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GRADUAÇÃO
 2014.1
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
E RESPONSABILIDADE CIVIL
AUTOR: JOSÉ GUILHERME VASI WERNER
Sumário
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
AULA 1 — DIREITO DAS OBRIGAÇÕES ...................................................................................................................... 3
AULA 2 — CONCEITO ........................................................................................................................................... 4
AULA 3 — FONTES DAS OBRIGAÇÕES ....................................................................................................................... 6
AULA 4 — CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES ............................................................................................................. 7
AULA 5 — OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA ....................................................................................................... 10
AULA 6 — OBRIGAÇÕES DE FAZER ......................................................................................................................... 12
AULA 7 — OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS: ................................................................................................................. 15
AULA 8 — OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS................................................................................................... 18
AULA 9 — OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS ..................................................................................................................... 19
AULA 10 — TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES........................................................................................................... 22
AULA 11 — EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES ................................................................................................................ 23
AULA 12 — MODALIDADES DE PAGAMENTO/PAGAMENTOS ESPECIAIS ........................................................................... 28
AULA 13 — MODALIDADES DE PAGAMENTO/PAGAMENTOS ESPECIAIS ........................................................................... 30
AULA 14 — EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES SEM PAGAMENTO: ........................................................................................ 34
AULA 15 — ARBITRAGEM ................................................................................................................................... 37
AULA 16 — INADIMPLEMENTO E MORA ................................................................................................................. 38
AULA 17 — PERDAS E DANOS .............................................................................................................................. 39
AULAS 18 A 25 — RESPONSABILIDADE CIVIL ........................................................................................................... 40
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 3
AULA 1 — DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
ÂMBITO E IMPORTÂNCIA DA MATÉRIA
DISTINÇÃO ENTRE DIREITOS REAIS E PESSOAIS
DIREITOS DE CRÉDITO
— A PRESTAÇÃO
OBJETIVO
Apresentar o curso; situar a matéria no Direito Privado e ganhar noção das 
aplicações do conhecimento do direito das obrigações para outras áreas do 
conhecimento jurídico (direito contratual, direito empresarial, direito tribu-
tário etc.); saber contextualizar o direito de crédito.
INSTRUÇÕES
Ler VARELA (1996, v. I), Capítulo I, Seção I, itens 1 a 8 (inclusive).
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 4
AULA 2 — CONCEITO
CONCEITO:
# Idéia vulgar x Conceito técnico-jurídico.
— Relação jurídica é, basicamente: “relação da vida social, reconhecida 
pelo Direito”.
# 2 pólos, dois sujeitos:
— um sujeito passivo, que é a pessoa que está adstrita a realizar determi-
nada atividade (dar, fazer ou não-fazer algo); e
— um sujeito ativo, que é a pessoa que tem a prerrogativa de exigir a re-
alização da atividade e que pode, face à recusa, contar com a intervenção do 
Estado em seu favor.
— A pessoa que está adstrita tem um dever jurídico; aquela que tem a 
prerrogativa tem um direito.
# A obrigação é uma relação jurídica, distinguindo-se das demais relações 
jurídicas por ter caráter patrimonial.
# Para os romanos era “o vínculo jurídico em virtude do qual um pessoa 
fi ca adstrita a satisfazer uma prestação em proveito da outra”:”Obligatio est 
juris vinculum, quo necessitate adstringimur allicuius solvendae rei secundum 
nostrae civitatis jura” (Institutas, 3.13).
# Para Orlando Gomes, “é um vínculo jurídico entre duas partes, em virtude 
do qual uma delas fi ca adstrita a satisfazer uma prestação patrimonial de inte-
resse da outra, que pode exigi-la se não for cumprida espontaneamente, mediante 
agressão ao patrimônio do devedor”.
# Clóvis Bevilaqua, em defi nição extensa, transcrita no livro do Caio Ma-
rio, ressalta o caráter de temporariedade.
# Por que todos os conceitos acima usam o termo vínculo jurídico?
# Antunes Varela: “a relação jurídica por virtude da qual uma (ou mais) 
pessoa pode exigir de outra (ou outras) a realização de uma prestação”.
# Ruggiero também destaca a natureza de relação jurídica: “relação jurídica 
pela qual uma pessoa (devedor) está adstrita a uma determinada prestação para com 
outra (credor), que tem direito de a exigir, obrigando a primeira a satisfazê-la” (p.34).
# Posição de Caio Mario: vínculo é diferente da relação jurídica; é algo 
mais, não apenas jurídico, mas também psicológico. Envolve a restrição da 
liberdade mesma do devedor, como se via na idéia romana. Segundo ele o 
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 5
próprio termo obrigação (que vem de obligatio = ob + ligatio = liame), já diria 
isso (manus injectio (Lex Poetelia Papiria))
# De todas as defi nições podemos extrair as características da obrigação: 
relação jurídica// de natureza transitória (as obrigações nascem para morrer, 
quando se cumprem, se extinguem)// que têm por conteúdo um comporta-
mento de dar, fazer ou não-fazer algo// economicamente apreciável// e que se 
não cumprido enseja o ataque ao patrimônio.
ESTRUTURA:
(i) Sujeito (dúplice)
(ii) Objeto (prestação): (a) patrimonialidade; (b) determinabilidade; 
(c) possibilidade
(iii) Conteúdo — Vínculo(?) (via de mão dupla)
— débito (dever) <> crédito
— responsabilidade <> pretensão
OBRIGAÇÕES NATURAIS (arts. 882/814, caput).
DIFERENÇAS ENTRE OBRIGAÇÕES E OUTRAS FIGURAS:
(i) dever jurídico;
(ii) ônus;
(iii) direito obrigacional/de crédito;
(iv) obrigação propter rem (obrigação que nasce de um direito real).
OBJETIVO:
Conceituar obrigação, apresentando as diversas maneiras de enxergar o 
vínculo entre credor e devedor; entender a estrutura teórica da obrigação e 
deter conhecimento crítico sobre débito e responsabilidade.
INSTRUÇÕES:
Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXV, itens 126 a 129 e 131
SUGESTÕES:
Ler TEPEDINO (2005), capítulo 4.
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 6
AULA 3 — FONTES DAS OBRIGAÇÕES
FONTES DAS OBRIGAÇÕES:
(i) contratos (?); (ii) quasi-contractus (?) (gestão de negócios, pagamento 
indevido); (iii) delitos (?); (iv) quasi-delitos (?) (ilícitos decorrentes de culpa); 
(v) lei (?).
— Classifi cações: analítica (discriminando a variedade) e sintética
— Orlando Gomes (negócios jurídicos e atos não negociais (atos, incluin-
do o ilícito + fatos))
— Caio Mário (vontade e lei)
— Código Civil de 1916 (contratos (gestão de negócios), declarações uni-
laterais de vontade (títulos e promessa de recompensa) e ilícitos)
— Código Civil de 2002 (contratos, atos unilaterais (gestão de negócios, 
pagamento indevido, promessa de recompensa, enriquecimento sem causa) 
e ilícitos)
PRINCÍPIOS
A OBRIGAÇÃO COMO PROCESSO
OBJETIVO:
Entender como nascem as obrigações e apartir de que situações; reconhe-
cer os princípios que orientam o tratamento das obrigações e em que podem 
infl uenciar sua origem; ter a noção da dinâmica do vínculo obrigacional.
INSTRUÇÕES:
Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXV, item 130; Ler NEVES (2012), 
Capítulo 3.
SUGESTÕES:
Ler SILVA (2006), Capítulo 2 (p. 63 a 84); Ler AZEVEDO (2011), Ca-
pítulo 8; Ler TEPEDINO (2005), Capítulo 1.
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 7
AULA 4 — CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES:
# Subjetividade das classifi cações
# Importância da prestação nas classifi cações
# Classifi cações quanto ao objeto (qualidade e quantidade) e quanto ao 
sujeito da obrigação
# Classifi cação quanto à qualidade do objeto:
(i) obrigações de dar (o que é de dar é a prestação)
(ii) obrigações de fazer
(iii) obrigações de não-fazer
— Classifi cação abandonada na maioria dos países (obrigações de fato 
positivo/negativo)
— Aqui mantida não só pela história, já que remonta aos romanos, mas 
por ser realmente importante na determinação das regras aplicáveis (traditio, 
execução)
(iv) divisíveis e indivisíveis (que estudaremos à parte)
OBRIGAÇÕES DE DAR:
(a) dar strictu sensu (traditio; transferência de direito real)
(b) entregar (transferência do uso e gozo da coisa)
(c) restituir (devolver A coisa pertencente a credor)
— As obrigações de dar e entregar podem envolver: (x) coisa certa; e
(y) coisa incerta
— A obrigação de restituir é sempre de coisa certa.
OBRIGAÇÕES DE DAR E ENTREGAR COISA CERTA
# “Infungibilidade” decorrente da coisa certa (art. 313)
# Abrangência (art. 233 — acessórios/accessorium sequitur principallis).
# O interesse do credor está em receber aquela determinada coisa e não 
outra em seu lugar.
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 8
# Grande parte do interesse prático no estudo das obrigações de dar está 
nas consequências da perda ou deterioração da coisa, seja por culpa ou por 
fortuito. Esse último caso é objeto da “Teoria dos Riscos” que visa sistemati-
zar tais consequências, especialmente para determinar quem (dentre credor 
e devedor) suportará a diminuição patrimonial dessa perda ou deterioração.
# Perda:
(i) desaparecimento total da coisa;
(ii) o extravio, quando não mais possa ser encontrada;
(iii) quando a coisa deixa de ter suas qualidades essenciais;
(iv) quando se tornar indisponível;
(v) quando se tornar inatingível (ex.: fundo do mar); e
(vi) quando se confundir com outra não mais podendo ser separada 
(confusão, comistão, adjunção).
1) Coisa certa se perde COM CULPA (art. 234, fi ne): equivalente + in-
denização
2) Coisa certa se deteriora COM CULPA (art. 236): (i) fi ca com a coisa + 
indenização; (ii) exige equivalente (sempre pecuniário) + indenização
3) Coisa certa se perde SEM CULPA (art. 234, 1a parte):
— risco é do devedor; ele era quem tinha a coisa mais arraigada em seu 
patrimônio (proprietário? (res perit domino)).
— ele sofre a diminuição patrimonial equivalente a essa perda (credor fi ca 
com eventual preço ou aluguel)
— resolve-se a obrigação.
4) Coisa certa se deteriora SEM CULPA (art. 235): (i) fi ca com a coisa + 
desconto; (ii) resolve-se a obrigação.
# Cômodos (acréscimos) da coisa (art. 237, caput).
OBRIGAÇÕES DE RESTITUIR:
# Mesmo tratamento em caso de perda ou deterioração com culpa (art. 
239 remete ao 234,2a parte).
# Diferença no tratamento das hipóteses de perda ou deterioração fortui-
tas da coisa:
— inversão do risco POIS invertida a posição de quem tinha a coisa + 
arraigada no patrimônio
— art. 238
# Diferença no tratamento dos cômodos (arts. 241 e 242)
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 9
OBJETIVO:
Saber reconhecer os critérios de classifi cação das obrigações e entender 
que cada um deles volta-se para um interesse prático ou didático; entender 
a importância de conhecer a classifi cação adotada pelo Código Civil, tendo 
em vista as escolhas feitas pelo legislador e a sua coerência com o sistema do 
Código de Processo Civil; diferenciar o tratamento legal das obrigações de 
dar coisa certa e restituir e suas implicações nos casos de perda e deterioração 
fortuita ou culposa.
INSTRUÇÕES:
1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXVI, itens 132 e 133; 2) Ler NE-
VES (2012), Capítulo 6, item 6.1.1; 3) Ler o Acórdão e votos do julgamento 
da AgRg nos EDcl nos EDcl no Ag 972302 / RJ, Rel. Min. Sidnei Beneti 
para discussão em aula; 4) Resolver a seguinte questão: Renato aluga para 
Paulo sua casa de campo por um período de seis meses. Todavia, após um 
mês de locação, Paulo, bêbedo, esquece o gás do fogão aceso e provoca uma 
explosão, levando a casa a incendiar-se completamente. Quais as providên-
cias que Renato poderá adotar em face de Paulo?
SUGESTÕES:
Ler TEPEDINO (2005), Capítulo 6.
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 10
AULA 5 — OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA
OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA:
# Coisa incerta = não determinada em sua individualidade; não particu-
larizada
# Então obrigação de dar coisa incerta = obrigação indeterminada? Não. 
Obrigação de dar coisa indeterminada = obrigação nula
# A indeterminação não é total (art. 243): é preciso determinar ao menos 
o gênero e a quantidade.
# Não é preciso determinar a espécie (“espécie” aqui <> “espécie” em Bio-
logia)
# Espécie = “corpo certo, coisa individuada, objeto determinado”
# Na obrigação de dar coisa incerta não importa ao credor qual indivíduo 
dentro de um gênero receberá. Para ele só importa que o indivíduo que rece-
berá seja daquele determinado gênero.
# Gênero = universo de coisas da mesma espécie
# Coisa naturalmente infungível = sempre coisa certa; coisa naturalmente 
fungível nem sempre é incerta
# Na obrigação de dar coisa incerta a prestação é sempre indeterminada?
# Escolha: ato através do qual se individualiza a coisa a ser entregue:
— Quem faz a escolha? Art. 244, 1a parte
— Como deve ser feita a escolha? (art. 244, fi ne). E se for do credor?
— Conseqüência da escolha = coisa certa (art. 245)
# Perda ou deterioração da coisa incerta? (genus non perit — art. 246)
OBRIGAÇÕES DE DAR ENVOLVENDO PRESTAÇÕES ESPECIAIS:
# Prestações pecuniárias
# Prestações de juros
OBJETIVO:
Saber reconhecer os critérios de classifi cação das obrigações e entender 
que cada um deles volta-se para um interesse prático ou didático; entender a 
importância de conhecer a classifi cação adotada pelo Código Civil, tendo em 
vista as escolhas feitas pelo legislador e a sua coerência com o sistema do Có-
digo de Processo Civil; diferenciar o tratamento legal das obrigações de dar 
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 11
coisa certa e restituir das obrigações de dar coisa incerta e suas implicações 
nos casos de perda e deterioração fortuita ou culposa; entender as peculiari-
dades das prestações envolvendo dinheiro e juros; espécies de moeda, padrão, 
curso legal e curso forçado; juros moratórios e compensatórios, juros legais.
INSTRUÇÕES:
1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXVI, item 134 e capítulo XXVIII, 
itens 147 e 148; 2) Ler NEVES (2012), Capítulo 6, item 6.1.3; 3) Ler Acór-
dão e votos do Resp 804791/MG, Rel. Min. Nancy Andrighi para discussão 
em sala;4) Resolver a questão abaixo:
A respeito das obrigações de dar, considere as proposições abaixo.
I. Na obrigação de dar coisa certa, se a coisa se perder, antes da tradição, 
ou pendente a condição suspensiva, sem culpa do devedor, não será ele res-
ponsável pelo equivalente e mais perdas e danos, mas deverá devolver ao 
credor o que já houver recebido pelo negócio.
II. Na obrigação de dar coisa incerta, esta deverá ser especifi cada, ao me-
nos, pelo gênero e quantidade, cabendo, em regra,ao devedor a escolha; não 
poderá ele, contudo, dar a coisa pior, nem será obrigado a entregar a melhor.
III. Deteriorada a coisa e não sendo o devedor culpado, se o credor optar 
em aceitar a coisa não poderá abater de seu preço o valor que perdeu.
IV. Deteriorada a coisa e sendo o devedor culpado, se o credor aceitar a 
coisa no estado em que se acha, poderá reclamar indenização das perdas e 
danos.
Está correto o que se afi rma APENAS em
Respostas:
A. I e II.
B. I, II e III.
C. I e III.
D. II e III.
E. II, III e IV.
SUGESTÕES:
Ler TEPEDINO (2005), Capítulos 13 e 18.
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 12
AULA 6 — OBRIGAÇÕES DE FAZER
# Prestação de fato (envolve um fato) <> prestação de coisa (envolve uma 
coisa)
# Prestação de fato positivo <> prestação de fato negativo (obrigação de 
não-fazer)
# O interesse do credor está no fato, na atividade do devedor, não na coisa 
somente
# Envolve um trabalho, seja físico, seja intelectual: ex.: Pintar um quadro; 
Consertar um automóvel; Escrever um livro, um parecer; Construir algo; 
Realizar uma performance.
# Como se vê, algumas obrigações de fazer se esgotam na própria ativida-
de, sem que nenhuma coisa seja dela criada. Mas outras envolvem também 
uma coisa.
# Não confundir com obrigação de dar (interesse só na coisa, não importa 
como será obtida)
# Na obrigação de fazer o interesse pode estar em uma coisa mas também 
na atividade através da qual se obterá tal coisa (pintar o quadro). Para diferen-
ciá-las, Washington de Barros Monteiro, lembra que na obrigação de dar, o 
devedor não tem que fazê-la antes de entregá-la, enquanto que na obrigação 
de fazer, o devedor tem que primeiro confeccionar a coisa: diz-se que o dar, 
nesse caso, é conseqüência do fazer.
# Antigamente: diferenciação com base no critério da execução específi ca
# Conceito: Silvio Rodrigues é “aquela que tem por conteúdo um ato a ser 
praticado pelo devedor, donde resulte benefício patrimonial para o credor”; Car-
valho Santos: “é a que consiste na prestação de fato, tendo por objeto um ou mais 
atos do devedor”.
# Classifi cação:
— simples e complexas (um ou mais atos)
— fungíveis e infungíveis (caráter personalíssimo/intuitu personae): (i) só 
ao devedor imposta (convenção: expressa ou tácita?); ou (ii) realizável somen-
te pela devedor
— de meio e de resultado:
 * interesse do credor em uma mera atividade (performance, show)
 * ou em determinado resultado de uma atividade (conserto de carro)
 * Regra: 
 — obrigações de meio (exs. Professor particular, advogado, médico)
 — dever de diligência, de melhores esforços na atividade
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 13
 — descumprimento só com negligência, imprudência, imperí-
cia (culpa)
 — ônus da prova do descumprimento (culpa): do credor
 * Exceção:
 — resultado (legalização de empresa, cirurgia(?))
 — dever de alcançar o resultado
 — descumprimento: resultado não alcançado
 — ônus da prova: resultado não atingido por fato alheio: do 
devedor
# Riscos e Responsabilidade:
 — Impossibilidade da prestação de fazer sem culpa (art. 248, 1ª 
parte — resolução)
 — Impossibilidade por culpa (art. 248, 2ª parte — responsabiliza-
ção perdas e danos)
 — Responsabilidade em caso de recusa de cumprimento de presta-
ção infungível (art. 247)
 * Sempre perdas e danos?
 * Confl ito: liberdade do devedor x interesse do credor
 * Evolução da técnica de satisfação do credor (dribla a necessida-
de de atividade do devedor)
 * Execução específi ca das obrigações de fazer (declarações de 
vontade)
 * Reforço: multa + astreinte (arts. 461 e 644 do Código de Pro-
cesso Civil)
 — Se fungível: perdas e danos ou realização por terceira pessoa (art. 
249, CC + 633 do CPC)
OBRIGAÇÕES DE NÃO-FAZER:
# Aqui o devedor obriga-se a uma abstenção.
# O cumprimento se dá não através de uma ação, mas através de uma 
omissão.
# Exemplos: (i) não construir em determinado espaço; (ii) não demolir 
uma construção; (iii) não estabelecer comércio de determinada natureza; (iv) 
tolerar o uso de determinada coisa por outrem; (v) consentir a vistoria (loca-
ções residenciais).
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 14
# Trata-se de prestação de fato negativa, onde se incluem:
 — Abstenção; e
 — Tolerância (pati).
# O risco aqui está na impossibilidade de abstenção, que resolve a obriga-
ção (art.250).
# A realização da atitude é o próprio descumprimento e o credor pode en-
tão exigir que o devedor desfaça o que fez sob pena de que alguém o desfaça 
às suas custas mais perdas e danos (art.251 + arts. 642/ 643, CPC).
# Se não for possível desfazer, a obrigação resolve-se em perdas e danos 
(art. 251, p. único).
OBJETIVOS:
Identifi car a lógica do tratamento das obrigações de fazer e diferenciá-lo 
de outros tipos de obrigações; identifi car obrigações de fazer personalíssimas 
e suas peculiaridades, em especial diante do princípio da dignidade da pessoa 
humana, tendo em vista as regras de execução; a execução específi ca de certas 
obrigações de fazer (o compromisso de compra e venda, acordos de acionistas 
e o código de defesa do consumidor; o dever de transparência.
INSTRUÇÕES:
1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXVI, item 135 a 136-A; 2) Ler 
NEVES (2012), Capítulo 6, itens 6.2 e 6.3 e Capítulo 8; 3) Ler acórdão e 
votos do julgamento do REsp 1.288.033/MA, Rel. Min. Sidnei Beneti para 
discussão em sala; 4) Ler acórdão e votos do julgamento do REsp 703.244/
SP, Rel. Min. Nancy Andrighi para discussão em sala; 5) Resolver a seguinte 
questão: Hans contrata Pierre para que este último elabore um projeto de 
decoração de sua casa recém-adquirida. Pierre entrega o projeto na data com-
binada mas Hans não o aprova, pretendendo exigir perdas e danos de Pierre 
pelo descumprimento da obrigação. (i) classifi que a obrigação nascida do 
contrato; (ii) Hans pode ter razão? (iii) em que condições?
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 15
AULA 7 — OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS:
OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS:
# Obrigações: (i) simples e (ii) compostas (1 ou mais objetos)
# Obrigações Compostas: (i) cumulativas/conjuntivas e (ii) alternativas
# Defi nições: (i) “É aquela em que há mais de uma prestação a cumprir e o 
devedor se exonera satisfazendo uma delas” (J.M. Carvalho Santos); (ii) “Em-
bora múltiplo seu objeto, o devedor se exonera satisfazendo uma das prestações” 
(Clóvis Beviláqua); (iii) “É aquela que tem por objeto duas ou várias prestações 
que são devidas de tal maneira que o devedor se libera inteiramente executando 
uma só dentre elas” (Planiol).
# Exemplos: (a) Entrega de um ou outro móvel de uma casa em legado; 
(b) entrega de uma ou outra bicicleta (presente para o fi lho); (c) um ou outro 
cachorro; (d) a consertar o produto ou entregar outro novo; (e) elaborar um 
programa ou entregar um software equivalente.
# Natureza: uma obrigação só; ou obrigações interligadas? Mais de um ou 
um só vínculo?
# Características: (i) multiplicidade de objetos; (ii) exoneração do devedor 
com a realização de um só.
# Diferenças com a obrigação de dar coisa incerta (genérica), onde há tb. 
possibilidade de escolha:
(i) alguns dizem que na obrigação de dar coisa incerta se escolhe entre 
diversas coisas não determinadas de um gênero; e na obrigação al-
ternativa, as duas ou mais prestações sobre as quais recairá a escolha 
são certas e determinadas;
(ii) a obrigação de dar coisa incerta tem um só objeto, que envolve uma 
coisa incerta; já a obrigação alternativa tem mais de um objeto. Na 
verdade, podemos dizer simplesmente que a obrigação de dar coisa 
incerta é uma obrigação simples e a obrigação alternativa é uma 
obrigação composta.
(iii) na obrigação genérica, a indeterminaçãoestá no objeto da prestação 
(a coisa) e, portanto, a escolha se dá quanto ao objeto da prestação; 
já na obrigação alternativa, a indeterminação está na própria presta-
ção e, portanto, a escolha se dará sobre a prestação.
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 16
# Escolha:
(i) a quem cabe (art.252);
(ii) deve ser exclusiva das outras prestações (art. 252, §1º);
(iii) consequências:
 — obrigação passa a pura e simples (importância da oferta real);
 — irrevogabilidade (exceção no art. 252 §2º)
(iv) anulável (restituição ao status quo ante)? E se há perda da coisa a ser 
restituída?
# Impossibilidade:
(i) de uma das prestações:
(ia) impossibilidade originária: a obrigação é simples; resta a presta-
ção válida/possível
(ib) impossibilidade superveniente:
(ib1) Escolha do Devedor:
(ib1a) Fortuito: concentração (253) ;
(ib1b) Culpa do devedor: concentração (???) (253) ;
(ib2) Escolha do Credor:
(ib2a) Fortuito: concentração;
(ib2b)  Culpa do devedor (art. 255, 1a parte) . Sem-
pre c/ P&D.
(ii) de todas as prestações:
(iia) impossibilidade originária: a obrigação é nula.
(iib) impossibilidade superveniente:
(iib1) Escolha do Devedor:
(iib1a) Fortuito (art. 256: resolve-se, extinguindo-se);
(iib1b) Culpa do Devedor (precisa saber em qual pres-
tação houve culpa?)
 (art. 254)
(iib2) Escolha do Credor:
(iib2a) Fortuito (art. 256: resolve-se, extinguindo-se);
(iib2b) Culpa do Devedor (art. 255, 2a parte)
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 17
OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS
OBJETIVOS:
Reconhecer as obrigações alternativas como obrigações de prestações múl-
tiplas, ainda na classifi cação das obrigações quanto ao seu objeto, diferencian-
do-as das conjuntivas; diferenciar as obrigações alternativas das obrigações de 
dar coisa incerta e das obrigações facultativas; compreender o mecanismo da 
escolha e a quem ela é atribuída pelo legislador; ter noção da importância 
desse mecanismo para o entendimento de outras situações; as implicações da 
escolha em caso de perda e deterioração fortuita ou culposa.
INSTRUÇÕES:
1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXVIII, item 144; 2) Ler acórdão e 
votos do julgamento do REsp 1.074.323/SP, Rel. Min. João Otávio de Noro-
nha para discussão em sala; 3) Resolver a seguinte questão: “A” é condenado, 
por sentença transitada em julgado, a efetuar o reparo de aparelho eletrônico 
que vendeu a “B” ou a entregar a este outro aparelho, novo, da mesma marca 
e modelo. “A” decide reparar o aparelho defeituoso e, para tanto, notifi ca “B” 
para que este leve o produto à sua ofi cina. “B” entrega o aparelho a “A” para 
que o conserto seja efetuado. “A”, constatando que o aparelho não pode ser 
consertado, resolve entregar a “B” um aparelho novo. “B” se recusa a receber 
e pleiteia indenização pelo descumprimento da obrigação. Quem tem razão?
SUGESTÕES:
Ler AZEVEDO (2012), Capítulo 14.
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 18
AULA 8 — OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS
OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS
OBJETIVOS:
Reconhecer que o tratamento legal das obrigações divisíveis e indivisíveis 
ganha importância na pluralidade de credores ou devedores, daí seu estudo 
estar relacionado, para alguns autores, com a classifi cação das obrigações se-
gundo o sujeito; compreender as teorias pluralista e unitarista das obrigações 
plurais; o “concurso partes fi unt”; entender, por meio da teoria pluralista 
do vínculo as soluções dadas pelo legislador para a obrigação indivisível nos 
casos de interrupção da prescrição, perda culposa da coisa e remissão, além 
do pagamento.
INSTRUÇÕES:
1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXVII, itens 137 a 139; Ler NE-
VES (2012), Capítulo 12; 3) Ler acórdão e votos do julgamento do REsp 
868.556/MS, Rel. Min. Nancy Andrighi para discussão em sala; 4) Resolver 
a seguinte questão: “X”, “Y” e “Z” são devedores de “A”. A prestação envolvi-
da é de dar o relógio herdado. Antes da tradição, a coisa se perde, sendo eles 
culpados.
Responda:
(i) o que ocorre com a obrigação?;
(ii) Poderá “A” cobrar algo de “Y”? O quê?
(iii) se a culpa for somente de “Z”, quanto pode “A” cobrar de “Y”?
SUGESTÕES:
Ler AZEVEDO (2012), Capítulo 15.
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 19
AULA 9 — OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS:
# Solidariedade não se presume (art. 265)
# Teoria Pluralista vs. Teoria Unitária
# Na obrigação solidária há somente um vínculo ou mais?
— contradição entre 264 e 266?
# Teoria Pluralista não explica a solução das obrigações solidárias. Se há 
mais de um vínculo, porque um dos devedores ao pagar exonera os demais e 
um dos credores ao receber satisfaz os demais?
— Se a obrigação é indivisível, isso se dá em razão da natureza da coisa.
— 2 teorias para explicar: (i) Teoria da Representação: Dizia que, na ver-
dade, o credor que recebia, ou o devedor que pagava, agia representando os 
demais credores ou devedores; (ii) Teoria da Fiança Mútua: Dizia que haveria 
entre os credores ou entre os devedores, uma fi ança mútua, que os vincularia 
entre si.
# O que parece explicar mesmo é a Teoria Unitária, embora de fato exis-
tam situações que não são compatíveis; no balanço geral, a teoria unitária é 
a mais adequada; para a teoria unitária só há um vínculo, ainda com plurali-
dade de devedores ou credores, cada um estando obrigado ou com direito à 
divida toda. O devedor só se libera pagando o todo e não a parte (in solidum). 
E aí alguém vai dizer: — “mas na indivisibilidade também!”
# Diferença entre indivisibilidade e solidariedade
# Solidariedade Ativa:
— raridade; desvantagens (exceção: cta. Corrente conjunta)
— art. 264 e 267 (especifi cação): decorrência = medidas de proteção 
(prescrição)
— exoneração do devedor pelo pagamento a qualquer deles (art. 269 
(900)): <> indivisibilidade
— E o que acontece depois? Art. 272.
— Prevenção judicial (art. 268)
— Morte de um dos credores (mostra que a solidariedade decorre do vín-
culo — art. 270)
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 20
— Conversão em perdas e danos (não é mesma solução da indivisibilida-
de; solidariedade vem do vínculo)
— Unitariedade: remissão por um dos credores = exoneração do(s) 
devedor(es): art. 269 + 272.
# Solidariedade Passiva:
— vantagem para o credor
— art. 264 + 275 (parcial? Afronta à teoria unitária?)
— E depois do pagamento por um só?
 * art. 283.
 * e se um devedor paga e quando vai reaver dos demais, outro 
está insolvente? Art. 283
 * entra nesse rateio o exonerado da solidariedade (art. 284)
 * e o remitido?
— remissão (art. 277): ataque à teoria unitária (subsistem vínculos indi-
viduais)
 * a solidariedade subsiste quanto ao restante da dívida
— situação semelhante no pagamento parcial (art. 277)
— remissão (melhor dizer exoneração) da solidariedade (art. 282)
— conversão em perdas e danos (mesma solução da solidariedade ativa — 
art. 279)
— juros de mora (art. 280 (909))
— morte de um dos devedores (solidariedade não se transmite aos herdei-
ros — art. 276)
OBJETIVO:
Compreender as teorias pluralista e unitarista das obrigações plurais; a so-
lidariedade e a teoria unitária; diferenciar as obrigações indivisíveis e obriga-
ções solidárias; compreender a solução para os casos de interrupção da pres-
crição, perda culposa da coisa e remissão, além do pagamento.
INSTRUÇÕES:
1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXVII, itens 140 a 143; Ler NE-
VES (2012), Capítulo 13; 3) Ler acórdão e votos do julgamento do REsp 
1.211.400/SP, Rel. Min. Mauro Campbell e AgRg no REsp 850437/PR, 
Rel. MIn. Humberto Martins para discussão em sala; 4) Resolver a seguinte 
questão: “A”, “B” e “C” são credores solidários de “W”, “X”, “Y” e “Z” pelaDIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 21
quantia de R$3.600,00. “C” e “Z” falecem deixando, cada um, três herdeiros 
(c¹, c², c³; e z¹, z² e z³). Que quantia poderá “c³” cobrar de z¹? Porquê?
SUGESTÕES:
Ler TEPEDINO (2005), Capítulo 8.
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 22
AULA 10 — TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
CESSÃO DE CRÉDITO
CESSÃO DE CONTRAO
ASSUNÇÃO DE DÍVIDA
RELATIVIDADE (ART. 439)
INSTRUÇÕES:
Ler NEVES (2012), Capítulo 14; Ler AZEVEDO (2012), capítulos 18 
a 20.
SUGESTÕES:
Ler TEPEDINO (2005), Capítulos 9 e 10.
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 23
AULA 11 — EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES:
PAGAMENTO:
# Não confundir com o sentido vulgar (solução de prestações em dinhei-
ro)
# Segundo Caio Mario e Orlando Gomes é a forma de extinção da obri-
gação com a entrega da prestação devida.
# Natureza jurídica: 
— ato jurídico strictu senso? Efeito já previsto em lei
— negócio jurídico? Partes podem fazer prever outros efeitos/paga-
mento por terceiro
— Caio Mario: às vezes um, às vezes outro
— ainda que às vezes possa ser considerado negócio, em regra é mero ato.
— importância da distinção: elementos (não cabe anulação por vício)
# Regras do Pagamento (requisitos/perguntas do Código):
1) Quem deve pagar? Devedor. Melhor seria: quem pode pagar? Art. 304
a) terceiro interessado (interesse = interesse jurídico (fi ador, avalista, ga-
rantidor, herdeiro))
— devedor se exonera? Em face do credor, sim. Mas fi ca vinculado ao 
que paga
— Sub-rogação (substituição): art. 346, III (é automática, ipso iure)
 > transfere não só o crédito, mas seus consectários
b) terceiro não interessado (correntes do Dir. Comparado: aceita ou não 
o pagamento)
— Nosso Direito: aceita mas tenta desestimula-lo, não dá mesmas 
prerrogativas
b.1) que paga em seu próprio nome (art. 305):
 > não sub-rogação (a menos que expressa — art. 347); só reembolso
 > não consignação
 > pode sofrer oposição do devedor: conseqüências (art. 306)
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 24
b.2) que paga em nome do devedor (como se o mesmo devedor pagasse)
 > age como devedor e, p/isso, tem os mesmos direitos (art. 304)
 > por óbvio, não se sub-roga nos direitos do credor, nem reembolso
c) quem possa alienar o objeto do pagamento (art. 307)
2) A Quem Pagar?
a) ao credor ou a quem o represente (art. 308): consequência da desobe-
diência = invalidade
 — aqui insere-se o sucessor do credor
 — pagamentos em agências bancárias
b) terceiro, desde que ratifi cado (art. 308)
c) portador da quitação, exceto se circunstâncias adversas (art. 311)
d) ao credor putativo, desde que feito de boa-fé (art. 309)
e) ao credor incapaz de quitar se o pagamento reverter em seu benefício 
(art. 310)
* Inefi cácia do pagamento efetuado ao credor mesmo intimado da 
penhora (art. 312)
3) O Quê Pagar? (objeto do pagamento): (i) identidade (deve ser pago 
“o” devido (313)): no caso da dação em pagamento, há substituição: outra 
coisa passa a ser devida no lugar da prestação original; (ii) integridade (deve 
ser prestado “todo” o devido); (iii) indivisibilidade (deve ser prestado “por 
inteiro”): art. 314.
4) Como Pagar? Boa-fé: deveres acessórios de conduta (nebenplichten) <> 
deveres secundários
5) Onde Pagar?
* regra: domicílio do devedor (pagamento quesível, chiedibile, quéra-
ble): art. 327
* regra disponível: domicílio do credor (pagamento portável, portabi-
le, portable) ou outro.
* dois locais previstos: escolha do credor (art. 327)
* imóvel ou prestação relativa ao imóvel: lugar da situação (art. 328)
6) Quando Pagar? (tempo do pagamento)
* regra: imediatamente (art. 331)
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 25
* vencimento antecipado (art. 333) + outras hipóteses que as partes 
podem estipular.
# Prova do Pagamento:
— quitação: “quietare”, deixar em descanso/contrapartida do devedor 
pelo pagamento/é a prova do pagamento/é direito do devedor que cumpre 
(dá a ele, se o credor a recusar as alternativas: (i) reter o pagamento (art. 319); 
(ii) consignar o pagamento/natureza = ato jurídico
— forma da quitação: art. 320 do novo código
— a quitação é prova do pagamento, mas não a única prova.
PAGAMENTO INDEVIDO:
# Regra: obrigação de restituir por parte de quem recebeu (art. 876)
# Regra: ônus da prova de que feito por erro por parte do que pagou (ain-
da se exige erro?) (art. 877).
# Acréscimos e melhoramentos (referência aos arts. 510 a 519): solução 
dependerá da boa ou má-fé do “accipiens” (desconhecimento ou conheci-
mento do indébito) (art. 878).
# Pagamento indevido de imóvel: dependerá da boa ou má-fé do accipiens 
e da boa ou má-fé de terceiro:
— Situações:
(i) accipiens recebe o imóvel de boa-fé e o transfere a título oneroso:
 (i.a) a terceiro também de boa-fé
 — interesse do terceiro prevalece: fi ca com o imóvel
 — accipiens restitui o preço que recebeu do terceiro
 (i.b) a terceiro de má-fé:
 — retorna o imóvel ao que pagou indevido
 — terceiro sujeito a pagar perdas e danos
(ii) accipiens recebe o imóvel de má-fé e o transfere a título oneroso:
 (ii.a) a terceiro de boa-fé:
 — accipiens devolve o preço mais perdas e danos
 — terceiro fi ca com o imóvel
 (ii.b) a terceiro de má-fé:
 — imóvel retorna ao solvens;
 — accipiens paga perdas e danos
 — terceiro sujeito a perdas e danos
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 26
(iii) accipiens recebe o imóvel de boa-fé e o transfere a título gratuito:
 > não importa a boa ou má-fé do terceiro, terá de perder o imóvel
 > o interesse do terceiro que nada despendeu será sempre inferior
(iv) accipiens recebe o imóvel de má-fé e o transfere a título gratuito:
 > accipiens tem que pagar perdas e danos
# Há três exceções à regra de que o pagamento indevido deve ser restitu-
ído:
(i) Art. 880: Fica isento de restituir pagamento indevido aquele que, 
recebendo-o por conta de dívida verdadeira, inutilizou o título, dei-
xou prescrever a ação ou abriu mão das garantias que asseguravam 
o seu direito; mas o que pagou dispõe de ação regressiva contra o 
verdadeiro devedor e seu fi ador: aqui o legislador permite ao credor 
que conserve o que recebeu, já que, em caso contrário, estaria sen-
do prejudicado por um erro que, afi nal, foi gerado pelo que pagou 
indevidamente.
(ii) Art. 882: Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida 
prescrita, ou cumprir obrigação natural.
(iii) Art. 883: Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa 
para obter fi m ilícito, imoral ou proibido em lei.
* Alguém que combine (não é contrato) com outro para matar um tercei-
ro (como Rigoletto fez) não pode exigir a repetição se o outro não cumprir 
ou matar outra pessoa (como Sparafucile fez com a fi lha de Rigoletto, Gilda).
OBJETIVO:
Compreender a orientação da obrigação para o pagamento e satisfação do 
credor; ter a noção dos conceitos de pagamento e de quitação; saber identifi -
car as regras a respeito de quem deve pagar e a quem, como, onde e quando 
se paga.
INSTRUÇÕES:
1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXX; 2) Ler acórdão e votos do 
julgamento dos REsps 977077/GO e 1161411/RJ, Rel. Min. Nancy Andri-
ghi para discussão em sala; 3) Solucionar a seguinte questão: Joaquim deve 
a Pedro a quantia de R$10.000,00 (dez mil reais), tendo dado a este duas 
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 27
garantias: o penhor de um relógio Citisio de sua propriedade, avaliado em 
R$5.000,00 (cinco mil reais) e a fi ança de Miguel. No dia do vencimento, 
pode Querêncio, amigo de infância de Joaquim, pagar a dívida em seu pró-
prio nome se Joaquim não o fi zer? Quaisas consequências, especialmente 
com relação às garantias?
SUGESTÕES:
Ler TEPEDINO (2005), Capítulo 11.
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 28
AULA 12 — MODALIDADES DE PAGAMENTO/PAGAMENTOS ESPECIAIS
1) PAGAMENTO POR CONSIGNAÇÃO
# Importância do pagamento regular para o devedor: liberação
# Importância da quitação: prova o pagamento e, portanto, a exoneração 
do devedor, sua liberação
# Há interesse do devedor em fazer o pagamento e obter a quitação res-
pectiva
# Sempre que ocorrer algum óbice ao pagamento regular ou ao recebi-
mento da quitação regular, a lei assegura ao devedor a faculdade de, com o 
prévio depósito da prestação devida, obter liberação (por sentença ou presun-
ção): art. 334.
# Hipóteses (art. 335): (i) credor recusa, injustamente, receber o paga-
mento (dívida portável) ou dar quitação na devida forma; (ii) credor não vai 
receber a coisa no lugar, no tempo e condições devidas (dívida quesível); (iii) 
credor desconhecido, ausente, ou residente em lugar incerto ou de acesso pe-
rigoso ou difícil; (iv) se ocorrer dúvida sobre quem efetivamente deva receber 
o objeto do pagamento (ex.: instituto de previdência que não sabe a quem 
pagar, se à viúva ou aos herdeiros, pois todos requereram administrativamen-
te a pensão); (v) se pender litígio sobre o objeto do pagamento (art. 344); 
(vi) se houver concurso de preferência aberto contra o credor, ou se este for 
incapaz de receber o pagamento (incapaz que não tenha representante legal).
# Não obstante a enumeração, “há de ser cabível a o recurso à consignação 
toda vez que o devedor não possa efetuar um pagamento válido” (Alfredo 
Colmo).
# Antes devia ser exclusivamente judicial. Mas dentre as alterações no 
CPC, uma fez com que o procedimento previsse a consignação extra-judi-
cialmente. Tal procedimento encontra-se regulado nos §§ 1º, 2º, 3º e 4º do 
art. 890 do Código de Processo Civil.
# Art. 336 (a prestação tem que ser a efetivamente devida e tem que se dar 
no mesmo tempo e modo):
# Somente as prestações de dar podem ser consignadas. As de fazer e não 
fazer, por óbvio, não podem. Peculiaridade quanto às obrigações de dar coisa 
incerta (art. 342)
# Efeitos da sentença na ação de consignação (procedente e improceden-
te)/Perda da coisa antes da sentença.
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 29
OBJETIVO:
Compreender a utilidade da consignação em pagamento e seus efeitos.
INSTRUÇÕES:
1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXXI, item 158; 2) Ler NE-
VES (2012), Capítulo 16.1; Ler acórdão e votos do julgamento do REsp 
1.194.264/PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão para discussão em sala.
SUGESTÕES:
Ler AZEVEDO (2011), Capítulo 27.
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FGV DIREITO RIO 30
AULA 13 — MODALIDADES DE PAGAMENTO/PAGAMENTOS 
ESPECIAIS
2) PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO
# Pagamento por terceiro interessado: uma das hipóteses de sub-rogação 
pessoal <> sub-rogação real
# Conceito: Caio Mario, “a transferência da qualidade creditória para aque-
le que solveu obrigação de outrem ou emprestou o necessário para isso”; Marcel 
Planiol: “o pagamento com sub-rogação é um pagamento que não libera o deve-
dor porque não é feito por ele, e a sub-rogação que o acompanha é uma instituição 
jurídica em virtude da qual o crédito pago pelo terceiro subsiste em seu proveito e 
lhe é transmitido com todos os seus acessórios, se bem que seja considerado extinto 
em relação ao credor”.
# Natureza: Teorias: (i) Cessão de Crédito (sempre decorre de vontade; 
sempre necessita da vontade do credor); (ii) Mandato (a sub-rogação se opera 
mesmo contra a vontade do devedor); (iii) Ficção. O melhor é reconhecer 
que se trata de fi gura própria, considerada pela doutrina e por nosso código 
como uma modalidade de pagamento: se dá com a entrega da prestação devi-
da; libera o devedor do vínculo com o credor; satisfaz o credor.
# Espécies:
(a) Legal (art. 346): opera-se automaticamente/mas está limitada (art. 350 
(989))
(b) Convencional (art. 347): entre credor e terceiro, sem a participação 
do devedor (= cessão de crédito (art. 348); ou entre devedor e terceiro, sem a 
participação do credor (aqui o credor é pago pelo devedor)).
# Efeitos (art. 349)
# Sub-rogação Parcial: preferência do credor ao sub-rogado (art. 351)
3) IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO
# “imputare” = atribuir (art. 352)
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 31
# Requisitos:
(i) Deve existir mais de uma dívida com o mesmo credor;
(ii) A prestação a ser oferecida pelo devedor deve ser sufi ciente para o 
pagamento de mais de uma dívida (se a prestação só for sufi ciente 
para o pagamento de uma das dívidas e para parte de outra, não 
poderá haver imputação; o devedor terá que pagar a dívida para a 
qual o pagamento é sufi ciente e o credor não poderá ser obrigado a 
receber em parte (art. 314 (889)));
(iii) A prestação oferecida pelo devedor não pode cobrir todas as dívidas;
(iv) As dívidas devem ser fungíveis entre si, isto é, devem ser da mesma 
natureza, podendo ser pagas com o mesmo objeto, ainda que em 
quantidades diferentes (quer dizer que a prestação oferecida deve 
ser apta a atender o objeto das dívidas, não podendo cada uma de-
las ter um objeto diferente (cem toneladas de ferro, duzentas vacas, 
trezentas sacas de café etc.)).
# Liberdade do devedor na escolha/Exceção: entre dívidas de capital e ju-
ros (art. 354 (993))/Se devedor não fi zer a escolha, passa ao credor (art. 353)/
Se o credor também não fi zer...(art. 355).
4) DAÇÃO EM PAGAMENTO
# Forma de extinção da obrigação com exoneração ou liberação do deve-
dor pela entrega ao credor, com o seu consentimento, de uma coisa diversa 
daquela originalmente devida (art. 356). Não é exceção à regra do art. 313, 
pois só com a autorização do credor é que se pode fazer: É um acordo libe-
ratório. Como diz Caio Mario, predomina a idéia de extinção da obrigação.
# Requisitos: (i) existência de uma obrigação; (ii) consentimento do cre-
dor; (iii) entrega de coisa diversa da devida; (iv) extinção da obrigação.
— Dação de título de crédito: regulada pelas mesmas regras da cessão (art. 
358): O devedor do título deve ser comunicado (292); O devedor do título 
pode opor exceções (294); O devedor que faz a dação responde pela existên-
cia do crédito (295).
# Estipulação de preço para a coisa dada: dação segue as regras da compra 
e venda (art. 357): Não quer dizer que se transforme em um contrato de 
compra e venda, apenas se equipara a um (na questão dos vícios redibitórios.; 
sujeição às regras de legitimação; restrição ao condômino).
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 32
— Tanto que as consequências da evicção são distintas (art. 359)
# Natureza da dação em pagamento:
 — Se distingue das obrigações alternativas pois nestas se estipula no 
próprio ato que o devedor poderá pagar uma coisa ou outra.
 — Também se distingue das obrigações facultativas, pelo mesmo 
motivo.
— É novação?
 * Na dação há pagamento e na novação não.
 * A dação extingue a obrigação sem criar outra em substituição, o 
que ocorre na novação.
 *— É “a entrega de uma coisa por outra e não a substituição de 
uma obrigação por outra” (Caio Mario).
 * Carvalho Santos também lembra que a evicção da coisa recebida 
não opera os mesmos efeitos que na compra e venda. Ocorrendo a 
evicção, é como se não houvesse pagamento. Isso não se compati-
biliza com a novação, pois se existisse uma nova dívida, não haveria 
que se retornar ao vínculo anterior.
 — Se o objeto autorizado a dar em pagamento não for entregue, 
volta-se à possibilidade de exigir o objeto original, o que não seria 
possível no caso da novação.
OBJETIVO:
Compreender os mecanismos especiais de satisfação do credor; dominaro mecanismo da sub-rogação e reconhecer a sua aplicação em diversas situa-
ções; saber diferenciar tais mecanismos e assim conhecer quando se aplicam 
e quais seus efeitos.
INSTRUÇÕES:
1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXXI, itens 159 a 161; 2) Ler acór-
dãos e votos dos julgamentos dos REsps 1.081.963/SP, Rel. Min. Jorge Mus-
si,1321739/SP, Rel. Min. Paulo Sanseverino e 1138993/SP, Rel. Min. Massa-
mi Uyeda para discussão em sala; 3) Solucionar a seguinte questão: Frederico, 
funcionário público federal, vendo-se em situação fi nanceira delicada no mês 
de abril de 2012 e aproveitando-se de oferta de seu banco, toma empresta-
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 33
do junto à instituição fi nanceira a quantia de R$1.000,00 (mil reais), como 
adiantamento de 13o salário, fi cando estipulado que, ao receber o 13o salá-
rio, deverá pagar ao banco o valor de R$1.500,00. Não conseguindo equili-
brar sua situação, no mês de setembro de 2012, vê-se forçado a tomar mais 
R$1.000,00 (dois mil reais) emprestados, também a título de adiantamento 
de 13o salário, fi cando estabelecido que, no recebimento do 13o salário, deve-
rá pagar ao banco a quantia de R$1.500,00. Ocorre que, no mês de outubro, 
ao divorciar-se de sua esposa, fi ca obrigado a pagar pensão no equivalente a 
1/3 de seus vencimentos líquidos, inclusive sobre o 13o salário, de modo que, 
ao receber o benefício, Frederico percebe que só dispõe de R$1.500,00 para 
pagar ao banco. Efetua o depósito desse valor e recebe quitação relativa à 
primeira dívida. Alegando que as taxas de juros do segundo empréstimo são 
mais elevadas que as do primeiro, pode Frederico pleitear o reconhecimento 
do pagamento do segundo empréstimo em lugar do primeiro? Porquê?
SUGESTÕES:
Ler AZEVEDO (2011), Capítulo 29.
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 34
AULA 14 — EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES SEM PAGAMENTO:
EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES SEM PAGAMENTO:
NOVAÇÃO:
# Extinção de uma obrigação através de sua substituição por outra; “é a 
extinção de uma obrigação pela formação de outra, destinada a substituí-la” 
(Orlando Gomes).
# Novação <> dação (extinção de obrigação pela entrega de uma coisa di-
versa da devida); novação não é pagamento; a novação acarreta na exoneração 
do devedor da obrigação substituída, que é extinta; mas gera outra.
# Espécies:
Novação objetiva e subjetiva.
# Requisitos:
(i) existência de uma obrigação válida e existente (obrigação nula não 
suporta a novação: art. 367 (casos de negociações de dívida com en-
cargos ilegais); obrigação decaída): obrigações anuláveis (art. 367); 
obrigações prescritas e obrigações naturais;
(ii) consenso das partes;
(iii) nascimento de uma nova obrigação: deve ser válida e nova em rela-
ção à antiga (modifi cação da forma de pagamento, estipulação de 
juros, exclusão de garantia e alargamento do prazo de pagamento 
não constituem novação); questão de refi nanciamentos com cláusu-
la de retorno às condições anteriores;
(iv) animus novandi: intenção de novar (art. 361: pode ser tácito): nova-
ção ñ presume.
# Efeitos:
(i) extinção da dívida anterior;
(ii) extinção dos acessórios da dívida anterior (“accessorium sequitur 
principaliter”): art. 364, 1a parte <> arts. 364, 2a parte e 366; nova-
ção com um dos devedores solidários (art. 365, fi ne);
(iii) criação de nova obrigação.
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 35
# Novação subjetiva: (a) por substituição do devedor (art. 999, II): depen-
de da vontade de todos; exonera o devedor original, com a exceção do art. 
363 (1.002); (b) por substituição do credor: “expromissão” (art. 999, III): é 
necessária a participação do devedor.
COMPENSAÇÃO
# “Compensare”; contrapesar, contrabalançar
# Em benefício do devedor; facilitação da circulação de riquezas
# Art. 368: se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma 
da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.
# Requisitos:
(i) Reciprocidade das obrigações: não há reciprocidade no caso do art. 
376;
(ii) liquidez da dívida (art. 369);
(iii) exigibilidade de todas as dívidas (art. 369): prazos de favor não obs-
tam (art. 372);
(iv) fungibilidade das dívidas (art. 369): inexistência de fungibilidade 
no caso do art. 370; a causa não infl uencia, exceto nos casos do art. 
373.
# Impossibilidade de compensação:
(i) art. 375: renúncia prévia;
(ii) art. 375: credor e devedor a afastam;
(iii) art. 378: dívidas pagáveis em lugares diversos;
(iv) art. 377: em prejuízo de terceiros
TRANSAÇÃO
OBJETIVO:
Conhecer e diferenciar as formas de extinção das obrigações sem que haja 
pagamento, seja pela superação da obrigação por outra, seja pelo “balancea-
mento” com outra; ter noção da transação e da sua presença no Código Civil 
de 1916 como uma das espécies de extinção sem pagamento e do desloca-
mento sofrida na estrutura do atual código.
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 36
INSTRUÇÕES:
1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXXII, itens 162 a 164; 2) Ler 
acórdão e votos do julgamento do REsp 963472/RS, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão para discussão em sala.
SUGESTÕES:
Ler TEPEDINO (2005), Capítulo 16.
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 37
AULA 15 — ARBITRAGEM
ARBITRAGEM
CONFUSÃO:
# Reunião das qualidades de credor e devedor em uma só pessoa (Carva-
lho Santos)
# Conseqüência = extinção da dívida
# Casos principais: sucessões e casamento
# Pode ser meramente parcial (art. 382)
# Confusão na solidariedade ativa e passiva (art. 383): exemplo: 4 credores 
solidários de um devedor pela quantia de R$100,00; um dos credores sucede 
o devedor; passa a ser, ao mesmo tempo, credor e devedor dele mesmo; só 
que é credor dele mesmo na parte que lhe cabia, como credor, no crédito 
solidário (R$25,00); a dívida se extingue nessa parte; ele passa a ser devedor 
solidários dos demais pela quantia de R$75,00; a solidariedade dos demais 
permanece.
# Revigoração da obrigação (art. 384)
REMISSÃO
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FGV DIREITO RIO 38
AULA 16 — INADIMPLEMENTO E MORA
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 39
AULA 17 — PERDAS E DANOS
PERDAS E DANOS
DANOS EMERGENTES
LUCROS CESSANTES
CLÁUSULA PENAL
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 40
AULAS 18 A 25 — RESPONSABILIDADE CIVIL
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 41
JOSÉ GUILHERME VASI WERNER
Nascido no Rio de Janeiro, Brasil, é Juiz de Direito no Tribunal de Justiça 
do Rio de Janeiro desde 1998, Titular do II Juizado Especial Cível da Barra 
da Tijuca. Atualmente é Juiz Auxiliar da Presidência do Tribunal de Jus-
tiça do Rio de Janeiro. Por indicação do Supremo Tribunal Federal, exer-
ceu a função de Conselheiro no Conselho Nacional de Justiça de agosto 
de 2011 a agosto de 2013. Foi Juiz Auxiliar da Presidência do Conselho 
Nacional de Justiça de abril de 2010 a agosto de 2011 e Juiz Auxiliar do 
Supremo Tribunal Federal de janeiro de 2008 a março de 2009. Foi Juiz 
Auxiliar do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro entre janeiro de 2007 a 
janeiro de 2008 e de novembro de 2009 a março de 2010 e integrou o 
Conselho Recursal dos Juizados Especiais do Rio de Janeiro entre maio 
de 2005 e janeiro de 2007. Está participando do Programa de Mestrado 
em Ciências Sociais no IUPERJ (Instituto Universitário de Pesquisas do 
Rio de Janeiro). É especialista em Direito do Consumidor e Conferencis-
ta da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro desde 2003. É 
autor das obras: A Formação, o Controle e a Extinção dos Contratos de 
Consumo (Rio de Janeiro: RENOVAR, 2007) e Juizados Especiais (Rio de 
Janeiro: FGV, 2006)e colaborou nas obras coletivas: Conciliação e Me-
diação: Estruturação da Política Judiciária Nacional: CNJ (Rio de Janeiro: 
Forense, 2011, sob a coordenação do Ministro Antonio Cezar Peluso e 
Morgana de Almeida Richa), Juizados Especiais - Novos Desafi os (Rio 
de Janeiro: Lumen Juris, 2010, sob a coordenação de Fernando Gama 
de Miranda Netto e Felippe Borring Rocha) e “Novos Direitos - Os Pa-
radigmas da Pós-Modernidade” (Rio de Janeiro: Impetus, 2002, sob a 
Coordenação de Cleyson M. Mello e Thelma Fraga). Foi autor do capí-
tulo sobre o Brasil do livro International Privatization (London: Kluwer 
Law, 1996, sob a coordenação de Dennis Campbell e Brian Hollywood). 
Foi designado membro honorário de Center for International Legal Stu-
dies em 1996.
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADE CIVIL
FGV DIREITO RIO 42
FICHA TÉCNICA
Fundação Getulio Vargas
Carlos Ivan Simonsen Leal
PRESIDENTE
FGV DIREITO RIO
Joaquim Falcão
DIRETOR
Sérgio Guerra
VICE-DIRETOR DE ENSINO, PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
Rodrigo Vianna
VICE-DIRETOR ADMINISTRATIVO
Thiago Bottino do Amaral
COORDENADOR DA GRADUAÇÃO
André Pacheco Teixeira Mendes
COORDENADOR DO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
Cristina Nacif Alves
COORDENADORA DE ENSINO
Marília Araújo
COORDENADORA EXECUTIVA DA GRADUAÇÃO
Paula Spieler
COORDENADORA DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES E DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS

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