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1 Luciana Veiga Universidade Federal da Bahia - UFBA Instituto de Biologia Campus Ondina Salvador / BA BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR Curso: Medicina Veterinária Sinalização celular - BIBLIOGRAFIA: • Alberts & Col. (2010). Biologia Molecular da Célula, 5.Ed., Ed. Artes Médicas Ed., Porto Alegre 1396p. • Cooper, G. M.(2007). A Célula. 3ª Ed. Artmed Editora,712p. • Lehninger, A.; Nelson, D.L.; Cox, M.M. (2000). Princíples of Biochesmistry, 3ª Ed. Worth Publishers, New York, 1232p 1. Princípios gerais da sinalização celular • Organismo multicelular: as células precisam coordenar seu comportamento • Sinais: relação com as funções, posição celular, dividir, morrer etc. • Procarioto ou eucarioto unicelular: percebem e respondem ao meio ambiente. • Ex: Leveduras: uma levedura ao se acasalar libera no meio “Fatores de acasalamento” (pequena proteína) que induz outras leveduras a emitir protusões em direção à célula que emitiu o sinal. Cada célula está programada para responder a combinações específicas de moléculas sinalizadoras extracelulares. A célula animal depende de múltiplos sinais extracelulares. Biologia Molecular da Célula - Alberts, Johnson, Lewis, Raff, Roberts & Walter - Formas de sinalização celular: • Endócrina: o sinal é disseminado pelo corpo sendo secretato na corrente sangüínea ou na seiva (hormônios). • Parácrina: sinais são difundidos localmente (mediadores locais). •Neuronal: neurotransmissores. •Dependente de contato: o sinal não é liberado. 2 - Moléculas sinalizadoras extracelulares são reconhecidas por receptores específicos localizados na superfície ou no citoplasma das células-alvo. • Quatro tipos de substâncias são usualmente utilizadas como moléculas sinalizadoras: 1. Hormônios: adrenalina, cortisol, estradiol, insulina, testoterona, hormônio da tireóide (tiroxina). 2. Mediadores locais: fator de crescimento da epiderme (EGF), fator de crescimento de plaquetas (PDGF), fator de crescimento de nervo (NGF), óxido nítrico (NO). 3. Neurotransmissores: acetilcolina e ácido γ – aminobutírico. 4. Moléculas de sinalização dependente de contato: Delta. - A mesma molécula sinalizadora pode induzir respostas distintas em células-alvo diferentes. - Cada célula responde a um determinado sinal se ela tiver um receptor protéico. - Células diferentes respondem de modo diferentes ao mesmo sinal. Biologia Molecular da Célula - Alberts, Johnson, Lewis, Raff, Roberts & Walter - O RECEPTOR pode ser uma proteína de membrana com uma das seguintes características: - Receptor que ativa proteína G - Receptor com atividade catalítica (o receptor é uma enzima ou se associa diretamente a uma enzima) - Receptor intracelular (citoplasmático ou nuclear) que ativa transcrição de alguns genes. - Receptor: é uma proteína ou uma lipoproteína na superfície ou no interior da célula à qual se liga, de forma específica, a molécula sinalizadora. • Os sinais químicos interagem com a célula alvo ligando-se a receptores de superfície ou receptores intracelulares. 3 - Receptor intracelular (citoplasmático ou nuclear) que ativa transcrição de alguns genes • Os ligantes de receptores intracelulares são moléculas lipossolúveis que entram na célula através da bicamada e se ligam a receptores que estão dentro da célula. • Ex.: hormônios sexuais, glicocorticóides, mineralocorticóides, hormônio da tireóide, vitamina D, ácido retinóico • Alguns hormônios hidrofóbicos pequenos cujos receptores são proteínas intracelulares regulatórias de genes. Ação de hormônio esteróides Regulação gênica pelo receptor do hormônio da tireóide Diferentes tipos de proteínas de sinalização intracelular ao longo de uma rota de sinalização, desde o receptor de superfície celular até o núcleo. • Cascatas de sinalização intracelulares atuam como uma série de interruptores moleculares. Existem três classes principais de receptores de superfície celular. 4 1. Receptores associados a canais iônicos: • A ligação do ligante (a molécula sinalizadora) faz abrir o canal alterando o potencial de membrana (Vm). • Acetilcolina se liga no receptor de acetilcolina e aumenta a probabilidade de abertura desse receptor que é um canal iônico cátion seletivo. • Isso induz despolarização da membrana da célula muscular esquelética. 2. Receptores que ativam proteína G: • Existem mais de 1.000 diferentes tipos de receptores dessa família, para os mais diversos ligantes. • Todos têm características estruturais similares. • Proteína G: Trimérica (α β γ). • Existem vários tipos de proteínas G: - Mamíferos: 20 α, 4 β e 14 γ. • As três principais famílias das proteínas G triméricas Família Alguns membros Ação mediada por Funções I Gs α Ativa a adenil ciclase: ativa canais de Ca2+ Golf α Ativa a adenil ciclase nos neurônios olfativos II Gi α Inibe a adenil ciclase βγ Ativa canais de K+ Go βγ Ativa canais de K +; Inativa canais de Ca2+ α e βγ Ativa a fosfolipase C-β Gt (transducina) α Ativa a fosfodiesterase de GMP cíclico nos bastonetes de vertebrados III Gq α Ativa a fosfolipase C-β cAMP responsive element binding proteins: CREBs 2.1. Rota da Adenilato Ciclase • Algumas proteínas G ativam a enzima adelilato-ciclase, aumentando a concentração intracelular de AMP cíclico. 5 - Síntese e degradação do AMP cíclico (AMPc): O AMPc é formado a partir de ATP por uma reação de ciclização que remove dois grupos fosfatos do ATP e une as extremidades “livres” do grupo fosfato remanescente ao açúcar da molécula do ATP. A reação de degradação cliva esta segunda ligação, formando o AMP. • A forma inativa da proteína quinase A (PKA): duas subunidades regulatórias (R) e catalíticas (C). • A ligação do AMPc nas subunidades regulatórias induz uma mudança conformacional que leva a dissociação das subunidades catalíticas, que se tornam, enzimaticamente, ativas. • Seqüência consensual reconhecida por PKA: - Arg-Arg-X-Ser-Z - Arg-Arg-X-Thr-Z Onde: X = qualquer resíduo pequeno Z = resíduo grande hidrofóbico Sequência do pseudosubstrato que mantém a PKA inibida na ausência de AMPc - Arg-Arg-Gly-Ala-Ile • Proteína quinase A (PKA) : é uma serina/treonina quinase Algumas respostas induzidas por hormônios mediadas por AMP cíclico Tecido-alvo Hormônio Resposta principal Tireóide Hormônio estimulador da tireóide (TSH) Síntese e secreção do hormônio da tireóide Cortex adrenal Hormônio adrenocorticotrofico (ACTH) Secreção de cortisol Ovário Hormônio luteinizante (LH) Secreção progesterona Músculo Adrenalina Degradação do glicogênio Osso Paratormônio Reabsorção óssea Coração Adrenalina Aumento da frequência cardíaca e da força de contração Fígado Glucagon Degradação do glicogênio Rim Vasopressina (ADH) Reabsorção de água Tecido adiposo Adrenalina, ACTH, glucagon, TSH Degradação do triglicerídeos 3. Receptores associados a enzimas: • Sete subfamílias de receptores Tirosina-quinases • Três maneiras pelas quais as proteínas sinalizadoras conectam, entre si, cadeias de receptores. A. Fator de crescimento derivado de plaquetas: diméricos. B. Fatores de crescimento fibrobásticos: monoméricos. C. Proteínas sinalizadoras: efrinas. 6 • Inibição, pelo excesso de receptores mutantes, da sinalização via receptores tirosino-quinases. • O ancoramento de proteínas sinalizadoras intracelulares a um receptor tirosino-quinase ativado. • Estrutura da protína Ras na suaforma ligada a GTP. • Regulação da atividade Ras: as proteínas ativadoras de GTPase (GAPs) inativam Ras por estimulá-la a hidrolisar seu GTP (a Ras inativada permanece firmemente ligada a seu GDP). Os fatores de troca de nucleotídeos de guanina (GEFs) ativam Ras por estimulá-la a ceder seu GDP. A concentração de GTP no citosol é 10x maior que GDP. •Ativação de Ras por um receptor tirosino-quinases. Algumas proteínas sinalizadoras que atuam via receptores tirosino-quinases. Ligante Receptores Algumas respostas Fator de crescimento epidérmico (EGF) Receptor de EGF Estimula a proliferação de varios tipos celulares. Insulina Receptor de insulina Estimula a utilização de carboidratos e de síntese protéica Fatores de crescimento tipo insulina (IGF-1 and IGF-2) Receptor IGF-1 Estimula a sobrevivência e crescimento de alguns neurônios. Fator de crescimento neuronal (NGF) Trk A Estimula sobrevivência e crescimento de vários neurônios. Fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF AA, BB, AB) Receptores de PDGF (a e b) Estimula sobrevivência, crescimento e proliferação de vários tipos celulares. Fator estimulante de colônias de macrófagos (M-CSF) Receptor de M-CSF Estimula a proliferação/diferenciação de monócitos/macrófagos. Fatores de crescimento de fibroblastos (FGF-1 to FGF-24) Receptores de FGF(FGF-R1-FGF- R4, mais múltiplas isoformas Estimula a proliferação de vários tipos celulares; inibe diferenciação de algumas células precursoras; sinais indutores do desenvolvimento. Fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) Receptor de VEGF Estimula angiogênese. Efrinas (Tipos A e B) Receptores Eph (Tipos A e B) Estimula angiogênese;guia migração de células e de axônios.
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