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Prof. Marcos Cerqueira LEIS DE NEWTON E APLICAÇÕES Introdução 1. INTRODUÇÃO À DINÂMICA Prof. Marcos Cerqueira A Dinâmica é o ramo da Física que estuda as causas do movimento dos corpos. Estas causas estão relacionadas às forças que atuam sobre ele. Dessa maneira, o conceito de força é de fundamental importância no estudo da Dinâmica. Conceito de Força 1. INTRODUÇÃO À DINÂMICA Prof. Marcos Cerqueira A Força é a ação capaz de: modificar a velocidade de um corpo; deformar um corpo; ou equilibrar um corpo. Conceito de Força 1. INTRODUÇÃO À DINÂMICA Prof. Marcos Cerqueira É importante lembrar que a grandeza física, força, é uma grandeza vetorial, isto é, para caracterizá-la precisamos definir sua intensidade (módulo), sua direção de atuação e seu sentido. Interações Fundamentais Prof. Marcos Cerqueira Um corpo sozinho não exerce Força em sobre si mesmo, logo: “Força é fruto da interação entre dois corpos.” Há na natureza quatro formas pelas quais os corpos podem interagir, quatro forças básicas, chamadas de interações fundamentais: As quatro interações fundamentais da natureza são: Interação Gravitacional: é a interação entre os corpos devido à massa de cada um. É sempre atrativa e de longo alcance. É a interação de menor intensidade da natureza, responsável por manter unidos planetas, estrelas galáxias. 1. INTRODUÇÃO À DINÂMICA Interações Fundamentais Prof. Marcos Cerqueira Interação Eletromagnética: é a interação entre os corpos devido à sua carga elétrica. Pode ser atrativa ou repulsiva. Essa interação é responsável por manter unidos átomos, e moléculas, que se agrupam formando as mais diversas substâncias e materiais. Interação Nuclear Forte: é a interação que mantém o núcleo do átomo unido e fortemente estável. É a mais intensa das interações , mas tem alcance extremamente pequeno, não vai além da dimensões nucleares. Interação Nuclear Fraca: ao contrário das três primeiras, que atuam no sentido de propiciar estabilidade e coesão, a interação fraca é um fator de mudança. É responsável pela radioatividade natural. Tem alcance ainda menor que a nuclear forte, mas ainda é muita mais intensa que a gravitacional. 1. INTRODUÇÃO À DINÂMICA As Leis de Newton Prof. Marcos Cerqueira Isaac Newton publicou suas três leis em 1687, no seu trabalho de três volumes intitulado Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica. As leis explicavam vários comportamentos relativos ao movimento de objetos físicos. Newton usando as três leis, combinadas com a lei da gravitação universal, demonstrou as Leis de Kepler, que descreviam o movimento planetário. Essa demonstração foi a maior evidência a favor de sua teoria sobre a gravitação universal. 1. INTRODUÇÃO À DINÂMICA As Leis de Newton Prof. Marcos Cerqueira Primeira Lei de Newton – Lei da Inércia: Conhecida como princípio da inércia, a primeira lei de Newton afirma que: “ Se a força resultante (o vetor soma de todas as forças que agem em um objeto) é nula, logo a velocidade do objeto é constante.” Consequentemente: o Um objeto que está em repouso ficará em repouso a não ser que uma força resultante aja sobre ele. o Um objeto que está em movimento não mudará a sua velocidade a não ser que uma força resultante aja sobre ele. 1. INTRODUÇÃO À DINÂMICA As Leis de Newton Prof. Marcos Cerqueira Segunda Lei de Newton – Lei Fundamental: Conhecida como princípio fundamental da dinâmica, a segunda lei de Newton afirma que: “A força resultante (o vetor soma de todas as forças que agem em um objeto) é igual a razão entre a variação da quantidade de movimento em relação ao tempo.” Matematicamente, temos: 1. INTRODUÇÃO À DINÂMICA t p FR As Leis de Newton Prof. Marcos Cerqueira A quantidade de movimento é definida como: A lei fundamental conforme foi apresentada tem validade geral, contudo, para sistemas onde a massa é constante, esta grandeza pode ser retirada da divisão, o que resulta na mais conhecida expressão: Logo, 1. INTRODUÇÃO À DINÂMICA t vv mF t vmvm t vm t p F if R if R )( vmp amFR As Leis de Newton Prof. Marcos Cerqueira Terceira Lei de Newton – Lei da Ação Reação: A Terceira lei de Newton, ou Princípio da Ação e Reação, diz que a força representa a interação física entre dois corpos distintos ou partes distintas de um corpo. Ela tem o seguinte enunciado: “Se um corpo A exerce uma força em um corpo B, o corpo B simultaneamente exerce uma força de mesma magnitude no corpo A — ambas as forças possuindo mesma direção, contudo sentidos contrários.” 1. INTRODUÇÃO À DINÂMICA Unidades de Força Prof. Marcos Cerqueira No SI – Sistema Internacional, a força é dada em newtons (N). 1 N corresponde à força exercida sobre um corpo de massa igual a 1 kg que lhe induz uma aceleração na mesma direção e sentido da força de 1 m/s². No sistema CGS, a força é dada em dina (dyn) 1 dyn corresponde à força exercida sobre um corpo de massa igual a 1 g que lhe induz uma aceleração na mesma direção e sentido da força de 1 cm/s². amF . 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON 2/.11 smkgN 2/.11 scmgdyn Unidades de Força Prof. Marcos Cerqueira Como e então: logo ou seja: gkg 10001 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON 22 /100.1000/.11 scmgsmkgN cmm 1001 25 /.101 scmgN dynN 5101 Força Peso 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Prof. Marcos Cerqueira Quando falamos em movimento vertical, introduzimos um conceito de aceleração da gravidade, que sempre atua no sentido a aproximar os corpos em relação à superfície. Relacionando com a 2ª Lei de Newton, se um corpo de massa m, sofre a aceleração da gravidade, quando aplicada a ele o principio fundamental da dinâmica poderemos dizer que: O Peso de um corpo é a força com que a Terra o atrai, podendo ser variável, quando a gravidade variar, ou seja, quando não estamos nas proximidades da Terra. A massa de um corpo, por sua vez, é constante, ou seja, não varia. amFR gmP Força Peso 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Prof. Marcos Cerqueira Existe uma unidade muito utilizada pela indústria, principalmente quando tratamos de força peso, que é o kilograma-força, que por definição é: 1kgf é o peso de um corpo de massa 1kg submetido a aceleração da gravidade de 9,8m/s². A sua relação com o Newton (N) é: mgP 2/8,9.11 smkgkgf 2/.8,91 smkgkgf Nkgf 8,91 Força Normal 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Prof. Marcos Cerqueira A força normal é uma força de reação que a superfície faz em um corpo que esteja em contato com esta, essa força é normal à superfície. Um corpo qualquer ao entrar em contato com a superfície de outro e a comprimir aplicará uma força nessa superfície e de acordo com a 3ª Lei de Newton haverá um reação que é exatamente a força normal. A força é chamada de normal porque é termo utilizado em Física quando há formação de uma ângulo de 90° entre duas direções, no caso a direção da superfície e a direção da força, ou seja, a reação é perpendicular à superfície de apoio. : Tração/Tensão 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Prof. Marcos Cerqueira Dado um sistema onde um corpo é puxado por um fio ideal, ouseja, que seja inextensível, flexível e tem massa desprezível. Podemos considerar que a força é aplicada no fio, que por sua vez, aplica uma força no corpo, a qual chamamos Força de Tração ou Tensão. Força de Atrito 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Prof. Marcos Cerqueira O que acontece é que toda vez que puxamos ou empurramos um corpo, aparece uma força que é contrária ao movimento. Essa força é chamada de Força de Atrito. A definição de força de atrito é a força natural que atua sobre os corpos quando estes estão em contato com outros corpos e sofrem a ação de uma força que tende a colocá-lo em movimento, sendo que ela é sempre contrária ao movimento ou à tendência de movimento. Força de Atrito 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Prof. Marcos Cerqueira A força de atrito aparece em razão das rugosidades existentes nas superfícies dos corpos. O atrito depende da força normal entre o objeto e a superfície de apoio; quanto maior for a força normal, maior será a força de atrito. Matematicamente podemos calcular a força de atrito a partir da seguinte equação: Onde o μ (letra grega mi) é chamado de coeficiente de atrito que depende da natureza dos corpos em contato e do estado de polimento e lubrificação da superfície. Essa é uma grandeza adimensional, ou seja, ela não tem unidade. No Sistema Internacional de Unidades (SI) a unidade de força de atrito é o newton (N). NFat Força de Atrito 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Prof. Marcos Cerqueira Existem dois tipos de força de atrito: força de atrito estático e força de atrito cinético. Tanto um quanto o outro estão sempre contrários à tendência de movimento ou à movimentação dos corpos. O atrito dinâmico ou cinético: presente a partir do momento que as superfícies em contato apresentam movimento relativo. Relaciona a força de atrito cinético presente nos corpos que se encontram em movimento relativo com o módulo das forças normais que neles atuam. O atrito estático: determinado quando as superfícies em contato encontram-se em iminência de movimento relativo, mas ainda não se moveram, relaciona a máxima força de atrito possível (com as superfícies ainda estáticas uma em relação à outra) com a(s) força(s) normal(is) a elas aplicadas. Força de Atrito 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Prof. Marcos Cerqueira Matematicamente, temos que a força de atrito cinético é escrita da seguinte forma: Onde μc é chamado de coeficiente de atrito cinético A força de atrito estático é representado da seguinte forma: Onde μe é o coeficiente de atrito estático NFat cc NFat ee Força de Atrito 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Prof. Marcos Cerqueira Comparando-se os módulos dos dois coeficientes, no contato entre superfícies sólidas o coeficiente de atrito cinético será sempre menor (mas não necessariamente muito menor) que o coeficiente de atrito estático: ec Plano Inclinado 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Prof. Marcos Cerqueira No nosso cotidiano, usamos muito o plano inclinado para facilitar certas tarefas. Ao analisarmos as forças que atuam sobre um corpo em um plano inclinado, temos: A força Peso e a força Normal, neste caso, não tem o mesma direção, pois a força Peso, é causada pela aceleração da gravidade, que tem origem no centro da Terra, logo a força Peso têm sempre direção vertical. Já a força Normal é a força de reação, e têm origem na superfície onde o movimento ocorre, logo tem um ângulo igual ao plano do movimento. Plano Inclinado 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Prof. Marcos Cerqueira Podemos definir o plano cartesiano com inclinação igual ao plano inclinado, ou seja, com o eixo x formando um ângulo igual ao do plano, e o eixo y, perpendicular ao eixo x; A decomposição da força Peso no eixo y será responsável pela força normal; A decomposição da força Peso no eixo x será a responsável pelo deslocamento do bloco ao longo do plano; Plano Inclinado 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Prof. Marcos Cerqueira Sabendo isto podemos dividir as resultantes da força em cada direção: Em y: Em x: coscos mgPPP yy mgsenPPsenP xx Plano Inclinado 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Prof. Marcos Cerqueira Exemplo: Um corpo de massa 12kg é abandonado sobre um plano inclinado formando 30° com a horizontal. O coeficiente de atrito dinâmico entre o bloco e o plano é 0,2. Qual é a aceleração do bloco? Força Elástica 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Prof. Marcos Cerqueira Denominamos força elástica a força com a qual uma mola reage a uma força externa que a comprime ou a distende. A reação da mola age no sentido de desfazer a alteração provocada em sua forma. É por isso que a classificamos como sendo uma força restauradora. Força Elástica 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Prof. Marcos Cerqueira Tomando como base a figura abaixo, apliquemos uma força à extremidade livre da mola, que provoque certa deformação x. Como a força elástica é uma força de reação, ela possui a mesma intensidade e sentido contrário ao da força que a deforma. Força Elástica 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Prof. Marcos Cerqueira Sendo assim, podemos ver que a deformação x sofrida pela mola é diretamente proporcional à intensidade da força aplicada à extremidade da mola, portanto, quanto maior for a força aplicada, maior será a deformação da mola. A lei de proporcionalidade foi enunciada pelo cientista Robert Hooke, recebendo, por isso, o nome de Lei de Hooke. Essa lei nos permite calcular o módulo da força elástica (Fel), em newtons, em termos da deformação sofrida (x), em metros. Em m. A constante de proporcionalidade (k) é uma característica da mola e é medida me N/m. kxFel Força Elástica 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Prof. Marcos Cerqueira Sendo assim, podemos ver que a deformação x sofrida pela mola é diretamente proporcional à intensidade da força aplicada à extremidade da mola, portanto, quanto maior for a força aplicada, maior será a deformação da mola. A lei de proporcionalidade foi enunciada pelo cientista Robert Hooke, recebendo, por isso, o nome de Lei de Hooke. Essa lei nos permite calcular o módulo da força elástica (Fel), em newtons, em termos da deformação sofrida (x), em metros. Em m. A constante de proporcionalidade (k) é uma característica da mola e é medida me N/m. kxFel Polias 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Prof. Marcos Cerqueira A polia ou roldana é uma peça mecânica muito comum a diversas máquinas, utilizada para transferir força e movimento. Uma polia é constituída por uma roda de material rígido, normalmente metal, mas outra comum em madeira, lisa ou sulcada em sua periferia. Acionada por uma correia, corda ou corrente metálica a polia gira em um eixo, transferindo movimento e energia a outro objeto. Polias 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Prof. Marcos Cerqueira A figura abaixo representa uma polia fixa, que é presa a um suporte mantendo dois corpos suspensos e unidos por um fio inextensível (não muda de tamanho) e massa desprezível. Numa polia fixa, a força F realizada para elevar um peso P, supondo que a polia esteja sem atritos, é exatamente igual em módulo, se a corda estiver tangenciando a roldana.Logo, F=P Polias 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Prof. Marcos Cerqueira Já na figura aseguir mostra uma aplicação de uma polia móvel, a qual reduz a força necessária para levantar um objeto. Nessa configuração com duas polias, uma móvel e uma fixa, a força de tração T necessária para segurar um objeto de peso P é igual à metade P: Polias 2. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Prof. Marcos Cerqueira As polias podem ser utilizadas em distintas configurações, que influenciam na razão entre a força potente e força resistente. Polia fixa: somente altera a direção e o sentido da força. Polia móvel: divide a força resistente entre o ponto de fixação da corda e a força potente. Talha: configuração de várias roldanas móveis e uma roldana fixa. PT 2 P T n P T 2 FIM!
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