Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Discordâncias e Mecanismos de Aumento de Resistência Deformação • Nos primeiros estudos, os cálculos teóricos de resistência a deformação indicavam valores muito maiores que os medidos na prática (±10 vezes maiores); • Consideravam apenas a quebra e reformação das ligações (movimentação de planos); • A teoria das discordâncias teve desenvolvimento a partir da década de 30, mas só foi comprovada nos anos 50 (com o desenvolvimento da microscopia eletrônica) e ajudou a elucidar esta diferença; • Esta diferença entre valores se deve a presença e interação entre as discordâncias; Deformação Elástica x Deformação Plástica Deformação Plástica • O mecanismo de deformação plástica é diferente para materiais cristalinos e materiais amorfos; • Materiais cristalinos -> a deformação plástica consiste PREDOMINANTEMENTE no escorregamento de planos atômicos através da movimentação de discordâncias; • Materiais amorfos -> Escoamento viscoso (comportamento viscoelástico entre cadeias poliméricas por exemplo). Carolina Realce Deformação Plástica • A deformação plástica macroscópica em materiais cristalinos -> Deformação permanente -> Movimento das discordâncias, ou escorregamento de planos densos, em resposta a aplicação de uma tensão de cisalhamento. Carolina Realce Carolina Realce Carolina Realce Carolina Realce Carolina Realce Discordâncias • Defeitos lineares ou unidimensionais em torno do qual os planos atômicos estão desalinhados; • São defeitos onde existe uma linha separando a seção perfeita, da seção deformada do material; • As discordâncias tem seu surgimento associado com a cristalização e a deformação; • A presença deste defeito é a responsável pela deformação, falha e ruptura dos materiais; Carolina Realce Carolina Realce Carolina Realce Carolina Realce Discordâncias • A formação de um degrau sobre a superfície de um cristal pelo movimento de (a) uma discordância aresta e (b) uma discordância em hélice. Carolina Realce Carolina Realce Discordâncias • Discordâncias existem em materiais cristalinos. • Materiais cerâmicos apresentam estruturas cristalinas mais complexas e ligações mais direcionais -> discordâncias imóveis; • A movimentação das discordâncias é o principal fator por trás da deformação plástica de materiais cristalinos; • A mobilidade de discordâncias pode ser alterada por diversos fatores (composição, processamento…) -> manipulação das propriedades mecânicas do material; • Discordâncias afetam outras propriedades do material, além das mecânicas (Ex: propriedades elétricas nos semicondutores); Carolina Realce Carolina Realce Movimentação das Discordâncias • O processo de deformação plástica pela movimentação de planos atômicos é chamado de escorregamento; • As discordâncias se movem por Planos de Escorregamento: • Metais: Fácil movimentação de discordâncias Ligação não direcional Direção compacta para escorregamento. Carolina Realce Carolina Realce Movimentação das Discordâncias • Cerâmica (com alto caráter covalente) (Si, diamante): Movimentação difícil. Ligações direcionais Movimentação das Discordâncias • Cerâmica (com caráter iônico) (NaCl): Movimentação difícil. Precisa evitar ++ e -- vizinhos. Movimentação das Discordâncias • Analogia entre a movimentação de uma lagarta e de uma discordância. Movimentação da Discordância Aresta • Quando a discordância se movimenta no plano de deslizamento, que são normalmente os planos de maior densidade atômica, diz-se que o movimento é CONSERVATIVO; Ex: Deformação plástica produzida pela movimentação de uma discordância em cunha. Movimentação da Discordância Aresta • Deformação plástica produzida pela movimentação de uma discordância aresta: Movimentação da Discordância Aresta • Se o movimento da discordância se der perpendicularmente ao vetor de Burgers, diz-se que o movimento é NÃO CONSERVATIVO; • Movimento de escalada ou ascensão da discordância; Ex: Ascensão de uma discordância aresta. Movimentação da Discordância Aresta • Ascensão de uma discordância aresta, observe a aniquilação de lacunas: Deformação Plástica • Direção conservativa de movimentação das discordâncias: • Aresta -> paralela a tensão aplicada • Espiral -> perpendicular a tensão aplicada • A direção da movimentação é dada pelo vetor de burgers (b) • Deformação plástica depende diretamente da densidade de discordâncias (cm/cm3) • Densidades 103 (metal cuidadosamente solidificado) 109 - 1010 (metal altamente deformado) 105 - 106 (comum) Carolina Realce Discordâncias • As discordâncias geram uma distorção do retículo atômico ao redor da linha de discordância; • Devido à presença do semi-plano adicional de átomos; • Na deformação do material: 5 % da energia é usada pela estrutura na forma de energia de deformação -> associada as discordâncias; 95 % da energia é perdida na forma de calor (energia liberada). Discordâncias • Regiões de compressão (parte superior) e tração (parte inferior) localizadas ao redor de uma discordância aresta. Interação entre Discordâncias • Interação de campo de deformação de discordâncias próximas: Repulsão Atração (e consequente Aniquilação) Carolina Realce Interação entre Discordâncias (a)Discordâncias aresta de mesmo sinal e localizadas sobre o mesmo plano de escorregamento exercem uma força repulsiva sobre a outra; (b)Discordâncias aresta com sinais opostos e localizadas sobre o mesmo plano de escorregamento exercem uma força atrativa uma sobre a outra; • Os mecanismos de interação apresentados também são válidos para as discordâncias em hélice; Interação entre Discordâncias • Durante a deformação plástica o número de discordâncias aumenta drasticamente; • As discordâncias se multiplicam no cristal; • Com a deformação -> Multiplicação (geração) de (novas) discordâncias, estas fontes de novas discordâncias podem ser: Discordâncias; Contornos de grão; Defeitos internos; Irregularidades na superfície (riscos, entalhes) Carolina Realce Carolina Realce Densidade de Discordâncias • Comprimento total de discordâncias por unidade de volume / número de discordâncias que interceptam uma área unitária de uma seção aleatória: • (mm de discordância/mm3 ou discordâncias/mm2) • Cristais metálicos cuidadosamente solidificados→ 103 mm2 • metais altamente deformados→ 109 a 1010 mm2 • Tratamento térmico pode reduzir para 105 a 106 mm2 • Materiais cerâmicos (típicos) → 102 a 104 mm2 • Em monocristais de Silício usados em CI→ 0,1 a 104 mm2 Sistemas de Escorregamento • As discordâncias não se movem com a mesma facilidade em todos os planos cristalinos e em todas as direções cristalinas; • A movimentação das discordâncias se dá preferencialmente através de planos específicos; • Dentro desses planos densos, os planos se movimentam em direções específicas, ambos (plano e direção) com a maior densidade atômica possível; • Essa combinação de um plano e uma direção é chamada de SISTEMA DE ESCORREGAMENTO (“slip system”). Carolina Realce Carolina Realce Carolina Realce Carolina Realce Carolina Realce Sistemas de Escorregamento • Dependem da estrutura cristalina do metal; • A distorção atômica que acompanha o movimento de uma discordância é mínima; • Planos de escorregamento -> empacotamento mais denso (maior densidade planar) • Direções deste plano de escorregamento -> mais densamente compactada (maior densidade linear) Sistemas de Escorregamento • O número de sistemas de escorregamento representa as diferentes combinações possíveis de planos e direções de escorregamento; • Um plano de escorregamento podeconter mais de uma direção de escorregamento; • Sistemas de Escorregamento podem se tornar operativos à temperaturas elevadas; Sistemas de Escorregamento - CFC • 4 Planos compactos família {111} diferentes; • Direção de escorregamento -> 3 direções dentro da família <110> • Família de planos {111} + Família de direções <110> = Conjunto de planos e direções de escorregamento (12 Sistemas de escorregamento) Sistemas de Escorregamento
Compartilhar