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Classificação dos Crimes Crime comum: pode ser cometido por qualquer pessoa. A lei não exige nenhum requisito especial. Exemplo: homicídio, furto etc. Crime próprio: só pode ser cometido por determinada pessoa ou categoria de pessoas. Exemplo: infanticídio (onde só a mãe pode ser a autora) e os crimes contra a Administração Pública (só o funcionário público pode ser o autor). Crime de mão própria (de atuação pessoal ou de conduta infungível): só pode ser cometido pelo sujeito em pessoa. Exemplo: falso testemunho (art. 342 do CP). Crime de dano: exige uma efetiva lesão ao bem jurídico protegido para a sua consumação. Exemplo: homicídio, furto, dano etc.) Crime de perigo: para a sua consumação, basta a possibilidade do dano, ou seja, a exposição do bem a perigo do dano. Exemplo: crime de periclitação da vida ou saúde de outrem – art. 132 do CP). Subdivide-se em: a) crime de perigo concreto, quando a realização do tipo exige a existência de uma situação de efetivo perigo; b) crime de perigo abstrato, no qual a situação de perigo é presumida, como no caso da associação criminosa, em que se pune o agente mesmo que não tenha chegado a cometer nenhum crime; c) crime de perigo individual, que é o que atinge uma pessoa ou um determinado número de pessoas (arts. 130 a 137 do CP); d) crime de perigo comum ou coletivo, que é aquele que só se consuma se atingir um número indeterminado de pessoas, como por exemplo, num incêndio (art. 250), explosão (art. 251) etc.; e) crime de perigo atual, que é o que está acontecendo; f) crime de perigo iminente, isto é, que está prestes a acontecer; g) crime de perigo futuro ou mediato, que é o que pode advir da conduta, por exemplo, porte de arma de fogo, associação criminosa etc. Crime material: o crime só se consuma com a produção do resultado naturalístico. Exemplo: morte, para o homicídio; subtração, para o furto; a conjunção carnal ou outro ato libidinoso, para o estupro etc. Crime formal: o tipo não exige a produção do resultado para a consumação do crime, embora seja possível sua ocorrência (é irrelevante para que a infração penal se consume). Exemplo: ameaça, em que o agente visa intimidar a vítima, mas essa intimidação é irrelevante para a consumação do crime, ou, também, da extorsão mediante sequestro, no qual o recebimento do resgate exigido é irrelevante para a plena realização do tipo. Crime de mera conduta: o resultado naturalístico é impossível. Exemplo: casos de desobediência ou da violação de domicílio, em que não existe absolutamente nenhum resultado que provoque modificação no mundo concreto. Crime comissivo: é o praticado por meio de ação. Exemplo: homicídio (matar). Crime omissivo: é o praticado por meio de uma omissão (abstenção de comportamento). Exemplo: deixar de prestar assistência (art. 135 do CP). Se subdivide em: a) omissivo próprio, em que não existe dever jurídico de agir, e o omitente não responde pelo resultado, mas apenas por sua conduta omissiva, como por exemplo a apropriação de coisa achada (conduta mista); b) omissivo impróprio ou espúrio ou comissivo por omissão: o omitente tinha o dever jurídico de evitar o resultado e, portanto, por este responderá, como no caso da mãe que descumpre o dever legal de amamentar o filho, fazendo com que este morra de inanição. Crime instantâneo: consuma-se em um dado instante, sem continuidade no tempo. Exemplo: homicídio. Crime permanente: o momento consumativo se protrai no tempo, e o bem jurídico é continuamente agredido. Exemplo: sequestro (a cessação da situação ilícita depende apenas da vontade do agente que a realiza) – art. 148 do CP. Crime instantâneo de efeitos permanentes: consuma-se num dado instante, mas seus efeitos se perpetuam no tempo. Exemplo: homicídio (a consequência é “irreversível”). Crime habitual: é o composto pela reiteração de atos que revelam um estilo de vida do agente. Só se consuma com a habitualidade da conduta, assim, cada ato isolado é fato atípico. Exemplo: rufianismo (art. 230 do CP), exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica (art. 282 do CP). Crime continuado: cada ato isolado, por si só, já constitui crime (art. 71 do CP). Exemplo: quando o empregado de uma loja que furta, diariamente pequenas quantias de dinheiro, para não despertar suspeitas. Crime transeunte: é a infração penal que não deixa vestígios. Exemplo: calúnia, injúria, desacato. Crime não transeunte ou de fato permanente: é o crime que deixa vestígios. Exemplo: homicídio, furto etc. Crime subsistente: é o que se perfaz com um único ato. Exemplo: injúria verbal. Crime plurissubsistente: é aquele que exige mais de um ato para sua realização. Exemplo: estelionato (art. 171 do CP). Crime unissubjetivo/monossujetivo ou de concurso eventual: pode ser cometido por um ou mais agentes, entretanto, admite-se a co-autoria e a participação. Exemplo: homicídio (art. 121 do CP), roubo (art. 127 do CP) etc. Crime plurissubjetivo ou de concurso necessário: é o que exige pluralidade de sujeitos ativos. Exemplo: rixa (art. 137 do CP), associação criminosa (art. 288 do CP).
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