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PARECER TÉCNICO Nº 01

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ENG. SANITARISTA E AMBIENTAL ROSILEI GEMELLI
CREA/SC: 00000-0
PARECER TÉCNICO Nº 01/ 2016
Videira, 5 de maio de 2016
ASSUNTO: Parecer técnico de licenciamento de um frigorífico.
OBJETIVO: Avaliar a viabilidade da instalação de um frigorifico no município de Desvio – SC.
JUSTIFICATIVA: A localização do empreendimento é uma estratégia bem definida por apresentar as seguintes características positivas; estar no centro do estado de Santa Catarina e localizado próximo a uma rodovia que corta o Brasil no sentido Norte-Sul, estar próximo a portos importantes como o de Itajaí e Paranaguá, a temperatura média da região e considerada baixa dificultando a proliferação de insetos próximos ao frigorífico e um dos fatores que com certeza fizeram a diferença é de que o estado se encontra livre da febre aftosa melhorando assim as facilidades de exportar essa carne, pois países compradores de carne encontram-se com problemas de doenças consideradas potencialmente contagiosas. 
INTRODUÇÃO
Para avaliação que foi realizada neste parecer, foram avaliados dados técnicos repassados por Mauricio Perazzoli, engenheiro ambiental, com mestrando em engenharia ambiental na FURB e CREA/SC: 98322-7.
O licenciamento ambiental é um importante instrumento de gestão da Política Nacional de Meio Ambiente, representada pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Por meio dele, a administração pública busca exercer o necessário controle sobre as atividades humanas que interferem nas condições ambientais. Desta forma tem, por princípio, a conciliação do desenvolvimento econômico com o uso dos recursos naturais, de modo a assegurar a sustentabilidade dos ecossistemas em suas variabilidades físicas, bióticas, socioculturais e econômicas. Deve, ainda, estar apoiado por outros instrumentos de planejamento de políticas ambientais como a avaliação ambiental estratégica; avaliação ambiental integrada; bem como por outros instrumentos de gestão - zoneamento ecológico econômico, planos de manejo de unidades de conservação, planos de bacia, etc... (IBAMA, 2016). 
A Resolução nº 237 CONAMA de dezembro de 1997 dispõe sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental, prevê a utilização de parecer técnico em casos conclusivos e classifica frigoríficos sujeito a licenciamento ambiental, qual obedecem a Instrução Normativa (IN) FATMA nº 04 de 2014, para atividades industriais. 
DADOS DO EMPREENDIMENTO
O projeto representa um frigorífico denominado Cerro Verde que está localizado no município de Desvio, as margens da rodovia BR 116 KM 118 CEP 38506-223 – CNPJ 01.742.168/3800. Situa-se na Bacia Hidrográfica do Rio Canoas – sub-bacia: sub-médio Correntes.
A capacidade de abate está programada para 2000 cabeças dia de bovinos, e o destino dessa carne é a exportação e também atender a demanda interna com alto índice de qualidade e com as exigências sanitárias previstas em órgãos fiscalizadores competentes.
Serão um total de 1200 pessoas que irão trabalhar na indústria, com um salário médio de R$ 653,00 por turno de 8,0 horas dia trabalhada.
Segundo a Instrução Normativa (IN) FATMA nº 04 de 2014, para atividades industriais, o empreendimento que possui capacidade máxima de abate acima de 150 por dia é considerada de grande porte e consequentemente deve apresentar Estudo Ambiental Simplificado (EAS) para seu licenciamento, que é o caso do frigorifico apresentado, que é projetado para abater 2000 cabeças de bovino ao dia. 
DADOS DO LOCAL 
BACIA HIDROGRÁFICA
A bacia hidrográfica do Rio Canoas possui uma área de 22 808 km² e uma área de drenagem de 15 012 km², além disso, a vazão do Canoas é de 260 m³/s. A poluição pode ser dada por: efluentes tóxicos da produção de papel e celulose, efluentes orgânicos e tóxicos das concentrações urbanas e industriais e agrotóxicos das lavouras anuais e fruticultura (COMITE DO RIO CANOAS, 2016). 
Com um consumo urbano de 1.027.731 m³/mês, a bacia é utilizada por indústrias (construção civil, extrativa mineral 9, madeireira e moveleira, de borracha, couro, fumo, peles, produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico, produtos minerais não metálicos, papel, papelão, editoras e gráficas, material elétrico e de comunicação, produtos farmacêuticos, veterinários, perfumaria e higiene, têxteis e de artefatos, calçados, material de transporte e mecânica, num total de 714 indústrias) e pela agricultura que possui um consumo de 56.416,3 m³/dia, sendo a bacia utilizada para culturas de milho, de soja, maçã, batata e de alho 
(COMITE DO RIO CANOAS, 2016). 
IMPACTOS CAUSADOS 
Entende-se por impacto sócio ambiental a correlação funcional que se estabelece entre a dinâmica de crescimento desencadeada por um dado empreendimento e a realidade/ambiência onde ele se insere que, por sua vez, dispõem de potencialidades, fragilidades e conflitos. Nessas condições, pode-se identificar o fenômeno reconhecido como impacto sócio ambiental, tal como prevê a legislação ambiental aplicável (ARCADIS, 20??). 
O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA–, na Resolução No. 001/86, que regulamenta o licenciamento ambiental, define impacto ambiental como “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente afetem: a saúde, a segurança e o bem estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais” (ARCADIS, 20??).
Assim como em várias indústrias do setor alimentício, os principais aspectos e impactos ambientais da indústria de carne e derivados estão ligados a um alto consumo de água, à geração de efluentes líquidos com alta carga poluidora, principalmente orgânica e a um alto consumo de energia. Odor, resíduos sólidos e ruído também podem ser significativos para algumas empresas do setor (PACHECO, José Wagner Faria, 2006).
Está descrito abaixo os impactos prováveis em consideração com as informações obtidas:
AR
Odor produzido pela operação e do sistema de tratamento de efluentes, impacto de baixa relevância, por estar afastado de áreas povoadas; pode ser agravado por problemas na operação do sistema, principalmente no caso de sobrecarga do sistema e acúmulo excessivo de lodo; 
SOLO
Remoção de solo pode gerar transtornos para facilitar a formação de erosão e assoreamento de pequenos córregos próximos ao empreendimento.
Por apresentar uma produção alta/dia, é consequência de se ter uma área grande com impacto direto devido suas instalações e de um local específico para desestressar animais vindos de regiões longínquas, sendo necessário 340 ha, tais que serão desmatados.
RECURSOS HIDRICOS 
Padrões de higiene das autoridades sanitárias em áreas críticas dos frigoríficos resultam no uso de grande quantidade de água. Os principais usos de água são para:
Limpeza de pisos, paredes, equipamentos e bancadas;
Limpeza e esterilização de facas e equipamentos;
Operações de industrialização da carne, como eventuais descongelamento e lavagem da carne, cozimento, pasteurização, esterilização e resfriamento; 
Transporte de subprodutos e resíduos;
Geração de vapor;
Resfriamento de compressores e condensadores.
O principal fator que afeta o volume de água consumido são as práticas de lavagem. Em geral, plantas para exportação têm práticas de higiene mais rigorosas. Os regulamentos sanitários exigem o uso de água fresca e potável, com níveis mínimos de cloro livre residual, para quase todas as operações de lavagem e enxágue (PACHECO, José Wagner Faria, 2006). O empreendimento em estudo possui um consumo dia de 1780 litros de água por animal abatido. 
Em frigoríficos, assim como em vários tipos de indústria, alto consumo de água acarreta grandes volumes de efluentes - 80 a 95% da água consumida é descarregada como efluente líquido (PACHECO, José Wagner Faria, 2006). Estes efluentes caracterizam-seprincipalmente por:
Alta carga orgânica;
Alto conteúdo de gordura
Flutuações de pH em função do uso de agentes de limpeza ácidos e básicos;
Altos conteúdos de nitrogênio, fósforo e sal;
Teores significativos de sais diversos de cura e, eventualmente, de compostos aromáticos diversos (no caso de processos de defumação de produtos de carne);
Flutuações de temperatura (uso de água quente e fria).
Podem-se citar também algumas fontes secundárias de efluentes líquidos, com volumes pequenos e mais esporádicos em relação aos efluentes industriais principais. Por exemplo:
Água de lavagem de gases das caldeiras, descartada periodicamente (contendo sais, fuligem e eventuais substâncias orgânicas da combustão);
Água de resfriamento, de circuitos abertos ou eventuais purga de circuitos fechados (contendo sais, biocidas e outros compostos);
Águas de lavagens de outras áreas, além das produtivas – oficinas de manutenção e salas de compressores (que podem conter óleos e graxas lubrificantes, solventes, metais etc.), almoxarifados e áreas de armazenamento (que podem conter produtos químicos diversos, de vazamentos ou derramamentos acidentais);
Esgotos sanitários ou domésticos, provenientes das áreas administrativas, vestiários, ambulatório e restaurantes.
ECONOMICO E SOCIAL
Todas as regiões fornecedoras de gado, com uma área compreendida entre os estados de SC, PR, RG, MS, MT e GO terão um ganho econômico.
Geração de renda para uma mão de obra disponível na região.
Aumento da população local
Desenvolvimento dos parceiros fornecedores de gado, o projeto visa uma parceria com pequenos produtores o qual irão contribuir com aproximadamente 30% do fornecimento de gado.
 
AÇÕES MITICADORAS
Para compensar a retirada da vegetação será adquirida uma área de 673 ha de mata nativa próximo ao projeto como forma de compensação.
O tratamento de todo e efluente deverá seguir todos os processos para garantir que o mesmo seja lançado para o ambiente dentro dos padrões definidos pela legislação.
Construção de taludes irá reduzir a erosão dos aterros com maior probabilidade de ocorrência deste impacto, e nas áreas menos propicias será plantado grama.
Ao redor das instalações será protegida por uma cerca viva com o objetivo de impedir que odores se espalhem com maior velocidade. 
PARECER
Baseado nos estudos técnicos apresentados entendo que o empreendimento é tecnicamente viável de instalação, porém deve-se modificar os salários propostos de acordo com a legislação vigente, quanto a salário mínimo ao menos. 
Saliento ainda a ausência da apresentação de alguns dados de estrema importância quando trata-se o tipo de empreendimento em estudo, como impactos atmosféricos e de resíduos sólidos, como os quais apresento abaixo:
Nos frigoríficos, em geral, os poluentes atmosféricos são gerados pela queima de combustíveis nas caldeiras que produzem vapor para os processos produtivos - seja para os processos principais ou para as graxarias, caso estejam anexas aos frigoríficos. Neste caso, óxidos de enxofre e de nitrogênio e material particulado são os principais poluentes a considerar.
Potencial de liberação de gases refrigerantes dos sistemas de refrigeração que servem as câmaras frias, devido a perdas fugitivas ou acidentais. Gases à base de CFCs (cloro-fluor-carbonos) são prejudiciais à camada de ozônio da atmosfera.
Muitos resíduos de frigoríficos podem causar problemas ambientais graves se não forem gerenciados adequadamente. A maioria é altamente putrescível, podendo atrair vetores e consequentemente doenças, além de fortes odores (PACHECO, José Wagner Faria, 2006).
Na industrialização da carne, geram-se resíduos como:
Aparas de carne e gorduras
Restos de emulsões
Sal usado
Plásticos
Papelão
 Alguns resíduos sólidos gerados nas operações auxiliares e de utilidades também precisam ser considerados e adequadamente gerenciados para minimizar seus possíveis impactos ambientais (PACHECO, José Wagner Faria, 2006). Podem-se destacar os seguintes resíduos: 
Resíduos da estação de tratamento de água: lodos, material retido em filtros;
Resíduos da estação de tratamento de efluentes líquidos: material retido por gradeamento e peneiramento, material lotado (gorduras/escumas), material sedimentado – lodos diversos;
Cinzas das caldeiras;
Resíduos de manutenção: solventes e óleos lubrificantes usados, resíduos de tintas, metais e sucatas metálicas (limpas e contaminadas com solventes/óleos/ graxas/tintas), materiais impregnados com solventes/óleos/graxas/tintas (ex.: estopas, panos, papéis, etc.);
Outros: embalagens, insumos e produtos danificados ou rejeitados e pallets, das áreas de almoxarifado e expedição.
Trata-se de uma indústria de grande porte e como prediz a Instrução Normativa (IN) FATMA nº 04 de 2014, deve apresentar Estudo Ambiental Simplificado (EAS), para demonstrar dados técnicos mais abrangentes, devido à ausência deste documento e dos parâmetros apresentados acima portanto fico impedida de concluir um posicionamento quanto à viabilidade definitiva deste empreendimento. 
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARCADIS. Identificação e avaliação de impactos da ampliação do frigorífico e cadeia pecuária associada. 20??. P. 380 a 421. Disponível em: <http://www.reporterbrasil.org.br/documentos/bertin/bertin-estudo8.pdf>. Acesso em 28 de mar. 2016.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. RESOLUÇÃO nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Dispõe sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental. Publicada no DOU no 247, de 22 de dezembro de 1997, Seção 1, páginas 30841-30843. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=237>. Acesso em 28 de mar. 2016.
BRASIL. Fundação do Meio Ambiente (FATMA). Instrução Normativa n° 04 abril de 2014. Normas para atividades industriais. p. 15. Disponível em: <http://www.sideropolis.sc.gov.br/uploads/273/arquivos/654742_in_04_Atividades_Industriais.pdf>. Acesso em 28 de mar. 2016.
COMITE DO RIO CANOAS. Bacia hidrográfica – descrição. 2016. Disponível em: <http://www.sirhesc.sds.sc.gov.br/sirhsc/conteudo_visualizar_dinamico.jsp?idEmpresa=23&idMenu=326&idMenuPai=325>. Acesso em 28 de mar. 2016.
IBAMA. Perguntas frequentes – licenciamento ambiental. 2016. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/perguntas-frequentes/licenciamento-ambiental>. Acesso em 28 de mar. 2016.
PACHECO, José Wagner Faria. Guia técnico ambiental de frigoríficos industrialização de carnes (bovina e suína) - série p+l. 2006.
Atenciosamente, 
____________________________
Rosilei Gemelli
Eng. Sanitárista e Ambiental
CPF:048.627.841-78
CREA/SC: 00000-0

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