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- Os principais parâmetros fonológicos da língua de sinais são: configuração de mão, ponto de articulação, movimento, orientação da mão e aspectos não-manuais.
UNIDADE 12
2.3 A Fonologia da Língua de Sinais
A língua de sinais (LS) é uma língua natural, uma forma legítima de expressão e comunicação das comunidades surdas (VALIANTE, 2009), com estrutura lingüística complexa, que dispõe de todos os níveis lingüísticos necessários, como fonologia, morfossintaxe, semântica e pragmática. 
Neste momento, será focada apenas a estrutura fonológica da língua brasileira de sinais, apesar da grande escassez de estudos na área da LIBRAS sob o ponto de vista fonológico. Dentre estes estudos, pode-se mencionar Quadros e Karnopp (2004), Karnopp (1999; 2008) e Rabelo (2006). 
Segundo Karnopp (1999), os articuladores primários das línguas de sinais são as mãos, que se movimentam no espaço em frente ao corpo e articulam sinais em determinadas locações neste espaço. Nas línguas de sinais, um sinal pode ser articulado com uma ou duas mãos e tanto com a mão direita quanto com a mão esquerda, o que não se configura em uma mudança distintiva. Sinais articulados com uma mão são produzidos pela mão dominante (em geral, a direita para destros e a esquerda para canhotos). A LIBRAS, assim como as outras línguas de sinais, é basicamente produzida pelas mãos, embora movimentos do corpo e da face também desempenhem funções.
Para analisar a formação dos sinais, Stokoe (1960) propôs a decomposição da Língua Americana de Sinais (American Sign Language – ASL) em três aspectos ou parâmetros simultâneos: o formato (ou configuração) de mãos, a localização (ou locação) no espaço e a sua movimentação que, analisados isoladamente, não carregam qualquer significado. Battison (1978) acrescenta um quarto parâmetro: a orientação da mão. É preciso lembrar que a mudança de apenas um dos parâmetros provoca diferença no significado do sinal.
 Figura 13 – Os parâmetros fonológicos da LIBRAS (FERREIRA-BRITO, 1990, p. 23).
 Figura 14 – Pares mínimos na LIBRAS (FERREIRA-BRITO, 1990, p. 23).
A configuração das mãos se refere ao fato de que para cada sinal feito, uma ou as duas mãos podem assumir uma forma específica. Pode ocorrer apenas uma mão configurada, uma mão configurada sobre a outra que lhe serve de apoio e a configuração espelhada das duas mãos. Pesquisas de Ferreira-Brito e Langevin (1995) mostram que a LIBRAS possui 46 configurações de mão.
 Figura 15 – As 46 configurações de mão da LIBRAS (FERREIRA-BRITO; LANGEVIN, 1995).
A localização no espaço é o local onde a mão já configurada é posicionada. A mão pode tocar, bater ou ser posicionada em um ponto inicial da qual deslizará para outro ponto do corpo. Pode, ainda, ser posicionada em um espaço neutro à frente ou ao lado do corpo, seja na direita, esquerda em cima, no meio ou em baixo. Assim, o sinal pode ser localizado na região superior (cabeça ou pescoço), média (tronco) ou inferior (da cintura ao meio da coxa), onde serão articulados.
 Figura 16 – Espaço de realização dos sinais (FERREIRA-BRITO, 1990, p. 3).
Quadro 3 – Pontos de articulação (FERREIRA-BRITO; LANGEVIN, 1995)
	C – cabeça
T – topo da cabeça
R – rosto
S – parte superior do rosto
I – parte inferior do rosto
p – orelha
o – olhos
N – nariz
B – boca
d – bochechas
Q – queixo
A – zona abaixo do queixo
	T – tronco
P – pescoço
O – ombro
B – busto
E – estômago
C – cintura
B – braços
S – braço
I – antebraço
C – cotovelo
P – pulso
	M – mão
P – palma
C – costas das mãos
L1 – lado do indicador
L2 – lado do dedo mínimo
D – dedos
Dp – ponta dos dedos
Dd – nós dos dedos (junção dedos-mão)
Dj – nós dos dedos (primeira junta dos dedos)
D1 – dedo mínimo
D2 – anular
D3 – dedo médio
D4 – indicador
D5 – polegar
V – interstício entre os dedos
V1 – interstício entre o polegar e o indicador
V2 – interstício entre o indicador e o médio
V3 – interstício entre o médio e o anular 
V4 – interstício entre o anular e o mínimo 
	EN – espaço neutro
O parâmetro de movimento se refere ao movimento específico que é realizado para expressar o significado do sinal, podendo ser o bater, o deslizar, o apertar, o girar etc. De acordo com Klima e Bellugi (1979 apud FERREIRA-BRITO, 1995), este é um parâmetro que envolve os movimentos internos da mão, os movimentos do pulso, os movimentos direcionais no espaço e conjuntos de movimento de um mesmo sinal.
As categorias em que se pode descrever o parâmetro movimento na LIBRAS estão dispostas no Quadro 4 (FERREIRA-BRITO, 1995). 
Quadro 4 – Categorias do parâmetro movimento na LIBRAS (FERREIRA-BRITO, 1995)
	Tipo de movimento
	Contorno ou forma geométrica: retilíneo, helicoidal, circular, semi-circular, sinuoso, angular, pontual;
	
	Interação: alternado, de aproximação, de separação, de inserção, cruzado;
	
	Contato: de ligação, de agarrar, de deslizamento, de toque, de esfregar, de riscar, de escovar ou de pincelar.
	
	Torcedura de pulso: rotação, com refreamento;
	
	Dobramento de pulso: para cima, para baixo;
	
	Interno das mãos: abertura, fechamento, curvamento e dobramento (simultâneo/gradativo)
	Direcionalidade do movimento
	Direcional
	Unidirecional: para cima, para baixo, para esquerda, para direita, para dentro, para fora, para o centro, para lateral inferior esquerda, para lateral inferior direita, para lateral superior esquerda, para lateral superior direita, para um ponto referencial específico
	
	
	Bidirecional: para cima e baixo, para esquerda e direita, para dentro e fora, para laterais opostas.
	
	Não-direcional
	Frequência
	Simples
	
	Repetido
Já a orientação está relacionada à direção da palma da mão durante um sinal: voltada para cima, para baixo, para o corpo, para a frente, para a esquerda ou para a direita.
Esses quatro parâmetros são considerados as unidades mínimas das línguas de sinais e qualquer mudança em um deles pode levar a uma modificação do significado do sinal.
De acordo com Quadros e Karnopp (2004), os articuladores primários das línguas de sinais são as mãos, que se movimentam no espaço em frente ao corpo e articulam sinais em determinadas locações no espaço. Um sinal pode ser articulado tanto com a mão direita quanto com a mão esquerda, uma mudança que não é considerada distintiva. Os sinais podem ser articulados com uma mão (geralmente a mão dominante) ou com as duas mãos.
Embora a língua de sinais seja produzida basicamente pelas mãos, movimentos do corpo e da face também desempenham funções. As expressões faciais e corporais são, portanto, consideradas o quinto parâmetro da fonologia das línguas de sinais.
Estas expressões se referem aos movimentos da face, dos olhos, da cabeça ou do tronco e estão relacionadas às diferenciações entre itens lexicais e marcações sintáticas, como marcação de sentenças interrogativas (como “sim-não” e interrogativas QU-), orações relativas, topicalizações, concordância e foco (QUADROS; KARNOPP, 2004).

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