bem definidos forem os picos, mais cristalino é o material; 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 In te ns ity 2q(degrees) Vidro (GeSiNbK) Amorfo 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 Ti 2q(degrees) Ti-6Al-4V polido In te ns ity Difração de Raios X • O detector é montado sobre uma plataforma móvel, que também pode ser girada em torno do eixo; • A plataforma e a amostra estão acopladas mecanicamente, de tal modo que uma rotação da fonte é acompanhada de uma rotação do detector; • Colimadores são incorporados ao sistema para produzir e captar feixes focados e bem definidos; Difração de Raios X • Os picos de alta intensidade surgem quando a condição de difração de Bragg é satisfeita por algum conjunto de planos cristalográficos; • Esses picos são característicos para os planos que os originaram; • Existem outras técnicas para materiais em pó nas quais a intensidade do feixe difratado e a posição são registradas em um filme fotográfico, em vez de serem medidas por um detector; (110) (200) (211) z x y a b c In te n s it y ( re la ti v e ) z x y a b c z x y a b c Difração de Raios X Difração de Raios X Difração de Raios X • Uma das principais aplicações da difração de raios X está na determinação da estrutura cristalina; • O tamanho e a geometria da célula unitária podem ser resolvidos a partir das posições dos picos de difração, enquanto o arranjo dos átomos dentro da célula unitária está associado com as intensidades desses picos; • Outros usos para os raios X incluem identificações químicas qualitativas e quantitativas, determinação de tensões residuais e tamanhos de cristais. Difração de Raios X • A amostra deve ter uma superfície plana; • A espessura da amostra penetrada pelo feixe difratado, é muito pequena; • Ex: Em uma amostra de aço 95% da intensidade do pico mais intenso do Fe-α provém dos primeiros 2 μm de profundidade; • Logo, a superfície da amostra deve, o quanto possível, estar livre de tensões e imperfeições.
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