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Direitos Humanos - Aula 04

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UNIDADE II: DESENVOLVIMENTO HISTORIO DO DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS
PRECEDENTES HISTORICOS: A SEGUNDA GUERRA E O PÓS-GUERRA. CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS DE 1945 E O PAPEL DO ESTADO. 
Os Direitos Humanos e a Segunda Grande Guerra Mundial
A Segunda Grande Guerra Mundial teve início com a invasão da Polônia, em 1.º de setembro de 1939, e findou em 2 de setembro de 1945, com a assinatura da rendição formal do Japão, a bordo do encouraçado Missouri, na baía de Tóquio.
Na verdade, a Segunda Grande Guerra Mundial começou muito antes, pois menos de um mês após a promulgação da Constituição Alemã (11 de agosto de 1919) foi fundado, em setembro do mesmo ano, numa cervejaria em Munique, o Partido Operário Alemão. Encontrava-se entre os indivíduos que se reuniram para a sua criação um jovem cabo austríaco chamado Adolf Hitler.
O Partido transformou-se, em 1920, no Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, que preparou um golpe de Estado, em 1923. Tendo fracassado o golpe na Baviera, Adolf Hitler foi condenado à prisão, cumprindo apenas oito meses da pena de cinco anos que tinha sido aplicada.
Uma vez encontrando-se em liberdade, Hitler reorganizou seu partido, determinou o seu programa de ação e criou uma força armada para apoiar suas reivindicações políticas. 
Em 1930, o seu partido já tem 107 deputados no poder e em 30 de janeiro de 1933 ele foi nomeado chanceler pelo então presidente alemão Paul Ludwig Hans Anton von Beneckendorff und von Hindenburg, mais conhecido como Paul von Hindenburg (Posen, 2 de outubro de 1847 – Neudeck, 2 de agosto de 1934).
Com a morte do presidente, em 2 de agosto de 1934, Adolf ascende ao poder e em 14 de outubro de 1933 a Alemanha se retira da Conferência Geral do Desarmamento, reunida em Genebra. Uma semana depois, se retira da Liga das Nações.
O serviço militar é restabelecido em março de 1935 e um exército de mais de quinhentos mil homens é criado. 
Em 12 de março de 1938, as tropas alemãs penetram na Áustria e em 10 de abril do mesmo ano realiza um plebiscito em que 99,7% dos austríacos aprovam a união com a Alemanha. Os que se opuseram foram encaminhados ao cárcere. 
Na madrugada de 1.º de setembro de 1939, a Alemanha atravessou a fronteira polonesa sem aviso prévio e, sem que se desse conta, Adolf Hitler desencadeou a Segunda Grande Guerra Mundial. 
Inúmeros acontecimentos entre 1.º de setembro de 1939 e 2 de setembro de 1945 destroçaram a proteção aos direitos humanos no cenário das relações exteriores.
É inegável que com o advento da conflagração global e dos massacres perpetrados, os direitos humanos entraram em severo colapso. No entanto, com o término dos conflitos, houve um desenvolvimento sem precedentes em sua história, com o surgimento de inúmeros tratados internacionais cuidando do tema. 
Tanto a Primeira Grande Guerra Mundial (agosto de 1914 a novembro de 1918), cujo triste epílogo trouxe consigo o legado da perda de mais de oito milhões de vidas humanas, quanto a Segunda Grande Guerra Mundial (1939-1945), com todos os seus atos cruentos, desumanos, atrozes e mais de 45 milhões de mortos, serviram para apresentar ao mundo a necessidade inquietante e imediata de proteção dos direitos humanos na dimensão internacional. 
Em verdade, os direitos humanos, tal como compreendidos hoje, surgiram como uma reação ao holocausto e às demais barbáries perpetradas durante a Segunda Grande Guerra. 
A primeira manifestação dessa proteção mostrou a sua face com a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), que foi base para outros diplomas internacionais, como o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (1966) e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966). Outro importante diploma elaborado no pós-guerra foi o Estatuto de Roma (1998), que criou o Tribunal Penal Internacional.
A Internacionalização dos Direitos Humanos: o Pós-Guerra
De acordo com Thomas Buergenthal, em sua obra International Human Rights: “O moderno direito internacional dos direitos humanos é um fenômeno do pós-guerra. Seu desenvolvimento pode ser atribuído às monstruosas violações de direitos humanos da era Hitler e à crença de que parte destas violações poderiam ser prevenidas se um efetivo sistema de proteção internacional de direitos humanos existisse”. A internacionalização dos direitos humanos foi, então, um movimento muito recente na história, que surgiu a partir do pós-guerra, como resposta às atrocidades e aos horrores cometidos durante o nazismo na Alemanha, onde o próprio Estado atuava como violador dos direitos humanos.
O pós-guerra é caracterizado pelo direito de ter direitos, ou seja o direito a ser sujeito de direitos. Nesse contexto desenha-se o esforço da reconstrução dos direitos humanos. Juntamente nasce a certeza de que a proteção aos direitos humanos não deve se reduzir ao âmbito reservado de um Estado, pois se trata de tema de interesse internacional, como legitima preocupação da comunidade internacional.
Os direitos humanos tornam-se uma legitima preocupação internacional com o fim da Segunda Guerra Mundial, com a criação das Nações Unidas, com a adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela Assembleia Geral da ONU, em 1948, de modo que o Estado não poderia mais tratar seus cidadãos da forma como quisesse, sem sofrer responsabilização na esfera internacional. Exemplo disso temos a criação do Tribunal de Nuremberg (1945-1946), encarregado de julgar e punir os criminosos de guerra. Em agosto de 1945, os Britânicos, franceses, americanos e soviéticos (países aliados) se encontraram em Londres e assinaram um acordo que criou o Tribunal de Nuremberg, oficialmente chamado de Tribunal Militar Internacional, definindo regras dos processos de julgamento e os crimes a serem tratados. Vários Estados aderiram ao acordo: Reino Unido, EUA, França, URSS (4 potências signatárias), Grécia, Dinamarca, Iugoslávia, Países Baixos, Checoslováquia, Polônia, Bélgica, Etiópia, Austrália, Honduras, Noruega, Panamá, Luxemburgo, Haiti, Nova Zelândia, Índia, Venezuela, Uruguai e Paraguai.
Os crimes a serem julgados foram: conspiração contra a paz; atos de agressão; crimes de guerra; crimes contra a humanidade. Foram julgadas 24 pessoas consideradas as principais responsáveis pela Guerra, sendo todos alemães que faziam parte da elite nazista. O Tribunal foi composto por 4 membros, juízes, sendo que cada pais aliado enviou um titular e um suplente com a missão de garantir um processo e uma punição justos e rápidos, sendo as decisões tomadas pela maioria, sendo o voto do presidente decisivo no caso de empate.
A condenação criminal dos indivíduos que colaboraram para a ocorrência do nazismo fundamentou-se na violação de costumes internacionais, ainda que muita polemica tenha surgido com base na alegação da afronta ao princípio da legalidade do direito penal, sob o argumento de que os atos punidos pelo Tribunal de Nuremberg não eram considerados crimes no momento em que foram cometidos.
A Carta das Nações Unidas de 1945
Em 26 de junho de 1945, em São Francisco, foi assinada a Carta das Nações Unidas e, em 24 de outubro desse mesmo ano, houve a criação das Nações Unidas, ONU, com suas agências especializadas. É o marco do surgimento de uma nova ordem internacional, que instala um novo modelo de conduta nas relações internacionais, com preocupações que incluem a manutenção da paz e segurança internacional, desenvolvimento de relações amistosas entre os Estados, adoção da cooperação internacional no plano econômico, social e cultural, adoção de um padrão internacional de saúde, proteção ao meio ambiente, criação de uma nova ordem internacional e a proteção internacional dos direitos humanos. Quando foi fundada, logo após a Segunda Guerra Mundial, contava com a participação de 51 nações. Ainda no clima do pós-guerra, a ONU procurou desenvolver mecanismos multilaterais para evitar um novo conflito armado mundial. Atualmente, conta com 192 países membros.
As Nações Unidassão formadas por diversos órgãos:
Assembleia Geral
Conselho de Segurança
Corte Internacional de Justiça
Conselho Econômico e Social
Conselho de Tutela:.
Secretariado: 
Conselho de Direitos Humanos: 
Criação: Resolução 60/251 de 3 de abril de 2006, com primeira sessão realizada em 19 de junho de 2006.
Composição: 47 Estados-membros, eleitos diretamente, por voto secreto da maioria da Assembleia Geral.
Competência: fortalecer a promoção e proteção de direitos humanos em todo mundo tal como abordar situações de violações de direitos humanos e fazer recomendações sobre elas; promover a educação e o ensino em direitos humanos e programas de capacitação; contribuir, por meio de dialogo e da cooperação para a prevenção de violações a direitos humanos e responder rapidamente a situações de emergência; propor recomendações acerca da promoção e proteção aos direitos humanos; relatar denúncias.
A distribuição de lugares desta eleição é a seguinte: 13 lugares atribuídos ao Grupo de Estados de África; 13 para o Grupo da Ásia-Pacífico; 6 para o Grupo da Europa de Leste; 8 para o Grupo da América Latina e Caraíbas e 7 para o Grupo da Europa Ocidental e de Outros Estados. (total = 47 Estados-membros)
Artigos relevantes da Carta das Nações Unidas:
Artigo 1º.
3. Realizar a cooperação internacional, resolvendo os problemas internacionais de carácter económico, social, cultural ou humanitário, promovendo e estimulando o respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião.
Artigo 55º.
Com o fim de criar condições de estabilidade e bem-estar, necessárias às relações pacíficas e amistosas entre as Nações, baseadas no respeito do princípio da igualdade de direitos e da autodeterminação dos povos, as Nações Unidas promoverão:
a) A elevação dos níveis de vida, o pleno emprego e condições de progresso e desenvolvimento económico e social;
b) A solução dos problemas internacionais económicos, sociais, de saúde e conexos, bem como a cooperação internacional, de carácter cultural e educacional;
c) O respeito universal e efetivo dos direitos do homem das liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião.
Artigo 56º.
Para a realização dos objetivos enumerados no artigo 55, todos os membros da Organização se comprometem a agir em cooperação com esta, em conjunto ou separadamente.

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