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Diego Normandi Maciel Dutra Nº USP: 847827 6 Doutorado em Design (Fauusp) __________ Resenha Criatividade e Processos Criativos Fayga Ostrower (1977) __________ O livro de Fayga é uma das referências mais significativas sobre os processos criativos que surgiram no século XX. A obra trata sobre ao processo de criação inerente ao ser humano, a partir da ideia do que o ato criativo é fruto não de uma mente brilhante ou de seres iluminados, mas sim um processo que resulta da interconexão de diversos outros estímulos, tais como a cultura, a memória, a consciência e inconsciência, entre outros fatores. Apesar de seus mais de quarenta anos de lançamento, o livro consegue, ainda, despertar o interesse e o respeito de novos leitores. No entanto, como a própria autora considera em sua obra, a criatividade é fruto de realidade cultura, social, histórica, e, portanto, reflexo de seu tempo, devendo ser mesmo esse livro encarado a partir de tal perspectiva. Artista plástica, Ostrower contesta o senso comum, que relaciona a criatividade aos indivíduos que lidam com as artes em geral, sejam visuais, musicais, teatrais etc. Fayga apresenta a proposta de que o homem é um ser criativo, o qual independente de sua orientação profissional, social, é capaz de criar, inovar e propor soluções criativas, pois para sua própria sobrevivência aquele procedimento é fundamental. Assim, a autora não desconsidera nem o fazer criativo técnico, ou diário e objetivo nem mesmo o artístico, focado na subjetividade e/ou contemplação. O ato criativo seria, assim, mais que um exercício sensível ou estético, como um processo intencional, que, por sua vez, pode ou não estar ligado à consciência do indivíduo. Tal consciência, por sua vez, não se fecha num único indivíduo, haja vista que mesmo no ser mais introspectivo há uma influência externa que interfere na maneira de pensar e agir desse sujeito. Asso, a criatividade se faz dentro de um contexto complexo e compartilhado. Nesse sentido, se compreende que uma diferença importante entre os indivíduos é sua capacidade de percepção, que pode ser mais ou menos aguçada em diferentes sujeitos. Tal condição, por sua vez, vem a ser fator decisivo quando da “necessidade" de criação. Alinhado à percepção se encontra a memória do sujeito, que é fator primordial para o aprendizado e, consequentemente, reutilização de informações anteriores capazes de originar novas ferramentas, processos e sentidos que resultarão em atos criativos. Dessa forma, o fazer ou o ato criativo se relaciona ao potencial contextual, à intuição do sujeito, à experiência acumulada cultura e socialmente, conhecimentos, sentimentos, entre tantos outros estímulos que configuram o pensar e agir dos seres humanos.
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