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Psicologia Jurídica - Aula 02 - Abordagens Psicológicas e suas relações com o direito

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Psicologia Jurídica - Direito
Profª Ms. Cecilia Santos		 Apostila 02
Abordagens Psicológicas e suas relações com o Direito
A Psicologia Jurídica é a psicologia que ajuda o direito a atingir seus fins. É a psicologia para o direito. Nesse sentido, a psicologia jurídica é ciência auxiliar do direito, e não aquela que questiona, nem aquela capaz de interrogá-lo em seus alicerces epistemológicos.
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O conceito de psicologia
A fonte etimológica da palavra “psicologia” comporta dois termos de origem grega: psiqué (alma, mente, espírito) e logos (razão, lógica ou estudo), logo, podemos conceber a psicologia como “o estudo da mente”, ou seja, a psicologia pode ser tida como o ramo da ciência que estuda a mente e os fenômenos a ela associados.
Origem e evolução da psicologia 
As raízes da psicologia no ocidente podem ser encontradas nos grandes filósofos da Grécia antiga, entre eles, Sócrates, Platão e Aristóteles. Eles fizeram perguntas fundamentais sobre a vida mental, procurando explicações, questionando-se acerca do que viria a ser a consciência, se as pessoas seriam intrinsecamente racionais ou irracionais, a real existência do chamado livre-arbítrio, dentre outras. 
Hipócrates (460-370 a.C.), considerado o “pai da medicina”, tinha profundo interesse pela fisiologia. Ele fez muitas observações importantes sobre a forma como o cérebro controla diversos órgãos do corpo. Essas observações abriram caminho para o que se tornou, posteriormente, a perspectiva biológica na psicologia.
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História da Psicologia
Surgiu, como área da Ciência, apenas em 1879, com Wilhelm Wundt (Alemanha): Primeiro laboratório de psicofisiologia na Universidade de Leipzig. Wundt desenvolveu a concepção do paralelismo psicofísico. De acordo com essa concepção, os fenômenos mentais correspondem aos fenômenos orgânicos: uma estimulação física, como a picada de uma agulha na pele de um indivíduo, teria uma correspondência na mente do mesmo. Criou-se, então, o método chamado introspeccionismo, de acordo com o qual o experimentador perguntava ao sujeito especialmente treinado para a auto-observação os caminhos que o estimulo sensorial perfazia em seu interior. 
Método Instropecção – refere-se a observar e registrar a natureza das próprias percepções, pensamentos e sentimentos; Objeto de estudo: o comportamento, a vida psíquica, a consciência.
Abordagens teóricas: Behaviorismo
O Behaviorismo dedica-se ao estudo das interações entre o indivíduo e o ambiente, entre as ações do indivíduo (suas respostas) e o ambiente (as estimulações). Os psicólogos dessa abordagem chegaram aos termos “resposta” e “estímulo” para se referirem àquilo que o organismo faz e às variáveis ambientais que interagem com o sujeito. Comportamento, entendido como interação indivíduo-ambiente, é a unidade básica de descrição e o ponto de partida para uma ciência do comportamento. O homem começa ser estudado a partir de sua interação com o ambiente, sendo tomado como produto e produtor dessas interações. O mais importante dos behavioristas foi B. F. Skinner (1904-1990), e a base da corrente skinneriana está na formulação do comportamento operante. O comportamento reflexo ou respondente é o que usualmente chamamos de “não voluntário” e inclui as respostas que são eliciadas (“produzidas”) por estímulos antecedentes do ambiente. Como exemplo, podemos citar a contração das pupilas quando uma luz forte incide sobre os olhos, a salivaçãõ provocada por uma gota de limão colocada na ponta da língua, o arrepio da pele quando um ar frio nos atinge,,etc. No início dos anos de 1930, na Universidade de Harvard (Estados Unidos), Skinner começou o estudo do comportamento justamente pelo comportamento respondente, que se tornara a unidade básica de análise, ou seja, o fundamento para a descrição das interações indivíduo-ambiente. O desenvolvimento de seu trabalho levou-o a teorizar sobre outro tipo de relação do indivíduo com seu ambiente, a qual viria a ser nova unidade de análise de sua ciência: o comportamento operante. Esse tipo de comportamento caracteriza a maioria de nossas interações com o ambiente. O comportamento operante abrange um leque amplo da atividade humana – como os comportamentos do bebê de balbuciar, de agarrar objetos e de olhar os enfeites do berço aos estímulos mais sofisticados, apresentados pelo adulto – de certa maneira, tudo o que fazemos nas ações efetivas no mundo. Um ratinho, ao sentir sede em seu hábitat, certamente manifesta algum comportamento que lhe permita satisfazer sua necessidade orgânica. Esse comportamento foi aprendido por ele e se mantém pelo efeito proporcionado: saciar a sede. Um ratinho privado de água, portanto, com sede, foi colocado na “caixa de Skinner” – um recipiente fechado no qual encontrava apenas uma barra. Essa barra, ao ser pressionada pelo animal, acionava um mecanismo (camuflado) que lhe permitia obter uma gotinha de água, que chegava à caixa por meio de uma pequena haste.
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Durante a exploração da caixa, o ratinho pressionou a barra acidentalmente, o que lhe trouxe, pela primeira vez, uma gotinha de água, que, por causa da sede, foi rapidamente consumida. Por ter obtido água ao encostar na barra quando sentia sede, constatou-se a alta probabilidade de que, estando em situação semelhante, o ratinho a pressionasse novamente.
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Nesse caso de comportamento operante, o que propicia a aprendizagem dos comportamentos é a ação do organismo sobre o meio e o efeito dela resultante – a satisfação de alguma necessidade, ou seja, a aprendizagem está na relação entre uma ação e seu efeito. Esse estímulo de interesse é chamado de reforço. O comportamento operante refere-se à interação sujeito-ambiente. Nessa interação, chama-se de relação fundamental a relação entre a ação do indivíduo (a emissão da resposta) e as consequências. É considerada fundamental porque o organismo reage (emitindo essa ou aquela resposta) e sua ação produz uma alteração ambiental (uma consequência) que, por sua vez, retroage sobre o sujeito, alterando a probabilidade futura de ocorrência. Assim, agimos ou operamos sobre o mundo em função das consequências criadas pela nossa ação. Na verdade, a Análise Experimental do Comportamento pode nos auxiliar a descrever nossos comportamentos em qualquer situação, ajudando-nos a modificá-los. 
É muito conhecida a relação estabelecida por Skinner sobre a punição e o reforço, que inverte uma crença do senso comum de que a punição é a melhor forma de evitar o comportamento indesejável. Por meio de inúmeras pesquisas Skinner comprova que a melhor forma de eliminar o comportamento indesejado é atribuir reforço (prêmio) ao desejado e não reforçar o indesejado. A falta de reforço tende a extinguir os comportamentos. A punição tende a diminuir o comportamento indesejado, mas também diminui outros comportamentos que podem estar entre os desejados.
Terminologias: Behaviorismo, Comportamentalismo, Análise Experimental do Comportamento, Análise do Comportamento.
O Comportamento consiste na interação entre aquilo que o sujeito faz e o ambiente onde o seu fazer acontece.
Comportamento respondente ou reflexo: interações estímulos-resposta incondicionadas, nas quais certos eventos ambientais confiavelmente eliciam certas respostas do organismo que independem da aprendizagem. 
Reflexos condicionados: pareamento, o qual leva o organismo a responder a estímulos que antes não respondia.
Comportamento operante propicia a aprendizagem dos comportamentos é a ação do organismo sobre o meio e o efeito dela resultante – a satisfação de alguma necessidade: R ( S
Agimos ou operamos sobre o mundo em função das consequências criadas pela nossa ação.
Reforço: toda consequência que, seguindo uma resposta, aumenta a probabilidade futura de uma resposta. A função reforçadora de um evento ambiental qualquer, só é definida por sua função sobre o comportamentodo indivíduo.
Extinção: procedimento no qual uma resposta deixa abruptamente de ser reforçada. Como consequência, a resposta diminuirá de frequência ou deixará de ser emitida.
Punição: toda consequência que, seguindo uma resposta, diminui a probabilidade futura de uma resposta.
Qual a eficácia da punição? 
Punir leva à supressão temporária da resposta sem, contudo, alterar a motivação.
Relação entre punição e o sistema prisional.
Substituição das práticas punitivas por procedimentos de instalação de comportamentos desejáveis.
Abordagens teóricas: Cognitivismo
O cognitivismo é uma escola de pensamento com o objetivo de estudar a consciência e a mente. 
Piaget apresenta as seguintes etapas do desenvolvimento cognitivo: 1. Sensório-motor (0-2 anos); 2. Pré-operacional (2-7 anos); 3. Operatório Concreto (7-11 anos); e 4. Operatório Formal (12 anos em diante). 
Importância das crenças e interpretações.
Vygotsky – o desenvolvimento cognitivo infantil, se dá por meio da interação social, ou seja, de sua interação com outros indivíduos e com o meio. 
Alguns estudiosos acreditam que a causa de problemas humanos encontra-se em crenças irracionais, que levam as pessoas a um estado de não adaptação ao ambiente.
Crenças arraigadas desempenham um papel fundamental na maneira de ver o mundo e responder aos estímulos.
Os cognitivistas argumentam que o modo como as pessoas pensam tem impactos sobre seu comportamento; portanto, o modo de pensar não pode ser um comportamento em si. 
Posteriormente, os cognitivistas defenderam que o pensamento é tão essencial à psicologia que o estudo do pensamento seria o seu próprio campo de estudo.
Abordagens teóricas: Gestalt
A maneira como percebemos um determinado estímulo irá desencadear nosso comportamento.
A Gestalt ou a psicologia da forma - é uma das tendências teóricas mais coerentes e coesas da história da Psicologia. Gestalt é um termo alemão de difícil tradução. O termo mais próximo em português seria forma ou configuração, que não é utilizado por não corresponder exatamente ao seu real significado em Psicologia. Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886- -1941), baseados nos estudos psicofísicos que relacionaram a forma e sua percepção, construíram a base de uma teoria eminentemente psicológica. Eles iniciaram seus estudos pela percepção e sensação do movimento. Os gestaltistas estavam preocupados em compreender os processos psicológicos envolvidos na ilusão de ótica, quando o estímulo físico é percebido pelo sujeito como uma forma diferente da que ele tem na realidade. É o caso do cinema. Como as imagens vão se sobrepondo na retina, temos a sensação de movimento. Mas o que de fato está na tela é uma fotografia estática. A percepção é o ponto de partida e também um dos temas centrais dessa teoria. Os experimentos com a percepção levaram os teóricos da Gestalt ao questionamento de um princípio implícito na teoria behaviorista – o de que há relação de causa e efeito entre o estímulo e a resposta – porque, para os gestaltistas, entre o estímulo que o meio fornece e a resposta do indivíduo, encontra-se o processo de percepção. O que o indivíduo percebe e a maneira como percebe são dados importantes para a compreensão do comportamento humano.
 Na visão dos gestaltistas, o comportamento deveria ser estudado nos seus aspectos mais globais, levando em consideração as condições que alteram a percepção do estímulo. Para justificar essa postura, eles se baseavam na teoria do isomorfismo, que supunha uma unidade no universo, em que a parte está sempre relacionada ao todo. Quando eu vejo uma parte de um objeto, ocorre uma tendência à restauração do equilíbrio da forma, garantindo o entendimento do que estou percebendo. Esse fenômeno da percepção é norteado pela busca de fechamento, simetria e regularidade dos pontos que compõem uma figura (objeto). Rudolf Arnheim - noção de relação parte-todo e os princípios da boa forma levam a importantes formulações que chegam à noção de espaço vital elaborada por Kurt Lewin (1890- -1947), que foi o precursor dos estudos dos pequenos grupos, muito importantes para o desenvolvimento das técnicas de grupo. 
Insight 
A Gestalt vê a aprendizagem como a relação entre o todo e a parte, onde o todo tem papel fundamental na compreensão do objeto percebido. Nem sempre as situações vividas por nós apresentam-se de forma tão clara que permita sua percepção imediata. Essas situações dificultam o processo de aprendizagem, pois não permitem uma clara definição de figura-fundo, impedindo a relação parte/todo.
Abordagens teóricas: Psicanálise
Teoria: conjunto de conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida psíquica.
A Psicanálise é um dos sistemas psicológicos mais conhecidos de toda a psicologia. Essa vertente nasceu com a clínica e ao mesmo tempo criou a clínica psicológica. É uma forma de dizer que a psicanálise se prestou ao atendimento de pessoas que apresentavam um tipo de sintoma psíquico que poderia ser debelado em determinadas circunstâncias. Antes da psicanálise, sintomas como o da histeria eram desconsiderados pela medicina e as pessoas ficavam sem tratamento. Sigmund Freud (1856-1939), o criador da psicanálise, trabalhando com Josef Breuer, descobriu que era possível tratar sintomas psíquicos e debelá-los, oferecendo uma nova qualidade de vida aos portadores desse tipo de sintoma. Inicialmente a psicanálise era um instrumento clínico e nasceu de uma perspectiva médica (Freud era médico), mas logo seu desenvolvimento tomou outro rumo e a publicação de “A interpretação dos sonhos”, por Freud, em 1900, foi um marco dessa mudança. A partir desse momento, Freud passa a se preocupar com os mistérios do psiquismo humano e a desenvolver uma teoria poderosa, que vai muito além de uma psicopatologia e de um instrumento clínico de superação do sintoma psicológico. Nesse sentido, ele desenvolve uma teoria que será utilizada para a compreensão da subjetividade humana e das formas dela derivada. Uma importante contribuição foi a descoberta do inconsciente. Freud, nos estudos sobre a histeria, inicialmente por meio do recurso da hipnose, percebeu que um conteúdo importante do pensamento ficava oculto para a própria pessoa. A esse conteúdo ideacional que não ganhava a consciência ele deu o nome de inconsciente. Inicialmente, essa descoberta foi muito importante para tratar os casos de histeria e depois os demais casos, como os de obsessividade, de paranoia etc. No entanto, a Psicanálise ganha expressão de um recurso que vai além do trabalho clínico, quando Freud generaliza sua teoria para situações que ele denomina inicialmente de patologia da vida cotidiana e depois para objetos que chamaremos de não clínicos, como a literatura, a obra de arte, as biografias e, por fim, o comportamento dos grupos e das multidões. A partir desse momento Freud constrói uma base antropológica para seus estudos psicanalíticos, interpretando o modo de vida atual e as raízes subjetivas presentes no desenvolvimento da nossa cultura. A psicanálise, então, passa a se configurar como poderoso instrumento de analise para diversas situações. É possível compreender inúmeras manifestações dos grupos na situação de trabalho, na situação familiar, no lazer, enfim, nas situações cotidianas, e como se dá o jogo de ocultamento e de revelação que algumas vezes são produzidos coletivamente. 
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Método de investigação: caracteriza-se pelo método interpretativo, que busca o significado oculto daquilo que é manifesto por meio de ações e palavras ou pelas produções imaginárias, como os sonhos, os delírios, as associações livres, os atos falhos.
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Análise: busca o autoconhecimento ou a cura, que ocorre por meio desse autoconhecimento. 
Da utilização da hipnose à utilização da catarse:
Hipnose: induzo indivíduo a um estado alterado de consciência e, nesta condição, investiga as conexões entre condutas e/ou entre fatos e condutas que podem ter determinado o surgimento de um sintoma.
Método catártico: Tratamento que possibilita a liberação de afetos e emoções ligadas a acontecimentos traumáticos que não puderam ser expressos na ocasião da vivência desagradável ou dolorosa. Essa liberação de afetos leva à eliminação dos sintomas.
Psicanálise: A descoberta do inconsciente 
Associação livre: os pacientes dão livre curso às suas ideias.
Resistência: força psíquica que se opõe a revelar um pensamento;
Repressão: visa encobrir, fazer desaparecer da consciência uma ideia ou representação insuportável e dolorosa que está na origem do sintoma. 
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Estrutura Psíquica 1. Consciente - Ideias que estão em nossa mente a qualquer momento. 2. Pré-Consciente - Seu conteúdo pode ser facilmente trazido à consciência por esforço da atenção ou memória. 3. Inconsciente – Não presente no campo da consciência, são impedidos por força de repressão, também inconsciente�
Fases de desenvolvimento psicossexual - Sexualidade no centro da vida psíquica. O período de desenvolvimento da sexualidade é longo e complexo até chegar à sexualidade adulta. Fase oral, Fase anal, Fase fálica, Período de latência, Fase genital
Complexo de Édipo - ocorre a estruturação da personalidade do indivíduo. Entre 3 e 5 anos, durante a fase fálica: A mãe é o objeto de desejo do menino, e o pai é o rival que impede o seu acesso ao objeto desejado. Ele procura então ser o pai para ter a mãe, escolhendo-o como modelo de comportamento, passando a internalizar as regras e as normas sociais representadas e impostas pela figura paterna.
Estruturas da Psique: ID Ego e Superego - funcionam em diferentes níveis de consciência, havendo um constante movimento de lembranças e impulsos de um nível para o outro. 
Id: reservatório da energia psíquica; regido pelo princípio do prazer (pulsões de vida e de morte);
Ego: estabelece o equilíbrio entre as exigências do id, as exigências da realidade e as normas do superego; regido pelo princípio da realidade; é um regulador.
Superego: exigências sociais e culturais; origina-se com o complexo de Édipo. 
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Sintomas e Mecanismos de Defesa 
Sintoma: produção – comportamento ou pensamento – resultante de um conflito psíquico entre o desejo e os mecanismos de defesa.
Mecanismos de defesa: processos inconscientes realizados pelo ego, ocorrem independentemente da vontade do indivíduo. Exemplos: Recalque, formação reativa, regressão, projeção, racionalização.
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Abordagens teóricas: Abordagem Sistêmica
O sistema não é a soma das partes. Para se compreender um sistema, não é suficiente conhecer as partes isoladamente. O que define um sistema é a relação das partes com o todo e do todo com as partes. Capacidade de autoproteção, autoequilíbrio e autocrescimento. Todo sistema possui a capacidade de autocontrole. 
A noção de contexto é primordial para se compreender a proposta da abordagem sistêmica, que consiste numa maneira de abordar, de ver, de situar, de pensar um problema em relação a seu contexto. Faz com que a situação-problema seja vista de outras maneiras: multicausalidade. É sempre interativa, ensinando as pessoas a perceberem as outras em sua relação com a família, sociedade, valores e crenças. As pessoas participam de uma rede de relações onde cada pessoa influi e é influenciada pelas demais. Em um sistema, o que acontece com qualquer integrante afeta a todos. O comportamento resultante, visto como um todo, não é a simples soma do comportamento de cada uma das partes. O sistema funciona como um todo, com total independência. O comportamento de cada elemento influencia e também sofre influência por parte do todo. Há uma influência recíproca. É importante destacar que só é possível compreender um elemento ou uma das partes do sistema se houver conhecimento acerca do sistema como um todo. 
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Abordagens teóricas: Síntese
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Behaviorismo: comportamento.
Gestalt: percepção.
Psicanálise: inconsciente.
Cognitivismo: crenças.
Abordagem sistêmica: sistemas/relações. �
O papel da Psicologia no Poder Judiciário
Cabe ao psicólogo a avaliação das características de personalidade para fornecer subsídios ao processo judicial através de triagem psicológica, e aplicação de instrumentos exclusivos, como testes projetivos, escalas, testes psicométricos e inventários; avaliar as condições intelectuais e emocionais de crianças, adolescentes e adultos em conexão com processos jurídicos, seja por deficiência mental ou insanidade, aplicando métodos e técnicas psicológicas e/ou de psicometria, para determinar a responsabilidade legal por atos criminosos, bem como danos psicológicos e neuropsicológicos presentes; elaborar laudos e pareceres âmbito psicológico, através de perícias realizadas em processos sejam eles, cíveis ou criminais, bem como inquéritos policiais; avaliar danos psicológicos em vítimas decorrentes de crimes diversos.
No Sistema Penitenciário Promove a avaliação de periculosidade e outros exames psicológicos, para os casos de pedidos de benefícios em que a lei de execução penal vigente possa ser aplicada, além de atuar em pesquisas, que fundamentarão análises futuras e atualizam e reforçam a importância das ciências forenses.
Avaliação de perfil criminal (técnica investigativa que infere aspectos psicossociais do criminoso com base em uma análise psicológica e criminalística). Orienta com eficiência a investigação criminal, a partir do local do crime com a utilização de um método de análise de vestígios na interpretação do comportamento criminoso. Consequentemente, conduz a diminuir o número de suspeitos, estabelecendo uma estratégia de ação, e promovendo um planejamento de interrogatório perante aqueles que são citados como possíveis autores.
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Referências
PINHEIRO, Carla. Psicologia Jurídica. São Paulo: Saraiva, 2013. 
BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologia Fácil. São Paulo: Saraiva, 2011
Sugestões de leitura
OLIVEIRA, Heitor Moreira de A PSICOLOGIA JURÍDICA E A PSICANÁLISE FREUDIANA COMO BASES TEÓRICO-PRÁTICAS PARA UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR DO DIREITO. REDUNB V.10-E (ESPECIAL ELETRÔNICA) | P. 2-17 | 2012
Disponível em: http://periodicos.unb.br/index.php/redunb/article/viewFile/7117/5610
YASRI, Caroline Provin. A Importância da Psicologia para o Direito, jurisway. 2013. Disponível em 
https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=12510
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Início da década de 1920 - John B. Watson – a psicologia era o estudo de comportamentos observáveis, mensuráveis, nada mais. Para ele, uma criança nada mais era do que uma tábua rasa sobre a qual suas experiências poderiam escrever praticamente qualquer coisa, é dele a afirmação: “Dê-me uma dúzia de crianças saudáveis, bem formadas, e meu próprio mundo especializado para que eu as eduque, e eu garanto que escolherei qualquer uma delas aleatoriamente, treinando-a para que se torne qualquer tipo de especialista que eu escolha – médico, advogado, artista, e, claro, até mesmo mendigo e ladrão , independentemente de seus talentos, preferências, tendências, capacidades, vocações e raça”
Skinner, assim como Watson, acreditava que os psicólogos deveriam estudar apenas o comportamento observável e mensurável. Ele também estava interessado em alterar o comportamento por meio do condicionamento e em descobrir as leis do comportamento durante esse processo. Sua contribuição ao behaviorismo foi adicionar um novo elemento ao repertório behaviorista: o reforço. Ele dava recompensas às cobaias de seus experimentos por se comportarem da maneira que ele desejava. 
PINHEIRO, 2013:29-30
A psicologia cognitiva é o estudo de nossos processos mentais no sentido mais amplo: pensar, sentir, aprender, recordar, tomar decisões, fazer julgamentos e assim por diante. Os psicólogos cognitivistas se interessam pela maneira como as pessoas processam informações, isto é, o modo como adquirimos informações,processamos ou transformamos partes de informações em programas e utilizamos esses programas para solucionar problemas. 
PINHEIRO, 2013:30-31
No final do século XIX e inicio do século XX (1900 – publicação da “Interpretação dos Sonhos”) – Sigmund Freud, revolucionou o status quo da psicologia, criou a psicanálise com base em suas experiências clinicas com pacientes histéricas. Derivada da palavra grega histera (matriz, útero), a histeria é uma neurose caracterizada por quadros clínicos variados. 
Sua originalidade reside no fato de que os conflitos psíquicos inconscientes se exprimem de maneira teatral e sob a forma de simbolizações, através de sintomas corporais paroxísticos (ataques ou convulsões de aparência epilética) ou duradouros (paralisias, contraturas, cegueiras).
Para Freud, somos todos motivados por pulsões inconscientes que não estão disponíveis na dimensão racional e consciente de nossa mente. ... para a maioria dos psicanalistas, a grande contribuição de Freud foi a de estabelecer um conceito de inconsciente, que englobava a grande parte da vida mental dos seres humanos. Freud afirmava que o inconsciente era “uma dinâmica viva de impulsos sexuais, desejos reprimidos, medos e vontades inomináveis e memórias traumáticas primordialmente oriundos da infância. Embora reprimidos ou alheios à percepção, os impulsos inconscientes exercem pressão sobre a mente consciente e se expressam de maneiras disfarçadas ou alteradas, o que inclui sonhos, manias, lapsos de linguagem e sintomas de doenças, bem como por meio de atividades socialmente aceitáveis como a arte e a literatura. Para desvendar o inconsciente, Freud desenvolveu a técnica da livre associação, na qual o paciente deita-se em dum divã, relembra sonhos e diz o que lhe vier à mente. 
PINHEIRO, 2013:27 - 29
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