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Empreendedorismo José Roberto Barbosa de Oliveira Adaptada/Revisada por José Roberto Barbosa de Oliveira (setembro/2012) APRESENTAÇÃO É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Empreendedorismo, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autôno- mo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina. A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis- ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail. Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informação e documentação. Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple- mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal. A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar! Unisa Digital SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5 1 EMPREENDEDORISMO: FATOS E CARACTERÍSTICAS HISTÓRICAS ................... 7 1.1 Importância dos Empreendedores para a Sociedade .......................................................................................9 1.2 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................10 1.3 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................11 2 CARACTERÍSTICAS DOS EMPREENDEDORES ................................................................. 13 2.1 Comportamentos mais Frequentes .......................................................................................................................13 2.2 Características dos Empreendedores de Sucesso ............................................................................................15 2.3 Tipos de Empreendedores ........................................................................................................................................17 2.4 Papéis do Empreendedor ..........................................................................................................................................18 2.5 Compensações de um Empreendedor ................................................................................................................19 2.6 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................20 2.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................21 3 LIDERANÇA EMPREENDEDORA ............................................................................................... 23 3.1 Elementos-Chave ..........................................................................................................................................................24 3.2 Estilo de Gestão .............................................................................................................................................................25 3.3 Os Papéis dos Líderes ..................................................................................................................................................26 3.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................28 3.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................29 4 PEQUENA E MÉDIA EMPRESA (PME) ..................................................................................... 31 4.1 A Importância das Micro e Pequenas Empresas na Economia ...................................................................31 4.2 Classificação das Empresas pelo Porte .................................................................................................................32 4.3 Principais Características das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) ...........................................................33 4.4 Principais Causas de Fechamento das PME ........................................................................................................34 4.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................36 4.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................36 5 FRANCHISING: TERMINOLOGIA E TIPOS ............................................................................. 37 5.1 O que é Franquia ou Franchising ............................................................................................................................37 5.2 Principais Tipos de Franquia .....................................................................................................................................37 5.3 Vantagens e Desvantagens do Modelo de Franquia (Franchising) ............................................................39 5.4 Taxas ..................................................................................................................................................................................43 5.5 Franquia versus Negócio Independente ..............................................................................................................44 5.6 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................46 5.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................46 6 EMPRESA FAMILIAR: UMA INSTITUIÇÃO SINGULAR................................................. 47 6.1 Aspectos Gerais da Empresa Familiar ...................................................................................................................47 6.2 Sobreposição entre Família e Negócios ...............................................................................................................47 6.3 Aspectos do Envolvimento da Família nos Negócios .....................................................................................48 6.4 A Cultura da Empresa Familiar .................................................................................................................................49 6.5 Membros que não são da Família na Empresa Familiar .................................................................................49 6.6 Papéis e Relações Familiares ....................................................................................................................................49 6.7 O Problema da Sucessão ...........................................................................................................................................50 6.8 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................506.9 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................51 7 CRIANDO O PLANEJAMENTO NA PME ................................................................................ 53 7.1 Alternativas Estratégicas ............................................................................................................................................54 7.2 Estratégias Competitivas de Porter .......................................................................................................................55 7.3 Estratégias de Crescimento ......................................................................................................................................56 7.4 Outras Estratégias Genéricas....................................................................................................................................57 7.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................58 7.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................58 8 IDENTIFICANDO OPORTUNIDADES ...................................................................................... 59 8.1 Gerar um Novo Negócio ou Ideia ...........................................................................................................................59 8.2 Novo Negócio versus Negócio Existente .............................................................................................................61 8.3 Técnicas de Avaliação de Negócios .......................................................................................................................62 8.4 Pontos a Considerar na Compra de um Negócio Existente..........................................................................62 8.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................63 8.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................63 9 DESENVOLVENDO O PLANO DE NEGÓCIOS ................................................................... 65 9.1 Como Surgiu o Plano de Negócios ........................................................................................................................65 9.2 Estrutura do Plano de Negócios .............................................................................................................................66 9.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................68 9.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................68 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................ 69 RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 71 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 75 Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 5 INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), O objetivo geral do curso de Administração é fornecer uma visão generalista dos atuais problemas empresariais, preparando os alunos para as grandes mudanças que o mundo vem experimentando, por meio do estudo de temas importantes, inerentes às lides empresariais e capacitando-os para atuar em empresas de porte e natureza diversos, de caráter público ou privado, prestadoras de serviços ou indús- trias (UNISA, 2011). Note que os objetivos gerais desta disciplina e apostila são: promover o seu desenvolvimento, como aluno(a) do curso de Administração Digital, dando-lhe uma visão geral de Administração, através da qual obterá conhecimentos indispensáveis para atuar como administrador; e proporcionar a você as condições de gerenciamento nas organizações. Como objetivos específicos, destacamos: proporcionar- -lhe a base acadêmica para o entendimento de outras disciplinas; e proporcionar que você: possa enten- der os modelos de desenvolvimento organizacional para melhor administrar as organizações; entenda e saiba aplicar corretamente as informações, como elemento estratégico da busca de uma comunicação eficiente; saiba lidar com problemas, buscando alternativas adequadas e estratégicas; compreenda os conceitos e origens de sistemas e a visão da organização dentro do enfoque sistêmico; e entenda os principais conceitos e práticas importantes da administração moderna. Afinal, poucos termos são tão frequentes no universo social e organizacional atual quanto ‘Em- preendedorismo’. E, mais recentemente, o conceito de ‘Liderança empreendedora’ tem se tornado um fator de grande relevância na competitividade organizacional. Assim, o conteúdo está organizado para expor os conceitos em uma ordem prática, iniciando com a visão dos principais autores da área, através de fatos e perspectivas históricas. Após isso, abordaremos as características dos empreendedores, tanto os comportamentos mais frequentes quanto as caracte- rísticas dos empreendedores de sucesso. Também, explicaremos os conceitos de liderança empreende- dora, através dos estilos de gestão e dos papéis dos líderes. Apresentaremos as Pequenas e Médias Em- presas (PME), mostrando sua importância na economia, suas principais características e sua classificação, bem como as principais causas de fechamento precoce em nosso mercado. Descreveremos o modelo de Franchising, sua terminologia e tipos, além da discussão de suas principais vantagens e desvantagens. A empresa familiar será analisada por seus aspectos peculiares, tais como a cultura, os papéis e rela- ções familiares, bem como o problema da sucessão nos negócios. Mostraremos como identificar e avaliar oportunidades de negócios. Também discorreremos sobre como criar o planejamento na PME, através dos vários modelos estratégicos organizacionais. Finalizaremos descrevendo a estrutura e o processo de desenvolvimento de um Plano de Negócios. E há boas razões para isso, afinal a grande transformação causada pelo atual ambiente econômico implica grandes reflexos para indivíduos e organizações. Logo a necessidade de buscar incessantemente a adaptação às mudanças do meio ambiente em- presarial, que exige várias competências complexas, tais como: flexibilidade, motivação, resistência às di- José Roberto Barbosa de Oliveira Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 6 ficuldades etc. Ou seja, todas as características que são justamente as descritas para os empreendedores. Na verdade, embora o conceito de ‘Empreendedorismo’ tenha se tornado de extrema relevância estraté- gica em nossos dias, este não é um conceito realmente novo, pois há muito a inovação e o vanguardismo têm dependido dos empreendedores, indivíduos que fazem a diferença em seu tempo. Além disso, estudos recentes reconhecem que o conceito ‘Empreendedorismo’ não é apenas be- néfico para novas empresas e negócios em seus primeiros estágios, muitas delas de pequeno e médio porte, mas também é benéfico para o gerenciamento de empresas já estabelecidas e mais complexas, pois garante a intrepidez necessária para se obter vantagens realmente competitivas. O fato é que mesmo empresas já maduras e conservadoras precisam do que se pode definir como “liderança empreendedora”, para que possam fazer uma renovação contínua, ou seja, estabelecer a inova- ção quese tornou necessária à sobrevivência. Portanto, o estudo do empreendedorismo, especialmente o que estabelece uma conexão com a liderança empresarial, é imprescindível para fornecer a base para o comportamento empresarial deste novo século e um rumo para o seu sucesso! Será um prazer acompanhá-lo(a) ao longo desse caminho. José Roberto Barbosa de Oliveira Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 7 EMPREENDEDORISMO: FATOS E CARACTERÍSTICAS HISTÓRICAS1 Prezado(a) aluno(a), neste capítulo aborda- remos o empreendedorismo pela ótica de seus pensadores principais... vamos iniciar a discussão? De uma forma geral, o empreendedorismo teve os seus conceitos embasados a partir do século XVII, mas foi no século passado que seus princípios foram sedimentados, tais como: a ori- gem do conceito empreendedorismo, as descri- ções dos primeiros pesquisadores, as caracterís- ticas dos empreendedores e a importância dos empreendedores para a sociedade. Analisando a semântica da palavra ‘em- preendedor’, vemos que ela tem como raiz o ter- mo latim imprendere, e chegou aos tempos mo- dernos como uma derivação da palavra francesa entrepreneur, que significa: aquele que assume riscos e inicia algo inovador. Segundo os historiadores, foi no século XVII que surgiram as primeiras evidências de se rela- cionar empreendedorismo com o ato de assumir riscos, sendo que a criação do termo ‘empreende- dorismo’ é creditada a um escritor e economista da época, Richard Cantillon. Ele teria sido um dos primeiros a separar o conceito de empreendedor (quem assume riscos) do capitalista (quem dispo- nibilizava o capital). O autor Maximiano (2006, p. 2) explica que Cantillon, no seu livro Ensaio sobre a natureza do comércio em geral, de 1755, “identificou o em- preendedor como alguém que assume riscos ao comprar serviços ou componentes por preço cer- to com a intenção de revendê-lo mais tarde a um preço incerto”, e, dessa forma, como tendo um pa- pel de grande relevância na economia. Assim, os conceitos que embasam o mode- lo empreendedor não são novos. Segundo Dor- nelas (2007), desde 1848 já se descrevia as qua- lidades e características empreendedoras, sendo que, naquele ano, o autor Mill descreveu o con- ceito “assumir riscos”. Um pouco mais tarde, já no século XIX, um outro autor, o economista francês Jean-Baptiste Say, reiniciou as pesquisas sobre o empreende- dor e afirmou que os empreendedores poderiam afetar a economia local, pois poderiam alterar os recursos econômicos de uma determinada área, por criar valor, fazendo com que uma região de baixa produtividade pudesse se tornar de alta produtividade e lucratividade. Note como ele descreve o empreendedor, conforme exposto por Maximiano (2006, p. 2): O que fazem os empreendedores? Eles usam sua indústria (seu trabalho) para or- ganizar e dirigir os fatores de produção, de forma a atender as necessidades hu- manas. No entanto, eles não são apenas dirigentes. São também planejadores, avaliadores de projetos e tomadores de riscos. Usando seu próprio capital, ou o que emprestam de outros, eles o trans- ferem para os proprietários do trabalho, os recursos naturais (terra) e maquiná- rio (ferramentas). Esses pagamentos, ou aluguéis, somente são recuperados se os empreendedores conseguem vender o produto para os consumidores. O suces- so empresarial não apenas é almejado pelo indivíduo, mas também é essencial para a sociedade. Um país com muitos comerciantes, fabricantes e agricultores inteligentes tem maiores possibilidades de alcançar a prosperidade do que um outro que se dedique principalmente à busca das artes e das ciências. José Roberto Barbosa de Oliveira Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 8 Caro(a) aluno(a), veja como Dornelas (2007) lista ainda outras características descritas por vá- Quadro 1 – Características descritas por vários autores. Embora haja muitas definições para em- preendedorismo, há muitas citações que deno- tam a sua importância em nossos tempos: O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela intro- dução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais. (SChUMPETER, 1949 apud DORNELAS, 2007, p. 37). O empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século 21 mais do que a revolução industrial foi para o século 20. (TIMMONS, 1990 apud DOR- NELAS, 2007, p. 42). É o indivíduo que possui ou busca de- senvolver uma atitude de inquietação, ousadia e pró-atividade na relação com o mundo, condicionada por características pessoais, pela cultura e pelo ambiente, Ano Autor Característica 1917 Weber Autoridade formal. 1934 Schumpeter Inovação, iniciativa. 1954 Sutton Desejo de responsabilidade. 1961 McClelland Assumir riscos, necessidade de realização, otimismo, relacionamento, poder, autoconsciência. 1963 Davids Ambição, desejo de independência, responsabilidade, autoconfiança. 1964 Pickle Foco, relacionamento, habilidade de comunicação, conhecimento técnico. 1970 Collins & Moore Satisfação e prazer pelo que faz. 1970 hornaday & Bunker Necessidade de realização, inteligência, criatividade, iniciativa, liderança, desejo de ganhar dinheiro, desejo de reconhecimento, orientado à realização, poder, tolerância às incertezas. 1971 Palmer Mensuração do risco. 1978 Timmons Foco/centrado, autoconfiança, orientado pela meta, risco calculado, autocontrole, criatividade, inovação. 1980 Sexton Energia/ambição, reação positiva ao fracasso (superação). 1981 hisrich & O’Brien Autodisciplina, perseverança, desejo de sucesso, orientado pela ação. que favorece a interferência criativa e rea- lizadora, no meio, em busca de ganhos econômicos e sociais. (SEBRAE, 2005). O empreendedor é aquele que faz acon- tecer, se antecipa aos fatos e tem uma visão de futuro da organização. (DORNE- LAS, 2005 apud DORNELAS, 2007, p. 9). Note que muitos dos atributos acima cita- dos são também comuns aos princípios moder- nos de Liderança, o que mostra a convergência desses conceitos. Naturalmente, muitos outros autores conti- nuam a escrever sobre as principais características dos empreendedores, porém a maioria simples- mente repete ou faz uma releitura dos conceitos acima citados. Esses autores ajudaram a prover uma base teórica e estabeleceram os conceitos ainda vigentes no estudo do empreendedorismo. rios autores no decorrer do século passado, con- forme demonstrado no Quadro 1. Empreendedorismo Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 9 Um aspecto notável dos empreendedo- res é que há empreendedores em todas as áreas de atividades, porém o termo ‘empreendedor’ é usualmente utilizado para designar alguém que cria uma organização de negócios, ou seja, uma empresa. Onde houver potencial para uma ação ino- vadora, uma nova ideia ou um outro jeito de fazer o que já existe, então haverá um empreendedor. Dessa forma, pode-se descrever o empreendedor como uma pessoa que: Combina capital e trabalho; Faz algo verdadeiramente inovador; Concebe um novo produto e/ou servi- ço; Introduz um novo método de produção; Introduz uma nova maneira de fazer al- guma coisa; Cria um novo mercado; Descobre uma nova fonte de matérias- -primas; Estabelece novas formas de organiza- ção entre outras ações transformadoras de seu ambiente. Saiba maisSaiba mais Hisrich, Peters e Shepherd (2009, p. 29) sintetizam esta visão econômica como: “Para o economista, um empreendedor é aquele que combina recursos, traba- lho, materiais e outros ativos para tornar seu valor maior do que antes; também é aquele que introduz mudanças, inova- ções e uma nova ordem.” 1.1 Importância dos Empreendedores para a Sociedade FatoresEnvolvidos há uma relação direta entre o desenvol- vimento de uma sociedade e o número de em- preendedores que são estimulados a surgir. Po- demos listar os seguintes fatores que atestam essa importância dos empreendedores para a so- ciedade como você, caro(a) aluno(a), pode obser- var na Figura 1, com a visão de Maximiano (2006): Figura 1 – Importância dos empreendedores para a sociedade. Fonte: Adaptado de Maximiano (2006, p. 2). José Roberto Barbosa de Oliveira Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 10 Inovação As pequenas e médias empresas são reco- nhecidas por estimularem a inovação em uma sociedade. Fazem isso de forma mais eficiente do que as grandes empresas porque estas nor- malmente são mais lentas e cautelosas em apli- car inovações, enquanto o pequeno empresário tem mais agilidade e flexibilidade em gerar, fo- mentar e aplicar as inovações. Os fatos históricos demonstram que a maioria das inovações impor- tantes e impactantes da atualidade foi criada no âmbito da pequena empresa. Geração de emprego e renda Dados recentes, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que é uma entidade privada sem fins lucrativos, explicam que as Pequenas e Médias Empresas re- presentam 98% das empresas privadas no Brasil, conforme estudaremos mais à frente. Está claro, portanto, a importância dos pequenos empresá- rios em fornecer a maioria da mão de obra que dá sustentação às economias das nações. Padrão de vida e qualidade de vida A atividade dos empreendedores pode afe- tar de forma significativa a vários aspectos sociais de uma sociedade, tais como: Padrão de Vida – que é a quantidade de bens e serviços que as pessoas podem comprar com o dinheiro de que dispõem. Os empreende- dores podem afetar o padrão de vida, pois per- mitem uma inserção social que outras atividades não permitiriam. Qualidade de Vida – que é o bem-estar ge- ral da sociedade, medido em termos de liberdade política, educação, saúde, segurança ou ausên- cia de violência, limpeza e proteção do ambien- te, lazer e outros fatores que contribuem para o conforto e a satisfação das pessoas. O incremento das atividades empreendedoras de uma socieda- de, com o aumento do padrão de vida, reflete de forma direta no bem-estar da sociedade como um todo. Não é por acaso que as principais eco- nomias mundiais, reconhecidas pela melhor qua- lidade de vida, são as mesmas que estimulam o espírito empreendedor. DicionárioDicionário Inovação: significa novidade, ou seja, uma ideia ou invenção que é diferente dos conceitos ou pa- drões anteriormente existentes. AtençãoAtenção Os empreendedores podem afetar o padrão de vida, tanto próprio quanto da comunidade a que pertencem, pois permitem uma inserção social que outras atividades não permitiriam. 1.2 Resumo do Capítulo Caro(a) aluno(a), Neste capítulo você conheceu os principais pensadores dos conceitos básicos do empreendedo- rismo, tais como: Richard Cantillon, que foi o primeiro a usar o termo ‘empreendedorismo’; Jean-Baptiste Say, que afirmou que os empreendedores poderiam afetar a economia local; além de vários outros auto- res que ajudaram a traçar o perfil de características dos empreendedores. Você pôde ver como esses autores descreveram as características gerais dos empreendedores: uma pessoa que: combina capital e trabalho; faz algo verdadeiramente inovador; concebe um novo produto Empreendedorismo Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 11 e/ou serviço; introduz um novo método de produção; introduz uma nova maneira de fazer alguma coisa; cria um novo mercado; descobre uma nova fonte de matérias-primas e estabelece novas formas de orga- nização entre outras ações transformadoras de seu ambiente. Também foi explanada a importância dos empreendedores para a sociedade, relacionada com a inovação, com a geração de empregos e com os aspectos relacionados ao padrão de vida e à qualidade de vida que os empreendedores afetam, inclusive nas suas comunidades. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem. 1.3 Atividades Propostas 1. Complete as informações faltantes no quadro sobre as características do empreendedor: Característica Autor Ano Mensuração do risco Ambição, desejo de independência, responsabilidade, autoconfiança Satisfação e prazer pelo que faz Inovação, iniciativa Autodisciplina, perseverança, desejo de sucesso, orientado pela ação. 2. Como a atividade empreendedora pode afetar a qualidade de vida da sociedade em que ela ocorre? Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 13 Prezado(a) aluno(a), neste capítulo, conhe- ceremos as principais características dos em- preendedores, vamos começar? As principais e mais frequentes caracterís- ticas citadas pelos pesquisadores são: a criativi- dade, disposição para assumir riscos, otimismo, perseverança, senso de independência e capaci- dade de implementação. Analisaremos ainda as características dos empreendedores de sucesso, segundo o autor Dornelas e as descritas pelo Se- brae. Também serão explanados os tipos de em- preendedores, os papéis do empreendedor e as compensações de um empreendimento. O Dicionário Aurélio (FERREIRA, 1986) verte as seguintes definições para os conceitos de em- preendedorismo: Empreender: [do latim imprendere] 1. Deliberar-se a praticar, propor-se, tentar (empresa laboriosa e difícil). 2. Por em execução. Empreendimento: 1. Ato de empreen- der. 2. Efeito de empreender; aquilo que se empreendeu e levou a cabo; empre- sa; realização; cometimento. Empreendedor: 1. Que empreende; ativo; arrojado; cometedor. Note, prezado(a) aluno(a), que as descrições sempre definem aspectos relacionados com ação ou realização, que exige um esforço sério para obtê-lo. É um aspecto dinâmico da personalida- de do empreendedor, em linha com a própria na- tureza do empreendedorismo, que é constante- mente adaptável ao ambiente em que se integra. Outros autores ainda vão mais além e bus- cam descrever minuciosamente o perfil do em- preendedor de sucesso, o que pode ser útil como ferramenta de comparação para os que buscam um caminho sólido a seguir. Maximiano (2006, p. 1) descreve o em- preendedor como: “a pessoa que assume o risco de começar uma empresa.” Este é um dos comportamentos típicos atri- buídos ao empreendedor, que tem sido estuda- do amplamente e que relaciona os resultados do empreendedor com o seu perfil comportamental. CARACTERÍSTICAS DOS EMPREENDEDORES2 DicionárioDicionário Empreendedorismo: o estudo das práticas rela- cionadas ao desenvolvimento de uma empresa, desde a sua concepção (ideia original) até a sua execução (realização). 2.1 Comportamentos mais Frequentes Caro(a) aluno(a), note como o mesmo autor também enumera os comportamentos que con- sidera como os mais importantes e frequentes no empreendedor, conforme a Figura 2, a seguir: José Roberto Barbosa de Oliveira Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 14 Figura 2 – Comportamentos do empreendedor. Fonte: Adaptado de Maximiano (2006, p. 4), ral e uma chance de aprender algo para ter suces- so na próxima tentativa. Perseverança Uma vez que criar um negócio pode envol- ver grande dispêndio de energia e tempo, às ve- zes com sacrifícios pessoais e da família, ter per- severança, ou seja, não desistir frente aos muitos obstáculos do caminho, é condição-chave para realizar seus sonhos. Senso de Independência Os verdadeiros empreendedores têm um forte senso de independência, ou seja, não de- pendem do suporte ou da opinião de outros, mas confiam na própria capacidade para realizar o que muitos podem considerar irrealizável. Esse con- junto de características e comportamentos varia bastante em intensidade e forma para cada em- preendedor,dependendo de inúmeros fatores, entretanto os citados acima quase sempre estão Criatividade Este é um dos traços principais do empreen- dedor, pois sempre busca soluções inovadoras para tudo que faz. Afinal, as grandes inovações humanas frequentemente foram originadas nas mãos de um empreendedor. Disposição para Assumir Riscos Este é um traço básico da personalidade do empreendedor, ou seja, a capacidade de lidar com as incertezas, e é citado por todos os que estudam os empreendedores, uma vez que de- senvolver um novo negócio é uma atividade de constante risco. Otimismo Uma das características do empreendedor é conseguir formar uma visão de futuro, nem se- quer considerando a possibilidade de fracasso. E mesmo que fracasse, considera o fato como natu- Empreendedorismo Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 15 presentes em todos os empreendedores que se destacam em suas áreas de atuação. Naturalmen- te, há muitas outras características que também podem estar presentes e são importantes para definir os vários perfis de empreendedores de su- cesso. Capacidade de Implementação Além de desenvolver coisas e processos novos, o empreendedor se destaca por levar as ideias até a sua consecução, ou seja, finaliza o que imagina. 2.2 Características dos Empreendedores de Sucesso Prezado(a) aluno(a), veja como, por exem- plo, Dornelas (2007) descreve 16 características do que ele classificou como sendo dos “Empreen- dedores de Sucesso”, assim listadas, que podem reforçar a listagem anterior: “Visionários” Conseguem estabelecer uma visão de como será o futuro de seu negócio e também conseguem transformar os sonhos em realidade. “Sabem tomar decisões” Tem como fator-chave de sucesso a capa- cidade de decidir, de forma correta, mesmo sob circunstâncias adversas. “São indivíduos que fazem a diferença” Descreve Dornelas (2007, p. 5): “transfor- mam algo de difícil definição, uma ideia abstrata, em algo concreto, que funciona, transformando o que é possível em realidade.” Em outras palavras, são transformadores de sonhos em realidades. Também conseguem agregar valor ao que fazem. “Sabem explorar ao máximo as oportu- nidades” Em primeiro lugar, os empreendedores são aqueles que conseguem enxergar, ou seja, identi- ficar, as oportunidades aonde ninguém mais vê, mesmo coisas que estão sempre por perto. É a oportunidade identificada, de que Schumpeter falava. De fato, muitos especialistas em empreen- dedorismo afirmam que “o empreendedor é exí- mio identificador de oportunidades” (DORNELAS, 2007, p. 6). “São determinados e dinâmicos” São comprometidos com seus objetivos, não se abatendo frente às adversidades. Como cita o autor: “cultivam certo inconformismo dian- te da rotina.” (p. 6). “São Dedicados” Dedicam-se integralmente ao seu negócio, com muita energia e sem restrição de tempo, o que muitas vezes cria problemas de relaciona- mento com amigos e família, e podendo até mes- mo causar-lhes problemas de saúde. “São otimistas e apaixonados pelo que fazem” São otimistas, pois não consideram o fra- casso, só enxergando o sucesso. E fazem isto de maneira apaixonada, pois adoram o que fazem. Segundo as palavras do autor: “é esse amor ao que fazem o principal combustível que os man- têm cada vez mais animados e autodetermina- dos.” (p. 7). “São independentes e constroem seu próprio destino” Não querem ficar presos ao modelo de emprego tradicional, mas, antes, ser seu próprio patrão e assim determinar por si próprio seu ca- minho. “Ficam ricos” A riqueza é uma mera consequência do su- cesso nas suas atividades. José Roberto Barbosa de Oliveira Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 16 “São líderes e formadores de equipes” O empreendedor de sucesso sabe que não pode fazer tudo sozinho e, portanto, depende de outros para chegar ao sucesso. Por isso, conforme diz o autor, “têm um senso de liderança incomum” (p. 7). Dessa forma mantém seus colaboradores motivados e valorizados, obtendo, em contrapar- tida, forte comprometimento e respeito de todos. “São bem relacionados (Networking)” Valorizam sua rede de contatos externos à empresa, não só com clientes e fornecedores, mas com todos que podem influenciar seus resulta- dos, tais como entidades de classe e autoridades. “São organizados” Sabem racionalizar os esforços, buscando o melhor desempenho para o empreendimento. “Planejam, planejam, planejam” Como afirma o autor, “os empreendedores de sucesso planejam cada passo de seu negócio, desde o primeiro rascunho do seu plano de ne- gócios” (p. 7). Assim, não negligenciam nenhum aspecto estratégico da sua atividade. “Possuem conhecimento” Os empreendedores “são sedentos do sa- ber”, buscando avidamente o conhecimento pro- fundo e know-how do seu negócio, aprendendo tanto da experiência pessoal e de outros, quanto de fontes especializadas, como publicações e cur- sos. “Assumem riscos calculados” Assumir riscos é uma das características mais citadas para os empreendedores, porém os empreendedores “assumem riscos calculados e sabem gerenciar o risco, avaliando as reais chan- ces de sucesso”, como afirma o autor (p. 7). Em outras palavras, não atiram no escuro, de forma aleatória, mas têm sempre o senso das possibili- dades, e se sentem estimulados com os desafios. “Criam valor para a sociedade” Uma vez que geram empregos, estimulam a economia e geram inovações, que muitas vezes afetam a muitos, conseguem gerar valor para a sociedade, como um todo. É claro que essa lista não é final, até porque as exigências para o perfil de um empreendedor também dependem de fa- tores culturais e sociais do tempo em que vivem, e assim estão em constante mutação. Segundo o Sebrae Caro(a) aluno(a), note que o Serviço Brasi- leiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Se- brae), buscando simplificar esse grande volume de informações que podem servir de parâmetros para identificar o empreendedor de sucesso, re- sumiu essas características no Quadro 2, onde di- vide as características em três grupos: Realização, Planejamento e Poder. DicionárioDicionário Networking: rede de relacionamento pessoal, ge- ralmente cultivada para fins profissionais. AtençãoAtenção Naturalmente, essa lista não é final, até porque as exigências para o perfil de um empreendedor também dependem de fatores culturais e sociais do tempo em que vivem, e assim estão em cons- tante mutação. Empreendedorismo Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 17 Quadro 2 – Características dos empreendedores de sucesso. Grupo de características relativas à REAlIzAçãO Busca oportunidades e iniciativa Corre riscos calculados Exige qualidade e eficiência Persistência Comprometimento Grupo de características relativas ao PlAnEjAMEntO Busca de informações Estabelecimento de metas Planejamento e monitoramento sistêmico Grupo de características relativas ao PODER Persuasão e rede de contatos Independência e autoconfiança Com base nessas análises, pode-se notar que não há um verdadeiro padrão para definir um empreendedor, mas sim perfis diferenciados, que, por sua vez, podem ser agrupados em dife- rentes tipos de empreendedores. Vários autores têm tentado identificar alguns comportamentos comuns que podem ser agrupados. 2.3 tipos de Empreendedores A seguir, descrevem-se oito tipos principais de empreendedores, conforme pesquisa desen- volvida por Dornelas (2007): O Empreendedor nato São aqueles que reconhecemos na mídia. Quase sempre são de origem humilde e muitas vezes começaram a trabalhar muito jovens, e “ad- quirem habilidades em negociação e em vendas”, como afirma Dornelas (2007). Em sua maioria são imigrantes (de outros países ou mesmo deoutra região do país), que buscam oportunidades em outros lugares, e se realizam por esforço próprio. O Empreendedor que Aprende É aquele que se torna empreendedor de forma inesperada, quando se depara com uma oportunidade de negócio e larga tudo o que fazia para se envolver em seu próprio negócio. O Empreendedor Serial São aqueles que estão sempre mudando de desafios, e que têm maior satisfação em criar algo novo, um novo negócio, do que fazer com que um negócio cresça. Assim estão sempre se envolvendo com novos negócios, às vezes vários deles ao mesmo tempo. Têm grande habilidade em identificar oportunidades, acreditar nelas e José Roberto Barbosa de Oliveira Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 18 implementá-las. Mas não ficam muito tempo em um mesmo negócio. O Empreendedor Corporativo São executivos em linha com as novas exi- gências das organizações, ou seja, renovar, inovar e criar novos negócios. São profissionais que as- sumem riscos e como geralmente não têm auto- nomia completa, “desenvolvem estratégias avan- çadas de negociação”. São ambiciosos e muito motivados, com metas ousadas e recompensas variáveis. O Empreendedor Social São verdadeiros empreendedores, porém voltados para causas humanitárias, que trazem resultados para outros e não para si mesmos. São muito engajados em causas e objetivos sociais. O Empreendedor por necessidade São aqueles que criam seus negócios por absoluta falta de opção, pois muitas vezes não têm acesso ao mercado de trabalho ou foi de- mitido. Geralmente estão envolvidos em ativida- des informais, o que acaba gerando problemas sociais, pois vivem à margem do mercado e, por não terem um mínimo de embasamento técnico e teórico, acabam vítimas das altas taxas de “mor- talidade” empresarial (fechamento de empresas), comuns nos mercados em desenvolvimento, onde cerca de 60% das empresas não conseguem sobreviver mais que cinco anos. O Empreendedor Herdeiro (Sucessão Fa- miliar) São aqueles que, muitas vezes, já se en- volvem com o negócio da família desde jovens, aprendendo os conceitos com exemplos da pró- pria família, assumindo responsabilidades na organização e se envolvendo na administração direta desde cedo. Atualmente, com a maior pro- fissionalização da gestão das empresas familiares, também têm buscado melhor formação teórica, visando a perpetuar o legado da família. O Empreendedor “normal” (Planejado) São os empreendedores que se preparam para a atividade, fazendo um planejamento mi- nucioso e extenso tanto das fases que antecedem a abertura do negócio quanto do próprio desen- volvimento do mesmo. Infelizmente é a minoria entre os empreendedores, já que o conceito de planejamento não está enraizado em nossa cul- tura. Saiba maisSaiba mais Empreendedorismo corporativo abrangeria princi- palmente a criação de empresas (corporate ventu- re), que corresponde à criação de novas atividades dentro ou fora da organização e a renovação estra- tégica, que se refere às mudanças significativas em termos de atitudes, comportamentos ou modos de funcionamento promovidos pela organização. 2.4 Papéis do Empreendedor Tudo o que foi considerado anteriormen- te ajuda-nos a compor o leque de papéis de um empreendedor, que é sumarizado na Figura 3, a seguir, de Maximiano (2006). Empreendedorismo Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 19 Figura 3 – Papéis do empreendedor. Assim, “Lidar com informações”, “Tomar de- cisões” e “Trabalhar com pessoas” compõem os principais papéis, ou seja, as ações e atitudes que o empreendedor tem que desempenhar no dia a dia para atingir seus objetivos. AtençãoAtenção Para Nassif et al. (2009, p. 18), “o empreendedor é o ator social que tem como características pes- soais ser corajoso para assumir riscos, criativo, dinâmico, autoconfiante, dedicado, perseve- rante, ambicioso, inteligente, otimista, inquieto e pouco disciplinado. Suas ações pautam-se pela iniciativa, realização, autonomia, aposta no trabalho, diferenciação e transformação de idéias em oportunidades.” 2.5 Compensações de um Empreendedor Conforme Longenecker et al. (1998), há vá- rias razões para alguém decidir ser um empreen- dedor, o que os autores chamam de “compensa- ções”, ou seja, algo que motiva o empreendedor, apesar das dificuldades inerentes ao modelo de ação, como mostra a Figura 4. Figura 4 – Razões para alguém decidir ser um empreendedor. Fonte: Adaptado de Longenecker et al. (1998). Fonte: Adaptado de Maximiano (2006). José Roberto Barbosa de Oliveira Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 20 Valor Libertação dos limites de pagamento pa- dronizado para trabalho padronizado. Assim, o empreendedor entende que não há limite para o retorno de seu empreendimento, exceto seu pró- prio esforço, ao contrário do trabalho “remunera- do”, que se autolimita, quanto às possibilidades de crescimento. Independência Libertação da supervisão e regras de orga- nizações burocráticas. O empreendedor pode ser o dono de seu próprio nariz. AtençãoAtenção É claro que há inúmeras causas que justifiquem ao empreendedor deixar o modelo “padrão” de atividade vinculada a um emprego, mas essas três sintetizam o comportamento libertário do empreendedor, ou seja, a busca por ter seu destino nas próprias mãos. Caro(a) aluno(a), Neste capítulo conhecemos as principais características dos empreendedores, citadas pelos pes- quisadores e autores, que são: a criatividade, a disposição para assumir riscos, o otimismo, a perseveran- ça, o senso de independência e a capacidade de implementação. Pudemos também analisar as caracte- rísticas dos empreendedores de sucesso, segundo a visão do autor Dornelas e também as descritas pelo Sebrae, que divide as características em três grupos: Realização, Planejamento e Poder. Também foram explanados os tipos de empreendedores: o nato, o que aprende, o serial, o corpo- rativo, o social, o por necessidade, o herdeiro e o planejado (“normal”). Foi descrito os papéis do empreendedor, que são: tomar decisões, trabalhar com pessoas e lidar com informações. Finalizando, apresentamos as compensações de um empreendimento, como segue: Valor, que é a libertação dos limites de pagamento padronizado para trabalho padronizado; Independência, que é a libertação da supervisão e regras de organizações burocráticas; e Estilo de vida prazeroso, descrito como a libertação da rotina, monotonia e empregos não desafiadores. Agora, vamos avaliar a sua aprendizagem. Estilo de Vida Prazeroso Libertação da rotina, monotonia e empre- gos não desafiadores. Muitas vezes o empreen- dedor alia uma oportunidade de negócios com um prazer, ou uma atividade de grande satisfação pessoal, intelectual e/ou física. É claro que há inú- meras causas que justifiquem ao empreendedor deixar o modelo “padrão” de atividade vinculada a um emprego, mas essas três sintetizam o com- portamento libertário do empreendedor, ou seja, a busca por ter seu destino nas próprias mãos. 2.6 Resumo do Capítulo Empreendedorismo Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 21 Segundo Dornelas (2007), é possível fazer uma autoavaliação do perfil empreendedor, utilizando elementos que identificam esse perfil diante do ambiente, atitudes e know-how do empreendedor. En- tão, antes de enveredarmos na geração de ideias, faremos uma autoavaliação para traçarmos seu perfil empreendedor. Para essa autoavaliação, siga as instruções a seguir e preencha o questionário. 1. Atribua à sua pessoa uma nota de 1 a 5 para cada uma das características a seguir e escreva a nota na última coluna. 2. Some as notas obtidas para todas as características. 3. Analise seu resultado global com base nas explicações ao final. 4. Destaque seus principais pontos fortes epontos fracos. 5. Quais dos pontos fortes destacados são mais importantes para o seu desempenho como empreendedor? 6. Quais dos pontos fracos destacados deveriam ser trabalhados para que o seu desempe- nho seja melhorado? É possível melhorá-los? 2.7 Atividades Propostas José Roberto Barbosa de Oliveira Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 22 Características Excelente5 Bom 4 Regular 3 Fraco 2 Insuficiente 1 NOTA Comprometimento e determinação 1. É proativo na tomada de decisão 2. É tenaz e obstinado 3. Tem disciplina e dedicação 4. É persistente ao resolver problemas 5. É disposto ao sacrifício para atingir metas 6. É capaz de imersão total nas atividades que de- senvolve Obsessão pelas oportunidades 7. Procura ter conhecimento profundo das neces- sidades dos clientes 8. É dirigido pelo mercado 9. É obcecado por criar valor e satisfazer os clien- tes tolerância ao risco, ambiguidade e incertezas 10. Corre risco calculado (analisa tudo antes de agir) 11. Procura minimizar os riscos 12. Tolera as incertezas e falta de estrutura 13. Tolera o estresse e conflitos 14. É hábil em resolver problemas e integrar so- luções Criatividade, autoconfiança e habilidade da adaptação 15. Não é convencional, tem cabeça aberta, pensa 16. Não se conforma com o status quo 17. É hábil em se adaptar a novas situações 18. Não tem medo de falhar 19. É hábil em definir conceitos e detalhar ideias Motivação e superação 20. É orientado a metas e resultados 21. É dirigido pela necessidade de crescer e atin- gir melhores resultados 22. Não é preocupado com status e poder 23. Tem autoconfiança 24. É ciente de suas fraquezas e forças 25. Tem senso de humor e procura estar animado liderança 26. Tem iniciativa 27. Tem poder de autocontrole 28. Transmite integridade e confiabilidade 29. É paciente e sabe ouvir 30. Sabe construir times e trabalhar em equipe tOtAl Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 23 Prezado(a) aluno(a), neste capítulo, conhe- ceremos os principais conceitos da liderança em- preendedora, vamos iniciar? Os principais aspectos relacionados à lide- rança envolvem a influência pessoal, o relaciona- mento de poder e o processo de influenciação. Serão considerados os elementos-chave da lide- rança, os estilos de gestão envolvidos e os papéis e modelos de líder. O conceito de Liderança tem sido um tópi- co de grande interesse no transcorrer da história, geralmente abordado por filósofos e historiado- res. Mas foi apenas no século XX que começaram a surgir estudos científicos sérios no assunto. Cal- cula-se que existam mais de 350 diferentes defi- nições para o termo ‘Liderança’ e já se disse que a liderança é um dos aspectos mais estudados, mas menos compreendido da gestão organizacional de nossos tempos. Essa dificuldade em definir o conceito de liderança está na própria natureza complexa do tema. Algumas definições de liderança, na litera- tura organizacional, pesquisadas por Yukl e cita- das por Bergamini (1994), são apresentadas a se- guir: É influência pessoal, exercida em uma si- tuação e dirigida através do processo de comunicação, no sentido do atingimento de um objetivo específico ou objetivos (TANNENBAUM; WESChLER; MASSARIK, 1961, p. 24). É um tipo especial de relacio- namento de poder (JANDA, 1960, p. 35). É o processo de influenciar as atividades de um grupo organizado na direção da reali- zação de um objetivo (ROUCh; BEhLING, 1984, p. 46). (BERGAMINI, 1994, p. 15). LIDERANÇA EMPREENDEDORA3 Conforme observado por Bergamini (1994), há pelo menos dois elementos que sempre apare- cem nas definições de liderança: o fato de a lide- rança ser um fenômeno grupal, ou seja, depender do envolvimento de mais de duas pessoas e de se tratar de um processo de influenciação do líder sobre seus subordinados, de forma intencional. Assim sendo, liderança é um relacionamen- to de influência entre líderes e liderados, objeti- vando mudanças significativas que reflitam os propósitos compartilhados, ou seja, a liderança envolve a influência de pessoas para se atingir resultados desejados, tornando a inovação real. É aqui que os conceitos de Empreendedorismo, Inovação e Liderança se cruzam, pois um dos desafios estratégicos das empresas, de qualquer porte, é conseguir uma capacidade permanente de inovação, ou seja, mudanças, que possibilite a procura de novas oportunidades e o desenvolvi- mento de novos modelos de negócio. Nos últimos anos, as empresas têm des- coberto as vantagens de motivar a capacidade empreendedora dos empregados, o que exige que os administradores exerçam um estilo de li- derança empreendedora. Dessa forma, ao unir-se o Empreendedor com o Líder, obtém-se o Líder Saiba maisSaiba mais Rickards e Moger (2000) tratam a liderança como um processo onde é destacada a figura do líder como principal elemento de facilitação da forma- ção e alcance dos resultados de equipes. Para eles, o processo de liderança é voltado para a busca do sucesso na inovação organizacional. José Roberto Barbosa de Oliveira Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 24 Empreendedor, ou seja, aquele profissional foca- do em resultados, que estimula seus colaborado- res à ação, atendendo aos objetivos de sua orga- nização, qualquer que seja seu porte. Esse tipo de profissional torna-se um verdadeiro agente de mudanças, um dos pilares do empreendedo- rismo e, para isso, transforma seus colaboradores também em líderes de seus próprios processos, o que estimula a inovação constante. Aqui estão alguns elementos-chave do con- ceito de liderança empresarial: a) Influência; b) Intenção e propósito compartilhados; c) Mudança; d) Responsabilidade pessoal. A influência significa que o processo de li- derar não é passivo, ou seja, é um processo mul- tidirecional, onde o líder influencia, mas também recebe influências de seus liderados. O líder em- preendedor não só faz, como motiva outros a segui-lo nas suas atitudes, fazendo de maneira motivacional, não coercitiva (não imposta). A intenção, ou seja, o desejo ou a vontade de realizar, significa que as pessoas precisam estar ativamente envolvidas na inovação e na mudan- ça, e isto só acontece quando as pessoas estão realmente motivadas a fazê-lo. O líder empreen- dedor precisa tornar sua visão e seus propósitos claros o bastante para que todos possam enten- dê-los. Além disso, é importante que os propó- sitos reflitam os interesses comuns entre líder e liderados. AtençãoAtenção Esse tipo de profissional torna-se um verdadeiro agente de mudanças, um dos pilares do empre- endedorismo e, para isso, transforma seus cola- boradores também em líderes de seus próprios processos, o que estimula a inovação constante. 3.1 Elementos-Chave O líder empreendedor precisa entender que as pessoas envolvidas em um relacionamen- to, quando compartilham objetivos (propósitos) comuns, querem mudanças substanciais, ou seja, querem que as coisas sempre evoluam de manei- ra perceptível e que representem uma agregação de valores a todos os envolvidos – empresa e co- laboradores. E os resultados somente serão atingidos, se cada pessoa envolvida assumir a responsabili- dade pessoal de atingir o futuro, ou seja, os obje- tivos, que se deseja. A liderança empreendedora atinge seu auge quando é compartilhada entre os líderes e colaboradores, com todos inteiramente envolvidos e aceitando maior responsabilidade. Portanto, a liderança empreendedora en- volve a influência de pessoas, para terem os mes- mos propósitos, motivados pelas mesmas inten- ções, para fazer a mudança ocorrer, em direção a um futuro desejável e compartilhado. Nesse ponto, surge uma questão recorrente no estudo da liderança: esta pode ser aprendida? Ou seja, pode-se ensinara alguém ser um líder? Ocorre que há muitas opiniões entre os pesqui- sadores e estudiosos da liderança, alguns defen- dendo que é possível aprender a liderar e outros afirmando que não. Polêmicas à parte, o fato é que algumas pessoas apresentam certas características inatas que certamente facilitam a aplicação de um mo- delo de liderança, assim como com o empreen- dedorismo, onde também alguns já nascem com DicionárioDicionário Propósito: algo que se pretende fazer ou conseguir. Fim a que se visa (FERREIRA, 1986, p. 1403). Empreendedorismo Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 25 certas habilidades para criar inovações, maiores que outros. Entretanto, tanto a liderança quanto o empreendedorismo, possui um conjunto de técnicas que permite a todos os interessados de- senvolvê-las apropriadamente. Então, que atitudes práticas podem tomar os que querem desenvolver suas habilidades como líderes empreendedores? Um artigo publicado no site da Warton School da Universidade de Pennsylvania, com o tema “Como se forma um bom líder empreende- dor?”, comentando um trabalho dos pesquisado- res Gupta e MacMillan, ajuda a montar um mode- lo de atuação: Gupta e MacMillan afirmam que o líder empreendedor deve desempenhar duas funções: a primeira é ‘atuação transfor- macional’, ou a conjetura de possíveis re- sultados diante da incerteza. A segunda refere-se à ‘atuação diante do pessoal’, ou motivação de um grupo de pessoas para ajudar a criar novos modelos de negócio que reduzam a incerteza. Os autores di- videm a atuação transformacional em três tarefas: 1. Absorver a incerteza: Assuma a res- ponsabilidade pelo resultado incerto de um novo projeto. Como explica MacMil- lan, ‘É dizer ao seu pessoal, ‘se eu estiver errado, o problema é meu, não de vocês. Portanto, vocês podem atuar como se tudo fosse ocorrer como eu projetei’. 2. Projetar o desafio: Exponha um pro- jeto que estimule os funcionários ao má- ximo, mas não além, de sua capacidade. 3. Buscar apoio/preparar o terreno: Crie um ambiente propício à transforma- ção empreendedora, negociando o apoio das principais partes interessadas dentro e fora da empresa. Com relação à ‘atuação diante do pes- soal’, o líder empreendedor deve atender a duas imposições: 1. Conseguir o compromisso dos fun- cionários: Promova entre os funcionários a disposição para trabalhar por um ob- jetivo comum, no sentido da criação de uma equipe motivada tradicional. 2. ‘Definir o que é grave’: Derrubar as barreiras auto-impostas pelos membros da equipe e os estereótipos sobre o que pode e não pode ser feito, a fim de pro- duzir ações integradoras e decisivas. Um líder empreendedor terá a noção de até que ponto os recursos das pessoas foram subestimados. (UNIVERSIA, 2002). Conforme esse artigo, o desempenho do lí- der empreendedor, nesses cinco papéis, é a chave para o tipo de liderança que as empresas de hoje precisam para prosperar. Outro aspecto importante que os líderes empreendedores precisam levar em conta tem a ver com o estilo de gestão que desenvolvem. 3.2 Estilo de Gestão Perceba, caro(a) aluno(a), que para isso é importante que percebam as nítidas diferenças entre o comportamento do “líder” e do “gerente”, como mostra o Quadro 3, a seguir, extraído de Bennis (1996 apud CAVALCANTE et al., 2006). José Roberto Barbosa de Oliveira Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 26 Quadro 3 – Diferenças entre o líder e o gerente. GEREntE lÍDER Administra Inova Prioriza sistemas e estruturas Prioriza as pessoas Tem uma visão de curto prazo Tem perspectiva de futuro Pergunta como e quando Pergunta o quê e por quê Exerce o controle Inspira confiança Aceita e mantém o status quo Desafia o status quo É o clássico “bom soldado” É a sua própria pessoa Faz certo as coisas (é eficiente) Faz a coisa certa (é eficaz) Esse quadro sintetiza os diferentes posicio- namentos sobre o comportamento de gerentes e líderes, conforme Cavalcante et al. (2006), de- monstrando claramente como o perfil do gerente está mais voltado às tarefas e o do líder para as pessoas. 3.3 Os Papéis dos líderes Cavalcanti et al. (2006) também oferecem um modelo de desenvolvimento das habilidades de liderança que pode ser muito útil ao empreen- dedor. Esse modelo foi originalmente desenvol- vido por Quinn et al. (2003) e contem a descri- ção dos oito papéis dos líderes. Cavalcanti et al. (2006) explica que este é um modelo que integra e explica as competências de um líder, indican- do que esses papéis “significam atuações que um líder deve estar preparado para exercer, de acordo com o contexto da atuação”, ou seja, são as habilidades-chave que o empreendedor deve desenvolver, para fazer frente aos muitos desafios da administração de grupos e equipes. Os papéis e modelos de líder são descritos como: Mentor; Facilitador; Monitor; Coordenador; Diretor; Produtor; Negociador; Inovador. Para facilitar o entendimento, note a Figura 5. Figura 5 – Os papéis e modelos de líder. Fonte: Cavalcante et al. (2006). Empreendedorismo Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 27 Note que os oito papéis estão distribuídos em quadrantes. Dessa forma, os modelos Inova- dor e Negociador estão mais ligados às Mudanças, ou seja, à inovação e à criatividade, assim como os modelos Produtor e Diretor se concentram mais nas metas e objetivos, e assim por diante. A Figura 5 também evidencia os contrastes, ou como mencionam Cavalcanti et al. (2006, p. 70), “com as polaridades com que os líderes têm de se deparar.” Ou seja, uma certa característi- ca tem o seu contraste com a que está do outro lado da Figura. Por exemplo: “o papel Diretor, está preocupado com o estabelecimento de metas e objetivos, enquanto o papel Mentor tem como primeiro objetivo conhecer e desenvolver pes- soas.” Essa situação de certo confronto vai exigir que o líder empreendedor busque o seu equi- líbrio. Como os autores completam: “Às vezes, o líder compromete-se de tal forma com o compor- tamento de um dado papel que perde o contato com seu oposto, o que pode tornar ineficiente uma pessoa normalmente eficiente, acarretando reveses em sua carreira.” (CAVALCANTI et al., 2006, p. 70). Cavalcanti et al. (2006, p. 65-68) descrevem cada um desses papéis, como segue: O papel do MEntOR Dada a necessidade de empatia e solici- tude, espera-se de um líder que escute, apóie as solicitações legítimas e expresse reconhecimento aos funcionários. Além disso, o líder deve ser autoconsciente e ajudar as pessoas em seus planos de desenvolvimento individual, bem como proporcionar-lhes treinamento e cultivo de competências. As competências ne- cessárias são: compreensão de si mesmo e dos outros (autoconhecimento e au- toconsciência), comunicação eficaz (por meio da escuta e da presença) e desen- volvimento dos funcionários (mentoring, coaching). O papel do FACIlItADOR O facilitador fomenta o esforço coletivo, cria coesão e moral, e administra os atri- tos interpessoais (QUINN et al., 2003). As três competências centrais requeridas são: construção de equipes com meta e propósito comum; uso de decisões par- ticipativas e administração de conflitos, estimulando a solução integrada. O papel do MOnItOR Refere-se à atenção do líder a questões de controle interno, como gestão de pro- cessos essenciais, consolidação e criação de continuidade. As principais compe- tências são: administração de informa- ções por meio do pensamento crítico (desenvolvimento de argumentações, utilização de fontes e bases de dados), administração da sobrecarga de informa- ções (velocidade e agilidade na seleção das informações importantes) e gestão dos processos. O papel do COORDEnADOREnquanto o líder monitor foca o fluxo de informações, o líder coordenador é responsável pelo fluxo de trabalho. Sua responsabilidade é cuidar para que as pessoas certas estejam no lugar certo na hora certa, a fim de cumprir a função cor- reta, proporcionando-lhes condições ne- cessárias, inclusive ferramentas e espaço físico. No mundo atual, os coordenado- res, com freqüência, têm de conjugar uni- dades de trabalho que operam de modo autônomo. As principais competências do líder coordenador são: gerenciamento de projetos (com foco em tarefas e flexi- bilidade para mudanças), planejamento do trabalho (com cargos que valorizem o potencial tácito, intrínseco, que cada pessoa traz para o ambiente profissional e como esse conhecimento pode ser dis- seminado na empresa) e gerenciamento multifuncional (promoção do trabalho em equipe, treinamento e aprendizagem contínua, e maior integração funcional e menos estratificação organizacional). O papel do DIREtOR Sob muitos aspectos, reflete a essência da definição que alguns autores dão para liderança. As competências como pontos de referência são: desenvolvimento e co- municação de uma visão (qual a razão de ser da organização), estabelecimento de metas e objetivos (o que a organização deve alcançar, realizar) e planejamento e organização (qual a melhor maneira de alcançar e realizar as metas e objetivos). José Roberto Barbosa de Oliveira Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 28 O papel do PRODUtOR Criar um ambiente que deixe produtivos, motivados, autônomos e comprometidos tanto o líder quanto seus funciona rios e colegas. O líder produtor apresenta as se- guintes competências: trabalho produti- vo (motivar a eficácia individual, grupal e organizacional), fomento a um ambiente de trabalho produtivo (por meio de even- tos motivadores, como remuneração/ benefícios, oportunidades, segurança no emprego, orgulho pelo trabalho/empre- sa, abertura/equidade e amizade) e admi- nistração do tempo e do estresse/equilí- brio de demandas concorrentes (tanto pessoal quanto de seus funcionários). O papel do nEGOCIADOR O líder negociador deve apresentar e ne- gociar idéias com eficácia, ciente de que, nas organizações, as idéias só dão certo se as pessoas enxergarem benefícios em aplicá-las. Suas principais habilidades são: construção e manutenção de uma base de poder (escutando e observando as pessoas antes de agir, de falar, conside- rando que poder é a capacidade de pro- duzir, mobilizar pessoas e recursos para conseguir que as coisas sejam feitas), negociação de acordos e compromissos (diálogo e compartilhamento de pontos de vista para resolução de divergências) e apresentação de idéias: apresentações orais eficazes. O papel do InOVADOR Envolve o uso da criatividade e o geren- ciamento das transformações e transi- ções organizacionais. As três compe- tências centrais do líder inovador são: convivência da mudança (sair da normose - ou seja, o estado de normal, eliminar a resistência psicológica tanto dele quanto dos funcionários), pensamento criativo (geração de novas idéias e soluções) e gestão da mudança (administração da vi- são, comunicação e empowerment). Enfatizamos que todos esses papéis são im- portantes para o desenvolvimento do líder mais completo, assim os líderes mais capazes são os que conseguem apresentar bom desempenho em todos os papéis. Este deve ser o maior objeti- vo de um líder empreendedor. Naturalmente, devido às individualidades e personalidades, cada líder terá um conjunto de papéis que se sobreporá aos demais, sendo mais dominante do que outros. O grande desafio será o líder empreendedor obter o equilíbrio correto para si mesmo e para as circunstâncias de seu am- biente de trabalho. 3.4 Resumo do Capítulo Caro(a) aluno(a), Neste capítulo estudamos os principais aspectos relacionados à liderança, que envolvem: a influên- cia pessoal, o relacionamento de poder e o processo de influenciação. Vimos também que pelo menos dois elementos sempre aparecem nas definições de liderança: o fato de a liderança ser um fenômeno grupal e de se tratar de um processo intencional de influenciação do líder sobre seus subordinados. Consideramos também os elementos-chave da liderança: a influência, a intenção e o propósito compartilhados, a mudança e a responsabilidade pessoal; os estilos de gestão envolvidos, ou seja: as diferenças entre o comportamento do “líder” e do “gerente”. Os papéis e modelos de líder, que são: o Mentor, o líder que escuta, apoia as solicitações legítimas e expressa reconhecimento aos funcionários; o Facilitador, que fomenta o esforço coletivo, cria coesão e Empreendedorismo Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 29 moral, e administra os atritos interpessoais; o Monitor, líder que dá atenção a questões de controle inter- no, como gestão de processos essenciais, consolidação e criação de continuidade; o Coordenador, líder que é responsável pelo fluxo de trabalho; o Diretor, líder que reflete a essência da definição que alguns autores dão para liderança; o Produtor, líder que cria um ambiente que deixa produtivos, motivados, autônomos e comprometidos tanto o líder quanto seus funcionários e colegas; o Negociador, líder que sabe apresentar e negociar ideias com eficácia; e o Inovador, líder que usa da criatividade para o geren- ciamento das transformações e transições organizacionais. Prezado(a) aluno(a), que tal avaliar a sua aprendizagem? 3.5 Atividades Propostas O quanto você é visto como líder? Responda às questões a seguir, utilizando uma das 3 opções. 1. Quando você está andando com um grupo de 3 ou mais pessoas na rua, o quanto você fica no meio do grupo e dá o ritmo da caminhada? a) Sempre ando ao centro e as pessoas normalmente caminham à minha volta, conversando. Usualmente eu dou a tônica do assunto e o pessoal me segue. b) Às vezes ando ao centro do grupo, outras vezes não. Não consigo qualificar melhor que isso. c) Não costumo ser o centro das atenções em situações como essa. 2. Em um grupo de pessoas iguais a você (hierarquia ou grupo social), quando você fala, o quanto as pessoas param para ouvi-lo? a) Sempre. Normalmente eu sou a referência do grupo em qualquer assunto. b) Tenho que pedir a palavra às vezes com alguma veemência, mas uma vez capturada a aten- ção, sou ouvido cuidadosamente. c) O grupo é disperso e difícil de manter a atenção focada em mim. 3. Nesse mesmo grupo, quando você está falando, o quanto você é interrompido, em relação aos outros participantes? a) Praticamente não sou interrompido. Sou o único do grupo nessa condição. b) Sou interrompido tanto quanto os outros, até onde posso perceber. c) É difícil falar para o grupo, sou um dos mais interrompidos. 4. E em grupos de subalternos? a) Praticamente não sou interrompido. b) Sou interrompido para discussões às vezes. c) É difícil falar para o grupo, sou interrompido a toda hora. José Roberto Barbosa de Oliveira Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 30 5. Em grupos profissionais o quanto você é convidado para partilhar o horário de almoço com os colegas? a) Frequentemente, parecem procurar minha companhia. b) Mais ou menos. Partilhamos o horário quando nos encontramos, é meio ao acaso. c) Raramente me chamam. 6. Com que frequência você é consultado em assuntos profissionais em relação a outras pessoas do mesmo nível? a) Frequentemente e em várias esferas de assuntos. O pessoal parece confiar mais em mim do que no resto dos chefes para muitos assuntos. b) Regularmente, tanto quanto os outros chefes. c) Pouco. Alguns dos outros chefes são muito mais procurados do que eu. 7. Em termos de gerência ou chefia, como você acha que é visto? a) Como um líder natural, forte, responsávele com autoridade. b) Como um gerente com autoridade delegada e com alguma liderança natural. c) Como um chefe. Eu mando, eles obedecem e é tudo. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 31 Prezado(a) aluno(a), neste capítulo descre- veremos os principais aspectos das PMEs, vamos iniciar? De modo geral, vamos conhecer como as micro, pequenas e médias empresas têm grande relevância na economia de nosso país, como elas são classificadas, quais as suas principais caracte- rísticas e as principais causas do fechamento, ou seja, da mortalidade precoce dessas empresas. PEQUENA E MÉDIA EMPRESA (PME)4 4.1 A Importância das Micro e Pequenas Empresas na Economia A relevância do empreendedorismo em nosso país pode ser avaliada pela seguinte notí- cia, publicada no Jornal O Estado de São Paulo de 18 de abril de 2007. Brasil é o 10º no ranking dos mais em- preendedores O Brasil é o décimo país mais empreen- dedor do mundo. Cerca de 11,65% da po- pulação economicamente ativa (ou seja, 13,7 milhões de brasileiros) está abrindo ou abriu um negócio próprio nos últimos 42 meses. Os números são da pesqui- sa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), divulgada ontem, que avalia os ní- veis de empreendedorismo em 42 países. No ano passado, o Brasil aparecia como o 7º colocado. ‘A queda ocorreu porque novos países entraram na avaliação, e tinham índices maiores que o brasileiro’, explica a coordenadora-técnica do GEM no Brasil, Simara Greco. ‘Mas o índice de empreendedorismo se mantém o mes- mo do ano passado.’ O País ficou atrás de Peru, Colômbia, Filipinas, Jamaica, Indo- nésia, China, Tailândia, Uruguai e Austrá- lia. (LACERDA, 2007). Em harmonia com isto, e de acordo com o Sebrae, as Micro e Pequenas Empresas (MPEs) têm papel relevante na economia brasileira, pois os dados do relatório “Onde Estão as Micro e Pe- quenas Empresas no Brasil” (2006), realizado pelo Observatório das MPEs, do Sebrae, revelaram o seguinte: Representam 98% das empresas priva- das no Brasil; Somam 67% das ocupações; 56% dos empregados com carteira assi- nada (CLT); Atingem 20% do Produto Interno Bruto (PIB); 62% das empresas exportadoras; 2,3% do valor das exportações. Além disso, ainda de acordo com o Sebrae (2006), no ano de 2004, havia no Brasil 5,1 mi- lhões de estabelecimentos no setor privado, sen- do que, desse total, 5,02 milhões de estabeleci- mentos eram de Micro e Pequenas Empresas (ou seja, os 98% do total) e 81.967 estabelecimentos de médias e grandes empresas (2% dos estabele- cimentos) (Tabela 1). José Roberto Barbosa de Oliveira Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 32 tabela 1 – Evolução das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) e Médias e Grandes Empresas em 2000 e 2004. 2000 2004 taxa de expansão 2000-2004 MPEs 4,117 milhões 5,028 milhões 22,1% MGEs 68,5 mil 81,9 mil 19,5% total de estabelecimentos 4,186 milhões 5,110 milhões 22,1% Fonte: Sebrae (2006). Aqui estão outros fatos relevantes sobre as MPEs, segundo pesquisas do Sebrae: Entre 2000 e 2004, foram abertos 924 mil novos estabelecimentos, dos quais 99% são de micro e pequeno porte. Em 2004, cerca de 56% das MPEs esta- vam no comércio, 30% em serviços e 14% na indústria. Os pequenos negócios (formais e infor- mais) respondem por mais de dois ter- ços das ocupações do setor privado. Cerca de 85% das MPEs encontram-se nos dez estados com maior número de empresas. Porém, entre 2000 e 2004, verificou-se movimento de desconcentração regio- nal. A Tabela 2 demonstra essa nova realidade brasileira. tabela 2 – MPEs por regiões do Brasil. REGIãO taxa de Expansão das MPEs (2000/2004) Participação Relativa 2000 => 2004 (Brasil 100%) norte 29,1% 3,2% => 3,3% Centro-Oeste 27,2% 6,9% => 7,2% nordeste 24,9% 14,3% => 14,6% Sul 21,6% 24,1% => 24,0% Sudeste 20,5% 51,6% => 50,9% Fonte: Sebrae (2006). 4.2 Classificação das Empresas pelo Porte há vários critérios para classificar as empre- sas. Segundo o Estatuto Nacional da Microempre- sa e da Empresa de Pequeno Porte, definido pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 (com as alterações das Leis Complementa- res 127 e 128), esta é a forma de classificar as Mi- croempresas e Pequenas Empresas, pelo porte: Microempreendedor Individual A Lei Complementar nº 128, de 19 de de- zembro de 2008 (que fez adequações à LC nº 123/2006), estabeleceu uma nova figura jurídica: o Microempreendedor Individual, que passou a vigorar desde 1º de julho de 2009, com receita bruta anual de até R$ 36.000,00 (atualmente, esse limite foi elevado para R$ 60.000,00). Empreendedorismo Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 33 Microempresas Empresas com faturamento igual ou infe- rior que R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais). Pequenas Empresas Empresas com faturamento superior a R$ 240.001,00 e igual ou inferior que R$ 2.400.00,00. Empresas de Médio Porte Empresas com faturamento superior a R$ 10.500.000,00 e igual ou inferior que R$ 60.000.000,00, segundo o Banco Nacional do De- senvolvimento (BNDES); ou conforme o Sebrae: empresas que empregam entre 100 e 499 funcio- nários e as empresas comerciais e prestadoras de serviço que empregam entre 50 e 99 funcionários (o Sebrae não classifica empresa de médio porte por faturamento, mas apenas pelo número de empregados). Empresas de Grande Porte Empresas com faturamento superior a R$ 60.000.000,00 (segundo o BNDES); ou confor- me o Sebrae: empresas que empregam acima de 499 funcionários e as empresas comerciais e prestadoras de serviço que empregam mais de 99 funcionários. Essa classificação, citada por Ma- ximiano (2006), é apenas para fins fiscais (definir as vantagens que certa faixa de empresas pode oferecer) e, naturalmente, não cobre a totalidade das empresas existentes, mas fornece um interes- sante parâmetro de comparação. Saiba maisSaiba mais O Simples Nacional é um regime tributário dife- renciado, simplificado e favorecido previsto na Lei Complementar nº 123, de 14.12.2006, aplicável às Microempresas e às Empresas de Pequeno Porte, a partir de 01/07/2007. 4.3 Principais Características das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) Segundo o Sebrae (2006), este é um retrato das MPEs atualmente, com as suas principais ca- racterísticas: Fornecem produtos e serviços de baixo preço unitário; Predominam as vendas ao consumidor final; Atendem necessidades básicas da po- pulação; • Alimentos e bebidas; • Vestuário, calçados e móveis; • Moradia (construção e reforma); Suas escalas de produção são muito baixas; Capital, insumos, materiais, mão de obra etc.; Utilizam tecnologia de domínio públi- co. Entretanto, uma característica negativa das MPEs brasileiras é o seu alto índice de “mortalida- Saiba maisSaiba mais O Sebrae também classifica as empresas pelo critério do número de colaboradores, e não pelo faturamento; assim, Microempresa, pelo critério do Sebrae, é a Em- presa industrial com até 19 funcionários ou empresa comercial (e prestadoras de serviço) com até 9 funcio- nários. José Roberto Barbosa de Oliveira Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 34 de”, ou seja, de empresas que encerram suas ati- vidades precocemente. Segundo a pesquisa da Junta Comercial de São Paulo, 56% das empresas fecham antes de completar o 5º ano de atividade, sendo que 29% das MPEs encerram suas ativida- des ainda no 1º ano. As principais causas do fechamento de em- presas são: Comportamento empreendedor pouco desenvolvido; Falta de planejamento prévio; 4.4 Principais Causas de Fechamento das PME Gestão deficiente do negócio; Insuficiência de políticas de apoio; Conjuntura
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