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Carta de Atenas e Cidade Radiosa

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Carta de Atenas 
A Carta de Atenas é o manifesto urbanístico resultante do IV Congresso Internacional de Arquitetura Moderna (CIAM), 
realizado em Atenas em 1933. 
O evento, que teve como tema a "cidade funcional", discutiu aspectos da arquitetura contemporânea. Foi dominado pela visão 
dos franceses e de Le Corbusier em particular, onde, o tópico sobre património histórico foi introduzido por solicitações dos 
delegados italianos. 
O documento final, redigido por Le Corbusier, fruto dessas discussões, define praticamente o conceito de urbanismo moderno, 
traçando diretrizes e fórmulas que, segundo os seus autores, seriam aplicáveis internacionalmente. A Carta considerava 
a cidade como um organismo a ser concebido de modo funcional, na qual as necessidades do homem devem estar claramente 
colocadas e resolvidas. Desse modo, preconiza a separação das áreas residenciais, de lazer e de trabalho, propondo, em lugar 
do caráter e da densidade das cidades tradicionais, uma cidade, na qual os edifícios se desenvolvem em altura e inscrevem em 
áreas verdes, por esse motivo, pouco densas. Tais preceitos influenciaram o desenvolvimento das cidades européias após 
a Segunda Guerra Mundial e, no Brasil, a criação do Plano Piloto de Brasília por Lúcio Costa. Este é considerado como o mais 
avançado experimento urbano no mundo que tenha aplicado integralmente todos os princípios da Carta. 
Entre outras propostas revolucionárias da Carta está o de que toda a propriedade de todo o solo urbano da cidade pertence à 
municipalidade, sendo, portanto público. 
Define ainda o património como um testemunho do passado, devendo ser respeitado por seu valor histórico ou sentimental e 
por sua virtude plástica. Nesse sentido, condena o emprego de estilos do passado, sob pretexto estético, em construções 
novas erguidas em zonas históricas, as quais se tornariam falsificadas, ocasionando descrédito aos testemunhos autênticos. 
 
Unité d'Habitation 
As Unités d'Habitation são grandes edifícios modulares projetados pelo arquiteto franco-suíço Le Corbusier após a II Guerra 
Mundial, originados de um programa de reconstrução do governo francês. A primeira unidade implantada, e a mais famosa 
delas, foi a da cidade de Marselha, elaborado entre 1947 e 1953. O projeto também ficou conhecido pelo termo Cité 
radieuse (cidade radiosa), visto que procurava recuperar em um edifício monumental a dinâmica da vida urbana. 
O termo significa literalmente unidade de habitação, mas o projeto é reconhecido internacionalmente pelo termo em francês. 
O conceito de unidade de habitação foi adaptado posteriormente em diversos outros projetos de caráter modernista por 
arquitetos em todo o mundo. Por esse motivo, o projeto original costuma ser referido pelo nome original. 
Características 
Os edifícios configuram-se em geral como lâminas com mais de 100 m de comprimento e por volta de 30 m de largura, 
englobando por volta de 15 pavimentos e 55 m de altura. O projeto de Marselha possuía 337 apartamentos (ou "células"). 
O projeto traduz os elementos fundamentais da arquitetura moderna expostos anteriormente por Le Corbusier: está construída 
sobre pilotis, possui planta livre da estrutura,terraço-jardim (contendo creche, solário e piscinas na cobertura), fachada livre, e é 
essencialmente horizontalizada. Neste projeto Le Corbusier aplica seus estudos sobre as proporções humanas: utiliza pela 
primeira vez o Modulor (um sistema de relações métricas baseados na distância dos membros do corpo humano de um 
indivíduo "universal"), estabelecendo todas as medidas importantes de projeto como múltiplos das medidas estabelecidas 
pelo Modulor. 
A cada certa quantidade de andares, foram previstas "ruas aéreas": corredores nos quais estavam previstos estabelecimentos 
comerciais. Esta determinação tem a ver com a ideia de um cidade utópica na qual a Natureza está preservada e as 
necessidades tradicionais das cidades estão concentradas em alguns poucos edifícios. O terceiro e quarto pavimentos do 
edifício de Marselha, por exemplo, estão ocupados por um hotel com restaurante, uma livraria e escritórios, enquanto o terraço 
comporta um ginásio esportivo e academia de ginástica, escola infantil e creche - em funcionamento ainda hoje. 
A concepção estética do edifício repousa em um ideário rigidamente moderno: modularizado, retilíneo, racional. Chega 
inclusive a se utilizar da combinação neoplástica de cores na fachada (vermelho, amarelo e azul, as cores primárias). O edifício 
é construído em concreto armado aparente e tem na modulação e pre-fabricação dos seus elementos construtivos o ideal 
estético da máquina de morar, onde a repetição dos elementos-base em séries coordenada com a variação das séries são 
responsáveis pelo arranjo plástico da fachada. Tal como preconizado pela máxima "a forma segue a função", as cores, 
materiais e dimensões dos elementos utilizados seguem sua função diretamente e é o arranjo sensível destas funções que 
consegue compor a beleza bruta da fachada das Unités. 
Devido à independência da estrutura do edifício com relação a cada uma das células, Le Corbusier dizia que os apartamentos 
foram colocados na Unité como "garrafas de vinho em uma adega". 
Encarando as células como máquinas de morar, o arquiteto suiço junto com Charlotte Perriand projetam todos os elementos 
constitutivos da unidade de Marselha. Os móveis e os equipamentos para a cozinha, os móveis da sala, as esquadrias e todos 
os seus elementos sugerem um ideal de habitação racional, eficiente, desimpedido e livre. Mesmo sendo mínimas em suas 
dimensões pelo trabalho minucioso deste mobiliário as células podem ser ocupadas confortavelmente, mostrando o 
comprometimento com um ideal de vida novo para a época em todas as escalas, da urbana a doméstica. 
Conforto ambiental 
A Unité d'Habitation foi o primeiro grande projeto de Le Corbusier no qual o arquiteto aplica uma série de estudos a respeito 
de insolação e ventilação. Todos os apartamentos sãodúplex (ou seja, possuem dois pavimentos) e possuem aberturas nas 
duas faces do edifício, possibilitando a configuração de zonas de permanência diária e noturna. O estudo da incidência dos 
raios solares ao longo do dia permitiu que Le Corbusier projetasse dispositivos de controle térmico e de iluminação (os brise-
soleils, ou "quebra-sóis"). 
O fato de cada apartamento possuir uma abertura em cada uma das fachadas permite a existência do efeito-chaminé e 
da ventilação cruzada, promovendo constante renovação do ar e sua adequação à temperatura interna sem a necessidade de 
equipamentos de condicionamento do ar ou da temperatura. 
A orientação do edifício estritamente no eixo norte-sul (com as suas faces voltadas para o poente e nascente) remete a um 
ideal de habitação ligada aos ritmos do dia de modo que os habitantes das unidades não fossem, de maneira alguma, 
alienados da natureza. Pode-se dizer que, pelo contrário, os ideais de Le Corbusier tencionavam reconectar o homem à 
natureza - "perdida" nas cidades de então. 
Estes parâmetros ambientais e os elementos utilizados para atingi-los tornaram-se lugar-comum da arquitetura moderna 
tamanho seu sucesso. Como muitos dos paradigmas estabelecidos pelo arquiteto suiço, o condicionamento ambiental 
das Unités ainda é utilizado repetidamente hoje, mesmo que de maneira deturpada e errónea em muitos casos. 
Histórico 
Foram construídas quatro unidades na França. Devido à fama internacional que o projeto obteve, o governo alemão solicitou 
um projeto em Berlim. Os cinco projetos, cronologicamente, são os seguintes: 
• 1947 em Marseille, Boulevard Michelet, 280; 
• 1955 em Nantes, rue Théodore Brosseaud, 44; 
• 1958 em Berlim, Flatowallee 16; 
• 1963 em Briey en Forêt, Meurthe-et-Moselle; 
• 1965 em Firminy. 
• 
Influências 
Devido ao resultado do projeto como um todo, alguns críticos afirmam que a Unité inaugura operíodo brutalista da obra 
corbuseana e virá a influenciar toda a arquitetura brutalista. Ela também é considerada um experimento importante na definição 
do urbanismo moderno, constituindo um exemplo do que poderia vir a ser a unidade de vizinhança, em uma cidade planejada 
apenas com edifícios deste tipo. 
Há um sem número de edifícios que remetem a tipologia desenvolvida nas Unités, alguns com de maneira sábia e outros 
erradamente. Pode-se dizer que a própria arquitetura habitacional multi-familiar produzida nos anos 60 e 70 deve muito a elas, 
especialmente a ideia de habitação em grande escala em edifícios em fita (longos e orientados em um eixo apenas), com 
pavimento térreo livre e "soltos" no seu terreno de implantação ou cercados de verde. 
Influências da Unité d'Habitation podem ser notadas nas superquadras projetadas por Lúcio Costa em Brasília e em grande 
número de projetos executados nas principais cidades brasileiras nos anos 70 e 80.

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