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Odontologia nos Esportes - ATM

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FISIOLOGIA
A saúde bucal está associada diretamente com a saúde sistêmica. As práticas esportivas estão cada vez mais envolvidas no cotidiano das pessoas. Os atletas, profissionais ou amadores, devem ficar atentos, pois exigem mais do seu corpo e necessitam de atenções especiais à saúde. (FERREIRA, 2014)
Para que o atleta profissional alcance altos níveis de desempenho em competições é necessário um corpo saudável integrando elementos fisiológicos, psicológicos, biomecânicos, genéticos, componentes técnicos, táticos, entre outros. (REINHEL; SCHERMA; PERALTA; PALMA, 2015)
Esses fatores quando estáveis contribuem para o sucesso do atleta, assim, em desequilíbrio podem prejudicar seu desempenho em treinamentos e competições.
 	Para este segmento de atuação existe a Odontologia do Esporte que tem como objetivo investigar, prevenir, tratar, reabilitar e compreender a influência das doenças da cavidade bucal no desempenho dos atletas, com a finalidade de melhorar o rendimento esportivo e prevenir lesões, considerando as particularidades fisiológicas dos atletas e a modalidade que pratica (FERREIRA, 2014). 
Todos esses detalhes devem ser levados em consideração para que o atendimento odontológico seja oferecido da melhor maneira.
Ao buscar compreender alguns problemas que afetam os atletas profissionais e amadores, o presente trabalho focará na articulação temporomandibular (ATM) e suas disfunções. Para um completo conhecimento sobre a ATM, é necessário um levantamento bibliográfico sobre seu aspecto anatomofisiológico para chegarmos ao entendimento das alterações funcionais da mesma. 
A ATM é um conjunto de estruturas anatômicas que em associação com músculos permite que a mandíbula realize vários movimentos. Constitui-se de um componente fixo (osso temporal), um componente móvel (osso mandíbula), disco articular, zona bilaminar, membrana sinovial, cartilagem articular, cápsula articular, superfície articular além de ligamentos. Está relacionada com todas as funções do aparelho estomatognático: mastigação, deglutição, fonação, postura e respiração. (BIASOTTO-GONZALEZ , 2005)
Os movimentos da ATM se resumem em três grupos: abertura e fechamento da boca, deslizamento para frente e para trás e movimentos mastigatórios. Tratando-se de uma articulação sinovial permite amplos movimentos (BIASOTTO-GONZALEZ, 2005).
Devido a sua complexidade pode ser classificada de várias formas como gínglimo-artroidal (gínglimo porque faz movimentos em “dobradiça” e artrodial porque faz movimentos de deslizamento), diartrose bicondilar (permite movimentos em todos os sentidos), articulação temporo-mandibulo-dental e articulação côncavo-convexa.
Em conjunto com o sistema esquelético, muscular, vascular, nervoso e dentário, compõe o complexo morfofuncional denominado aparelho mastigador ou estomatognático (VIEIRA, 1997).
A disfunção da articulação temporomandibular (DTM) desde a descrição de sua sintomatologia por Costen em 1934 vem sendo um assunto de grande interesse dentro das diversas especialidades médicas e odontológicas. (VIEIRA, 1997)
Segundo Rezende (1997) define-se disfunção de ATM como sendo alterações funcionais da articulação temporomandibular causadas por fatores predisponentes, teciduais e/ou psicológicos. 
Takahashi e Araújo (1995) verificaram que os principais sinais e/ou sintomas da DTM são: dores nos músculos da mastigação ou nas articulações temporomandibulares ou em áreas vizinhas. As dores são espontâneas ou à mastigação. Apresentam também ruídos articulares, limitação de abertura, incoordenação de movimentos mandibulares, abrasões dentárias acentuadas ou fraturas frequentes de dentes e/ou de restaurações.
Atividades parafuncionais são situações em que o sistema estomatognático é ativado sem propósito funcional. São exemplos: bruxismo, apertamento, morder lábios ou objetos, chupar dedo, roer unhas, mascar objetos, haste de óculos, cachimbo, postura anormal craniocervical, entre outras (MARCUCCI, 2005).
	A DTM afeta tecidos orofaciais, musculatura e funções neurológicas (OKESON, 1992).
A disfunção pode causar problemas de fala, dificultar interações sociais, interferir na mastigação, na deglutição, na audição e também em fatores psicológicos.
Problemas bucais afetam em sua maioria o processo mastigatório, tornando-o ruidoso, desordenado e doloroso, influenciando na escolha e aceitabilidade dos alimentos, diminuindo o tempo de mastigação. Podem retardar o processo digestivo, devido à má trituração dos alimentos. Além disso, reduzem a ingestão e absorção de nutrientes. (OKESON, 1992)
 	O desequilíbrio em um ou mais componentes do sistema estomatognático pode provocar sintomas dolorosos e ou inflamatórios que geram modificações funcionais refletindo nas atividades diárias do paciente (OKESON, 1998; MINORU, 1995; MOLINA, 1995).
O exame clínico para se detectar a disfunção de ATM, consiste de palpação muscular com avaliações dos movimentos verticais e laterais da mandíbula. Os exames complementares abrangem: radiografia transcranial das ATMs nas posições de máxima intercuspidação, posição de repouso e máxima abertura. Como método de auxílio no diagnóstico de disfunção de ATM, o cirurgião dentista ainda pode dispor da eletromiografia (BIOEMG), eletrognatografia (BIOEGN), análise de vibrações nas ATMs (SONO PAK/I). Alguns pacientes necessitam ou de imagem por ressonância magnética ou de tomografia computadorizada das ATMs, onde são solicitados a centros especializados. (VIEIRA, 1997)
	O cirurgião-dentista Fernando Aparecido Kawaguchi afirma que “Os problemas mais comuns que acometem os atletas, a ponto de prejudicar o rendimento, são a cárie por conta da dor, a doença periodontal pelo quadro infeccioso, DTMs, que pode originar cefaleias insuportáveis e a respiração bucal que traz uma ineficiência do aproveitamento do oxigênio pelo organismo.”
Os casos de apertamento dental em esportes como levantamento de peso, musculação, atletismo e lutas podem causar fraturas dentárias, dores nas articulações e músculos, problemas de postura, até problemas ósseos, gengivais e de canal. (TAKUTU, 2014)
Um estudo realizado em Bauru buscou verificar o conhecimento do atleta amador sobre os cuidados em saúde bucal constatando que mesmo os atletas não possuindo o conhecimento considerado ideal sobre higiene bucal e da correlação existente entre saúde geral e saúde bucal, são conscientes de que uma boca com problemas pode causar problemas maiores e comprometer seu desempenho e julgam muito importante o acompanhamento feito por um cirurgião-dentista em treinos, jogos e competições. Contudo 33% dos atletas pesquisados não frequentam consultório odontológico, sendo o maior motivo a dor (RODRIGUES, 2005).
A Odontologia do Esporte avança cada dia mais para proporcionar uma melhor qualidade de vida dos atletas, prevenir traumas e acidentes, diagnosticar com antecedência e promover o bem-estar. 
Após compreender algumas características da ATM e suas disfunções, etiologias, diagnósticos e tratamentos conclui-se que problemas relacionados a essa articulação interferem na totalidade da saúde e bem estar das pessoas e atletas.O atleta profissional está sempre em estado de esforço máximo e estresse continuo, seu corpo recebe uma carga enorme de tensão e para isso deve se ter uma atenção especial com o acompanhamento de profissionais da área da saúde.
REFERÊNCIAS
FERREIRA, Gustavo. A saúde bucal voltada para atletas: Odontologia do Esporte. Disponível em: < http://globoesporte.globo.com/blogs/especial-blog/leo-tubarao/post/saude-bucal-voltada-para-atletas-odontologia-do-esporte.html> Acesso em: 09 set. 2016.
REINHEL, Alecsandro Ferreira; SCHERMA, Alexandre Prado; PERALTA, Felipe da Silva; PALMA, Iasmin Caroline do Rosário. Saúde bucal e performance física de atletas. Disponível em: <http://periodicos.unitau.br/ojs-2.2/index.php/clipeodonto/article/viewFile/2021/1533> Acesso em: 09 set. 2016.
VIEIRA, Ana Cristina de Menezes. A mastigação nas disfunções da articulação temporomandibular. Disponívelem: <http://www.cefac.br/library/teses/5e6ef6de5ae416745d305db04b070eda.pdf > Acesso em: 10 set. 2016.
BIASOTTO-GONZALEZ, Daniela Aparecida. Abordagem interdisciplinar das disfunções temporomandibulares. São Paulo: Manole, 2005.
REZENDE, José Roberto Vidulich. Fundamentos da Prótese Buco-Maxilo-Facial. São Paulo: Sarvier, 1997.
MARCUCCI, Gilberto. ESTOMATOLOGIA. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 
OKESON, Jeffrey. Fundamentos de oclusão e desordens temporomandibulares. 2. ed. São Paulo: Artes Médicas, 1992.
MINORU, A. Disfunção temporomandibular - ATM : Diagnóstico e tratamento. 1.ed. São Paulo: Santos, 1995.
MOLINA, Osmar Franklin. Fisiopatologia craniomandibular. 2. ed. São Paulo: Pancast, 1995.
MARCHESAN, Irene. Motricidade Oral. São Paulo: Pancast, 1993.
KAWAGUCHI, Fernando Aparecido. Doenças bucais comprometem rendimento esportivo. Disponível em: < https://saude.terra.com.br/saude-bucal/atualidades/doencas-bucais-comprometem-rendimento-esportivo,58b8785e93cb0410VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html> Acesso em: 03 set, 2016.
TAKUTU, Renata. Protetor bucal em musculação. Disponível em: <http://www.revistaendorfina.com.br/protetor-bucal-em-musculacao-sim-ele-protege-seus-dentes-e-ainda-aumenta-seus-resultados/> Acesso em: 03 set, 2016.
RODRIGUES, Hilton José Gurgel. Padrão de conhecimento do atleta amador de Bauru-SP, relacionado aos cuidados de saúde bucal. [Dissertação de Mestrado] USP, São Paulo-SP, 2005.
DISCUSSÃO
Ferreira (2014) analisa como o esporte afeta o cotidiano das pessoas, e afirma que a Odontologia no Esporte é uma área que se propõe a oferecer aos atletas, profissionais ou não, a possibilidade de melhorar seu rendimento através da manutenção da saúde oral. As práticas esportivas estão cada dia mais envolvidas na vida cotidiana das pessoas, ao exigirem mais do corpo, os cuidados especiais com a saúde são de suma importância.
As várias áreas que compreendem a Odontologia tornam o cirurgião-dentista um profissional capacitado para atuar no diagnóstico, tratamento e prevenção das várias doenças e traumas que ocorrem em sua área de atuação. 
Kawaguchi (2016) avaliou os problemas mais comuns que afetam o rendimento dos atletas profissionais e entre elas, as disfunções temporomandibulares (DTM) são um dos problemas principais e mais comuns.
Com base na literatura de Okeson (1998); Minoru (1995); Molina (1995), disfunções na ATM afetam muitas estruturas, principalmente o processo mastigatório, consequentemente alteram a absorção de nutrientes. 
O sistema estomatognático é um sistema complexo cujas alterações provocam desconforto para o dia a dia do paciente alterando suas atividades diárias.
. Para Tukutu (2014), nos esportes relacionados com força os casos de apertamento dental são altos, e causam problemas que afetam o rendimento dos atletas.
Num estudo realizado por Rodrigues (2005), verificou-se que a maioria dos atletas amadores que não tinham um conhecimento ideal sobre a saúde bucal estar conectada com a saúde sistêmica e pouco conhecimento sobre higiene bucal, eram conscientes de que problemas bucais poderiam comprometer seu desempenho e que o acompanhamento de um cirurgião-dentista é necessário. Outros atletas amadores, não consideram importante o acompanhamento odontológico e procuram por atendimento apenas em casos de dor. 
A odontologia nos esportes deve ser conhecida em todos os lugares pois além de proporcionar aos atletas profissionais um melhor rendimento esportivo também auxilia no diagnóstico precoce e no tratamento de condições dentais como respirador bucal, disfunções na ATM, cárie, doença periodontal, entre outras. 
Os autores da revisão bibliográfica entendem os problemas causados pelas disfunções temporomandibulares tanto em pessoas comuns como em atletas profissionais. As pesquisas dos autores se completam e formam uma opinião geral de que se faz necessário a Odontologia Desportiva para auxiliar no bom rendimento dos atletas.

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